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“Não aceitem o habitual como coisa natural,
pois em tempo de desordem, de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar...”
Bertold Brecht
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Nesta semana uma intensa chuva caiu sobre o Rio de Janeiro. Vários bairros inundados. Casas destruídas, soterradas. As vidas perdidas ultrapassam uma centena. Mais de 12 mil desabrigados. Jovens trabalhadores e trabalhadoras e a população pobre que é obrigada à residir em áreas de risco, pagam com suas vidas. Tudo o que muitas pessoas trabalharam e levaram a vida para construir, levado em questões de horas.
Mas essa é a realidade de um Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro que trabalha, que vive o desemprego, que vive a falta de políticas governamentais para construção de moradias populares, que vive a sistemática repressão policial, que é impedida de se manifestar. No outro Rio de Janeiro, apesar da chuva, das inundações, e eventuais quedas de árvores e energia elétrica, nenhuma morte, nenhum desabrigado. Isso mostra que no capitalismo temos: “para uns a rosca, para outros o buraco dela”. Revelando, mais uma vez, o descaso dos governos capitalistas com a classe trabalhadora e o povo pobre.
Diante do estouro da crise capitalista internacional, bilhões de reais dados aos empresários que nos exploram, que nos demitem, dados pelas mãos do governo Lula. Em contrapartida, poderia se dizer que o governo Lula criou o Bolsa Família, o PAC... mas a realidade demonstra que não combatem o desemprego, ao contrario assistimos nos ultimas anos de governo Lula demissões em massa. Não são planos de obras públicas que resolvam de fato a situação de milhões de pessoas que são relegadas à toda sorte de tragédias naturais que se transformam num piscar de olhos em catástrofes sociais. São políticas focalizadas, que junto com uma possibilidade maior de consumo da população através de créditos fáceis, constituem-se em alguns dos carros-chefes da popularidade de Lula, mas não resolvem nem de perto a situação de miséria social que vivemos. Pessoas que sofrem a violência policial cotidiana, que sofrem nas filas dos hospitais. Enquanto o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral se esquivam de sua responsabilidade por toda a tragédia e caos dizendo que os culpados são os moradores dos morros, ou responsabilizam “a natureza” por todas as mais de 130 mortes, a população carioca segue inundada e soterrada no completo descaso dos governantes, sem auxílio, contando na maioria das vezes somente com a solidariedade dos vizinhos e moradores.
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Não serão os bilhões de reais destinados à polícia que assassina e reprime diariamente os que vivem nos morros cariocas, tampouco os rios de dinheiro voltados para as belíssimas obras da Copa e das Olimpíadas (que incluem muros para esconder as favelas!) que trarão a solução para a calamidade agora ainda mais emergente no Rio de Janeiro. É preciso que nos mobilizemos, denunciando o imenso descaso dos governos e exigindo um verdadeiro plano de obras públicas que garantam moradia decente, hospitais e postos de saúde, escolas e creches, também gerando empregos. Diante dessa catástrofe social é preciso que nos organizemos, tendo à frente as organizações de moradores e sindicatos, juntamente a uma ampla campanha de solidariedade de coleta de alimentos, roupas, cobertores, entre outros, para a população afetada. É importante que estudantes estejam juntos/as nessa importante campanha de solidariedade, conjuntamente às organizações de direitos humanos, movimentos populares e feministas, levando a denúncia dos governos aliado à construção de uma ampla solidariedade.
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É por isso que nós, desde o Pão e Rosas RJ, juntamente ao Movimento A Plenos Pulmões, estamos chamando todas e todos à uma reunião de emergência nessa próxima sexta-feira, 09/04, às 17h, no IFCS UFRJ (Largo São Francisco, 01, Centro - RJ) para construir essa campanha de solidariedade.
Em breve será divulgado o chamado unitário, do qual o grupo de mulheres Pão e Rosas é signátario. Para saber mais e integrar a campanha de solidariedade desde as universidades escreva para paoerosasbr@gmail.com.
Em breve será divulgado o chamado unitário, do qual o grupo de mulheres Pão e Rosas é signátario. Para saber mais e integrar a campanha de solidariedade desde as universidades escreva para paoerosasbr@gmail.com.
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