quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Chamado do Pão e Rosas para ato flash mob em solidariedade ao povo haitiano convocado pelo Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH)

Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas Campinas, julgamos necessário nos posicionar quanto ao desastroso terremoto ocorrido no Haiti dia doze de janeiro, uma vez que nos colocamos quanto um grupo de mulheres que não para a discussão apenas num machismo abstrato. Assim não podemos nos omitir de pensar, discutir e atuar, frente a um acontecimento que influi em toda a dinâmica mundial do sistema capitalista e na vida de milhares de seres humanos. Pois apesar de estarmos diante de uma catástrofe natural, as conseqüências que seguem a ela não são.

Assim nos juntamos no ato convocado pelo Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) da UNICAMP, para levarmos adiante uma campanha em solidariedade ao povo Haitiano e de denuncia aos paises imperialistas, que há mais de dois séculos exploram o Haiti, com ocupações de intuito supostamente humanitário, mas que na verdade servem para garantir a os interesses dos paises ricos.

Nesse mesmo sentido, também denunciamos paises da América Latina, como Brasil, que ocupa o Haiti há 5 anos. Sendo essas forças armadas, nossas e de outros paises, que ao contrario de auxiliar o povo, os espolia, abusam sexualmente das mulheres e meninas, obrigam-nas a se prostituir por comida, traficam pessoas, massacram os bairros pobres e praticam uma serie de outras ações que violam brutalmente os direitos humanos.

Com isso, nós do Pão e Rosas, levantamos com mais força a questão das mulheres haitianas que já sofriam ataques freqüentes, e agora, após o terremoto, se tornam ainda mais miseráveis e vulneráveis, frente às autoridades imperialistas e ao aumento de tropas militares, assim como as grávidas que estão dando à luz na rua, ou morrendo por falta de cuidados. As mulheres que, como sempre foram as que cuidaram da casa e da família, agora também são elas que estão nas ruas fazendo comida para a população e carregando a responsabilidade de garantirem a sobrevivência dos filhos e do marido. Contudo sofrerão, ainda mais, com o aumento dos estupros e prostituição. Em defesa das mulheres haitianas, impulsionamos a campanha “Somos as negras do Haiti”.

Dessa forma chamamos a tod@s a fazerem parte dessa campanha em solidariedade ao povo haitiano, contra as forças militares da ONU, dos EUA, do Brasil e de quaisquer outros paises, defendendo que o povo haitiano decida sobre os rumos dos alimentos, medicamentos, combustível e outros insumos necessários para enfrentar a catástrofe. E em denuncia aos paises imperialista, que historicamente exploram e espoliam esse povo que luta ferrenhamente, há séculos, pela real independência.

Todos juntos ao ato flash mob no centro de Campinas (Praça do Rosário) em solidariedade ao povo haitiano quinta-feira, dia 28/01, as 17h.

Toda solidariedade ao povo haitiano!
Fora tropas militares do Haiti! Por uma ajuda humanitária de verdade!
Basta de violência contra as mulheres haitianas!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Brutal repressão contra estudantes e trabalhadores da USP na posse do novo REItor da universidade, João Grandino Rodas

(Do site www.ler-qi.org) O discurso de posse de João Grandino Rodas, aclamado como “reitor do diálogo”, foi coberto de cinismo. Enquanto os manifestantes eram reprimidos do lado de fora, ele dizia: "Há mais de 10 anos, instalou-se embate de pessoas, com calendário prefixo e com ocorrência cada vez mais frequente. Muitas vezes, rareou o respeito mínimo indispensável entre segmentos da universidade, tendo a força/violência sido utilizada de maneira corriqueira, gerando um pernicioso círculo vicioso, tanto para a universidade quanto para todos os seus componentes (...) a universidade não pode mais conviver com tal estado de coisas, entre outras razões, por ser a negação de seus princípios mais sagrados (...) a instalação de um círculo virtuoso é possível, desde que alguns pressupostos básicos venham a existir (...) Que se instale um diálogo real; que se busquem consensos específicos; e, acima de tudo, que impere a boa fé (...) a tarefa mais importante do reitor é propiciar as condições para tanto. Creio não haver outra perspectiva possível: a universidade já desperdiçou demasiada energia; os segmentos já estão cansados após tantos entreveros; e a sociedade não admite mais! Chega da violência, que sempre gera violência!" (Fonte: notícias terra - Pacificador, novo reitor da USP assume defendendo o consenso)

Entretanto, o “lobo em pele de cordeiro” mostra que somente tolos podem acreditar em palavras. O REItor Rodas e o governador Serra repetiram o que fizeram na USP no ano passado: enviaram a polícia para atacar com cacetetes, bombas e truculência os mais de 100 estudantes e trabalhadores que pacificamente protestavam contra a “posse” de um reitor que obteve apenas 1/6 dos votos e ficou em segundo lugar, escancarando sua falta de legitimidade para estar à frente da “universidade mais conceituada do Brasil”. Foram vários feridos e 3 presos. que seguem detidos até o momento. Depois da repressão, nenhum representante da reitoria do diálogo se apresentou e a “sessão solene” do Conselho Universitário continuou ao som da Orquestra Sinfônica que mais parecia a trilha sonora da repressão. Esse é um exemplo vivo do “diálogo” proposto por Rodas e da hipocrisia de dizer “chega da violência”. Rodas estréia seu mandato monárquico recorrendo à polícia, tal como fez para garantir a farsa eleitoral em novembro.

Na declaração que levamos à manifestação de protesto que colaboramos para construir no dia de hoje, nós da LER-QI já denunciávamos: “Escolhido a dedo para implementar a política do governo estadual e intensificar a repressão aos trabalhadores e estudantes que se mobilizem contra o atual modelo excludente e antidemocrático de universidade (e que já sofrem perseguição com sindicâncias, no caso dos estudantes, e processos criminais e demissão de um dirigente político, Claudionor Brandão) Rodas simboliza o que há de pior na oligárquica burocracia encastelada no poder da USP. Participou de julgamentos da ditadura militar procurando isentar o Estado de sua responsabilidade em casos de morte e tortura; como diretor da Faculdade de Direito, foi pioneiro em colocar a tropa de choque para acabar com uma manifestação em 2007; e também foi, em 2008, um dos idealizadores da resolução do Conselho Universitário que recomendava o uso da força policial quando ‘necessário’. (...) Rodas representa dentro da USP a política que Serra e Kassab, presentes hoje na cerimônia de posse, representam para o conjunto da população da cidade e do estado de São Paulo. Frente às enchentes que se tornam cotidianas na cidade, acarretando em perda de todos os bens, em mortes e transtornos que afetam principalmente a população mais pobre da periferia, Kassab responde com declarações cínicas pedindo para a população se acalmar e, em conjunto com a Polícia Militar controlada pelo estado, reprime violentamente os protestos contra esta situação absurda, como ocorreu recentemente no Jd. Lucélia. E como se não bastasse, Kassab ainda dá mais um presente de ano novo aos paulistanos aumentando a passagem do ônibus em mais de 17% e mostrando a quem seu governo privilegia: os lucros das empresas. (...) Kassab, Serra e Rodas evidenciam a política de seus governos, a serviço dos capitalistas, que forçam a população a viver em condições cada vez mais precárias e privada dos direitos mais elementares, como o direito à moradia, ao transporte e à educação. O plano de Serra para os filhos dos trabalhadores e o povo pobre é a exclusão da universidade e o que ele chama de democratização do ensino é a Univesp, um ensino precarizado e à distância, voltado principalmente para ‘treinar’ os professores da rede pública, que hoje se encontra em estado de calamidade.”

Rodas, Kassab e Serra são os responsáveis por mais essa repressão aos estudantes, funcionários e ativistas que buscam resistir à política de sucateamento e privatização dos serviços públicos implementada pelos tucanos. O REItor já fez por merecer um novo nome que indica a outra face do “diálogo”: RoTas.

Esse ato de Rodas mostra, mais cedo que tarde, como a política do DCE da USP, dirigido pelo PSOL, e de outras correntes do movimento, de cair no discurso dialoguista de Rodas e não denunciá-lo é um grande erro. Inclusive, no ato de hoje o DCE e o PSTU deram muito pouco peso ao ato (o MNN sequer esteve presente). É urgente impulsionar uma grande campanha unificada de denúncia de Rodas e uma ampla campanha contra a repressão.

Imediata liberdade aos estudantes presos pela repressão policial na posse de Rodas! Fim da repressão política, da perseguição e da criminalização dos movimentos de estudantes e funcionários da USP! Reintegração de Claudionor Brandão, diretor do Sintusp demitido político! Anulação de todas as sindicâncias e processos contra estudantes e funcionários! Unidade dos professores, funcionários e estudantes contra o regime monárquico e repressor da USP!

domingo, 24 de janeiro de 2010

"Somos as negras do Haiti! Contra as tropas de Lula estamos aqui!"

Ato em solidariedade operária e popular ao povo e às mulheres haitianas, ocorrido no último dia 21 na Avenida Paulista, São Paulo.

sábado, 23 de janeiro de 2010

As missões de paz que violam mulheres, meninas, meninos, a soberania e os direitos humanos

Por Andrea D'Atri

Em julho do 2005 as tropas da ONU no Haiti dispararam contra a comunidade de Cité de Soleil, causando um efeito devastador, deixando 22 mil buracos de bala e impedindo, mais tarde, a entrada da Cruz Vermelha em flagrante violação das normas internacionais. No dia 22 de dezembro de 2006, também em Cité de Soleil, as forças da ONU atacaram a população que se mobilizava, disparando contra civis desarmados desde helicópteros. Nessa ocasião, assassinaram 30 pessoas, entre as quais mulheres e crianças.
Estes são somente dois exemplos, mas que sob o regime imposto pela missão da ONU no Haiti são abundantes, onde as tropas internacionais da MINUSTAH tem sido acusadas, junto à Policia Nacional Haitiana, de praticar execuções sumárias e prisões arbitrárias. quantos serão as arbitrariedades e crimes que cometerão estes mesmos soldados durante os próximos meses, agora quando o Haiti se encontra mais devastado do que antes? O governo de Lula enviou recentemente, facões, bombas de gás lacrimogêneo e armas com balas de goma para “colaborar” com a “missão humanitária” que ocupa todas as capas dos jornais do mundo desde o terremoto. Mas estas tropas não estão somente no Haiti. Suas “missões de paz” e sua “ajuda humanitária” se entendem por todo o planeta, onde atuam como verdadeiras “forças de ocupação” imperialistas. E em todos os lados, se levantam acusações contra as tropas que a ONU vestiu de capacetes azuis, em sinal de paz e amizade.

No ano de 2006, 63% das acusações contra as forças multinacionais dos capacetes azuis da ONU estavam relacionadas com delitos sexuais, abusos, estupros, etc., e um terço das mesmas se referiam à prostituição. No Haiti, os casos de meninas, meninos e mulheres prostituídas em troca de alimentos ou dinheiro, estupradas e abusadas pelas tropas da MINUSTAH eram corriqueiros, ainda antes desta terrível tragédia que somente deve ter piorado a trágica situação a qual estão submetidas as pessoas desamparadas, órfãs e que perderam tudo durante o terremoto.

Na Libéria, a “missão de paz” da ONU foi acusada de aproveitar sua posição para oferecer benefícios em troca de sexo aos mais pobres, especialmente meninas e meninos. Na República do Congo, os soldados da ONU foram acusados de estar vinculados a uma rede de pedófilos e se falta de 140 casos de exploração sexual. No Kosovo, o escândalo provocado pela descoberta de que as tropas da ONU participavam em redes de prostituição de mulheres somente durou o que duram as notícias nas primeiras manchetes dos jornais. Na Costa do Marfim, foi denunciado que as tropas “humanitárias” não somente submetiam sexualmente meninas e meninos em troca de alimento, mas também produziam “pornografia infantil com crianças que estão especialmente desprotegidos como refugiadas, órfãs, ou crianças de rua”, segundo a declaração de alguns funcionários. Também são conhecidas acusações de estupros e pedofilia no Paquistão, Uruguai, Marrocos, Tunísia, África do Sul e Nepal.
Como acontece na Igreja, nos exércitos de todo o mundo, entre os círculos de altos funcionários, magistrados e políticos que gozam da maior impunidade, todos os acusados que pertencem aos capacetes azuis ou missões da ONU são repatriados a seus paises de origem, onde desfrutam de um recolhimento silencioso e sem julgamento. A ONU somente recomenda congelar os salários de seus membros acusados de crimes sexuais, enquanto promove a “criação de um fundo para ajudar as mulheres e meninas que puderam ter deixado grávidas”.
Um cinismo inaudito e repugnante. O fato é que, segundo um informe da ONU sobre o comportamento dos capacetes azuis, seus militares estão cheios de “disfunções” e “as medidas adotadas durante os últimos anos para erradicar esta cultura sexual permissiva não têm sido suficientes”. Enquanto isso, milhares de meninas, meninos e mulheres estupradas, abusadas, espancadas e reprimidas, continuam sobrevivendo em suas pobres terras dizimadas e espoliadas pelo imperialismo, pelas guerras e pela destruição imposta pelas classes dominantes. E o fazem sob as piores condições e arrastando em seus corpos e suas almas as feridas que as “missões de paz” deixaram marcadas a fogo com seus crimes de lesa-humanidade.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Somos as negras do Haiti: Pão e Rosas participa de manifestação com mais de 100 em São Paulo

Pouco mais de uma semana depois da imensa tragédia que atingiu o Haiti, foi realizado ontem, dia 21, um ato em solidariedade ao povo haitiano na Avenida Paulista em frente ao consulado haitiano. O Pão e Rosas esteve presente junto a outras organizações como a LER-QI, o Núcleo Cultural Força Ativa e o Movimento A Plenos Pulmões manifestando-se contra o imperialismo e em defesa dos haitianos.

Aos cantos de gritos como "Fora ianques, fora ianques! Fora imperialismo, haitianos adiante" e "Comida, remédios, mandem tudo pro Haiti. Só não mandem suas tropas para o povo reprimir", os manifestantes denunciaram o papel do imperialismo dos Estados Unidos no Haiti, que neste momento aproveita-se da catástrofe para impor um domínio político e militar ainda mais brutal. Além disso, reivindicaram que as grandes empresas enviem imediatamente todos os recursos necessários ao Haiti e que seja o próprio povo haitiano, através de suas organizações e movimentos, que controle o recebimento e a distribuição de todos os recursos materiais.
A agrupação de mulheres Pão e Rosas distribuiu o pronunciamento de mulheres e feministas da América Latina em solidariedade às mulheres e ao povo haitiano. Em poucos dias, a declaração vem recebendo adesões de intelectuais, ativistas e coletivos de vários países como Argentina, Brasil, México, Venezuela, Honduras, Guatemala, entre outros.

Enquanto os manifestantes queimavam um boneco do cônsul haitiano, Mara Onijá, dirigente da LER-QI e integrante do Pão e Rosas Brasil encerrou o ato repudiando as palavras do cônsul: "Ele afirmou que onde existem africanos existe a maldição e que a tragédia ocorrida no Haiti é interessante por dar visibilidade. Por isso, nós saímos hoje às ruas para protestar, gritar contra o cônsul racista e exigir a retirada das tropas do Haiti". Ela lembrou ainda da situação das mulheres haitianas, dizendo que "há cinco anos as tropas da ONU comandadas pelo exército de Lula ocupam o Haiti e as mulheres estão submetidas a repressão, estupros e assassinatos. Agora o governo dos Estados Unidos, comandado por Obama, um homem negro em quem muitos despositaram esperanças, se aproveita para colocar suas botas no Haiti com ainda mais força. Não podemos aceitar".

Acompanhe notícias e chamados de ações pelo Haiti no blog http://solidariedadeaohaiti.blogspot.com e se você deseja levar a campanha "Somos as negras do Haiti" para sua escola, faculdade, bairro ou local de trabalho, entre em contato: paoerosasbr@gmail.com

Comentários

Parceiras,
obrigada por reportarem este importante Ato de Solidariedade. Fizemos link na matéria principal que postamos em http://leliagonzalez-informa.blogspot.com/ sobre o Haiti http://leliagonzalez-informa.blogspot.com/2010/01/haiti-estamos-abandonados.html, visando ampliar a divulgação de fatos e posições fundamentais contra a conivência que veículos oficiais querem determinar. Convido seus/suas leitores/as para as reflexões de Márcio Paim e Marco Aurélio Luz, no mesmo Blog de Memorial Lélia Gonzalez. Abraço,
Ana

"Desastre natural" e "Ajuda humanitária"?

Imagens do horror que falam por si. Policiais reprimindo a população desesperada, patrulhas de soldados estrangeiros armados rondando as ruas; o irmão de Fabianne Cherisma levando o corpo de uma adolescente assassinada pela polícia; violência e prisões dos que estão na "missão de paz"... (do site www.panyrosas.org.ar)

Hoje: ato de lançamento da campanha de solidariedade ao Haiti no Rio de Janeiro às 16h na Cinelândia!

Após o importante ato realizado ontem em São Paulo, vamos novamente paras a ruas exigir a retirada das tropas! Venha gritar junto ao Pão e Rosas:

Fora já as tropas da Minustah! Fora ianques do Haiti e de toda a América Latina! Que os lucros dos capitalistas sejam utilizados para enfrentar a catástrofe! Que as organizações dos trabalhadores controlem os recursos recebidos! Pelo cancelamento da dívida externa do Haiti!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Todas ao ato-escracho hoje às 18h em frente ao consulado do Haiti!

Perante as colocações imperdoáveis do Consul do Haiti no Brasil e em solidariedade ao povo haitiano, faremos hoje um ato-escracho às 18h em frente ao consulado haitiano que fica na Avenida Paulista, 1499 (na altura do metrô Trianon-Masp). Para quem não viu as palavras do Consul, segue abaixo:


Fora já as tropas da Minustah! Fora ianques do Haiti e de toda a América Latina! Que os lucros dos capitalistas sejam utilizados para enfrentar a catástrofe! Que as organizações dos trabalhadores controlem os recursos recebidos! Pelo cancelamento da dívida externa do Haiti!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

COMUNICADO DE IMPRENSA: Iniciativa de agrupações de mulheres e feministas em solidariedade com o Haiti

(Argentina e Brasil, 20/01/2010) Com assinaturas de ativistas feministas, autonomistas, lésbicas, anti-capitalistas e socialistas, além de coletivos, agrupações e organizações políticas está circulando o pronunciamento de mulheres e feministas da América Latina e do Caribe em solidariedade com as mulheres e o povo pobre e trabalhador do Haiti. As Feministas em Resistência de Honduras, que enfrentaram o golpe de Estado em seu país, a reconhecida escritora feminista Francesca Gargallo do México e a dominicana Yuderkys Espinosa, feminista lesbiana que mora na Argentina, são algumas das mulheres que se somaram à iniciativa da agrupação Pão e Rosas para impulsionar esta declaração em todo o continente.

Andrea D’atri, impulsionadora do Pan y Rosas na Argentina destacou que a declaração consensuada exige, fundamentalmente, “a retirada das tropas da MINUSTAH, que os lucros das empresas capitalistas estejam disponíveis para amenizar o desastre e que a ajuda humanitária seja distribuída pelas organizações de mulheres, feministas, operárias e populares”. Mara Onijá, militante do movimento negro e de mulheres, informou que após os recentes acontecimentos no Haiti, o Pão e Rosas Brasil está relançando com mais força a campanha "Somos as negras do Haiti", exigindo a retirada das tropas da ONU, comandadas há cinco anos pelo exército brasileiro do governo Lula.

Pan y Rosas - Argentina
Pão e Rosas
- Brasil

Adesões são recebidas em: solidaridadmujereshaiti@gmail.com

domingo, 17 de janeiro de 2010

Pronunciamento de mulheres e feministas da América Latina e do Caribe: Solidariedade com nossas irmãs haitianas!

Companheiras: diante da tragédia que está ocorrendo no Haiti, nós mulheres do Pão e Rosas Brasil, Argentina, Chile, Bolívia e México queremos propor a vocês soltar uma declaração comum de solidariedade com as mulheres haitianas, onde também denunciamos o papel das tropas estrangeiras da ONU, denunciadas em inúmeras ocasiões por estupros, redes de tráfico de mulheres e a prostituição forçada em troca de moradias, e onde também exigimos que sejam as grandes empresas capitalistas as que forneçam gratuitamente todo o necessário para socorrer a população e reconstruir o pais. Acompanhamos todas as formas de solidariedade que surjam espontaneamente com o povo irmão do Haiti, mas acreditamos ser necessário que as feministas autónomas, socialistas, anticapitalistas, de esquerda, anti-imperialistas, etc, acompanhemos nossa solidariedade com esta denúncia política. Durante anos essas tropas vem cometendo violência e abusos cada vez mais espantosos contra o povo haitiano, especialmente contra as mulheres. Essa violência aumentará enormemente com esta tragédia, como já denunciam os distintos organismos de direitos humanos e organizações internacionais de mulheres. Por isso acreditamos necessário um pronunciamento politico que acompanhe nossa solidariedade e queremos fazer isso de forma unitária com todas as companheiras que compartilhem desta posição.

Um terço da população haitiana foi afetada pela catástrofe, cerca de 100 mil mortes e um país absolutamente devastado que deverá enfrentar doenças e epidemias que se propagarão pela descomposição de cadáveres, a falta de água potável e a inexistência da mais mínima infraestrutura. Os terremotos são imprevisíveis. Mas as consequências que teve este para o povo haitiano eram absolutamente previsíveis. O enorme tamanho da catástrofe não é resultado da natureza, mas de um sistema de exploração e expoliação que converteu o Haiti num dos países mais pobres do mundo: 80% da sua população vive na indigência, 60% sem trabalho, a expectativa de vida supera apenas os 50 anos, a taxa de mortalidade infantil é de 80%, não há água potável e a desnutrição é crônica. Em Gonaives, a segunda cidade do país, 70% das casas carece de banheiros adequados. Mesmo antes da tragédia, o Haiti tinha a mais alta taxa de mortalidade materna na região: 670 mortes a cada 100 mil nascidos vivos.

E quando estas são as condições com as que se enfrenta um terremoto de tamanha magnitude, as consequências não são um destino inevitável nem obedecem um “capricho” da natureza. Por isso, denunciamos que a tragédia que hoje recai sobre o povo haitiano é uma continuidade do fato de que o Haiti tenha sido submetido a dois séculos de roubo imperialista, cinquenta anos de ditaduras sangrentas como as dos Duvalier, recentes golpes de Estado perpretados diretamente pelo Pentágono, governos representantes de Washington cujo poder reside nas baionetas das tropas canadenses, francesas e os marinheiros norte-americanos e a presença das tropas das Nações Unidas – com soldados enviados pelos governos que se reivindicam “nacionalistas” e “progressistas” do Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai, Paraguai e Equador, entre outros – que sob o argumento de uma suposta missão humanitária (MINUSTAH) mantém a ocupação do território haitiano, com o único objetivo de garantir a continuidade da expoliação imperialista do país e os negócios capitalistas a força, como na zona franca da fronteira com a República Dominicana, onde trabalhadoras e trabalhadores haitianos se encontram praticamente reduzidos a escravidão, enquanto camponesas e camponeses são desalojados de suas terras para converter o lugar numa grande fábrica.


Forças “humanitárias” que, amparadas na impunidade que gozam por ser estrangeiras, tem sido denunciadas reiteradamente – mas nunca punidas – pelas violações dos direitos humanos, prisões e assassinatos políticos, massacres nos bairros pobres, estupros e abusos sexuais de mulheres e meninas, pedofilia e tráfico de pessoas, prostituição forçada de mulheres, meninas e meninos por troca de alimentos, e que hoje se preparam para reprimir os supostos “escalada de violência” que é a denominação dada pela classe dominante, do desespero de milhares de famintos, órfãos, despossuídos, pessoas que perderam tudo, inclusive antes do terremoto.

Hoje, diante desta catástrofe, se estima que um quarto da população afetada sejam mulheres em idade fértil, entre as quais devem haver milhares de mulheres grávidas que não terão acesso aos mais mínimos cuidados. Num país onde 43% das casas são chefiadas por mulheres, elas e as meninas sobreviventes, que sempre foram as responsáveis pelo trabalho doméstico e cuidados das outras e dos outros, carregarão agora sobre suas costas, a responsabilidade da sobrevivência de suas famílias, em refúgios e barracas de acampamento, num desamparo total, suportando níveis infinitamente mais graves de violência e o espantoso aumento dos abusos sexuais perpretados pelas tropas estrangeiras que ocupam o território haitiano.

Por isso, nós – trabalhadoras, desempregadas, terceirizadas, estudantes, donas de casa, ativistas feministas, lésbicas feministas e da luta anticapitalista e anti-racista -, mulheres da América Latina e do Caribe que nos solidarizamos com nossas irmãs e todo o povo trabalhador e pobre do Haiti, queremos colocar de pé uma grande campanha unitária das organizações de mulheres, feministas, da dissidência sexual, comissões sindicais de mulheres, organismos de direitos humanos, estudantis e operários, para que se ouça nossa voz que reivindica:

- Fora as tropas da MINUSTAH! Fora ianques do Haiti, da América Latina e do Caribe! Exigimos a nossos respectivos governos que retirem imediatamente as tropas do Haiti.

- Exigimos que sejam as multinacionais e grandes empresas capitalistas as que entreguem de forma imediata os alimentos, medicamentos, combustível e outros insumos necessários para enfrentar a catástrofe. Que sejam seus lucros as que estejam à disposição para combater este desastre! E que sejam as organizações de mulheres, feministas, operárias, estudantis, de direitos humanos e sociais as que controlem e distribuam os recursos recebidos no Haiti.

- Que as doações cheguem ao povo e não se percam na burocracia e nas máfias oportunistas capazes de tirar proveito até em momentos como este.

- Pelo cancelamento total da dívida externa do Haiti!

- Basta de violência contra as mulheres haitianas!

Recebemos adesões e assinaturas a esta declaração pelo email solidaridadmujereshaiti@gmail.com


• ABACA, Claudia Anzorena. Coletiva feminista “Las juanas y las otras”. (Mendoza, Argentina)

• ABACA, Elsa. Coletiva feminista “Las juanas y las otras”. (Mendoza, Argentina)

• AGÜERO, Laura Rodríguez. (Mendoza, Argentina)

• ALVAREZ GARIN, Tania (México)

• ÁREA DE DIVERSIDAD SEXUAL (Argentina)

• ARMIDA, Marisa - (Rosario –Argentina)

• ASSUNÇÃO, Diana. Trabalhadora da USP, dirigente da LER-QI (Brasil)

• BATACLANA Espacio Cultural (Argentina)

• BENAVIDES, Nadia. Comunidade lésbica feminista La teta insurgente (ex Colectiva Mafalda)

• BERGESIO, Romina (Argentina)

• BERLANGA, Mariana. Feminista autônoma (México)

• BLANCO, Carmen - Encuadernadora- Adherente de Pan y Rosas (La Pampa, Argentina)

• BLANCO, Jessie. Revista MATEA (Venezuela)

• BRANEZ CORTEZ, Patricia (CIDEM- Bolívia)

• BRETAL, Maria Laura. Feminista e militante dos Direitos humanos (La Plata, Argentina)

• BRUNO, Lía (Argentina)

• CAO NORA. Docente e feminista.

• CARMONA REYES, Maribel. Feminista (Ecuador)

• CAROSIO, Alba. Revista do Centro de Estudios de la Mujer - UCV (Venezuela)

• CAVALLARO, Veruscka. Jornalista (Venezuela)

• CEBALLO, Camila (Argentina)

• CEPEDA, Ivet (Venezuela)

• CERVANTES ROJAS, Flor María. Oaxaca (México)

• CÍRCULO DE INVESTIGACIÓN EN ESTUDIOS DE GÉNERO Y COMUNICACIÓN (México)

• COLETIVA FEMINISTA "LA REVUELTA" (Neuquén-Patagonia Argentina)

• COLETIVO CONTRANATURAS (Perú)

• COLETIVO DE AÇÃO FEMINISTA DE CURITIBA (Brasil)

• COLETIVO GÉNERO CON CLASE (Venezuela)

• Comissão de Mulheres do INDEC (impulsionada pela Junta Interna-ATE)

• CON RAMOS, Patricia. Universidad de Costa Rica

• CORDERO, Diana. Colectivo Lesbianas Feministas Josefa Camejo (Argentina / Venezuela)

• CORVALÁN, Kekena

• COSTA ABRAMIDES, Maria Beatriz. Prof. Serviço Social da PUC – Sao Paulo e dirigente da APROPUC-SP (Brasil)

• D’ATRI, Andrea. Dirigente nacional do Partido de los Trabajadores Socialistas - PTS (Argentina)

• DBASE Agrupação de Docentes de Córdoba (Argentina)

• DE ALMEIDA SANTOS BEZERRA, Clara Angélica. Prof de Serviço Social da Universidade Tiradentes - Sergipe (Brasil)

• DE LA PEÑA, Ireri. Fotógrafa (México)

• DE LEÓN, Quimy. Programa radial Voces de Mujeres, Sector de Mujeres (Guatemala)

DELGADO, María Ramírez. Escritora (Venezuela)

• ESPINOSA, Yuderskys. Feminista autônoma (República Dominicana - Argentina)

• FULANAS Y MENGANAS Teatro Córdoba (Argentina)

• FEMINISTAS EN RESISTENCIA (Honduras)

• FEMINISTAS INCOVENIENTES (Rede de Coletivas e Otrxs da Argentina)

• FERNANDEZ MASÓ, María del Carmen (Argentina)

• FONKATZ, Daniela (Argentina)

• FUNDAÇÃO AKINA ZAJI SAUDA - Conexión de Mujeres Negras – (Cali, Colombia)

• GALIMBERTI, Alessandra. Babelarte - Oaxaca (México)

• GALVÃO, Andréia. Professora do depto. de Ciência Política da Unicamp (Brasil)

• GARGALLO, Francesca. Feminista (México)

• GARRIDO, Hilda Beatriz (Argentina)

• GATTO, Teresa (Argentina)

• GLEFAS, Grupo Latinoamericano de Estudio, Formación y Acción Feministas

• GONZÁLEZ, Aleyda Gaspar (México)

• GONZÁLEZ, Eulalia Eligio (México)

• GOTTERO, Mariana (Argentina)

• GOUSSIES, Ana. Delegada da FOETRA(Buenos Aires), integrante da “Agrupacion Violeta”e militante do PTS

• GRUPO MAÇÃO PODRES – Insurreição Feminista (Santo André – Brasil)

• GUERRERO GARCÍA, Martha E. (México, DF)

• HERNÁNDEZ, Mirla. Feminista lésbica autônoma (República Dominicana)

• HERNÁNDEZ DÍAZ, Blanca (México)

• HUERTA TAMAYO, Gabriela (México)

• La Casa de la Mujer – (Bogotá, Colômbia)

• LAPA, Thaís. Do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM - Brasil)

• LOURENÇO, Edvânia Ângela de Souza. Professora Assistente Doutora do Depto. de Serviço Social da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Franca/SP (Brasil)

• MAGALHAES, Rosana. Feminista autônoma (Brasil - México)

• MAZZEI NOGUEIRA, Claudia. Prof ª. da Universidade Federal Santa Catarina (Brasil)

• Memorial Lélia Gonzalez (Rio de Janeiro, RJ, Brasil)

• MENDOZA GUERRA, Alicia. Militante do PRT (México)

• MENEZES, Clarissa. Mestranda da UFRJ (Brasil)

• MUÑOZ, Karina Ochoa. Feminista e professora pesquisadora da UACM (México)

• OLIVIERI, Mariana (Argentina)

• ONIJÁ, Mara. Militante e artista do Hip Hop, dirigente da LER-QI (Brasil)

• ORGANIZACION NACIONAL DEL PODER POPULAR-PARTIDO REVOLUCIONARIO DEL PUEBLO

• PAEZ MOLINA, Cristina (Argentina)

• PAN Y ROSAS "Teresa Flores" (Chile)

• PAN Y ROSAS (Argentina)

• PAN Y ROSAS (Bolivia)

• PAN Y ROSAS (México)

• PÃO E ROSAS (Brasil)

• PARTIDO REVOLUCIONARIO DE LAS Y LOS TRABAJADORES (México)

• PEREYRA, Aurelia. Grupo de Mujeres sin Moldes (Argentina)

• PESSAH, Marian. Mulheres Rebeldes (Brasil)

• PROYECTO MARIPOSA, Agrupación de Mujeres de Jujuy (Argentina)

• QUERALES, Amanda. (Venezuela)

• RAMÍREZ DELGADO, María. Escritora (Venezuela)

• REDE CHILENA CONTRA LA VIOLENCIA DOMÉSTICA Y SEXUAL- ROJAS BRAVO, Soledad (Chile)

• REDE "MUJER Y HABITAT DA AMERICA LATINA"


• REYES, Maribel Carmona. Feminista (Equador)

• RIGA, Liliana. Escritora (Argentina)

• RIX, Amanda Campos (Brasil)

• RODRÍGUEZ, Rosana. Coletiva feminista “Las juanas y las otras”. (Mendoza, Argentina)

• RODRIGUEZ FERNÁNDEZ, Sofía (México)

• TAMAYO, Gabriela Huerta. (México)

• VALORI, Silvia Mirta. Escritora

• VARGAS, Livia (Venezuela)

• VIEIRA, Bianca. Militante do Pão e Rosas e do movimento HipHop, Operadora de Telemarketing (Brasil)

• VIZCARRA BORDI, Ivonne. Pesquisadora do ICAR, UAM (México)

• ZABALA, Maria Belén.

• ZAMORANO CRUZ, Fabiola (México)

• ZIAURRIZ, Pilar. Engenheira. (La Pampa, Argentina)

• ZUBIA, Daniela Andrade. Coordenadora de “La Ciudad de las Diosas”



Outras adesões:

Declaração de apoio: Reputo como da maior importância a atitude do Pão e Rosas, do movimento de mulheres e de todos os que vivemos do trabalho no sentido de impulsionarmos uma campanha em defesa da população do Haiti. Tem total importância que nossa solidariedade para com as massas exploradas do Haiti seja dirigida às próprias massas exploradas, ou seja, não aceitemos qualquer interferência de tropas invasoras ou daqueles que são os autênticos responsáveis pelo saque histórico e lenta destruição de um país que já foi o maior produtor de açúcar do mundo e primeiro a levantar uma rebelião escrava vitoriosa contra as tropas estrangeiras de ocupação e invasoras já no século XIX. É o imperialismo e o capitalismo quem mantém o Haiti na condição de absoluta indigência social e que amplia e agrava todos os efeitos do desastre natural. Por isso me somo à iniciativa do Pão e Rosas e de cada sindicato combativo, de cada organismo de massa, de fábrica, de empresa e de escola que se levante em defesa da solidariedade de classe para com o povo do Haiti e pelo seu direito a decidir seu próprio destino. Fora as tropas estrangeiras e que as próprias massas do Haiti dirijam sua auto-defesa contra os efeitos do terremoto e do maior de todos os terremotos, o saque capitalista da nação haitiana. Gilson Dantas, editor da revista Contra a Corrente, Brasília, DF

Integro totalmente a campanha em prol das sofredoras mulheres haitianas. Juan Carlos Achiary

Direto da Faculdade de Arquitetura, UNAM, por uma sociedade sem classes. Viva o povo operário do Haiti! Sergio Miranda, México

Vladmir Santafé. GEP (Grupo Educação Popular – Brasil)

Queria prestar meu total apoio ao povo haitiano que há pouco tempo atrás sofreu uma catástrofe, que deixou sérias conseqüências para o país. Dentro desse cenário de inúmeras mortes, existe algo que é político e não natural na qual a grande imprensa esconde hipocritamente que precisa ser muito bem lembrado. A situação atual do Haiti é algo histórico que é fruto das grandes potências usurpadoras deste as grandes potências que tinham como a sua mão de obra o trabalho escravo escancarado legitimado até as grandes imperialista que tentam esconder, mas legitima o trabalho escravo sob a bênção do Brasil e seu exercito de cão de guardas em favor do imperialismo na fronteira entre a República Dominicana e o Haiti. Me junto ao Pão e Rosas e qualquer outro movimento de trabalhadores e de massas que se dispõe pra lutar contra as tropas da ONU liderada pelo Brasil, que tem o simples objetivo de garantir os grandes lucros das grandes multinacionais a partir d a exploração dos trabalhadores. Este mesmo exército que está no Haiti, numa suposta ''ajuda humanitária'' que no fundo é pra deter o descontentamento e revolta da população que está sendo considerada como ''Selvagens e bandidos'' pela a burguesia. Quero destacar o meu total repudio, a atos asquerosos que as mulheres haitianas são submetidas pelos cães de guarda do imperialismo que vai desde, o tráfico ilegal de pessoas até estupro para conseguir um pouco de dignidade e a sobrevivência dela e sua família. Guilherme de Almeida Soares. Estudante de Ciencias Sociais PUC-SP e Militante do Movimento Plenos Pulmões (Brasil)

Rosario Villarreal.

Flávio de Castro. Cientista político, UNICAMP (Brasil)

Mando minha solidariedade para povo ainda mais sofrido agora. As emissoras de televisão apresentam o problema como catástrofe natural que é. Porém deixam no ar o clima do inexorável, o impossível de conter. Também o é. Acontece que catástrofes naturais poderiam ter muito menos vítimas caso a estrutura econômica e social do país fosse diferente, ou seja, não fosse envolvida pela pobreza provocada e pela exploração. Marcelo Micke Doti

Mulheres haitianas: Desde fisicamente longe, mas perto no sentimento, meu apoio, como o de muitos, em defesa do directo de vocês à vida e desse povo. José "Pepe" Alvarez, jornalista de Santa Rosa, La Pampa, Argentina.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Basta de escravidão! Exigimos o pagamento integral aos trabalhadores da Personal!

No dia 11 de janeiro do presente ano, trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da USP, contratados pela empresa Personal de vigilância, paralisaram em resposta ao não pagamento de seus salários. Além disso, vários deles tinham pendentes outros direitos, como horas extras, vale-transporte, adicional noturno, etc. Paralisaram para dizer um basta ao completo desrespeito da empresa e a negligência da reitoria.
Mas o que a reitoria tem a ver com isso? É isso o que a burocracia universitária tem a dizer sobre os trabalhadores terceirizados: “o que temos a ver com eles? Eles são pessoas alheias à universidade.” Pois é, como se pode dizer que a/os trabalhadora/es que limpam, fazem a vigilância e servem em bandejões, como o da Química, são “pessoas alheias à universidade?
O que a reitoria não diz é que recorre à terceirização para cada vez mais dividir a nós trabalhadores em diversas “categorias” para que não nos unamos, nem para reivindicarmos nossos direitos mais elementares, nem muito menos para nos juntarmos aos estudantes em defesa de uma universidade mais democrática em todos os aspectos. O que ela não diz também é que a terceirização é a instauração de um trabalho semiescravo na USP, no qual a/os trabalhadora/es ganham salários de miséria, que chegam às vezes a ¼ do salário de um funcionário efetivo que realiza o mesmo serviço. Ela não diz também que, sem um sindicato que de fato represente essa/es funcionária/os, ela/es ficam bastante isolada/os, abrindo mais espaço para que recebam ameaças de demissão, sejam brutalmente assediada/os moral e/ou sexualmente, não tendo direito nem mesmo de ir ao banheiro durante o turno ou tendo de comer em banheiros... e na maioria das vezes ficam sem voz para conseguirem se colocar contra tudo isso, tendo que aceitar calados. E, na maioria dos casos, os que ocupam esses cargos de trabalho são mulheres e negros.
E como se não bastasse tudo isso, essas empresas ainda se dão o direito de não pagarem os salários que devem, com o consentimento silencioso da reitoria.
Por tudo isso, nós trabalhadoras e estudantes do grupo de mulheres Pão e Rosas, frente a essa importantíssima mobilização da/os trabalhadora/es da Personal, nos colocamos lado a lado dela/es na sua brava luta em defesa de seus direitos! E exigimos que a reitoria, que tem responsabilidade cúmplice pelo que a Personal está fazendo com trabalhadores, que pague integralmente tudo o que está pendente se a empresa não pagar.
E além disso, acreditamos que essa luta não é só dos terceirizados, mas de todos os trabalhadores que lutam contra a sua exploração, já que perde o efetivo que é demitido e perde o terceirizado que entra em seu lugar trabalhando em condições sub-humanas. Por isso chamamos toda/os a/os efetiva/os a se somarem nessa luta e levantarmos juntos a campanha “A terceirização escraviza, humilha e divide”, defendendo o fim da terceirização em todos os locais de trabalho, com a incorporação de todas as trabalhadoras e trabalhadores sem concurso público, uma vez que já provam na prática a sua capacidade de ocuparem tais cargos.

Pelo pagamento de todos direitos da/os trabalhadora/es da Personal sem mais um dia de atraso!

Nenhuma punição a nenhuma das companheiras e companheiros em luta pelos seus direitos!

Que a reitoria pague integralmente todos os direitos da/os trabalhadora/es caso a Personal não cumpra com suas obrigações trabalhistas!

A terceirização escraviza, humilha e divide! Abaixo a terceirização! Incorporação de toda/os a/os trabalhadora/es sem concurso público! Igual trabalho, igual salário!


Trabalhadoras e Estudantes integrantes do grupo de mulheres Pão e Rosas