domingo, 29 de novembro de 2009

O dia de luta contra a violência às mulheres em Honduras: Nem golpe de Estado, nem violência contra as mulheres!

Por Andrea D´Atri, diretamente de Tegucigalpa

(Tegucigalpa, 26/11/09) O dia de Violência contra as mulheres, foi vivido de maneira especial em Tegucigalpa, sob o regime golpista de Micheletti, e a poucos dias de realizar-se as eleições fraudulentas convocadas pelo regime, que são repudiadas pela resitência. A comemoração começou com uma conferência à imprensa da plataforma de Direitos Humanos, que inclui diversos organismos da região, onde denunciaram o processo eleitoral e a repressão sistemática e generalizada, como também as capturas e detenções ilegais por parte da polícia e exército, contra as pessoas que em seguida foram assassinadas ou apresentam sinais de tortura.

Gilda Rivera, Del Centro de Derechos de Mujeres, encerrou a conferência convocando as mulheres ali presentes a marchar até a “Plaza de la Merced” (Praça de Mercedes), onde se encontra a sede parlamentar, para comemorar o Dia da luta contra a violência às mulheres, sob a consigna que já fizeram mundialmente conhecida as Feministas em Resistência: “ Nem golpe de Estado, nem golpe às mulheres!”

Centena de mulheres, marcharam desde a sede da conferência, pelas ruas centrais de Tegucigalpa cantando consignas contra o regime golpista e a favor da assembléia constituinte, enquanto recebiam o apoio das vizinhas, comerciantes e pedestres que as acompanhavam com aplausos, saudações e bozinaços. Adelay Carias, do Centro de Direitos da Mulher (CDM), nos falou sobre o informe que deram as Feministas em Resistência, sobre as violações dos direitos humanos das mulheres, perpetuada pelas forças repressivas do regime. Elas denunciaram que muitas mulheres durante as detenções, sofreram abusos e violações sexuais. “Na confusão me perdi do grupo... Somente eu fiquei diante da patrulha. Não sei que rumo tomaram. (...) Me violentaram quatro policiais, logo me ultrajaram, me estupraram com a coisa negra que a polícia utiliza.” Disse uma das mulheres que testemunhou sobre a repressão e manifestção de Choloma de 14 de agosto. Uma professora de El Durazno denunciou: “ Me cuspiam, e atiravam terra e pedras com o sapato, me bateram com o cacetete nos braços e em todo corpo. Caí na sargeta de tanta pancada, e fraturei o pé esquerdo. Enquanto me batiam, gritavam: “ Filha da puta, vamos te deixar aleijada para que deixeis de nos foder.”

Jessica Islã, feminista independente, enviou uma saudação em solidariedade às trabalhadoras de Kraft-Terrabusi da Argentina que seguem exigindo a reincorporação de seus companheiros despedidos e para as trabalhadoras do Sindicato Mexicano de Eletricistas que iniciaram recentemente uma greve de fome em luta pela reincorporação dos mais de quarenta mil trabalhadores e trabalhadoras demitidas.

Faltando somente quatro dias para as eleições convocadas pelo regime golpista sob a astúcia do imperialismo norte americano, as feministas seguem em resistência, denunciando os crimes cometidos pela ditadura. Junto a elas, e em toda América Latina as mulheres lutam para que caiam os golpistas e denunciamos as negociações que serviram somente para fortalecer Micheletti, dizemos: Wendy Carolina, presente! Todas e todos os lutadores assassinados presentes hoje e sempre! Abaixo ao golpe! Não às eleições! Por uma greve geral até que caiam os golpistas. Que as organizações operárias, campesinas e populares da resistência convoquem uma assembléia constituinte revolucionária para refundar o país sob as necessidades das maiorias exploradas e oprimidas do povo hondurenho.

Traduzido por Bruna Bastos, do Pão e Rosas - Franca

O Pão e Rosas – Campinas está com a Chapa TERRA EM TRANSE nas eleições do CACH!

Nós do Pão e Rosas – Campinas julgamos ser importante nos posicionarmos frente às eleições do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) da Unicamp. Enquanto um grupo de mulheres que quer muito mais do que discutir o machismo e a opressão e como eles se expressam na universidade, atuando concretamente no seu combate cotidiano, entendemos a importância de que as entidades estudantis tenham um caráter claramente militante no que tange as demandas dos estudantes e trabalhadores de dentro e de fora da universidade, e também das mulheres.

A necessidade de um C.A militante se coloca com ainda mais força em um contexto em que o governo estadual e as reitorias atacam o ensino público com projetos como a Univesp, reprimem os lutadores das universidades como fazem com o SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP) e restringem a organização cultural dos estudantes e a ocupação do espaço público aqui na Unicamp. É fundamental que as entidades estudantis tenham um posicionamento político claro em relação a tudo isso. E que se dêem a tarefa de combater este projeto de universidade, no sentido de lutar pela democratização do acesso, da permanência e do próprio funcionamento das universidades, para que os milhares de estudantes que não passam no filtro social que é o vestibular possam estar nas universidades públicas.

Reivindicamos a tradição do CACH de ser um centro acadêmico militante também no que diz respeito às bandeiras específicas das mulheres. O ato organizado por este C.A, há pouco menos de dois meses, durante um evento em que estava presente o ex-arcebispo de Olinda (que diante da gravidez de uma criança de 9 anos decorrente de abusos sexuais disse que o aborto é um crime pior do que o estupro), as constantes discussões sobre a terceirização nas universidades e fora delas, que atinge particularmente as mulheres negras, e a luta pela permanência estudantil contra os assédios sexuais e casos de estupro na universidade e moradias estudantis são exemplos disso. O CACH deve continuar tomando as bandeiras das mulheres como suas!

Por tudo isso, chamamos a tod@s estudantes de Ciências Sociais e História do IFCH a conhecer e discutir o programa da chapa Terra em Transe. Entendemos que esta chapa levante as discussões e as propostas em defesa da democratização da universidade e de seus lutadores, bem como as bandeiras das mulheres.
NAS ELEIÇÕES DO CACH CHAMAMOS VOTO PARA A CHAPA TERRA EM TRANSE!

Pão e Rosas - Campinas

Para ver o programa completo da chapa: http://www.chapaterraemtranse.blogspot.com/

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Chapa Terra em Transe para o CACH da Unicamp: Por uma entidade militante contra o racismo, o machismo e a homofobia

Ao contrário do que muitos pensam, o machismo, a homofobia e o racismo também se expressam nas universidades. Estas, tidas como espaço privilegiado de reflexão e pensamento crítico, são muitas vezes palco de casos absurdos de preconceito e opressão. O recente escândalo da Uniban, em que uma estudante que usava um vestido tido como “inadequado” quase foi agredida por seus próprios colegas, chegando a ser expulsa pela direção da universidade é a prova mais gritante disso. Nas universidades públicas não é diferente. Há alguns meses estudantes da Unesp de Araraquara sofreram com assédios sexuais dentro da moradia e, na Unicamp, todos sabemos que o cotidianamente acontecem estupros dentro do campus, além dos casos de assédio moral contra trabalhadoras, estudantes e professoras. Na nossa moradia, as estudantes mães passam por situações constrangedoras durante a seleção para os estúdios (casas para famílias), tendo que provar que possuem uma relação estável. Nas relações de trabalho, o machismo e o racismo também se expressam, não por acaso a maior parte das funções mais precarizadas nas universidades, e também fora delas, são exercidas por mulheres negras, as terceirizadas que limpam o IFCH são um exemplo disso. Para nós, membros da chapa Terra em Transe, é fundamental que o movimento estudantil de conjunto e suas entidades, como os centros acadêmicos, impulsionem a auto-organização dos negros, das mulheres e dos GLBTT, além de tomarem toda a luta contra as opressões como sua. Nesse sentido, o CACH deve ser uma entidade militante contra o racismo, o machismo e a homofobia, levantando as bandeiras e as demandas desses setores, sendo um espaço permanente de expressão e luta contra as opressões. Clique aqui para o ver o programa completo da chapa.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"O Movimento Estudantil não é apenas um flash mob. Viva os estudantes que lutaram ao lado dos trabalhadores contra a entrada da polícia na USP!"

Por Dinizete Xavier, trabalhadora da USP e militante do Pão e Rosas

Movimento estudantil não é apenas um flash mob. Movimento estudantil é a parcela mais consciente de estudantes que entendem que sempre que necessário lutar lutarão. A tal chapa dos anti-greve, a turma do flash mob que está concorrendo as eleições do DCE deu entrevista no Estadão dizendo que são contra a radicalização do movimento estudantil da USP. Mas a radicalização de que eles falam é contra os estudantes que lutaram e apoiaram a greve dos trabalhadores e que lutaram lado a lado dos trabalhadores contra a entrada da PM no Campus e pela readmissão de Brandão demitido por perseguições políticas.

Esse nome (Reconquista) é apelação para voltar o fascismo pelo menos dentro da USP, não dando o direito das pessoas se manifestarem ou serem ligados a partidos políticos. Dizem ser apartidários, porém se for pelo menos Tucanos, tudo bem. O que não pode é ser pró operário. Preferem ser independentes e autônomos em relação às reivindicações dos trabalhadores! É claro que sim, algum desses sabe o que é trabalhar para sobreviver? Sabe quanto custa ao menos um quilo de feijão? Sabem quantos meses cada trabalhador deixa de salário para o governo? Será que sabem quem sustenta a Universidade?

Talvez até saibam, porém o projeto é estudar para gerenciar a empresa do papai e usar a universidade para produzir pesquisas apenas para o lucro, e não para a maioria que mantém a Universidade. Viva os estudantes que lutaram ao lado dos trabalhadores na greve de 2000, contra o projeto lei que privatizava a Universidade, o deputado também tucano naquela época teve de recuar. Viva os estudantes que lutaram em 2005 contra o veto ao aumento das verbas para as universidades, vetada pelo governo também tucano. Viva a ocupação de 2007 que impediu que o decreto de Serra, também Tucano, acabasse com a autonomia Universitária e que o obrigou a recuar com a Univesp. Viva o movimento estudantil que lutou ao lado dos trabalhadores contra a entrada da PM no Campus.

São esses estudantes compromissados com a luta em defesa da universidade, contra as fundações privadas, contra a terceirização, por ensino gratuito de qualidade em defesa de salários e condições de trabalho que tem de estar na diretoria do DCE. Parabéns aos estudantes e funcionários conscientes que defendem a Universidade. Fora os fascistas do flash mob. Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas, as margens que o comprimem.

Agradecimento da Federação Anarquista Gaúcha à solidariedade do Pão e Rosas

(Rio Grande do Sul, 26/11/09) Estimadas companheiras e companheiros do Coletivo Pão e Rosas. Ficamos gratos com estas palavras e a atitude solidária. Nossa melhor forma de agradecer é seguir em frente lutando contra o Neoliberalismo no RS. Nesta peleia, sem abrir mão de posições e estratégia estamos junto a todas as forças vivas da esquerda gaúcha e do movimento popular do pago. Um forte abraço, da FAG www.vermelhoenegro.org/fag

terça-feira, 24 de novembro de 2009

As estudantes e trabalhadoras do Pão e Rosas Brasil gritam pelas mulheres eletricistas do México: Não aos ataques de Calderón!

(Brasil, 24/11/09) Nós, estudantes e trabalhadoras que construímos o grupo de mulheres Pão e Rosas Brasil mandamos toda a solidariedade às mulheres eletricistas que ontem iniciaram uma greve de fome. Acreditamos que o ataque de Calderón à empresa Luz e Fuerza e ao Sindicato Mexicano de Eletricistas é um brutal ataque que deve ser respondido pelo conjunto da classe trabalhadora e das mulheres latino-americanas. Nós, que sempre nos levantamos quando o imperialismo ou os governos entreguistas atacam nossas irmãs, queremos deixar marcado aqui nossa completa solidariedade às bravas lutadoras do SME. Estamos do lado de vocês nas reivindicações pela revogação do decreto de extinção da Luz e Fuerza, retorno ao trabalho dos 44 mil sindicalizados despedidos e respeito ao contrato coletivo de trabalho. Essa nota de apoio será lida pelas companheiras do Pan y Rosas México na Conferência de Imprensa que será dada pelas mulheres eletricistas em greve de fome nesta quarta-feira. Clique aqui para ler a nota no site da Liga de Trabajadores Socialistas - Contracorriente, organização que impulsiona, junto a independentes, o Pan y Rosas - México.

Leia também o comunicado de imprensa:

Mulheres eletricistas iniciam greve de fome. Carregando seus filhos pequenos nos ombros, as trabalhadoras do Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME), chegaram anteontem ao acampamento improvisado ao lado de fora do edifício da Comissão Federal de Eletricidade (CFE), localizado na avenida Reforma e Insurgentes, onde começaram uma greve de fome por tempo indefinido. São 11 mulheres eletricistas, que após as duas da tarde do dia 23 de novembro se instalaram em pequenas barracas, onde vão levar a cabo esta forma extrema de luta, e se manterão em plantão permanente. Disseram estar dispostas a chegar às últimas conseqüências para que o governo federal atenda suas demandas: revogação do decreto de extinção da empresa Luz y Fuerza, retorno ao trabalho dos 44 mil sindicalizados despedidos e respeito ao seu contrato coletivo de trabalho.

25 de novembro: Dia de Ação Contra a Violência às Mulheres! Organize um amplo e impactante 25 de novembro com o grupo de mulheres Pão e Rosas!

“Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem”

Por Pão e Rosas Letras USP

Esses versos de Brecht expressam a nossa visão sobre a polêmica que se estabeleceu no curso de Letras em relação ao ocorrido na noite de quinta-feira da semana passada. Em meio à apuração da votação para o Caell, um grupo de pessoas entoou um grito de “gostosa”. Se dirigiam a uma militante que estava na mesa da apuração. Queríamos então que os autores da atitude machista se retratassem. E o que ouvimos, já do lado de fora do prédio, foram mais provocações e frases machistas. Filmaram, se esconderam e se trancaram no espaço dos estudantes; exigimos que apagassem as imagens, lembrando de todas as vezes em que os antigreves(istas) na universidade se utilizaram de edições bem arquitetadas postadas no Youtube para criminalizar o movimento estudantil e de trabalhadores na USP nesse mesmo ano. Apagaram, e então abrimos um corredor para que fossem embora. Demoraram, mais enfim saíram ao som das mulheres que mostravam que não engoliriam mais as manifestações machistas de setores de direita no curso em relação a mulheres do movimento estudantil.

Isso tudo se deu em meio a um clima de provocações e polarização que os setores próximos à “chapa do Fusca” – que é uma chapa que em seu programa defende o sistema em que vivemos, sistema esse que oprime e explora a imensa maioria da humanidade, e ainda com mais intensidade as mulheres, negros e homossexuais – levaram adiante contra as chapas “Estado de Exceção”, que compúnhamos, “Uma Flor nasceu na rua”, “Para que Poetas” e “AJR”. O “gostosaaa!” foi mais uma forma desse setor tentar desmoralizar o movimento estudantil que tanto detestam.

A nossa resposta não foi só em relação ao “gostosa”, mas a todas as provocações daqueles que querem destruir o movimento estudantil da Letras, este mesmo que se une aos trabalhadores para lutar pela universidade pública. Eles se utilizaram da opressão secular que o sistema capitalista impõe às mulheres para desmoralizar-nos. Foi um exagero? Vejamos: na universidade não encontramos um mundo de igualdades, nem entre as pessoas de diferentes sexos, nem de diferentes cores, nem de diferentes extratos sociais; aqui acontece exatamente como lá fora. A estrutura da nossa universidade é uma das mais elitistas, machistas e racistas desse país. Nela, são poucos os negros que entram para estudar e muitos os que entram para limpar o chão e ganhar um salário de miséria, e boa parte destes são mulheres. Nela, vemos uma burocracia encastelada que exclui a comunidade universitária e a sociedade – que a sustenta – das suas decisões, e que coloca cada vez mais nossa produção para gerar lucro para alguns poucos da FIESP e cia. Nela, vemos o silêncio dessa mesma burocracia frente aos atos de violência sexual contra estudantes mulheres nas moradias, que saem impunes. Nela, vemos o silêncio e a condescendência em relação ao assédio moral e sexual a trabalhadoras (como pudemos ver no caso da gripe A em que as trabalhadoras grávidas, que eram grandes alvos, não foram dispensadas, sob ameaças de terem seus salários cortados). Nela, vemos a academia, com suas teses rebuscadas, reproduzindo e muitas vezes justificando o machismo, a opressão, a exploração. E nela é que vemos que os estudantes não são iguais: alguns se colocam em defesa DESTA universidade (explícita ou veladamente), e outros querem transformá-la.

Esta universidade de uma só classe, a dominante e exploradora, abre espaço para a reprodução de uma opressão machista também entre estudantes. E nesse caso, a divisão entre nós também a trouxe, e esta só poderia estar a favor da direita. É contra a atitude desses estudantes, que reiteram a opressão existente na universidade, que nos revoltamos. E é dessa forma que nós, movimento estudantil, precisamos lutar contra a opressão às mulheres e contra aqueles que querem afundar o movimento.

Agora, com Rodas nomeado reitor, não podemos deixar que esses setores cavem espaço entre os estudantes. Temos que dizer abertamente que os que propõem que o CA seja um mero distribuidor de riquezas “para mostrar que o capitalismo dá oportunidades a todos”, para tirar dos estudantes a sua ferramenta de luta, que são os CAs e DCE, estão do lado da reitoria que quer destruir o movimento estudantil e de trabalhadores. E sabemos que Rodas virá com pequenas concessões, por um lado, e com mão de ferro, por outro, para continuar a desenvolver aquele projeto de universidade. É como dissemos: “Fusca não anda sem Rodas!”. E na greve, onde estavam esses estudantes? Votaram contra a greve e em nenhum momento a construíram. E nas assembleias, aparecem? Se sim, somente na hora de votar contra greve e paralisação. Nos outros momentos não, pois não querem discutir dentro do movimento estudantil as suas posições ou fazer críticas para tornar o ME mais efetivo em sua luta.

Outra coisa que ninguém diz é que no meio do conflito e ao lado dos opressores estava o estudante da Letras que integra o CDIE, o mesmo grupo que chamou a polícia para reprimir o ME, que invadiu uma assembleia dos trabalhadores ameaçando Brandão e o Sintusp, que hoje levanta uma chapa para o DCE que institucionalize (por parte dos estudantes) a presença da PM no campus e que se diz abertamente antigreve. É esse tipo de estudante que Rodas quer: o que desarticule o ME e sua luta junto aos trabalhadores em prol de uma universidade democrática e pública.

Perante tudo isso, se coloca a necessidade de abrirmos um debate com a chapa eleita “Veredas”. Durante este ano diversos membros da gestão Olhos Livres e estudantes que compõem a nova gestão estiveram ao nosso lado para defender o Sintusp e combater os estudantes do flashmob (CDIE) que se organizaram contra a greve, dissolvendo o seu “ato”; estiveram ao nosso lado para lutar contra os professores fura-greves que intimidavam os alunos com provas e trabalhos; estiveram ao nosso lado para boicotar as eleições para reitor e impedir a entrada dos professores no CO. Quando os estudantes de direita, a mídia e a reitoria classificaram a luta dos trabalhadores e seus métodos legítimos de organização, como os piquetes e a greve, como violentos e intransigentes, a Olhos Livres/Veredas defendeu conosco o direito de lutarmos com intransigência em relação à direita e a burocracia acadêmica. Agora, em sua campanha, disseram que “o sertão aceita todos os nomes”. Foi um de seus apoiadores quem primeiro iniciou o coro machista. Em seguida, alguns integrantes da chapa se colocaram como protetores dos agressores, e agora cabe perguntar-lhes: são estes nomes os que aceitam?

Este é o primeiro momento em que a nova gestão terá de decidir que vereda irá trilhar: a das mulheres que se organizam contra a opressão – como uma luta que deve ser assimilada até o final pelo ME – ou a daqueles que as oprimem como uma “brincadeirinha”, com a intenção de desmoralizar o movimento. As divergências que temos dentro do ME devem ser debatidas politicamente, e não com os métodos da direita. Ou utilizam o mesmo argumento que os antigreves utilizaram contra a greve na USP, dizendo que somos truculentos e violentos ao nos organizarmos para lutar, ou se colocam claramente em defesa da luta contra a opressão, dizendo junto conosco que a organização e a luta dos oprimidos é justa e legítima, e injustos são os que oprimem e querem se safar como se nada houvesse acontecido; e com esses não há como abrir diálogo. Esperamos que os companheiros da Veredas revejam a atitude de alguns de seus integrantes e se coloquem, mais uma vez, ao nosso lado nesta luta.

Assim esperamos que se coloquem também os companheiros das chapas “Para que poetas?” e “AJR”, que se colocam como combativos e que agora tem mais uma chance concreta de mostrarem se estão dispostos a construir isto na prática, ou se sua combatividade serão palavras ao vento. Não estavam lá; mas esperamos que travem essa luta junto a nós.

Reivindicamos o ato que fizemos junto aos companheiros da chapa “Uma flor nasceu na rua!” como um exemplo, portanto, de luta contra o machismo e contra os estudantes de direita no curso. É preciso ver que medidas incisivas devem ser tomadas frente a violências contra as mulheres que se reproduzem na universidade, e que fora dela tomam proporções enormes. Não podemos nos esquecer que no Brasil mais de 90% dos casos de maridos que matam e LINCHAM suas mulheres saem impunes. Dizemos em alto e bom som: Queremos que a USP seja o exemplo de uma nova tradição no movimento estudantil nessa luta!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

No Haiti, nos morros e favelas, nos locais de trabalho, no campo, nas universidades, em nossas casas...

Basta
de violência contra as mulheres!

Chegamos ao mês da consciência negra num contexto de recrudescimento da violência policial e racista que sofrem as mulheres e o povo negro nas periferias e favelas do Brasil. Por isso, o 20 de novembro tem que ser um dia de denúncia e combate às atrocidades contra o povo negro, apesar de todos os discursos de que o racismo é coisa do passado. A presidenciável Dilma Roussef, declarou que o crime organizado cresceu nas favelas pela falta de intervenção do Estado, propondo a “disputa do bem”, que significa reforço e investimento da polícia nos morros, com controle militar sobre o cotidiano dos moradores e constantes humilhações à comunidade negra e pobre.

Obama, primeiro presidente negro dos EUA, desde sua candidatura fortaleceu um discurso a favor dos negros, mulheres e imigrantes, mas rapidamente prova que veio para aprofundar a política imperialista e não irá parar com a violência contra as mulheres dos povos oprimidos. Assim que assumiu a presidência, sua política foi de injetar bilhões de dólares no sistema financeiro para salvar os capitalistas da crise. Mantém suas tropas no Iraque, Paquistão e Afeganistão (e ainda assim ganhou o Nobel da Paz!) justificando ser a verdadeira “guerra contra o terrorismo”. Foi conivente com o golpe de estado em Honduras, que teve uma brava mostra das feministas em resistência, junto ao povo hondurenho se mobilizando contra o golpe. E no último dia 13/10 aprovou no Conselho de Segurança da ONU a manutenção das tropas no Haiti, dirigida pelas tropas brasileiras do governo Lula que quer “mostrar serviço” para o imperialismo e hipocritamente faz seu discurso humanitário, mas que significa para as mulheres, crianças e todo o povo haitiano, nada menos do que mais violência, estupros, assassinatos e repressão às mobilizações populares. Contra a violência às mulheres e crianças haitianas, gritamos: Somos as negras do Haiti! Fora as tropas da ONU!

No Brasil, vemos pela TV Lula se vangloriar que foi o primeiro país a sair da crise, mas esconde que a saída só valeu para os capitalistas que se beneficiaram com a injeção de 360 bilhões de reais, enquanto os trabalhadores e o povo brasileiro pagam os prejuízos. No campo, enquanto o MST é criminalizado, os capitalistas do agro-negócio ganham milhões com ajuda do governo. A Síntese de Indicadores Sociais, recente pesquisa publicada pelo IBGE, demonstra que o crescimento do país beneficiou apenas os grandes capitalistas, mas a miséria, a fome, a baixa escolaridade, a falta de um sistema de saúde digno se mantém para a maioria da população.

As mulheres, apesar de terem mais anos de escolaridade que os homens, continuam recebendo salários menores. A maioria das crianças continua em situação de pobreza. O povo negro continua tendo menor escolaridade que os brancos, recebendo menores salários, e se tratando das mulheres negras a situação é pior ainda, são as que ocupam os postos de trabalhos mais precarizados e sofrem cotidianamente com a violência policial nas favelas, vendo seus filhos serem mortos, além de serem estupradas pela polícia em suas operações facínoras nos morros. O governo está comemorando a vitória do Brasil para sediar as Olimpíadas em 2016 no Rio de Janeiro, mas isso significa maior repressão ao povo pobre das favelas, para afirmar a imagem do país receptivo fazendo a “segurança” dos turistas. Terá o aumento da prostituição infantil, do turismo sexual e da exploração das mulheres negras mercantilizando seus corpos com o slogan das “mulatas do carnaval”. Violência e repressão que será exercida também sobre mulheres e povo sul africano, com a Copa 2010 na África do Sul.

Diante do respiro econômico que se liga a uma maior precarização do trabalho, recentemente diversas categorias se mobilizaram e enfrentaram a patronal, o governo e a burocracia sindical em importantes greves. Correios, metalúrgicos, professores, garis, bancários, INSS, só para enumerar alguns... Ainda que muitas destas greves tenham sido por reivindicações de melhorias de salários e condições de trabalho, esta é a prova de que a classe trabalhadora mobilizada e disposta a lutar, é capaz de derrubar os diários ataques de que são vítimas. O grande exemplo de luta foi a greve impulsionada pelos trabalhadores e trabalhadoras da USP, que vêm travando uma importante batalha junto aos estudantes e professores, e têm sido vítimas da intensa repressão por parte do governador Serra, a reitora Suely Villela e a polícia: todos representando os interesses burgueses e agora com seu mais novo representante, o novo reitor Grandino Rodas. Esses lutadores, como os trabalhadores do MST, que além de brutalmente assassinados são massacrados pelo governo de Yeda Crusius e difamados pela mídia burguesa, são ainda chamados de vândalos pelo presidente, deixando claro seu forte atrelamento com os latifundiários e políticos envolvidos em assassinatos de trabalhadores rurais sem terra. Recentemente, o governo Yeda mandou invadir a sede da FAG (Federação Anarquista Gaúcha) como mais uma demonstração de repressão por parte do Estado contra a mobilização dos movimentos populares e da classe trabalhadora. Basta! Diante disso gritamos: Abaixo a repressão! Por uma ampla campanha nacional contra a repressão aos movimentos sociais, sindicais e camponeses e contra a repressão policial aos negros e pobres nas favelas e periferias!

A caminho do dia 25 de novembro, dia internacional de combate à violência contra a mulher, nos deparamos com barbáries sustentadas, legitimadas e potencializadas pela exploração capitalista. São estupros, espancamentos, assassinatos, exploração sexual e tráfico de mulheres e meninas. Mulheres imigrantes vindas da Bolívia são vítimas da exploração das indústrias têxteis. Além de violência física e sexual, a precarização e superexploração do trabalho feminino também são uma forma de violência contra as mulheres, assim como o assédio moral nos locais de trabalho. O Estado e a Igreja nos privam de decidirmos sobre nossos próprios corpos, enquanto o aborto clandestino tem como conseqüência a morte de milhares de mulheres. E o direito à maternidade plena segue sendo negado com um sistema de saúde público precário, pressões dos patrões para que as mulheres não engravidem, entre outros fatores. E o que faremos agora com o acordo entre Lula e o Vaticano, que somente dá mais privilégios à Igreja? A mesma Igreja que se impõe sobre a vida das mulheres que morrem por conseqüências de abortos clandestinos, também se impõe sobre a vida de milhões de pessoas quando condena o uso de camisinhas que além de prevenir gravidez indesejada, previne várias DST’s, quando nos aproximamos do Dia Internacional de luta contra a AIDS, 01 de dezembro.

E nesse mesmo Brasil, o país onde a burguesia brasileira nos oferece uma demagógica “emancipação” através de uma suposta “liberdade sexual” e da exposição de nossos corpos, casos como o da estudante Geisy, ao ser ameaçada de estupro e agredida pelos estudantes da UNIBAN por usar um vestido curto na universidade, é produto de uma moral burguesa que mercantiliza o corpo da mulher, para controlá-lo. Mas é também produto de uma sociedade dividida em classes, onde o poder de uma instituição de ensino como a UNIBAN está nas mãos de uma cúpula de diretores onde os estudantes e funcionários não têm voz. Tanto é que a resposta da UNIBAN foi a expulsão da jovem, com um recuo rápido, quando distintos setores da sociedade se pronunciaram diante de tamanho reacionarismo. É preciso lutar pela punição e destituição da direção desta universidade, assim como pela estatização e por uma estrutura de poder democrática como única saída real para que a comunidade universitária tome para si os destinos da universidade. Enquanto isso não acontecer, novas Geisys surgirão, talvez de forma mais dissimulada, latente, escondida, mas sempre como forma de perpetuação dessa opressão milenar que sofremos. As estudantes vítimas de assédio sexual nas moradias estudantis devem se unir às estudantes das universidades privadas numa luta contra a opressão às mulheres, mas entendendo que se trata de uma luta maior contra esse sistema de ensino excludente, machista e racista, e conseqüentemente, contra toda esse sistema capitalista.

A violência contra a mulher não é uma questão individual ou privada. A violência está diretamente ligada à opressão histórica da mulher que se inicia junto com o surgimento da propriedade privada. Nos dias de hoje, o capitalismo se beneficia super-explorando as mulheres, dividindo a classe trabalhadora e lucrando de maneira exorbitante, além de legitimar e justificar a violência contra as mulheres. Por isso dizemos que nossa luta não é apenas contra o machismo, e sim contra esta sociedade de opressão e exploração chamada capitalismo. E por mais que haja leis em defesa das mulheres, esbarram numa grande contradição: essas leis são feitas pelo mesmo Estado que garante manutenção dos órgãos de repressão e da propriedade privada, o mesmo Estado que reprime e mata.

Mulheres, é necessário que acreditemos em nossas próprias forças. É por isso que neste mês de novembro queremos organizar um amplo e impactante dia contra a violência às mulheres que seja combativo, contra o governo, classista e anti-capitalista. Também por tudo isso, estamos lançando a campanha pela retirada das tropas “Somos as negras do Haiti” e estamos participando de eleições estudantis na PUC-SP, na USP, na Unicamp e na Unesp, colocando toda essa luta como parte das chapas que impulsionamos. Também com esse espírito estivemos no Congresso Estatutário do SINTUSP, onde aprovamos a organização anual de um Encontro de Mulheres Trabalhadoras. Queremos que você, mulher trabalhadora, efetiva ou terceirizada, estudante, camponesa, dona de casa, desempregada, junte-se a nós nessa luta para gritar: Seja no Haiti, nos morros e favelas, em nossos locais de trabalho, no campo, nas universidades, em nossas casas: Basta de violência contra as mulheres!
...e que as mulheres do Haiti escutem nossas vozes!

O jornal do Pão e Rosas tem um espaço que é seu!

Abrimos as páginas do nosso jornal para as mulheres trabalhadoras em luta, para aquelas que sofrem assédio moral em seus locais de trabalho, para as estudantes, para as mulheres desempregadas e donas de casa... para todas que são oprimidas e exploradas e querem fazer escutar as suas vozes na luta contra esse sistema capitalista! Mande seu depoimento, texto, comentário, denúncia, relato, entrevista, poema para o email paoerosasbr@gmail.com


“A bala dos fuzis têm invadido nossas casas”

A violência policial vivida pela população e sofrida mais intensamente por moradores dos morros e favelas não tem limites! A bala dos fuzis têm invadido nossas casas e levado nossos amigos e familiares. Soldados da polícia com suas imundas botinas têm invadido as casas de moradores das favelas cariocas para roubar, matar e abusar das filhas e trabalhadoras.

No mês de setembro foi noticiado nos principais jornais o que a mídia hegemônica citou como “suposta violência sexual” de uma jovem no morro da Mangueira. A noticia no site G1 da Globo tem título “ Moradora da Mangueira acusa policial do BOPE de estupro” dando margem a manchete para uma invenção da menina. Toda a reportagem faz referência à moça como suposta vítima, levando sempre o leitor a indagar sobre a acusação. E muitos da população, comentários de fóruns nos jornais, insinuam que a moça era mulher de traficante, como se um fato justificasse o outro. Mesma postura quando algum morador de favela é assassinado por “bala perdida”, sempre a pergunta/justificativa é “ele era bandido?”. Porque se as respostas são afirmativas a população a favor da morte tem um argumento para o policial de “dever cumprido”.

Apresentada a introdução sobre o abuso sexual dessa moça, pensei antes de começar a escrever tal artigo na quantidade de violências que a mulher na sociedade sofre, moças namoradas de traficantes que são espancadas, ou quando com 13 ou 14 anos citadas nas letras de funk carioca como “novinhas” vendem seus corpos para homens muito mais velhos para sobreviverem. Independente do que diz a reportagem da moça ser ou não namorada de um traficante, que provavelmente já devia sofrer agressões, e a policia que além de invadir e violentar, já existe um ESTADO que a violenta em seus direitos de mulher e cidadã da falta de hospitais de qualidade, escola, lazer e todo conjunto de deveres que tem o ESTADO que só abastece o caveirão.

L. estudante de Ciências Sociais que reside numa comunidade no Rio de Janeiro


“Não vou esperar a massa do pão crescer e nem o jardineiro colher as flores”

Quando recebi o convite para escrever para o jornal, fiquei muito surpresa, pois hoje em dia é quase que impossível achar espaços disponíveis para secundaristas assim como eu, onde possamos expressar nossos pensamentos e ideais.

Talvez não exista um fator responsável por isso. Nós secundáristas talvez estejamos fechando os olhos para a realidade e deixando assim que outros decidam nosso futuro.

Em meados de agosto, a chapa da qual faço parte foi eleita com 98% de aprovação dos alunos. Esta aceitação nos tornou mais conscientes da realidade demonstrando assim a expectativa e a ânsia dos mesmos em ter um órgão representativo,que supra suas necessidades dentro da escola.

Algo perceptível desde o inicio da formação da chapa foi o sexismo junto com o machismo impregnado em alguns integrantes. Via-se de forma clara a exclusão de nós mulheres. Os homens sempre querendo ter voz ativa, assim ofuscando a voz feminina, tirando-nos assim uma das poucas situações em que pudéssemos nos sentir livres pra nos expressar, sem a presença da opressão que vivenciamos em nosso cotidiano ocasionado pelo machismo, ali sempre presente.

Em meio a tudo isso, fiquei espantada em perceber em como um órgão, cujo objetivo é o de tentar acabar com o preconceito, machismo e sexismo dentro do nosso meio escolar, que ainda esteja encarcerado essas práticas.

Por desprezar essas atitudes não pude me abster de cumprir meu dever em declarar que a mulher também tem poder. Assim criando a coordernadoria de opressões, até então nunca mencionada em reuniões. Logo de início houve a repulsa de alguns integrantes do grêmio e o julgamento pré- concebido de ser desnecessária a abertura para uma nova coordenadoria, mesmo tendo esta devida importância. Após várias tentativas os mesmos que se colocavam contra, baixaram a guarda dando abertura para poder começar a prática de um projeto de conscientização feminina com o preceito a valorização da mulher.

Até o presente momento nesta coordenadoria a única integrante sou eu, sendo que na sua maioria o grêmio é formado por mulheres.Na minha opinião o principal causador deste número lamentável é a falta de espaços parar divulgar os projetos e o moralismo aliado ao machismo presentes nas decisões dos(as) integrantes do grêmio, resultando assim na votação de todos os projetos apresentados por mim,sem alegações de motivos concretos.

Mais decidi: - Sou a voz que não irá se calar.

No meu mundo não vou esperar a massa do pão crescer e nem o jardineiro colher as flores.Vou ceifar o trigo, preparar a massa, para só depois colher as rosas e sentir o seu perfume.

Ana Caroline, estudante secundarista da ETE Albert Einstein, São Paulo

Trabalhadoras, vamos juntas lutar contra a dupla jornada!

Sheila Diaféria, militante do Pão e Rosas e servidora do Judiciário Paulista


Olho o relógio e dou um suspiro de alívio. 19 horas, enfim acaba mais um dia de trabalho. Bato o ponto e dirijo-me para a rua com uma sensação boa de ter cumprido minha jornada de trabalho. Durante o percurso até o ponto começam a surgir em minha cabeça as tarefas que me aguardavam em meu lar:
“Preciso preparar o jantar, lavar a louça, colocar a roupa para lavar, verificar o banheiro, recolher o lixo, os brinquedos e tudo o mais que estiver espalhado pelo caminho, conversar com minha neta, saber do seu dia e isto inclui neste curto espaço de tempo brincar um pouco também. Minha filha também cobra sua cota de atenção, quer conversar, contar o seu dia, seus problemas, pois sente necessidade de conversar com um adulto”.

Ao lembrar disso tudo tento criar forças e ânimo, pois são tarefas que não posso deixar para o dia seguinte. E assim, a noite se torna longa.

A classe trabalhadora feminina com toda certeza compreende o que estou falando.

Este trabalho “invisível”, feito majoritariamente pelas mulheres, permite que milhões de assalariadas e assalariados se levantem todos os dias para ir a seu trabalho. Mas a outra parte deste trabalho necessário, o que se realiza gratuitamente entre as quatro paredes da casa – ou seja, no mundo destinado exclusivamente à reprodução da força de trabalho – ninguém percebe.

Em todas as sociedades divididas em classes existem três processos para a reprodução da força de trabalho: em primeiro lugar, certas atividades diárias para re-estabelecer a energia dos produtores como descrito nas primeiras linhas permitindo-lhes voltar a trabalhar; em segundo lugar, a responsabilidade em cuidar dos membros inativos (no sentido capitalista de “não produtivo”) das classes exploradas – crianças, idosos, doentes, desempregados – que cabe exclusivamente às “donas de casa” consideradas também improdutivas; em terceiro, os processos de “substituição” que renovam a força de trabalho, substituindo os membros das classes exploradas que morrerem ou não puderem trabalhar por novas gerações (gerar filhos).

Por tudo que foi explicado até agora, precisamos ter como meta nos reunir para trocar idéias sobre as nossas vidas e sobre tudo o que nos oprime. Ter clareza do que acontece no nosso país e no mundo como um todo, politicamente, socialmente, as tragédias do mundo e procurar explicações para tudo o que acontece. Com isso, veremos que a opressão da mulher foi construída historicamente a partir do estabelecimento da propriedade privada e que nossa luta contra a opressão passa pelo combate ao capitalismo – a burguesia, os governos, o Estado e todas as suas instituições. Com essa perspectiva, lutamos pelas nossas demandas. Pela efetivação das/os terceirizadas com salário e direitos iguais, pelo salário mínimo do DIEESSE para conseguir sustentar nossas famílias, por lavanderias e restaurantes comunitários, por creches e escolas 24 horas.

- A auto-organização para debater nossas dificuldades perante esta sociedade machista e capitalista;

- Unificação das fileiras de trabalhadoras terceirizadas com as trabalhadoras efetivas com salário e direitos iguais. Pelo fim das diferenças salariais entre homens e mulheres.

- Salário mínimo necessário para uma família (conforme cálculos do Dieese);

- Creche-escola 24horas (não apenas para trabalhar, mas para podermos ter uma vida social, cultural, política);

- A decisão de ter ou não filhos depende unicamente da mulher, por isso o direito ao aborto é um direito à vida. Não é certo que só as mulheres com dinheiro possam ter direito a esta escolha, porque têm condições de pagar por uma clínica cara e boa.

- Lavanderias e restaurantes comunitários para que não percamos horas com essas tarefas e tenhamos tempo para nos relacionar com nossas famílias, nossos companheiros e podermos estudar e nos reunir para debater nossos interesses.

Faço um chamado às mulheres que desejam mudar de fato esta sociedade elitista e racista a se reunir no grupo Pão e Rosas para que juntas possamos encontrar saídas para a exploração e opressão que sofremos nesta sociedade capitalista.

Falam as sapateiras de Franca...

Publicamos abaixo os depoimentos de Débora e Claudinha, integrantes do Pão e Rosas – Franca:

Quando falamos em Franca, logo pensamos: ”Capital Mundial do Calçado”, mas não sabemos o que vem por trás desse titulo. Uma realidade dura pra todos trabalhadores e trabalhadoras que somos explorados diariamente pra construir o império de nossos patrões. Trabalhamos em um ambiente sujo, sob forte calor, com uma carga horária intensa, com barulho quase que insuportável e em condições desumanas.

E a situação se agrava ainda mais para as mulheres. Nós, sapateiras, somos desvalorizadas – a maioria ganha um salário mínimo – trabalhamos em quantidade desproporcional ao que recebemos. Muitas de nós exercemos funções iguais de homens e nem por isso ganhamos o mesmo. E ainda enfrentamos dupla jornada, sim porque as que não são estudantes são em grande maioria mães de família que, além de trabalharem fora, ainda cuidam da casa, dos filhos, do marido, etc.

Quando abordamos a problemática da exploração feminina, das sapateiras, por exemplo, não tratamos de uma guerra de sexos nem de transformar a sociedade em matriarcal, com um feminismo sem nexo. Trata-se apenas de uma luta por melhores condições de trabalho, para nós, de valorização da mulher, de construção de um local de trabalho que não exija de nós a exaustão, que nos permita trabalhar, estudar, cuidar da família, sem esgotar nossas forças, e principalmente, que nos permita sermos MULHERES.
Mulheres que se amam, que se gostam, se valorizam, que gostem de si.
Para que ser sapateira, um dia, possa ser orgulho, não uma decepção.

Débora, sapateira e estudante de História

***
Tenho dezenove anos, curso Serviço Social pela UNESP e trabalho há dois anos numa empresa de calçados. Há pouco tempo faço parte do grupo Pão e Rosas – Franca, que atua unificando estudantes e trabalhadoras, por exemplo, trazendo à universidade discussões sobre a realidade das sapateiras.

Acredito que iniciativas como essa são de fundamental importância, uma vez que, como tenho presenciado no meu dia-a-dia, minhas colegas de trabalho não se dão conta da dupla, ou até mesma tripla exploração à que são submetidas. Mulheres estas, que não apresentam nenhuma perspectiva de independência, e que em muitos casos, já se conformaram com a realidade em que estão inseridas.

Sei que não vai ser uma tarefa fácil, visto que, pela necessidade do emprego e medo de perdê-lo, muitos se negam a reivindicar seus direitos, e lutar por melhores condições de trabalho. Mas o que eu tenho aprendido com o grupo, é que não devemos desistir dessas trabalhadoras, planejando os meios corretos para chegarmos a elas, e fazer um processo de conscientização, não só dessas mulheres trabalhadoras, mas dos trabalhadores como um todo.

Então, tendo consciência da exploração sofrida, e de que a união e a organização entre eles são indispensáveis para lutar contra tais injustiças, os trabalhadores lutarão por si só, transformando esse projeto do grupo junto às sapateiras, apenas no primeiro passo rumo à vitória da classe trabalhadora.
Claudinha – sapateira e estudante de Serviço Social

Pão e Rosas no Congresso de Trabalhadores da USP

"Congresso do SINTUSP avança no classismo, na democracia operária e aprova organização de Encontro Anual de Mulheres Trabalhadoras da USP"

Após 57 dias de greve na luta em defesa de nosso sindicato, e agora na campanha que fazemos contra a repressão aos lutadores e lutadoras e pela democratização real da universidade, nós trabalhadores e trabalhadoras da USP realizamos nosso V Congresso Estatutário, que foi um momento de importantes discussões políticas sobre essa fundamental ferramenta dos trabalhadores que tanto vem sendo atacada pela Reitoria e pelo governo - o que tende a piorar com a "eleição-indicação" de Grandino Rodas para reitor. Somente um sindicato que prime pela independência política do Estado, dos governos e dos patrões, ao mesmo tempo em que se utilize do princípio da democracia operária, baseado nas assembléias das categorias, na rotatividade dos dirigentes sindicais e na organização pela base, poderá ser uma ferramenta a altura dos desafios e enfrentamentos que teremos pela frente. Para as mulheres trabalhadoras significou um grande avanço, porque o classismo aplicado no dia a dia é o que pode permitir que avancemos na luta pelos nossos direitos, lutando contra a dupla jornada e contra qualquer forma de violência às mulheres, e que nesse Congresso demos um primeiro passo, com a aprovação por aclamação de uma Secretaria de Mulheres que organize, entre outras atividades, um Encontro Anual das Mulheres Trabalhadoras da USP aberta a todas as categorias.

Diana Assunção, dirigente da LER-QI, integrante do Pão e Rosas e trabalhadora da Faculdade de Educação da USP

Pão e Rosas - Rio Claro e Araraquara: Chega de violência contra a mulher!

É preciso que toda a juventude se levante para lutar contra a violência à mulher!

A violência sexual no interior do país é algo que cresce de forma assustadora, vemos o aumento de ocorrências de atentados contra mulheres seja nas ruas, seja dentro das suas casas ou mesmo dentro das Universidades, seguido da resposta da polícia e da mídia inocentando os culpados, ou no caso da Universidade, abafando os casos.

No interior de São Paulo, bem como deve acontecer em outras partes de nosso país de proporções continentais, casos de estupro são investigados, mas os inquéritos policiais são abertos com o intuito de questionar a palavra de crianças e mulheres estupradas, convertendo as vítimas em culpadas quando se ressaltam os argumentos visando apresentá-las como erradas e mentirosas dando assim, respaldo para a atuação de diversos maníacos que vivem tranqüilamente em nossa sociedade, enquanto as mulheres assediadas carregam dentro de si o peso da culpa e muitas vezes a vergonha de terem sido assediadas.

Temos como exemplos desse mecanismo utilizado para maquiar os casos de assédio sexual, o caso ocorrido ainda em 2007, na Moradia Estudantil da Unesp Rio Claro, (caso que, assim como em várias outras instituições, foi abafado pela Universidade) onde um aluno do curso de Geologia (curso do qual o diretor do Instituto na época era professor) assediou uma companheira de casa enquanto ela estava alcoolizada. A direção alegou que a aluna não deveria ter bebido, a partir do momento em que ela o fez abriu margem para que o aluno fizesse com ela o que ele quisesse. Por mais absurdo que pareça, esta é a mesma opinião da delegada da Delegacia da Mulher. Tanto o assediador quanto a estudante que sofreu o assédio receberam a mesma “punição”, ambos foram expulsos da Moradia. O assediador ainda é taxado de coitado por alguns alunos da Unesp que souberam do caso, o que demonstra o extremo grau de alienação e consciência reacionária da maioria dos estudantes universitários.

Mais recentemente tivemos os casos de estupro ocorridos na Universidade Federal Fluminense, campus Rio das Ostras, onde a diretoria da Instituição teve acordo de que não poderia fazer nada contra um estuprador em série, levando em consideração que os casos ocorreram fora da Universidade, com ingressantes de apenas 18 anos. O delegado da cidade, como bom homem da lei, disse que tais tipos de ocorrência são banais e corriqueiras, e assim sendo, não poderia fazer nada á respeito.

Voltando agora ao estado de São Paulo, o mais promissor e desenvolvido de nosso país, encontramos novamente dentro dos muros da Unesp, casos de tentativas de estupro ocorridas no campus de Rio Claro e que a direção, (como bem manda nosso conjunto de normas morais) nada disse ao conjunto da comunidade acadêmica, reagindo da forma mais passiva possível, deixando o campus no mais completo breu (o campus de Rio Claro possui enorme extensão e iluminação precária).

Ainda na tão elogiada Unesp, agora em Araraquara e novamente na Moradia, veio à tona o caso de um morador que assediou estudantes durante os 6 (seis) anos em que esteve lá. Essas estudantes, temendo represálias, mantinham o silêncio, bem como os demais moradores. A Direção da Faculdade, após ser pressionada pela mobilização de estudantes (que estavam dispostos a lutar pela saída do assediador da Moradia), receosa com a proporção que essa mobilização poderia tomar e com o escândalo que poderia prejudicar a burocracia acadêmica, decidiu sim, tirar o assediador da Moradia. A saída encontrada pela burocracia acadêmica foi um tanto quanto benevolente: concedeu uma bolsa ao assediador (após ter cortado grande parte dos auxílios alimentação dos alunos), demonstrando assim sua “revolta” com o caso, que ainda rendeu um incêndio em um dos blocos da Moradia.

Como infelizmente a lista de casos é gigantesca, temos ainda exemplos em Rio Claro, onde no último mês oito mulheres foram estupradas e a polícia fez seu papel: inventou histórias e, com a colaboração da mídia, questionou a veracidade dos casos relatados pelas mulheres. Desses oito casos, três, incluindo o de uma menina de apenas 13 anos que foi estuprada por 5 (cinco) homens, entre eles um senhor de mais de 60 anos, foram desmentidos pela mídia. Ora acusando a mulher de infidelidade, ora questionando como uma mulher pode ser estuprada por seu namorado, ora dizendo de forma hipócrita que era pura invenção de uma mente fantasiosa e pervertida.
Mas a violência contra a mulher tem origens milenares, é anterior a essa sociedade que conhecemos, o capitalismo, e está ligada com o surgimento da propriedade privada e da família. Apesar de que as formas de violência (e de organização social) se modifiquem, bem com a compreensão social da mesma, deriva dessa opressão da mulher no seio da família e da propriedade privada a idéia de que a violência praticada contra a mulher seja algo "privado", que ocorre no âmbito doméstico e que portanto ninguém deveria se meter. Quando ocorre fora do âmbito familiar, não é raro ouvirmos que "ela provocou", seja por estar usando tal ou qual roupa (como no caso recente de Geisy Arruda da Uniban), ou ainda, alguns afirmam que a mulher estaria "faltando com a verdade", ou que o seu relato de ter sido vítima de uma violência seria uma "suposição" (como recentemente noticiou o G1, em relação à denúncia de estupro por um policial do BOPE feita por uma moradora do morro Mangueira, no Rio de Janeiro). Ou seja, ao mesmo tempo em que se estabelece que é "politicamente correto" ser contra a violência contra às mulheres, discursos e práticas cotidianas demonstram o contrário. Apesar de que sabemos que as mulheres burguesas também sofrem com a violência à mulher, casos que envolvem mulheres burguesas são tratados de forma diferente de casos que envolvem mulheres pobres ou negras, nestes últimos é bem mais comum que a veracidade do ocorrido seja questionada. Isso ocorre porque vivemos em uma sociedade burguesa que tem um extenso histórico de opressão à classe trabalhadora.

Diante de todos esses acontecimentos, os quais todas as mulheres estão sujeitas, fica claro que apenas as pobres sofrem com a impunidade e com o desrespeito das autoridades e de toda a sociedade. Nós do Grupo de Mulheres Pão e Rosas chamamos todos e todas a nos levantarmos para gritar:

Basta de violência contra a mulher! Punição aos culpados!

Que todas e todos estudantes, suas entidades sejam grêmios, CA’s e DCE’s, assim como a ANEL, tomem com seu o exemplo que nos dá o movimento estudantil da Unesp de Araraquara, que após intensa mobilização conseguiram expulsar um assediador da moradia estudantil, se colcando à frente na luta contra a violência a mulher. Tomemos em nossas mãos esse exemplo e essa bandeira de luta, chamando a mais ampla discussão e mobilização nesse próximo dia 25 de novembro, dia internacional de ação contra a violência à mulher!

O Pão e Rosas nas universidades: atuando pelos direitos das mulheres e por entidades estudantis militantes

Por Bia Michel, integrante do Pão e Rosas
e da chapa PAGU para o CASS/PUC-SP


Se alguém ainda imaginava que nas universidades a opressão à mulher não se expressasse de maneira tão gritante, o caso recente da Uniban demonstrou o contrário. A universidade, que deveria ser um espaço de produção de conhecimento crítico, é um cenário em que o machismo se reproduz sistematicamente. Outro exemplo está nos casos de assédio sexual nas moradias e universidades que temos denunciado fazendo um chamado a romper o silêncio frente à tamanha violência. Partindo da necessidade de dar uma resposta combativa a tal situação, neste fim de semestre, o Pão e Rosas está sendo ativo na construção de chapas para as eleições de entidades estudantis junto a companheiras e companheiros independentes, como no Serviço Social-PUC, Letras-USP e Ciências Humanas-Unicamp.

Para nós, mulheres, é sempre mais difícil nos organizar por nossas demandas. Nas universidades, defendemos que nas entidades as estudantes possam encontrar um amplo espaço de discussão e organização para podermos, assim, nos colocar no movimento estudantil, convencendo nossos companheiros a levantar nossas bandeiras e para que possamos também nos ligar às trabalhadoras de nossas universidades que são muitíssimo exploradas, como as terceirizadas.

Não nos conformamos com o fato de que as demandas das mulheres sejam tratadas como notas de rodapé dos programas e das resoluções dos encontros estudantis. É preciso estabelecer uma prática militante que coloque na ordem do dia do movimento estudantil as demandas levantadas pelas mulheres. Foi com essa compreensão que desde o CACH-Unicamp, centro acadêmico do qual fazemos parte, que impulsionamos em outubro um ato pelo direito ao aborto em repúdio à presença do bispo de Olinda que afirmou que o aborto é um crime pior que o estupro.

Assim como a luta pelo direito ao aborto, temos atuado nas universidades e também nos fóruns do movimento estudantil como a ANEL lutando para que sejam incorporadas às lutas cotidianas questões como a luta por creches nas universidades para os filhos das estudantes e das trabalhadoras; direito à moradia e permanência estudantil para as estudantes que são mães; defesa das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, defendendo a sua efetivação com salário e direitos iguais aos dos efetivos.

Ao mesmo tempo, não nos limitamos às questões tidas como específicas das mulheres. Como um grupo de mulheres classista e militante, nos colocamos ao lado das lutas dos trabalhadores e contra todos os ataques dos governos e reitorias. Nessa perspectiva que o Pão e Rosas atuou na mobilização das estaduais paulistas neste ano, que começou com a greve dos trabalhadores da USP e ganhou maiores proporções após a repressão da policia. Hoje, essa luta precisa ter continuidade apresentando nas eleições estudantis um programa que se coloque em defesa de todos os lutadores que vêm sendo perseguidos.

Isso tudo se coloca numa perspectiva de subverter a lógica que coloca as entidades estudantis como meros aparatos que pouco ou nada servem para as lutas concretas. Queremos centros acadêmicos que se coloquem ativamente frente à realidade, como fizeram os estudantes da Universidade de Buenos Aires recentemente manifestando-se contra a repressão policial aos trabalhadores da Kraft-Terrabusi.

Estamos nos colocando a lutar por entidades estudantis que não se adaptem à atual estrutura de poder estabelecida nas universidades, dando um combate pela democratização como fazem nossas companheiras e companheiros na USP boicotando as eleições para reitor. E porque não estamos satisfeitas dentro da universidade sabendo que a maioria da juventude brasileira está fora dela, temos que colocar de pé entidades estudantis que levem à frente uma dura luta pelo fim do vestibular e pela estatização das universidades privadas, para que o acesso à universidade seja de fato democratizado.

Chamamos as estudantes a lutar conosco contra o elitismo, racismo e machismo que ainda imperam nas universidades e pelos direitos das mulheres!
Entre em contato conosco para organizar o Pão e Rosas em sua universidade!

Apóie e vote nas chapas que o Pão e Rosas participa nessas eleições estudantis!

"Queremos que o CEUPES encabece uma nova tradição na luta contra a opressão da mulher na USP"

Queremos um centro acadêmico militante que tome com toda centralidade a luta contra a opressão das mulheres, sabendo que nesta universidade é preciso acabar com a tradição de "mulheres no poder" como Suely Vilela que colocou a polícia pra nos reprimir. E também é preciso combater a tradição de professoras como Eva Blay – fundadora do PSDB, um dos principais partidos burgueses no país – que desde a década de 1960 enche a boca para falar sobre as operárias industriais. Contra esse feminismo burguês, queremos colocar nosso Centro Acadêmico a serviço de resgatar a história das grandes lutadoras socialistas para hoje forjar uma nova tradição dentro da universidade, a tradição das mulheres trabalhadoras, das terceirizadas da limpeza, das estudantes combativas, das moradoras do CRUSP, das donas de casa e trabalhadoras da São Remo.

Flávia Vale, integrante da chapa Canto de Guerra para o CEUPES-USP


"No CACH estamos construindo uma entidade militante que saia às ruas pelos direitos das mulheres"

Lembra daquele bispo que disse que "o aborto é um crime pior que o estupro"? Ele teve coragem de vir até Campinas para falar a "verdade sobre o caso de Alagoinha"! Nós do Pão e Rosas e do CACH, junto com outros grupos e estudantes secundaristas saímos às ruas pra dizer: Fora Dom José Cardoso Sobrinho! Aborto é direito, estupro é crime! Mas a violência contra as mulheres não pára por aí! Nas últimas semanas, a UNIBAN mostrou sua cara mais reacionária e demonstrou que numa universidade atrelada ao capital, com uma estrutura de poder anti-democrática e voltada para os lucros o que prima é o autoritarismo. Queremos fazer parte de todas as mobilizações contra a violência às mulheres, mas também pela punição e destituição dessa direção universitária, rumo a estatização da UNIBAN e de todas as universidades privadas!
Paulinha Berbet, integrante da gestão CACH Unicamp


"Falar em centro acadêmico é falar em um instrumento militante e combativo”

(...) Cumprindo um papel fundamental de debate e intervenção, o centro acadêmico deve ser um espaço vivo de discussões políticas e culturais, um espaço onde as demandas estudantis e dos trabalhadores devem ser problematizadas e manifestadas. No âmbito cultural, o CA deve dar espaços às vozes artísticas que opinam as questões sociais, vozes que poderiam desmascarar um sistema burocrático dentro e fora da universidade.
Enfim, um centro acadêmico militante e combativo deve ir além da teoria, da burocratização, trazendo prática e coerência às reivindicações dos estudantes, podendo assim intervir consistentemente em defesa de setores oprimidos.
Gabrielle Borges, da chapa Pagu para o CASS-PUC


“Pela aliança com os trabalhadores da USP que são uma grande liderança de luta”
Nós, integrantes do Pão e Rosas, estamos impulsionando uma chapa para o Centro Acadêmico do curso de Letras-USP de 2010, chamada ESTADO DE EXCEÇÃO, junto com integrantes do Coletivo AGIR e do Movimento A Plenos Pulmões. (...) O papel do Pão e Rosas nesse espaço será o de promover debates e atividades que discutam a opressão da mulher, seja como estudante, trabalhadora ou professora. Numa faculdade de Letras, onde a maioria esmagadora é mulher, essa discussão se torna ainda mais importante e necessária. Nossa chapa tem como principal foco a construção de uma universidade pública, democrática e autônoma, na contramão do projeto neoliberal que vem sendo implementado na USP nos últimos anos. Por isso, acreditamos ser importante a aliança com os trabalhadores do SINTUSP, que têm se mostrado sujeitos históricos e uma grande liderança nesta luta. (...) Chamamos todas as companheiras do Pão e Rosas a nos apoiarem e nos ajudarem a construir um centro acadêmico e uma universidade que seja realmente construída por todos e para todos.
Cristiane Toledo, da chapa Estado de Exceção para o CAELL-USP

"O papel do Centro Acadêmico é se colocar em luta contra a burocracia acadêmica e denunciar toda a estrutura de poder"

Ao meu ver, no decorrer das discussões no caso de assédio em Araraquara e como militante do Pão e Rosas, achei mais que importante o aporte dado pelas meninas do grupo na argumentação e no processo de luta que travamos, juntamente com os demais estudantes, na Moradia Estudantil, onde descaradamente o assediador após ter sido expulso da moradia foi beneficiado com uma Bolsa Auxílio. Com a resposta dada pela direção, que mais uma vez deixou bem claro a que veio, torna-se mais que óbvia a necessidade de nos colocarmos em luta contra a burocracia acadêmica e denunciar toda a estrutura de poder. Creio que o papel do Centro Acadêmico é colocar essa discussão e também mobilizar os estudantes e esclarecê-los sobre qual o seu papel dentro da Universidade.

Ane, integrante da Chapa Ekóabok para o CAFF da UNESP Araraquara

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Chapa PAGÚ no CASS da PUC-SP: A satisfação intelectual não me basta... a ação me faz falta!

Publicamos abaixo trechos do programa da chapa PAGU para o Centro Acadêmico de Serviço Social da PUC-SP, composto por militantes do Pão e Rosas e independentes. O lançamento da chapa será no dia 19/11, veja ao lado em "Agenda".

No Brasil a universidade é extremamente elitista, para garantir a manutenção dessa realidade é necessário impedir que principalmente seus funcionários e nós estudantes tenhamos poder de decisão internamente. Na PUC quem tudo decide é a Igreja Católica, na USP e demais universidades públicas é o governo estadual ou federal. Nesse sentido não existe autonomia universitária, nem democracia interna, essenciais para garantir a expansão e qualidade do ensino para nossa profissão. Uma contradição é que, por exemplo, o governo concedeu para o bilionário Eike Batista R$ 3,2 bilhões só em 2009, para comparar, o orçamento prometido para a Reforma Universitária é de R$ 2,4 bilhões até 2012. Ao invés de expandir a educação pública com qualidade o governo Lula e Serra investem nas universidades privadas (programa ProUni) que lucram com a falta de vagas públicas e o vestibular, através de absurdas mensalidades. O vestibular e as mensalidades criam um filtro social para o ensino superior (...). Clique aqui para ler programa completo.

Na Sociais da USP estamos com a chapa CANTO DE GUERRA! Porque nosso canto é o espanto dos que nos julgaram mortas!

Reproduzimos abaixo parte do programa da chapa Canto de Guerra para o Centro Acadêmico de Ciências Sociais da USP (CEUPES) impulsionado por militantes do Movimento A Plenos Pulmões, do grupo de mulheres Pão e Rosas e da Liga Estratégia Revolucionária. Num momento em que Grandino Rodas é escolhido a dedo pelo governador José Serra para REItor da USP, está mais do que na hora de lutarmos por Centros Acadêmicos militantes, combativos e aliados aos trabalhadores.

Sabemos que o movimento estudantil é visto com maus olhos por muitos estudantes e acreditamos que em muitos aspectos estes têm razão. Se o movimento estudantil hoje não é capaz de lutar pelos problemas da universidade a partir de um programa que o ligue à juventude e aos trabalhadores, essa certamente é uma origem deste repúdio. Outras são o repúdio às assembléias, por estas serem altamente burocratizadas, e a falta de direções democráticas capazes de permitir a expressão dos distintos setores do movimento estudantil e dos estudantes em geral. Hoje vivemos uma crise profunda do capitalismo que dá sequência a um longo período de ataques ideológicos do neoliberalismo, que deixou marcas profundas na esquerda em geral, fragmentada e, até agora, incapaz de uma auto-crítica que lhe permita superar sua esterilidade. Ao invés disso o que vemos é uma marcação de feudos dentro da esquerda que insiste em reinvidicações que nada tem a ver com a luta concreta que se coloca, o que tem como causa e resultado, simultaneamente, o corporativismo no movimento estudantil e no de trabalhadores. É como parte de tentar superar estes problemas que lançamos uma chapa para o CEUPES como continuidade de nossa luta do primeiro semestre, e que faremos um debate a partir de polêmicas abertas no movimento estudantil (...).

Por um Centro Acadêmico militante: contra a opressão à mulher.
Por fim, como mais um exemplo de como romper com o corporativismo, achamos que uma entidade militante e combativa tem que se colocar ao lado de todos os setores oprimidos e explorados. Não podemos deixar passar em branco o caso da jovem estudante da Uniban que foi expulsa da universidade pelo fato da diretoria desta considerar que usar roupas curtas é imoral e que a tentativa de estuprá-la e linchá-la foi um ato de defesa do ambiente escolar. A jovem foi expulsa e os envolvidos na tentativa de estupro da garota foram somente suspensos. Desta forma, a Uniban e sua comissão sindicante expressam a conivência e cumplicidade a práticas de violência contra a mulher. Achamos que a direção universitária da UNIBAN tem que ser punida, não a jovem. No entanto, as universidades públicas não estão isentas das mesmas práticas, e não a toa poucos sabem quão frequentes são os casos de assédio sexual a mulheres nas moradias universitárias – respondidas por essa estrutura de poder com advertências e suspensões, mais preocupadas em manter sob os tapetes os abusos que as estudantes sofrem nessas moradias. Esta questão escancara a necessidade de que entidades estudantis militantes coloquem-se lado a lado das mulheres nas moradias estudantis, organizando estudantes, professoras, trabalhadoras, organizações feministas, Sintusp e C.A.s militantes contra a perpetuação da opressão à mulher.

"Queremos que o CEUPES encabece uma nova tradição na luta contra a opressão da mulher na USP"
Nós, do Movimento A Plenos Pulmões e do Pão e Rosas estamos organizando a chapa Canto de Guerra para o Centro Acadêmico de Ciências Sociais da USP. Queremos um centro acadêmico militante que tome com toda centralidade a luta contra a opressão das mulheres, sabendo que nesta universidade é preciso acabar com a tradição de "mulheres no poder" como Suely Vilela que colocou a polícia pra nos reprimir e que oprime tantas outras mulheres, mas também é preciso combater a tradição de professoras como Eva Blay, que desde a década de 1960 enche a boca para falar sobre as operárias industriais enquanto fundava um dos principais partidos da burguesia brasileira, o PSDB. Contra esse feminismo burguês, nós estudantes queremos colocar nosso Centro Acadêmico a serviço de resgatar a história das grandes lutadoras socialistas dos séculos passados para hoje forjar uma nova tradição dentro da universidade, a tradição das mulheres trabalhadoras, das terceirizadas da limpeza, das estudantes combativas, das moradoras do CRUSP, das donas de casa e trabalhadoras da São Remo. Flávia Vale, estudante da Ciências Sociais da USP

Chapas Estado de Exceção e Canto de Guerra gritam: Lutar contra a violência às moradoras do CRUSP! Incorporação das terceirizadas!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Nas eleições para o CAELL - USP, ESTADO DE EXCEÇÃO!

Na USP, o Pão e Rosas participa da chapa Estado de Exceção para o centro acadêmico do curso de Letras. É este o Caell que queremos: um Caell que pense a universidade e o mundo lutando por sua transformação!

MARIA. São cinco e meia quando Maria acorda. Já um pouco atrasada, ela corre pra não perder o primeiro ônibus do seu trajeto até o seu novo trabalho de professora eventual numa escola um pouco longe da sua casa. Levou os documentos, fez todo a burocracia e ainda teve que passar pela prova do governo pra ver se “sabia dar aula”. Depois penou de porta em porta mendigando umas aulas pra dar e acabou achando esta escola na periferia, a única que tinha vaga porque nenhum efetivo queria dar aula lá. “Muita violência”, diziam os jornais. Paga pouco, e por isso ela não tem como sair da casa dos pais pra morar mais perto da faculdade ou do trabalho. Mas apesar de tudo ela gosta. Pelo menos nessa escola tem aula de manhã e à tarde, e ela consegue dar aula quase todo dia. A molecada zoa, às vezes até desrespeita mesmo, chamando de gostosa e umas merdas assim. Mas ela dá uma dura e se acerta com os alunos, se convencendo de que eles não fazem por mal. Quando não tem aula pra ela dar, fica estudando nos intervalos. Vai ter prova de Latim e de Fonética e Fonologia do Português, as duas na semana que vem, duas matérias que ela acha um pé no saco e que não tem muito a ver com o que ela esperava estudar quando entrou na Letras. Mas já conseguiu estudar bastante pra de fonfon, e a de Latim talvez dê pra dar uma colada se for necessário.

E hoje não vai ter estudo pra prova e nem vai dar aula à tarde: é um dia de preocupações maiores. Maria teve que fazer um empréstimo de mil e quinhentos. Mil e quinhentos, porra! Não fazia a menor idéia como ia pagar isso, que dava umas três vezes seu salário. Só que tem coisas que a gente não planeja, acontecem e pronto, e agora era resolver de um jeito ou de outro. Apesar da treta que ia ser pagar o empréstimo, achou que no fim era a melhor opção. Só tinha contado pro namorado, que depois disso sumiu. Seu pai, se soubesse, era capaz de expulsar ela de casa. Arranjou o endereço da clínica com uma amiga, e tirou este dia à tarde pra ir lá resolver a parada. Foi sozinha, e não foi nada fácil, mas Maria nunca foi de não conseguir segurar suas broncas. Já deu duro em mais de dez empregos diferentes desde os quinze, penou dois anos pra pagar cursinho e conseguir entrar em Letras na USP.

Não conseguiu cumprir o repouso que lhe indicaram: tinha que ir à faculdade, e chegou correndo dez minutos antes do bandejão fechar. Na aula, lutou pra conseguir prestar atenção. O sono tava maior do que sempre, porque na noite anterior não dormiu de ansiedade. Mas Literatura Brasileira era sua matéria preferida, e ela se esforçou pra não perder o fio da meada, mesmo dando umas pescadas de vez em quando. O fim da aula ficava por conta da sua imaginação, porque tinha sempre que correr pra conseguir pegar o busão lotado no ponto da FFLCH. Mais duas horas até em casa. Enfim, algumas horas pra se preparar pra um novo dia.

Maria não é exceção, é a regra. Andando nos corredores da Letras, ela passa incógnita. Os panfletos que derrubam sobre ela no intervalo e na saída, pedindo que votem nessa ou naquela chapa, não falam dos problemas de sua vida nem do que ela vê acontecendo no mundo e que influem sobre ela. Do Caell, o que ela sabia era uma cerveja às vezes quando matava uma aula. Era bom, uma cerveja pra trocar idéia com a galera. Mas ela nunca imaginou que ele poderia ser mais do que isso. Que ele poderia servir pra juntar todas as pessoas que passam pelos corredores da Letras com problemas como os seus, e que poderia servir pra lutar contra todas estas merdas que lhe empurravam goela abaixo todos os dias: desde as aulas sem relação com seu emprego, com suas preocupações ou com sua vida; as humilhações e opressões que sofre por ser mulher em tantos lugares; as dificuldades que enfrenta para poder ser professora; enfim, todas as coisas que nunca passaram pelas discussões que ela via acontecerem nos debates do Centro Acadêmico. É este o Caell que queremos: um Caell que pense a universidade e o mundo lutando por sua transformação, que lute por uma outra universidade, voltada às necessidades e preocupações dos trabalhadores e do povo, e não que procure “consertar as peças” dessa engrenagem absurda que esmaga as pessoas, que as molda para aceitarem a vida de professores mal remunerados, humilhados, acossados pelas coisas como elas são.

Convidamos todos a ler nosso programa, conversar e discutir com os membros e os apoiadores da nossa chapa sobre esta perspectiva. http://estadodeexcecao2010.blogspot.com/

domingo, 15 de novembro de 2009

Todo apoio à luta dos trabalhadores mexicanos contra o decreto de Calderón!


O governo mexicano de Felipe Calderón decretou no dia 10 de outubro o fechamento da empresa estatal Luz y Fuerza del Centro. Com essa medida, 46 mil trabalhadores perdem seus empregos. Esse ataque atinge também a organização sindical dos trabalhadores mexicanos, já que significa acabar com o sindicato dos eletricitários que tem quase 100 anos de existência no país.
O governo tentou isolar a luta dos eletricitários usando um discurso de que são um setor privilegiado dos trabalhadores. Mas a resposta da classe trabalhadora surpreendeu. Na primeira grande manifestação de apoio à luta de Luz y Fuerza, ainda em outubro, mais de 300 mil pessoas saíram às ruas. No último dia 11, realizou-se uma paralisação nacional, que contou com manifestações de trabalhadores, estudantes e organizações civis.
O governo de Calderón, por sua vez, reprime as manifestações numa tentativa de cessar os protestos. Dez trabalhadores foram presos na paralisação do dia 11 e pelos informes que recebemos até o momento ainda não foram libertados.
O Pão e Rosas se coloca ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras do México em defesa da manutenção da empresa estatal Luz y Fuerza del Centro e dos mais de 40 mil empregos que estão sendo acatados. Abaixo a repressão de Calderón!





Reproduzimos abaixo uma das notas publicadas no blog LA LUZ ES DEL PUEBLO sobre a paralisação nacional do dia 11 de novembro:

Pelo menos 20 estados de fazem presentes na Paralisação Nacional

Em 20 estados do país, trabalhadores sindicalizados, principalmente de Telefônicos do México, organizações civis e militantes do PT e PRD marcharam e fizeram plantões de apoio ao SME. Os protestos mais aguerridos foram em Hidalgo e Puebla, com presença do SME e em Oaxaca com uma solidária paralisação de 70 mil professores da Seção 22 do SNTE (sindicato da educação). Em Puebla um grande contingente de milhares de professores, telefonistas, eletricistas, trabalhadores da saúde, agrupações sociais realizaram em diversos pontos do estado bloqueios de ruas e estradas. A via federal México-Laredo permaneceu bloqueada por 12 horas em apoio ao SME. Em Querétaro, o bloqueio foi um êxito que impediu a passagem dentro e fora do estado por quase todo o dia. As ameaças da patronal de Telmex aos telefonistas não foi a última palavra, mas sim a dos telefonistas em apoio ao SME. Em Guanajuato, 5 mil telefonistas pararam o trabalho e permaneceram nas ruas o dia todo distribuindo panfletos entre motoristas e pedestres para denunciar Canderón e seu decreto. Em Campeche, respaldando sua paralisação, permaneceram em plantão de apoio ao SME em frente às instalações de Telmex. Em Colina, telefonistas e organizações sociais levaram o plantão de 25 horas à Catedral. Em Morelos telefonistas e o STUNAM realizaram paralisação no trabalho e marcha. Em Morelia mais de 5 mil integrantes do magistério, telefonistas, universitários e secundaristas marcharam por várias avenidas da capital do estado. Em Quintana Roo, Chiapas, Veracruz, San Luis Potosí, Chihuahua, Sinaloa, Guerrero, Tamaulipas, Coahuila e México se deram marchas de apoio aos trabalhdores de Luz y Fuerza.




Acompanhe as notícias sobre a luta contra o fechamento de Luz y Fuerza pelo blog: http://laluzesdelpueblo.blogspot.com/