Saiu o novo jornal do Pão e Rosas!
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Nesse 8 de março, quando completam 100 anos que Clara Zetkin numa Conferência Internacional de Mulheres Socialistas propôs a celebração do Dia Internacional da Mulher, nós mulheres do Pão e Rosas saímos as ruas para nos manifestar e levantar nossas vozes em solidariedade às mulheres e ao povo haitiano dizendo: Somos as negras do Haiti; contra as tropas de Lula e Hillary, estamos aqui! Não podemos permitir que as tropas de nosso país reprimam o heróico e revolucionário povo haitiano, estuprem e humilhem as mulheres impedindo com a ocupação militar que se organizem para decidir os rumos de seu país. Demonstrar nossa solidariedade às mulheres e ao povo haitiano é enfrentar e denunciar a ocupação dirigida pelo governo Lula no Haiti, exigindo o imediato retorno das tropas! Essa é hoje a melhor homenagem que poderíamos fazer aos 100 anos do 8 de março, resgatando o internacionalismo revolucionário de mulheres como Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo que se colocaram em pé de luta como fortes combatentes contra o imperialismo na 1ª Guerra Mundial, inclusive de seu próprio país, quando declararam “guerra à guerra”, contra o massacre de milhões de trabalhadores em função de interesses das burguesias imperialistas.
Também não podemos deixar de denunciar o imperialismo com rosto de mulher. Hillary Clinton vem ao Brasil negociar com Lula o reconhecimento do governo golpista de Honduras, que assassina as feministas e a juventude que seguem resistindo ao golpe. A mesma Hillary, esteve no Chile recentemente abalado por um terremoto e anunciou à Michele Bachelet que os EUA estão dispostos a “qualquer ajuda” para reprimir a população chilena que, sem casas, comida nem água, vão as ruas em busca de sobrevivência. A presidenta do Chile, Michelle Bachelet já colocou 14 mil soldados nas ruas para manter o povo faminto e sedento em “ordem” e longe das cheias prateleiras dos grandes supermercados. Essa é mais uma mostra de que meia dúzia de mulheres no poder nada muda a situação das mulheres oprimidas e exploradas pelo capitalismo. E apesar de muitas feministas afirmarem como estratégia para sua luta que as mulheres devam ocupar os espaços de poder, acreditamos que as Hillary Clinton, Michelle Bachelet, Condolezza Rice, Ângela Merkel, Cristina Kirchner e mesmo Dilma Rousseff, são mulheres que representam os interesses do imperialismo, da burguesia e dos patrões, e, portanto, nada farão pelo reais interesses e necessidades das mulheres oprimidas e exploradas.
E é renegando as flores que querem nos dar no 8 de março na tentativa de apagar a história das mulheres lutadoras que enfrentaram seus patrões, protagonizaram importantes greves, fizeram revoltas e revoluções, é que seguimos marchando, certas de que não partimos do zero, que antes de nós muitas já diziam o que dizemos hoje, e que muitas ergueram suas cabeças e mostraram a sua força. Nossa tarefa hoje é erguer a cabeça de todas as mulheres juntas, num só golpe, e por isso queremos construir o Pão e Rosas como um forte movimento de mulheres em toda a América Latina. E como parte de resgatar uma tradição classista, anti-capitalista e revolucionária, é que estamos escrevendo um novo manifesto do Pão e Rosas, e te chamamos para construir junto conosco.
Escrevemos esta edição do jornal, quando se completa um ano de existência de nossa agrupação de mulheres no Brasil e nesse período foi com esse mesmo espírito internacionalista que o Pão e Rosas na América Latina se solidarizou com as mulheres e o povo hondurenho contra o golpe de estado e junto às “Feministas em Resistência de Honduras” exigimos a saída dos golpistas em 2009. Nos colocamos ombro a ombro com os operários e operárias da maior fábrica alimentícia da Argentina, a multinacional Kraft-Terrabusi, que protagonizaram uma duríssima luta e foram reprimidos brutalmente pela polícia de Buenos Aires autorizada pela presidenta Cristina Kirchner a mando da patronal imperialista, que há tempos não via um movimento operário tão decidido a lutar. No estouro da crise financeira internacional, nós do Pão e Rosas nos levantamos para dizer: que a crise seja paga pelos capitalistas! No 8 de março e no 1º de maio de 2009, quando o Brasil já tinha altos índices de demissões e perdas de postos de emprego, enquanto a burocracia sindical cumpria um papel de cúmplice dos grandes empresários, saímos às ruas e dissemos “basta de acordos e de demissões, nós somos mulheres que enfrentam os patrões”. E hoje com a crise retomando espaço e os capitalistas dando mostras que querem que sejamos nós quem a carreguemos nas costas com as demissões e o desemprego, a classe trabalhadora francesa se levanta na Philips Dreux derrotando a tentativa da patronal de fechar a fábrica relegando as trabalhadoras e os trabalhadores ao desemprego, se uniram, colocaram a fábrica para funcionar, e nos dão um exemplo de como lutando podemos enfrentar os patrões. Por isso estivemos no dia 03/03 na filial da Philips Mauá no ABC paulista, levando nossa solidariedade aos trabalhadores diante da ameaça patronal e levando o exemplo francês dizendo que é possível enfrentar a patronal e as demissões. Como parte de toda esta luta, saímos no 8 de março pra gritar bem forte pelos direitos das mulheres.
FORA AS TROPAS DO HAITI E DO CHILE!
BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES!
PELOS DIREITOS DA MULHER TRABALHADORA!
DIREITO AO ABORTO LEGAL, LIVRE, SEGURO E GRATUITO!
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