No sábado às 3:34h da madrugada ocorreu um dos maiores desastres naturais da história de nosso país. O terremoto que chegou a quase 9 graus e que afetou a zona centro e sul do país, os tsunamis, tremores posteriores, incêndios e a devastação geral, deixaram até o momento mais de 750 vítimas fatais e centenas de feridos e desaparecidos, número este que pode aumentar nas próximas horas.
Do mesmo modo foram significantemente destruídas inúmeras casas da população chilena, sendo os mais afetados os trabalhadores e o povo pobre. Os dados falam de mais de meio milhão de casas destruídas e outro 1 milhão e meio que se encontram danificadas. A infra-estrutura da educação e saúde pública, principalmente na zona de Maule e Bio-Bio, estão devastadas. Não há eletricidade, água nem gás em dezenas de cidades. Muito menos alimento. Isto tem levado o governo de Bachelet a decretar nestas regiões, zonas de catástrofe de emergência. Nas regiões VII e VIII (divisão de estados chileno) foi decretado toque de recolher entre as 21h e 06h, ordens de encarregados das Forças Armadas.
Acionaram todos os efetivos governamentais para superar a situação em que se vive no país mediante um plano de “reconstrução nacional”, já que após a catástrofe natural emerge a crise social em que se encontram milhões de famílias trabalhadoras e pobres.
Os meios de comunicação estão informando sobre a situação social que tem provocado. O desespero, a falta de água e alimentos, a ineficácia da ajuda aos afetados que não chega, está obrigando a setores de trabalhadores e o povo pobre a buscar soluções desesperadas, obrigadas a entrar em supermercados e lojas para obter algum alimento para suas famílias e comunidades que aguardam nos morros entre novos tremores e desconsolo. São, sobretudo as mulheres e suas famílias quem buscam ajuda. Os meios de comunicação, o governo e a direita estão acusando de saques e tratando de criminalizar os trabalhadores e o povo. Os supermercados estão guardados por policiais e forças especiais, para defender a propriedade privada dos grandes empresários. Ainda com a falta de água em cidades como Concepción, policiais reprimem aqueles que necessitam de água. Enquanto se realiza uma forte campanha de criminalização contra os trabalhadores e o povo, que busca provisões enquanto a ajuda do governo é inexistente, pouco ou nada se disse dos cúmplices desta situação: os empresários, que no caso das grandes empresas construtoras e imobiliárias enchem seus bolsos de dinheiro construindo casas de má qualidade e sem cumprir as normas de segurança das construções antisísmicas, estando, além disso, subsidiados pelo próprio Estado, tendo descontos fiscais, etc. Se não podemos prevenir os terremotos, podemos sim prevenir seus efeitos.
Mas os empresários só estão interessados em seus lucros. O governo de Bachelet e Piñera – a apenas 10 dias da troca de cargo – vem falando de planos de reconstrução nacional e de unidade, colocando os militares nas ruas, vigiando a propriedade privada das grandes cadeias de supermercados, criminalizando e reprimindo os afetados pelo terremoto.
Através dos meios de comunicação temos visto como as mulheres trabalhadoras e pobres têm sido parte ativa em dar solução ao abastecimento procurando alimentação e água, do mesmo modo que têm sido ativas na denúncia da falta de ajuda proveniente do governo, da repressão policial e da crise social geral que afeta o povo trabalhador.
Desde o Pan y Rosas Teresa Flores denunciamos a repressão e criminalização imposta pelo governo, a direita e os empresários, e manifestamos nossa solidariedade com todas as trabalhadoras, trabalhadores e setores populares que vivem as consequências do terremoto.
Acreditamos que seja necessário que as organizações da classe trabalhadora como a CUT, organizações estudantis, a esquerda e as agrupações de mulheres e feministas tomem em suas mãos a organização da ajuda para as zonas afetadas e que se formem comissões de mulheres em sindicatos, organizações de bairro e organizações estudantis para a distribuição de alimentos, medicamentos e refúgios para as zonas de catástrofe.
Pan y Rosas Teresa Flores
Santiago, 28 de Fevereiro de 2010
Do mesmo modo foram significantemente destruídas inúmeras casas da população chilena, sendo os mais afetados os trabalhadores e o povo pobre. Os dados falam de mais de meio milhão de casas destruídas e outro 1 milhão e meio que se encontram danificadas. A infra-estrutura da educação e saúde pública, principalmente na zona de Maule e Bio-Bio, estão devastadas. Não há eletricidade, água nem gás em dezenas de cidades. Muito menos alimento. Isto tem levado o governo de Bachelet a decretar nestas regiões, zonas de catástrofe de emergência. Nas regiões VII e VIII (divisão de estados chileno) foi decretado toque de recolher entre as 21h e 06h, ordens de encarregados das Forças Armadas.
Acionaram todos os efetivos governamentais para superar a situação em que se vive no país mediante um plano de “reconstrução nacional”, já que após a catástrofe natural emerge a crise social em que se encontram milhões de famílias trabalhadoras e pobres.
Os meios de comunicação estão informando sobre a situação social que tem provocado. O desespero, a falta de água e alimentos, a ineficácia da ajuda aos afetados que não chega, está obrigando a setores de trabalhadores e o povo pobre a buscar soluções desesperadas, obrigadas a entrar em supermercados e lojas para obter algum alimento para suas famílias e comunidades que aguardam nos morros entre novos tremores e desconsolo. São, sobretudo as mulheres e suas famílias quem buscam ajuda. Os meios de comunicação, o governo e a direita estão acusando de saques e tratando de criminalizar os trabalhadores e o povo. Os supermercados estão guardados por policiais e forças especiais, para defender a propriedade privada dos grandes empresários. Ainda com a falta de água em cidades como Concepción, policiais reprimem aqueles que necessitam de água. Enquanto se realiza uma forte campanha de criminalização contra os trabalhadores e o povo, que busca provisões enquanto a ajuda do governo é inexistente, pouco ou nada se disse dos cúmplices desta situação: os empresários, que no caso das grandes empresas construtoras e imobiliárias enchem seus bolsos de dinheiro construindo casas de má qualidade e sem cumprir as normas de segurança das construções antisísmicas, estando, além disso, subsidiados pelo próprio Estado, tendo descontos fiscais, etc. Se não podemos prevenir os terremotos, podemos sim prevenir seus efeitos.
Mas os empresários só estão interessados em seus lucros. O governo de Bachelet e Piñera – a apenas 10 dias da troca de cargo – vem falando de planos de reconstrução nacional e de unidade, colocando os militares nas ruas, vigiando a propriedade privada das grandes cadeias de supermercados, criminalizando e reprimindo os afetados pelo terremoto.
Através dos meios de comunicação temos visto como as mulheres trabalhadoras e pobres têm sido parte ativa em dar solução ao abastecimento procurando alimentação e água, do mesmo modo que têm sido ativas na denúncia da falta de ajuda proveniente do governo, da repressão policial e da crise social geral que afeta o povo trabalhador.
Desde o Pan y Rosas Teresa Flores denunciamos a repressão e criminalização imposta pelo governo, a direita e os empresários, e manifestamos nossa solidariedade com todas as trabalhadoras, trabalhadores e setores populares que vivem as consequências do terremoto.
Acreditamos que seja necessário que as organizações da classe trabalhadora como a CUT, organizações estudantis, a esquerda e as agrupações de mulheres e feministas tomem em suas mãos a organização da ajuda para as zonas afetadas e que se formem comissões de mulheres em sindicatos, organizações de bairro e organizações estudantis para a distribuição de alimentos, medicamentos e refúgios para as zonas de catástrofe.
Pan y Rosas Teresa Flores
Santiago, 28 de Fevereiro de 2010
*Tradução Livia Barbosa
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