sexta-feira, 30 de abril de 2010

Nesse 1º de maio: venha marchar com o Pão e Rosas!

EM DEFESA DAS MULHERES E DA CLASSE TRABALHADORA!
Sem patrões, sem governos e nem bispos e padres pedófilos!








Nesse Dia Internacional do/a Trabalhador/a não podemos nos calar diante das festas e shows organizados pelas centrais sindicais atreladas ao governo como a CUT e a CTB, nem muito menos da Força Sindical. Essas centrais são as que cotidianamente atravancam a lutas da classe trabalhadora para conquistar seus direitos mínimos, pois estão atreladas aos patrões e aos governos que lhes servem. Além disso, nesse ano essas festas servirão como palanque político para a campanha eleitoral de Dilma Roussef do PT, e não para marcar uma trajetória histórica de luta da classe trabalhadora. Exemplo disso foi, a recente greve da(o)s professora(o)s da rede estadual, aonde apoiamos e atuamos, freada pela direção do sindicato ligada à CUT (Articulação-PT) e contendo a auto-organziação e combatividade da(o)s professora(e)s.

Enquanto setores do governo e seus opositores organizam essas festas que fogem do verdadeiro sentido desta data que é o protagonismo da classe trabalhadora, em greves, piquetes, e grandes lutas em defesa de seus direitos, os bispos e padres pedófilos seguem impunes, e as mulheres condenadas à morte diante da clandestinidade do aborto. Enquanto a Igreja, e seus padres e bispos, seguem imersos e impunes numa crise internacional diante das denúncias de abusos e pedofilia, nós mulheres seguimos condenadas à morte e perseguidas. E lamentavelmente partidos da esquerda realizam um ato na Praça da Sé junto da Igreja, precedido por uma missa! Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, não concordamos em marchar junto da Igreja, ainda por cima sem nenhuma denúncia do papel que essa instituição cumpre, pressionando através de seus parlamentares e acordos com o governo Lula, defendendo a criminalização do aborto, perseguindo mulheres. A criminalização do aborto leva milhares de mulheres à morte todos os anos, sem falar das seqüelas quando não morrem. Além disso, devemos dizer que para a luta das mulheres essa situação que observamos é uma volta na roda da história, visto que a luta pelo direito ao aborto é uma demanda histórica das mulheres e que a classe trabalhadora deve levantar em suas mãos, e não simplesmente deixar de lado por acordos que as direções sindicais e os partidos fazem com setores da Igreja. Como o acordo de Lula com o Vaticano, que permite o ensino religioso nas escolas públicas, e que seguirá perpetuando a reprodução da opressão contra as mulheres nas escolas, enquanto a falta de educação sexual em todos os níveis, contribuem para que milhares de adolescentes continuem sendo vítimas de gravidez precoces e abortos clandestinos. Basta! Chamamos às mulheres trabalhadoras e estudantes, às mulheres dos partidos da esquerda anti-governista a não deixar de lado essa nossa luta pela legalização do aborto, levantando alto nesse 1º de Maio: Educação sexual em todos os níveis da escolas públicas e privadas! Legalização do aborto já! Pela anulação do Acordo Brasil-Vaticano assinado por Lula! Punição a todos padres e bispos pedófilos!

O governo Lula destinou apenas R$ 200 milhões para as enchentes, mas deu nas mãos dos bancos e empresas R$ 300 BILHÕES frente à crise econômica no ano passado. Isso mostra uma vez mais que, apesar de toda a sua popularidade, Lula governa em benefício dos capitalistas. Toda a sua demagogia com o projeto "Minha casa, minha vida" não significou nada para os moradores que hoje estão desabrigados. Em vários lugares do país como Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina, a população segue sofrendo com as conseqüências das enchentes, que mostram o descaso dos governos de maneira mais escancarada a cada dia. Saímos nesse 1o de maio para gritar pelos moradores atingidos por estas tragédias que são sociais, por isso defendemos uma campanha de solidariedade operária e popular, lutando pelo fim da repressão aos moradores dos morros, favelas e periferias, por um plano de obras públicas que garanta moradia digna, escolas e hospitais.

Sob o governo Lula, o número de empregos cresceu, mas pouco se fala quais as condições desses empregos. A precarização avançou enormemente, garantindo maiores lucros para os capitalistas. Infelizmente, inclusive a maioria dos sindicatos e da esquerda naturaliza esse processo de precarização do trabalho, deixando de lado as/os trabalhadoras/es terceirizados, os sem carteira assinada, os informais e temporários. Nós do Pão e Rosas saímos às ruas uma vez mais pela unidade das fileiras operárias, pois não somente o machismo divide a nossa classe, mas também a precarização do trabalho. Por isso te chamamos a gritar: "A terceirização escraviza, humilha e divide". Pela efetivação de todos/as terceirizados/as com salários e direitos iguais!

Também por isso que estamos ao lado das trabalhadoras e trabalhadores da USP que estão lutando não somente pelo seu salário, mas também pela efetivação dos terceirizados, contra as péssimas condições de trabalho nos restaurantes da COSEAS, contra o assédio moral às inspetoras da Escola de Aplicação, contra a violências às estudantes do CRUSP e contra a homofobia na universidade, pela reintegração de Brandão e contra os processos a estudantes, trabalhadores e militantes sindicais! E, principalmente, por uma universidade a serviço da maioria da população! Todo apoio à greve dos trabalhadores e trabalhadoras da USP!

Nesse 1o de maio, as lutas concretas da classe trabalhadora precisam se expressar, se fortalecer e se coordenar. As trabalhadoras e os trabalhadores da USP realizaram nessa semana uma paralisação e entrarão em greve na semana que vem como parte de sua campanha salarial, lutando também contra a repressão aos lutadores e pela readmissão de Brandão. Na Fundação Santo André, inicia-se uma luta pelo pagamento dos salários das funcionárias da cantina, que estão sem receber desde fevereiro, além de submetidas a assedio moral permanente. São trabalhadoras ocupando postos precarizados dentro de um Centro Universitário que tem uma reitoria (Cacalano) que se diz democrática. Nós do Pão e Rosas nos colocamos ao lado das trabalhadoras, assim como estivemos na greve de professores de SP, lutando contra a precarização do trabalho e pela unidade das fileiras operárias.

É também o mesmo governo Lula que envia tropas para o Haiti há quase seis anos, comandando a missão de “paz” da ONU (MINUSTAH) que significa para o povo haitiano assassinatos, repressão e estupros. Por isso, nós do Pão e Rosas, seguimos nesse 1º de maio com a campanha Somos as negras do Haiti e exigimos a imediata retirada das tropas brasileiras, dos EUA e da ONU, em defesa de que o povo negro haitiano possa determinar o seu destino!

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