quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Debate

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A LEI MARIA DA PENHA

Debatedoras:

Natália Braga Costa Pimenta
(Militante do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo - PCO)

Carol Rodrigues
(Militante do PSTU)

Fernanda Figueira
(Integrante do Núcleo Pão e Rosas e Militante da LER-QI)


dia 28 de novembro
sexta-feira
às 12:30
no Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mulheres negras!


"Sem racismo não há capitalismo", Malcolm X

No momento em que a ONU, ao lado do governo Lula, acaba de renovar a permanência das Tropas no Haiti por mais um ano e os Estados Unidos acabam de eleger seu primeiro presidente negro, consideramos importante abrir a discussão sobre a opressão que vivem os negros, e em especial as mulheres negras na sociedade capitalista. Queremos também discutir a situação das mulheres que sofrem violência, lembrando que em menos de 10 dias quatro meninas com idades de 3 a 9 anos foram estupradas e assassinadas no estado do Paraná. No mês da consciência negra e da luta contra a violência às mulheres, perguntamos: qual a relação entre a aberrante situação de violência que sofrem as mulheres nesse sistema em que vivemos? Poderão Barack Obama, Condoleezza Rice ou René Preval resolver o problema do povo negro explorado e oprimido?
Convidamos todos e todas a essa discussão.

26/11 (quarta) às 18h30
no CASS da PUC-SP

domingo, 23 de novembro de 2008

Discussão sobre a fábrica Zanon com Graciela López Eguia, do PTS Argentino

No dia 18/11 [terça-feira] o Núcleo Pão e Rosas se reuniu com estudantes e trabalhadores no Centro Acadêmico de Serviço Social da PUC-SP para conhecer um pouco mais sobre o processo de luta dos trabalhadores e trabalhadoras da fábrica Zanon, desde 2007 sob controle operário. Graciela López Eguia, militante do PTS Argentino, contou detalhes das discussões entre os trabalhadores, a tomada da fábrica, os enfrentamentos com a polícia, assim como a ajuda da comunidade, da juventude e da Comissão de Mulheres.
Num momento em que a crise internacional se intensifica e que os patrões se preparam pra descarregá-la nas costas dos trabalhadores com férias coletivas, demissões e fechamentos de fábrica, se torna bastante atual a necessidade de discutir os métodos impulsionados pela classe trabalhadora.
Para saber mais sobre Zanon, indicamos o site http://zanonsobcontroleoperario.blogspot.com/ , da Campanha em Defesa da Gestão Operária, a qual nós do Núcleo Pão e Rosas enviamos o nosso apoio.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

FASINPAT : Fábrica Sem Patrões


Em 2001, durante a crise social na Argentina, muitas fábricas foram ocupadas pelos seus trabalhadores e a fábrica de cerâmica Zanon (FASINPAT) foi o processo mais avançado e está sob gestão operária há quase 7 anos.

Em Zanon, tudo se decide em assembléias, não existe hierarquia entre os que estão na produção ou na administração. Essa é indubitavelmente uma expressão fortíssima contra o capitalismo, uma experiência que mostra que quando os trabalhadores tomam em suas mãos o controle da produção podem dar uma saída diferente do desemprego, da fome e da miséria. Convidamos todos a conhecer um pouco mais sobre esse importante processo de luta, que hoje está ameaçada pela justiça burguesa, e também a conhecer o papel que cumpriu a juventude e a Comissão de Mulheres de Zanon, com as chamadas “operárias sem patrão!”.


18|11

20h – Exibição do documentário “FASINPAT”, de Daniele Incalcaterra
18h30 – Discussão com Graciela Lopez Eguia,
militante do PTS que participou do processo de luta dos
trabalhadores e trabalhadoras de Zanon

no CASS
[Centro Acadêmico de Serviço Social - PUC-SP]

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A crise mundial e a situação das mulheres




Nos últimos meses pudemos acompanhar em todos os jornais o aceleramento da crise econômica que atinge o principal país imperialista, os Estados Unidos. Entretanto, essa mesma crise já começa a ter consequências em diversos países do mundo, mostrando que não se trata apenas de uma crise econômica. Os governos desembolsaram bilhões de dólares para salvar um punhado de capitalistas... Enquanto isso, milhões de pessoas seguem passando fome, sem acesso a saúde de qualidade e sequer acesso a saneamento básico... Mas porque nessa situação serão as mulheres, sobretudo as trabalhadoras, que sentirão duplamente em suas costas as mazelas da crise mundial? E que papel pode cumprir a juventude neste processo? Convidamos todos e todas a essa discussão.


12/11
quarta-feira
18h30
no Centro Acadêmico de Serviço Social (CASS) da PUC-SP - Rua Monte Alegre, 984

Texto de referência para a discussão sobre A crise mundial e a situação das mulheres [3]

Crise vai gerar 20 milhões de desempregados até 2009, diz OIT

segunda-feira, 20 de outubro de 2008, 09:04

Se previsão se confirmar, mundo atingirá pela primeira vez a marca de 210 milhões de pessoas sem emprego

Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo

GENEBRA - A atual crise econômica irá gerar 20 milhões de novos desempregados no mundo até o final de 2009, revertendo anos de avanços na área social e agravando a pobreza e desigualdade. O alerta é da Organização Internacional do TRabalho (OIT) que prevê demissões em massa diante da desaceleração das principais economias do mundo, como Estados Unidos, Europa e Japão. Em um evento em que o Estado foi o único jornal latino-americano a ser convidado, o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, elogiou a situação do Brasil, mas deixou claro: "Ninguém estará imune ao problema".

Pelos cálculos feitos pela entidade, o número de desempregados passará pela primeira vez a marca dos 200 milhões de pessoas. "Passaremos de 190 milhões de pessoas sem trabalho no início de 2008 para cerca de 210 milhões. Essa é a primeira vez na história que a humanidade atinge esse marca", afirmou Somavia. Os 20 milhões de novos desempregados seriam gerados, portanto, em apenas dois anos.

Ele ainda alerta que os números podem ainda ser maior. "Esses dados podem estar inclusive subestimados", disse o chileno que dirige a entidade ligada à ONU. Os cálculos do desemprego foram feitos a partir dos dados de crescimento econômico divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). "Para 2009 teremos um crescimento de 0,1% nos Estados Unidos, 0,2% na Europa e 0,5% no Japão", disse. "Isso, na realidade, significa um crescimento zero nas maiores economias do mundo", afirmou.

"Esses números podem ser ainda piores, o que significa que o desemprego também poderá ser maior dependendo de quanto tempo será a recessão e qual será sua profundidade. A realidade é que a crise financeira está tendo implicações bem mais amplas", disse Somavia.

Nas últimas semanas, uma série de setores vem já tendo suas vendas afetadas pela crise. Um dos principais é o setor automotivo. Em setembro, o registro de carros novos na Europa já caiu em 8%. Empresas como a Opel e BMW fecharam momentaneamente suas fábricas em toda a Europa, enquanto outras reduziram os salários dos empregados.

Um dos principais impactos ainda será na classe mais pobre. A camada da população mundial que ganha menos de US$ 1,00 por dia vai aumentar de 480 milhões de pessoas para 520 milhões. Entre os que ganha até US$ 2,00, o aumento de pessoas afetadas será de 100 milhões. No total, 1,4 bilhão de pessoas estarão abaixo dessa linha de renda.

Para Somavia, o aumento da camada pobre é alarmante e poderá ter conseqüências graves para os objetivos da ONU de reduzir pela metade a fome e a pobreza no mundo até 2015. Mas ele também destaca para a deterioração da situação da classe média. "Muitos na classe média estão vendo que estão vivendo agora em dificuldades", disse.

Outro grupo que será afetado será o dos jovens. A OIT já destacou que o desemprego entre os jovens pode gerar o aumento da criminalidade em alguns países e até fortalecer movimentos terroristas em outros.

Fonte: www.estadao.com.br

Texto de referência para a discussão sobre A crise mundial e a situação das mulheres [2]

Na Índia, ministra Nilcéa Freire diz que crise financeira atinge mais as mulheres [com toda a demagogia do Governo]

16.10.2008

Vitor Abdala - Agência Brasil

Autoridades da área de defesa da mulher de Índia, Brasil e África do Sul pediram aos chefes de governo desses países, ontem (15), em Nova Délhi, uma maior atenção para as trabalhadoras neste momento de crise financeira. Segundo a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Brasil, Nilcéa Freire, elas são as que mais sofrem em situações de crise."

"Quem mais sofre são as mulheres, pelo acúmulo dos seus encargos. Sofre a dona-de-casa, sofre a mulher no mercado de trabalho. Como elas normalmente estão em postos mais precários e esses são os mais atingidos pelas crises econômicas, elas acabam sendo também as mais atingidas", afirmou.

A ministra esteve reunida com as autoridades de Índia e África do Sul, em Nova Délhi, onde participou da 3ª Reunião de Cúpula do Fórum IBAS (grupo que reúne os três países), que tratou, neste ano, de questões como a mulher, o comércio, a cooperação acadêmica e o mercado editorial dessas nações, entre outras.

Os resultados das discussões em cada tema, que envolveram também a sociedade civil, foram encaminhados ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ao primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e ao presidente sul-africano, Kgalema Motlanthe.

De acordo com Nilcéa Freire, além do pedido de atenção especial às mulheres nesse período de crise financeira, também foram acertados pontos como o estabelecimento de indicadores comuns aos três países para avaliar a situação das mulheres e a ampliação do combate à violência contra a mulher.

"Muito embora tenhamos traços culturais diferenciados, esse é um problema comum e podemos nos ajudar tanto na compreensão quanto na criação de políticas que viabilizem a redução da violência contra as mulheres", disse a ministra, ao final da reunião.

Nilcéa acrescentou ainda que foi feita uma recomendação aos três chefes de governo para que eles busquem incluir a defesa das mulheres no Pacto de Monterrey, sobre o financiamento ao desenvolvimento do mundo, que será reavaliado em breve.


Fonte: http://www.comuniweb.com.br/?idpaginas=20&idmaterias=370345

Texto de referência para a discussão sobre A crise mundial e a situação das mulheres [1]

A crise pesará duplamente sobre nossas costas

Por Clarissa Lemos e Diana Assunção

“A crise social, com seu cortejode calamidades, gravita com maiorpeso sobre as mulheres trabalhadoras”Leon Trotsky

A noção mais exata dos progressos de uma sociedade é dada pelas medidas práticas que são tomadas para melhorar a vida das mulheres. Hoje, é evidente que há pouca preocupação em torno disso já que as mulheres compõem cerca de 70% da população pobre; são a maioria entre os trabalhadores desempregados e continuam ganhando cerca de 30% a menos do que os homens. Também se intensifica o trabalho doméstico e as poucas creches públicas carecem de vagas. Sem falar da dupla-jornada das mulheres: o trabalho fora da casa (precarizado e mal remunerado), o cuidado da casa, limpeza, alimentação, higiene, sua e de sua família.

Além disso, quando uma mulher é pega de surpresa com uma gravidez, muitas vezes não quer nem pensar em ter esse filho, pois o sustento da casa depende dela e se o patrão descobre é provável que seja demitida. Não há alternativa senão fazer um aborto precário, pois aborto nos serviços de saúde pública não é disponível, além de ser crime e correr o risco de ser perseguida pela justiça, como a perseguição à quase 10 mil mulheres no Mato Grosso do Sul. Outras vezes as mulheres são pegas de surpresa quando a polícia mata seus filhos, como acontece freqüentemente no Rio e em Salvador, sem que nenhum culpado seja punido. Quando vai fazer um parto no hospital público seu bebê morre por falta de condições mínimas de atendimento, como aconteceu em Belém, no Pará, com quase 300 mortes de bebês somente no 1º semestre deste ano. Também vemos nosso salário diminuir frente aos preços dos alimentos, o transporte ficar mais caro, a educação piorar e as filas dos hospitais aumentarem. Isso tudo acontece em pleno século XXI e se chama capitalismo.

No Brasil o presidente Lula tem se apropriado de algumas demandas das mulheres, nos utilizando em seu discurso e também em sua política de maquiagem dessa inevitável miséria social do capitalismo. Criou uma secretaria especial de política para mulheres, sancionou a licença de maternidade opcional para 6 meses [1], está promovendo a figura de Dilma Roussef como futura presidenciável e o Ministério da Saúde está fazendo uma campanha em defesa do parto normal [2]. Vale ressaltar que a ampla maioria dos titulares do Bolsa Família são mulheres e é através de programas assistencialistas que Lula mantém importante base de apoio do seu governo.

Mas se não houve muitas melhoras nas condições de vida e trabalho quando o país crescia, agora menos ainda. É preciso nos preparar para enfrentar a crise internacional que já abala as principais economias do mundo e está chegando ao Brasil. Pois quem “paga o pato” é a classe trabalhadora através de demissões, desemprego, férias coletivas forçadas, rebaixamento salarial e intensificação da precarização, fome, repressão, mais miséria e mortes. E dizemos que as mulheres trabalhadoras sentirão duplamente essa carga pois vivem nas piores condições de submissão, cotidianamente humilhadas por esse sistema que lhes relega a escravidão doméstica, as tarefas mais pesadas, as dores mais cruéis.

E Lula continua com sua demagogia porque para ele “o papel do presidente é passar pra sociedade a serenidade que a sociedade precisa pra continuar acreditando no país”. Mas essa “serenidade” de Lula, só serve pra uma coisa: pra que acreditemos no capitalismo e na sua recuperação enquanto eles planejam como descarregar a crise sobre nossas costas. Ao contrário, devemos acreditar na força da classe trabalhadora, e confiar, como a história já comprovou diversas vezes, que são nesses momentos de crises sociais, econômicas e políticas que se despertam as melhores qualidades das mulheres, como a paixão, o heroísmo e a abnegação, sobretudo daquelas que são mais oprimidas, como as trabalhadoras. É preciso nos organizar desde já, pois não há dúvidas de que estaremos na linha de frente das lutas para enfrentar a crise capitalista!

Notas
[1] Que precisa da adesão das empresas para que se dê e, portanto, não atinge a maioria das mulheres. Leia mais.
[2] O parto normal traz menos riscos para as mulheres. Já o parto cesáreo além de trazer mais riscos de infecções e de vida para as mulheres, é amplamente propagado por ser grande fonte de lucros dos hospitais privados. Entretanto, o governo nada perde com essa campanha, já que é mais barato um parto normal do que cesáreo, diminuindo mais ainda seus gastos com a saúde.