O grupo de mulheres Pão e Rosas repudia veementemente a brutal agressão e humilhação contra Januário Alves de Santana, trabalhador da USP, que foi espancado por seguranças do Carrefour Osasco, após ser acusado de tentar roubar o próprio carro. Repudiamos também a ação da polícia, que além de omitir socorro a Januário, deu continuidade a insultos racistas do tipo “Você tem cara de que tem pelo menos três passagens”.
Nesta semana, tomamos conhecimento de que a assinatura do grupo Pão e Rosas constava num documento publicado sob o título “Racismo e crimes no Hipermercado Carrefour”. Queremos, no entanto, corrigir esse dado informando que não assinamos esta carta. Nós nos juntamos a todas as vozes que se colocam nesse momento a denunciar o ocorrido no Carrefour e exigir a punição dos responsáveis. Mas não podemos concordar com o documento quando este propõe o combate ao racismo na Polícia Militar, como se essa instituição pudesse se transformar e extirpar o seu caráter racista.
A polícia é uma instituição criada para defender os interesses de uma classe, que controla o Estado, que é a burguesia branca e racista. Para defender a propriedade privada, a polícia estará sempre contra os negros e os trabalhadores. Assim foi historicamente e assim será até que esse Estado e suas instituições caiam por terra, através da luta dos trabalhadores e de todos os oprimidos. Não podemos alimentar nenhuma ilusão de que a polícia possa ser humanizada. Exigimos, sim, a punição dos responsáveis – Carrefour e Polícia Militar – no marco de uma luta ainda maior pelo fim da violência policial, que só poderá se dar efetivamente com a dissolução da própria polícia.
Mara Onijá, integrante do Pão e Rosas
11/09/2009
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