quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Adiante mulheres trabalhadoras e jovens! Abaixo os ataques de Dilma à classe trabalhadora e às mulheres!


CHAMADO ÀS MULHERES DA CSP-CONLUTAS



Chegamos ao terceiro 8 de março, dia Internacional da Mulher, sob o governo Dilma. Durante esses anos, os que achavam que uma mulher no poder, simplesmente pelo fato de ser mulher, com a mesma política burguesa, poderia melhorar a vida das mulheres, se enganaram rotundamente. Ao contrário, o governo Dilma, em aliança com partidos burgueses e setores reacionários “pró-vida” mantém a carnificina do aborto clandestino que leva milhares de mulheres a morte, centralmente as mulheres trabalhadoras, negras e pobres. As mulheres continuam sofrendo com a violência doméstica, e, principalmente, com a violência institucional, que de forma velada ou escancarada submete as mulheres a todo tipo de violência. Violência do desemprego, através da conivência com as demissões que buscam descarregar nas costas dos trabalhadores a crise gerada pelos capitalistas, como no caso da GM. Violência dos ataques aos direitos, através do ACE, que flexibiliza direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e coloca o negociado acima do legislado. Violência da repressão ao povo pobre e aos que lutam, como ocorreu no Pinheirinho e ocorre diariamente nos assassinatos dos sem-terra. O Estado brasileiro, dirigido por uma mulher, não somente é conivente com isso, mas é o agente ativo em enviar a polícia e o exército para reprimir as mulheres e seus familiares nas favelas e nos morros, nas lutas dos setores mais precarizados dos trabalhadores. Aliás, é baseado na superexploração desses setores precarizados e terceirizados que se assenta o discurso de Dilma de que o Brasil está crescendo. É baseado nessa superexploração que o Brasil festeja ser sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Mas nem o crescimento econômico, nem a Copa e as Olimpíadas são para o povo trabalhador do Brasil. Os ônus aos trabalhadores e trabalhadoras e os bônus para a burguesia. Ônus também para as negras haitianas, que sofrem com as botas, os assassinatos e violações da “democracia” das tropas brasileiras que chefiam a suposta “missão de paz” da ONU nesse país.

A Marcha Mundial de Mulheres, dirigida pelo PT, junto às organizações feministas dirigidas pelos partidos da base governista, simplesmente ignora todos esses fatores, abstrai todos esses elementos da realidade, em nome de defender o governo do qual faz parte. Tem uma política criminosa que esvazia o movimento de mulheres, reivindicando que uma mulher no poder já é uma grande vitória. Isso ficou muito claro na preparação da marcha do dia 8 de março este ano em São Paulo (que será uma marcha unitária), onde aprovaram um panfleto que é um grande amálgama de todo tipo de discussões, sem um programa classista e uma perspectiva de organização das mulheres trabalhadoras e jovens para lutar contra os patrões e os governos.

Infelizmente, o papel do PSTU e do Movimento Mulheres em Luta foi de “aportar” para que o texto tivesse formulações gerais, como menção ao “governo federal”, mas sem mudar o problema de fundo de que é uma marcha que não coloca qual é a principal tarefa das mulheres trabalhadoras e jovens hoje. Nesse sentido, chamamos a que as mulheres do PSTU e do MML reflitam sobre essa política de fazer uma frente e assinar um panfleto comum com as mulheres governistas de forma acrítica, ao mesmo tempo que querem colocar como eixo no bloco das mulheres da CSP-Conlutas apenas “exigências” ao governo Dilma, alimentando ilusões de que Dilma pode ter políticas de defesa das mulheres. Defendemos que as mulheres da CSP-Conlutas coloquem uma delimitação clara em relação às mulheres das organizações feministas governistas, formando um bloco antigovernista e classista na marcha unificada e denunciando claramente o papel que esse governo vem cumprindo no que tange à vida das mulheres, de precarização do trabalho e da vida das mulheres trabalhadoras e jovens.

Um bloco classista e antigovernista poderia forjar uma unidade para lutarmos por um plano de luta que arranque o direito elementar ao controle dos nossos corpos através da legalização do aborto. Por outro lado, também poderia ser um passo no sentido de impulsionarmos uma campanha unificada contra a precarização do trabalho e da vida, que se expressa na repressão aos lutadores e lutadoras e ao povo pobre e negro, nas demissões e nos ataques dos governos de plantão. Devemos tomar como exemplo as mulheres lutadoras do mundo árabe, da Europa e as que lutam em todo o mundo contra o imperialismo e contra os ataques dos seus próprios governos, para impedir que os capitalistas descarreguem a crise que eles mesmos geraram nas costas dos trabalhadores e trabalhadoras.

Não somos uma mulher no poder! 
Precisamos ser milhares nas ruas para arrancar nossos direitos! 
Por um bloco de mulheres antigovernista e classista
 neste 8 de março!