sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

8 de março em BH: Organizar as mulheres desde a base levando na prática a luta contra os governos, as reitorias e os patrões!

Por Flavia Vale, professora da rede privada e pública de BH, militante do grupo de mulheres Pão e Rosas.

O eixo do oito de março, dia internacional de luta das mulheres, em BH, é "Da copa eu abro mão: queremos saúde, moradia, transporte e educação. Abaixo a repressão". Esse eixo permitiria maior construção desde a base de estudantes e trabalhadoras que querem aliar a organização das mulheres às lutas contra a Copa às demandas de junho. Porém, a organização do ato em BH primou em suas últimas reuniões em buscar o diálogo com as direções das organizações governistas como a Marcha Mundial de Mulheres, organização que havia rompido com o ato após verem que este poderia ser claramente antigovernista.

Opinamos que essa ruptura deveria intensificar a construção do oito de março nas bases de militância do conjunto das organizações presente. Foi isso o que nossas companheiras fizeram desde o Pão e Rosas da UFMG. Convocaram e participaram da assembleia do curso de filosofia, propondo aos estudantes a participação no ato. Na assembleia foi votado um bloco da assembleia da Filosofia no ato com os eixos centrais: legalização do aborto, SUS 100% estatal sob controle dos trabalhadores e usuários, efetivação dos trabalhadores terceirizados sem concurso, a partir de uma organização antigovernista e aliada aos trabalhadores.

Diferente dessa construção na base foi a atuação do coletivo Frida Kahlo, dirigido pelo PSTU na UFMG. Em sua CARTA ABERTA DO COLETIVO DE MULHERES FRIDA KAHLO, fazem um chamado a coletivos governistas como a Marcha Mundial de Mulheres, Levante Popular da Juventude; e às direções do DCE da UFMG e da UEE, ambos dirigidos por agrupações também governistas. O chamado é feito “em torno da luta das mulheres trabalhadoras”, “em respeito ao processo coletivo” e diz que o 8 de março deve refletir os “anseios” das mulheres trabalhadoras de BH. Nenhuma palavra sequer sobre os eixos do ato do oito de março.

Ou seja, o Coletivo Frida Kahlo, para chamar a unidade com a direção governista dessas entidades estudantis e com a direção da Marcha Mundial de Mulheres, só podem articular sua política abrindo mão de lutar na base dos cursos com uma política clara de denúncia do papel que cumpre Dilma. Abrem mão, principalmente, de organizar na base um movimento que busque ligar a luta contra a Copa às demandas de junho. Para isso, não fazem uma crítica que seja às direções do DCE da UFMG que hoje por exemplo dizem que o SISU é parte da democratização da universidade enquanto a realidade da UFMG é que  SISU elitizou ainda mais a universidade que é a menina dos olhos do governo Dilma. Porém, não entendemos que esse é um erro político isolado das militantes do PSTU da UFMG.

Nacionalmente, nós do grupo de Mulheres Pão e Rosas estamos abrindo a discussão com a direção majoritária do Movimento Mulheres em Luta, o PSTU, devido a sua política que praticamente transforma exigências a Dilma em uma estratégia colocada para o movimento de mulheres. Expressão disso foi colocarem no jornal nacional do MML, de maneira unilateral e por fora das deliberações do movimento, a política que diz que “governar para a mulher trabalhadora é investir mais dinheiro para combater a violência contra as mulheres”. Essa política oferece uma ilusão que seria possível o governo Dilma governar para as trabalhadoras. Frente a esse governo, as mulheres não podem titubear: um governo a serviço da burguesia não pode estar a serviço dos interesses das mulheres trabalhadoras e da juventude. A ideia criada por Lula de que o governo do PT era para ricos e pobres deve ser desmascarada e entendemos que essa política do PSTU não cumpre esse papel. Pelo contrário, na UFMG, leva a que setores governistas sejam chamados de aliados e de companheiras pelas militantes do PSTU do Frida Kahlo.

Organizações governistas como a Marcha Mundial das Mulheres podem participar sem nenhum problema de atos que reivindicam mais investimentos para as mulheres. Qualquer mulher que se reivindica feminista pode levantar essa demanda num país em que 80% das crianças de 0 a 6 anos continuam fora das creches no governo de uma mulher. Mas fazer a exigência de investimentos em eixo político apenas para poder ter unidade com as governistas é uma adaptação muito grande por parte do PSTU. Na organização cotidiana das estudantes e das trabalhadoras essas mesmas organizações são adversárias para que as mulheres sejam sujeitos de suas lutas a partir da organização desde os locais de trabalho e estudo, com independência das instituições que implementam a opressão das mulheres no dia-a-dia.

Na universidade, por exemplo, o Conselho universitário e a Reitoria são vistos por organizações como a Marcha Mundial de Mulheres como espaços institucionais a serem ocupados por elas. Porém, na realidade, esses organismos são parte do regime elitista, racista e opressor que implementam regras como a terceirização do trabalho que retira direitos dos trabalhadores, em grande parte mulheres e negras, como as trabalhadoras da limpeza por exemplo. Privilegiar ocupar esses espaços subordina a luta das mulheres às instituições que são expressão do patriarcalismo e do elitismo e que servem para aumentar a opressão e a exploração. Por isso que as organizações governistas buscam pressionar o governo para pequenas reformas no regime, como a reforma política, colocando a estratégia das mulheres ocuparem os parlamentos e o Congresso. E o coletivo Frida Kahlo prefere se calar frente a tudo isso em nome da unidade acima de tudo, acima até da organização independente das mulheres.

Por tudo isso o MML deveria fazer carne no dia-a-dia nos sindicatos, entidades estudantis e principalmente na base das universidades e locais de trabalho a luta contra o governo Dilma em nossa luta pelos direitos das mulheres. E hoje buscar unificar as lutas contra a Copa com as demandas das mulheres trabalhadoras e da juventude de junho é fazer na prática essa luta contra o governo que quer minar a possibilidade de novas manifestações massivas. Só conseguiremos vitórias se as mulheres trabalhadoras, negras e a juventude estiverem à frente da luta por nossos direitos. Mas para essa batalha, a política adaptada do PSTU nacionalmente no MML, em nome da unidade com organizações governistas, leva a rebaixar o programa, leva a retirar o protagonismo das mulheres que podem se organizar não nas reuniões intermináveis de correntes mas nas suas bases de trabalho, estudo e moradia. Essa política tem que ser revista para que o MML possa cumprir o papel que se propôs no ultimo Encontro Nacional: organizar as mulheres numa perspectiva antigovernista, classista, anticapitalista e combativa

Convidamos todas as estudantes e trabalhadoras que tiveram interesse e que conheceram o grupo de mulheres Pão e Rosas a construírem também no ato de Belo Horizonte, desde a base o bloco: “Da Copa abrimos mão: queremos nossos direitos, sem a Dilma e o patrão”, que busca na base dos cursos unir a luta contra a copa às demandas de junho. Entendemos que a organização para esse oito de março traz essa tarefa para as mulheres.

Basta de mulheres mortas por abortos clandestinos: lutamos pelo direito aborto garantido pelo SUS 100% público e sob controle dos trabalhadores e usuários!

Fim da terceirização e pela efetivação de todas as trabalhadoras terceirizadas!

Fim da violência contra as mulheres! Organizar nossa luta a partir das entidades estudantis, sindicatos e locais de trabalho e estudo!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

POLÊMICA COM O MOVIMENTO MULHERES EM LUTA

Dilma e o PT nunca poderão governar para a mulher trabalhadora

O Pão e Rosas, que integra o Movimento Mulheres em Luta, há tempos vem abrindo um debate dentro deste movimento sobre a política de exigência ao governo Dilma, que em nossa opinião muitas vezes se transforma em uma estratégia, ou seja, depositando toda a energia nisso e desarmando assim a organização das mulheres desde a base e junto a classe operária. Mas esta diferença pode adquirir proporções maiores a partir do último jornal do Movimento Mulheres em Luta para o 8 de março, que em sua capa conta com a seguinte frase em destaque: "Governar para a mulher trabalhadora é investir mais dinheiro para o combate à violência contra as mulheres".
Esta caracterização do governo, ou seja, de que caso Dilma concedesse um aumento de verbas para a área de combate a violência às mulheres poderia ser considerado um "governo pra mulher trabalhadora" é uma caracterização que não foi votada em nenhuma instância do Movimento Mulheres em Luta, e muda, definitivamente, a caracterização do governo tirada no I Encontro Nacional do movimento em outubro de 2013, em Sarzedo (MG). Nós consideramos que a ânsia equivocada de "exigir do governo para desmascará-lo", como forma de "dialogar com as trabalhadoras" leva o PSTU, direção majoritária do movimento, a este nível de adaptação.
Nós do Pão e Rosas estamos construindo todas as atividades do Movimento Mulheres em Luta, em especial o 8 de março, levando nossas propostas e nos contrapondo a políticas como essa. Na primeira reunião do MML regional SP, ocorrida no último dia 11 de fevereiro, antes mesmo do fechamento do jornal, estivemos presentes com 6 companheiras do Pão e Rosas e fomos contrárias à inclusão dessa frase no material nacional do MML, e nesse momento todas as companheiras presentes expressaram acordo conosco e ficaram de encaminhar a proposta da regional para a executiva nacional. Qual não foi nossa surpresa quando, na reunião seguinte, ocorrida no dia 25 de fevereiro, as companheiras chegaram com o jornal impresso, com a referida frase, dizendo que haviam consultado as companheiras da executiva nacional e que tinha sido decidido manter a frase. Vale ressaltar que nem as companheiras do Pão e Rosas que compõe a executiva nacional nem as companheiras do Pão e Rosas que participaram da reunião da regional SP foram consultadas ou sequer tiveram acesso a essa discussão. Na plenária estadual do MML do RJ estivemos com 8 militantes contra esta política que leva à esta adaptação. Rechaçamos este método burocrático e chamamos as companheiras do PSTU e outras militantes do Movimento Mulheres em Luta a rever esse método.
Em São Paulo, as militantes do PSTU do MML chegaram a assinar com a MMM (Marcha Mundial de Mulheres) um panfleto que fala em geral da opressão e da violência mas sequer denuncia Dilma e seu governo atrelado aos grandes capitalistas e aos setores reacionários (religiosos, Sarney, Renan Calheiros, Kátioa Abreu – da UDR dos latifundiários - Collor de Mello, Maluf, Kassab etc.). Em nome de “exigir”, na realidade “pedir” ao governo, o PSTU termina ao lado das reformistas e governistas da Marcha Mundial de Mulheres, fortalecendo, na prática, esses setores e não ajudando a avançar a consciência das mulheres e o movimento feminista combativo e classista. Ao mesmo tempo, o Pão e Rosas, que não tem nenhuma ilusão no governo Dilma e do PT, diz abertamente: nenhuma concessão deste governo, seja inclusive na área de violência contra as mulheres, o transformará no governo para as trabalhadoras. O governo para as trabalhadoras será obra das próprias trabalhadoras. Estamos lutando na primeira fileira por nossos direitos mais imediatos e elementares, mas falamos abertamente para todas as mulheres: não temos nenhuma ilusão de que nesta sociedade capitalista, baseada na exploração, poderemos alcançar nossa liberdade. Lutamos pelos nossos direitos, mas lutamos para acabar com esta sociedade miserável de opressão e exploração. É por isso, que um movimento de mulheres que se pretende revolucionário, não pode, para "dialogar" com as ilusões que existem no seio da classe operária e do movimento de massas dizer para as trabalhadoras que Dilma Roussef pode vir a ser o seu governo.
Chamamos a todas as militantes do Movimento Mulheres em Luta a se atentarem pra essa grave definição que está na capa do jornal do movimento, principal instrumento de construção do 8 de março deste ano. Informamos que as militantes do Pão e Rosas não poderão trabalhar com este material, em face da enorme ilusão que carrega para as mulheres diante do governo Dilma. Nós queremos dizer a verdade às trabalhadoras e por isso nossos materiais não vão conter esta absurda definição em relação ao governo Dilma. Reafirmamos a necessidade de construir um 8 de março em primeiro lugar anti-governista, anti-capitalista, classista e revolucionário. Por que exigimos nossos direito ao pão, mas também às rosas!


Rita Frau, membro da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta e da Coordenação Nacional do grupo de mulheres Pão e Rosas
Marília Rocha, operadora do metrô de SP e membro da Coordenação Nacional do Pão e Rosas
Camila Moraes, estudante da USP e membro da Coordenação Nacional do Pão e Rosas


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pão e Rosas RJ convida: Seminário "Gênero e Marxismo"



Sessão I: GÊNERO E CLASSE – 26/02


BIBLIOGRAFIA BÁSICA

“Pão e Rosas- Indetidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo” de Andrea D´Atri. Edições ISKRA, 2008. Introdução- p. 17 à 29
Disponível [pdf]: http://www.ler-qi.org/IMG/pdf/Pao_e_Rosas.pdf

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

“Pão e Rosas- Indetidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo” de Andrea D´Atri. Edições ISKRA, 2008. Cap 1, 2 e 3.


Sessão II: COMUNISMO E FAMÍLIA


BIBLIOGRAFIA BÁSICA

“ A Família e o Comunismo” de Alexandra Kollontai, editora Centelha Cultural-DF e edições ISKRA-SP, 2013.
Ou disponível em: http://www.marxists.org/portugues/kollontai/1920/mes/com_fam.htm#topp


- “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado” de Friedrich Engels. Prefácio à primeira edição 1884” .
Disponível em: http://www.marxists.org/portugues/marx/1884/origem/prefacio01.htm


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

- "Sexo contra sexo ou classe contra classe?" de Evelyn Reed. - Cap. O mito da inferioridade da mulher.
Disponível em: http://www.marxists.org/portugues/reed-evelyn/1954/mes/mito.htm


Sessão III– A MULHER E A CRISE CAPlTALISTA ATUAL


BIBLIOGRAFIA BÁSICA

- “A emancipação da mulher em tempos de crise mundial (parte I e II)” de Andrea D´atri e Laura Liff publicado originalmente em espanhol na revista Ideas de Izquierda.
Disponível em:
http://nucleopaoerosas.blogspot.com.br/2013/08/a-emancipacao-das-mulheres-em-tempos-de.html (Parte I)
http://nucleopaoerosas.blogspot.com.br/2013/09/a-emancipacao-das-mulheres-em-tempos-de.html (Parte II)

- “Por uma estratégia revolucionária na luta contra a opressão às mulheres”
texto de Diana Assunção e Flávia Vale, dirigentes da Ler-qi e militante do Pão e Rosas.
Disponível em: http://www.ler-qi.org/Por-uma-estrategia-revolucionaria-na-luta-contra-a-opressao-as-mulheres

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

“Pão e Rosas- Indetidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo” de Andrea D´Atri. Edições ISKRA, 2008. Cap . 6 , 7 e 8.


Sessão IV- MULHER, REVOLUÇÃO E CONTRA REVOLUÇÃO


BIBLIOGRAFIA BÁSICA

“A mulher, o Estado e a Revolução” de Wendy Goldman, editora Boitempo e edições ISKRA, 2014. – Prólogo de Diana Assunção (versão brasileira) e prólogo de Andre D´atri (versão em espanhol).

“A Revolução Traída” de Leon Trotsky – Cap VII “A família, a juventude, a cultura”, Parte 1 (“Termidor no lar”). [Disponibilizaremos cópia deste capítulo]

“Lutadoras: história de mulheres que fizeram história” de Andrea D’Atri e Diana Assunção (org.), edições ISKRA, 2009. – Introdução (edição esgotada, disponibilizaremos pdf deste trecho)

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

- “Pão e Rosas- Indetidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo” de Andrea D´Atri. Edições ISKRA, 2008. Cap . 4 , 5 e 6.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Boletim Pão e Rosas especial 8 de março!

Leia e difunda o novo boletim especial 8 de março!


EDITORIAL: Da Copa eu abro mão! Pelos direitos das mulheres, contra Dilma e o Patrão!


         O Brasil com as “jornadas de junho” de 2013 foi palco de grandes manifestações políticas históricas, não apenas pelo número de pessoas que saíram as ruas mas também pelo conteúdo político profundo determinado pelas demandas sociais mais sentidas pelo conjunto da população. Foi um movimento que se enfrentou diretamente com os governos federal, estaduais e municipais e fez uma importante experiência com a política e repressão depois de décadas de estabilidade social e ofensiva neoliberal. Não é à toa que todos dizem que o país não é mais o mesmo, pois o país realmente mudou! O governo Dilma e os governos estaduais recuaram no aumento das tarifas, o que significou uma vitória da mobilização de massa.
Porém, todas as demandas sociais que surgiram em junho permanecem sem solução. Um dos principais catalisadores da repulsa social foram os exorbitantes gastos da Copa do mundo - 38 bilhões de reais, a copa mais cara da história - enquanto as necessárias obras sociais como moradia, saneamente básico, creches, hospitais, escolas e transporte são deixadas de lado. Milhares de mulheres saíram às ruas em junho reivindicando melhoria dos serviços públicos, pois são as que mais sofrem, cotidianamente, com as péssimas condições dos mesmos. São as mulheres também que seguem sendo violentadas todos os dias, que morrem por abortos clandestinos e por não terem acesso a um sistema público, gratuito e de qualidade, e vivem do trabalho precário como a terceirização, que “tem rosto de mulher”!
Essa Copa está sendo feita através de corrupção, superfaturamento e privatização. Várias famílias nas proximidades dos estádios estão sendo removidas, deixando avós, mães e filhos sem moradia. Essa Copa também é baseada no trabalho precário onde vários trabalhadores foram mortos nas obras sem segurança e feitas “a toque de caixa”. Quando chegar mais próximo da copa veremos que, na realidade, as cidades serão montadas apenas para receber os turistas, enquanto para os trabalhadores e lutadores mais repressão e exploração! Para as mulheres mais violência, tráfico de mulheres e redes de prostituição para alimentar o turismo sexual! E ainda contamos com deputados que se dizem de esquerda, como Jean Wyllis do PSOL, que defende um projeto de lei que permite a cafetinagem.
O governo de Dilma, apesar de ser uma mulher, não responde aos interesses das mulheres, menos ainda das mulheres trabalhadoras. Por isso as mulheres trabalhadoras e jovens têm que se organizar de maneira independente dos patrões e dos governos! Também não podemos confiar na burocracia sindical que vende nossos direitos! Devemos nos organizar em nossos locais de trabalho e estudos para sair às ruas como saímos em junho, e sermos milhões lutando por nossos direitos! Por um 8 de março classista e anti-governista!
           
Da Copa eu abro mão! Basta de assédio e violência! Pela estatização dos transportes com gestão de trabalhadores e controle dos usuários!

A demanda que motorizou as mobilizações de junho foi justamente o transporte. O direito ao transporte não se trata apenas de mobilidade urbana como querem dizer, mas de desigualdade social profunda. Quem mais sofre com os elevados preços e péssimas condições de transporte são os trabalhadores, principalmente os de serviço precarizados, como as mulheres e os negros, que chegam ao absurdo de gastar até seis horas por dia para chegar ao trabalho e voltar para casa. Essas horas, obviamente, não são remuneradas pelos patrões, siginificando uma superexploração dos trabalhadores e, neste contexto, as mulheres, com sua tripla jornada e com essas horas perdidas, têm suas vidas cada vez mais degradadas. Agora, os governos descaradamente retornam com os aumentos das tarifas, como no Rio de Janeiro que Paes aumentou para R$ 3,00, o que significa um roubo direto dos trabalhadores! Para as mulheres, o transporte superlotado ainda significa dar espaço para assédio sexual e violência, como as trabalhadoras e jovens vivem todos os dias!
Temos que dar um basta! Nas mãos dos capitalistas e de seus governantes as demandas sociais de junho não terão solução. Por isso, através dos seus sindicatos, organizações e movimentos, os trabalhadores e as trabalhadoras, junto com a juventude, podem reorganizar o movimento nacional verdadeiramente em defesa de um transporte de qualidade, seguro e com tarifa reduzida! Para nós, mulheres do Pão e Rosas, o problema transporte só pode ser resolvido atacando os interesses capitalistas através da estatização de todo sistema de transporte sem indenização, pois assim, o transporte poderá funcionar de acordo com as necessidades da população e não dos lucros de um punhado de parasitas! Porém não basta ser estatal, pois os governos já mostraram que não governam para a população e todos seguem a política de privatização, terceirização e corrupção. Em São Paulo, onde o Metrô é estatal, temos a comprovação disso, com cada vez mais falhas, acidentes, panes, e violência para as mulheres! Por isso defendemos que os transportes sejam geridos pelos trabalhadores e que tenha um controle dos usuários, através de alianças com organizações de bairro, outros sindicatos e organizações!

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Da Copa eu abro mão! Basta de violência contra as mulheres! Organizar a luta a partir dos sindicatos e locais de trabalho e estudo!

O Brasil é reconhecidamente um país com altos índices de violência contra a mulher: a cada 15 segundos uma mulher é espancada, a cada 2 horas uma é assassinada e em 2012 dados oficiais registraram 50.617 estupros (que foram notificados!). Esse ano, os números aumentarão com a Copa, intensificando o turismo e exploração sexuais.  As diversas violências extremas que sofremos, física e psicológica – estupros, feminicídio, mortes por aborto clandestino - expressam a violência cotidiana em nossas casas e trabalho: o assédio moral e sexual, a mercantilização do nosso corpo e a imposição dos padrões de beleza.
O governo Dilma lançou ano passado o programa “Mulher, viver sem violência”, de combate à violência contra a mulher. Contudo, no governo da primeira mulher presidente, a violência foi cotidiana para a maioria das mulheres nos trabalhos precários; para as mulheres que pegam transportes lotados para ir trabalhar e as que deixam suas vidas nas filas e hospitais cheios.
Somos tratadas como propriedade dos outros, submissas, e não temos o poder de sermos sujeitos de nossas vidas.  O controle de nossos corpos serve para que quando voltemos do trabalho (precário, maioria dos casos), façamos todo o serviço doméstico, cuidemos dos filhos e familiares, reproduzindo a força de trabalho sem recebermos por esse serviço que o Estado deveria garantir. Essa dominação serve para que fiquemos restritas à vida “privada”, que nos consome e impossibilita nosso convívio social e político. O controle do corpo da mulher pelo Estado, pelo marido e pelo patrão é funcional para que a burguesia siga nos explorando.
A Lei Maria da Penha, aprovada em 2006 no governo Lula, que criminaliza a violência doméstica contra a mulher, foi um avanço no nosso arcaico código penal. Porém, dados de 2013 mostram que a lei não foi suficiente para diminuir o número de mulheres assassinadas. Tal combate à violência deve estar ligado à luta contra o sistema opressor em que vivemos. Além disso, a gritante violência policial nos afeta diretamente. Somos violentadas e estupradas pela polícia, vemos nossos maridos e filhos serem assassinados ou “desaparecem”, como foi o caso de Amarildo, no RJ. Por isso não devemos ter nenhuma confiança no Estado, na polícia e nem nos governos, que são aliados dos empresários e dos setores mais conservadores das Igrejas. As saídas institucionais não vão contra o capitalismo que legitima a opressão. Diferente do que defendem outros movimentos de mulheres, como o setor majoritário do Movimento Mulheres em Luta – o qual integramos –, sabemos qual o papel da polícia e somos contra a defesa de mais delegacias de mulheres, pois significaria mais violência e repressão. Devemos organizar saídas independentes, exigir estruturas para o atendimento às vítimas de violência que não estejam subordinadas à polícia, como casas abrigo sob o controle das vítimas e profissionais.
A violência que sofremos não é individual! Deve ser discutida junto aos trabalhadores e os setores oprimidos da sociedade para acabarmos com o sistema de exploração, passando pelos organismos de auto-organização nos locais de trabalho e estudo: sindicatos, centrais sindicais e centros acadêmicos, com criação de comissões independentes que discutam essa questão e apurem os casos de violência contra a mulher.

Basta de violência contra os LGBTTs!

O Brasil é também um dos campeões mundiais de violência e assassinatos aos LGBTTs, sendo que em 2013 foram quase 10 mil violações e mais de 300 assassinatos, considerando somente os dados oficiais. Além disso, as travestis e transexuais serão as mais atingidas pelo aumento do turismo e exploração sexual durante a Copa. Enquanto isso se mantém os Bolsonaros, Felicianos e toda corja de homofóbicos nos governos! Basta já!

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Da Copa eu abro mão! Pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito! Por um SUS 100% estatal sob controle dos trabalhadores e usuários!

           O direito ao aborto é uma demanda histórica urgente. Infelizmente, essa importante bandeira tem sido secundarizada por diversos movimentos de mulheres.
            No Brasil, há uma mulher no poder – reivindicada por várias feministas como uma vitória –, o que não representa avanços para as mulheres. Dilma, do PT, escreve em meio a sua campanha eleitoral, a “carta ao Povo de Deus”, em que retira seu projeto de legalização do aborto para tranquilizar setores religiosos, em um país pretensamente laico. Tais acordos implicam em ataques aos nossos direitos, pois fortalecem as bancadas religiosas e atuação de parlamentares como Marco Feliciano (PSC) e Jair Bolsonaro (PP), claramente machistas, racistas e homofóbicos. Junto a isso, há o retrocesso representado pelo avanço do Estatuto do Nascituro (“Bolsa Estupro”), um projeto que dá direitos plenos ao feto ainda no corpo da mulher, secundarizando os direitos e a saúde da própria mulher, mesmo que essa gravidez seja fruto de um estupro. Pelo arquivamento do Estatuto do Nascituro! Pela separação entre a Igreja e o Estado e fim do acordo Brasil-Vaticano!
          Nesse contexto de legitimação da violência e negação de demandas básicas, o direito da mulher sobre o próprio corpo é vetado, lhe restando apenas a clandestinidade. Na ilegalidade, a maioria das mulheres abortam de maneira insegura: a cada ano, cerca de um milhão de mulheres realizam abortos clandestinos no Brasil, sendo que 250 mil tem complicações, levando à morte de 1 mulher a cada dois dias. É a quinta causa de morte materna, se consideramos os dados oficiais, mas na verdade é muito mais, já que muitas morrem desapercebidas. Majoritariamente, são as mulheres trabalhadoras e negras que morrem, por não poderem arcar com os custos de um aborto seguro. A luta pela legalização do aborto, além de ser a luta por decidir pelo próprio corpo, é uma questão de saúde pública, a qual a precariedade dos serviços afeta diretamente as mulheres.
           Em 2013, nas Jornadas de Junho, uma das reivindicações foi a qualidade da saúde pública. O SUS tem sua administração cada vez mais concentrada nas mãos de empresas privadas, o que agrava mais a situação precária de trabalhadores e usuários: longas filas, infraestrutura ruim, falta de materiais, e poucos profissionais para atender com qualidade os trabalhadores e o povo pobre. As poucas mulheres que recebem tratamento não dispõem do tempo necessário para se recuperar, e acabam voltando aos postos de trabalho. A negligência ocorre também no atendimento a nossos filhos. Por isso é necessário lutar por um SUS de qualidade, 100% estatal, controlado pelos trabalhadores e usuários, que na sua maioria são mulheres. Somente um sistema de saúde que leve em conta a saúde integral da mulher pode garantir seus direitos com segurança, ou seja, um aborto legal, livre, seguro e gratuito.
         Por outro lado, a mesma precariedade dos serviços públicos não dá às mulheres o pleno direito à maternidade, pois quando decidem ter o filho não possuem estrutura, o que intensifica a dupla jornada de trabalho para a mulher que trabalha e cuida dos filhos. Por isso lutamos também por creches, hospitais, restaurantes e lavanderias públicas para as mulheres que decidirem ser mães!
           Desde criança aprendemos que não somos donas dos nossos corpos e não pertence a nós a decisão de sermos mães e de como vivenciar nossa sexualidade. A educação sexual e as políticas de prevenção à gravidez são falhas e pouco consideram as individualidades de cada mulher. É importante que nossa luta seja também por educação sexual livre nas escolas, e contraceptivos gratuitos e de qualidade nos postos de saúde!
           
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Da Copa eu abro mão! Por igual trabalho, igual salário, iguais direitos! Efetivação de todas terceirizadas sem concurso público!

            A precarização do trabalho é uma realidade que atinge – escraviza e humilha – milhões de brasileiros e que se expressa fortemente através da terceirização. Há, hoje, cerca de 12 milhões de terceirizados no Brasil, sendo que a maioria são mulheres negras. A burguesia, para garantir a ofensiva dos países imperialistas, criou mais essa divisão da classe trabalhadora, dividindo-a em efetivos e autônomos, o que aumentou, ainda mais, a precarização generalizada do mercado de trabalho, pois é resultado da perda dos direitos trabalhistas, conquistados durante anos de lutas.
            Umas das formas mais antigas da divisão da classe trabalhadora, e que evidencia a apropriação pelo sistema das formas de opressão, é a divisão entre homens e mulheres. As mulheres entraram no mercado de trabalho, mas não participam em condições de igualdade com relação aos homens. Elas recebem salários inferiores e enfrentam duplas, as vezes triplas jornadas de trabalho, ao terem que chegar em casa e ainda arcar com as tarefas domésticas e cuidados com os filhos.
            O trabalho realizado em empresas terceirizadas da área de limpeza pode demonstrar, de forma mais clara, as situações de exploração, segregação, machismo e racismo. A grande maioria de trabalhadores destas empresas são mulheres – pois se institui que este tipo de trabalho é feminino –, em sua maioria negras, que possuem jornadas de trabalhos extenuantes e salários minúsculos. Além disso, sofrem uma enorme repressão por parte das chefias, são as mais suscetíveis ao assédio moral e sexual, além da violência física.
           Durante os anos de governo do PT houve um aumento massivo do trabalho informal, da terceirização e da rotatividade dos cargos. É sob esse mesmo governo que se vangloria de ter criados vários postos de trabalho – precários – que vem sendo discutido, no Senado, o projeto de lei conhecido como lei Mabel (PL 4330), que liberará a terceirização de todas as atividades produtivas de uma empresa. Isso mostra que o governo não leva em conta as condições precárias que os trabalhadores vêm enfrentando e que, mesmo sendo uma mulher, a presidente não representou avanços para as demandas das mesmas, mostrando que governa para os ricos, para a FIFA, banqueiros e empresários. Pelo imediato arquivamento da PL 4330!
            Nós temos orgulho de ter apoiado e participado, lado a lado, da luta de trabalhadoras terceirizadas contra as condições precárias de trabalho. Apoiamos, nos anos de 2005 e 2011, as trabalhadoras das empresas Dima e União (terceirizadas contratadas pela USP) que se auto organizaram e reivindicavam seus direitos e salários, aos patrões e à burocracia da Universidade, após estas empresas decretarem falência e as deixarem à míngua. Silvana, militante linha de frente do nosso grupo e grande protagonista dessa luta, disse que foi após essa greve que ela percebeu que não poderia ter patrão dentro de sua casa, se libertando das amarras do patriarcado. Também participamos da luta dos trabalhadores terceirizados da empresa Façon do Metrô de São Paulo, e recentemente fizemos uma grande batalha por melhores condições de trabalho e saúde a partir da morte da companheira Regina, terceirizada da empresa de limpeza Higilimp no Metrô de São Paulo.
           Propomos uma campanha nacional contra a terceirização e precarização do trabalho, através da efetivação de todos os terceirizados sem a necessidade de concurso público! Também lutamos pela igualdade dos salários, pois, independentemente do sexo e da classificação do trabalho (efetivo ou terceirizado), os trabalhos são iguais!

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Que 8 de Março precisamos?

         Como já dissemos neste boletim, a mulheres seguem sofrendo com a opressão, exploração capitalista e todas as formas de violência. Mas a história mostra que a participação das mulheres sempre foi determinante para que os processos revolucionários fossem vitoriosos, pois como diria o grande dirigente da Revolução Russa Leon Trotsky, “aqueles que lutam com mais energia pelo novo são os que mais sofreram com o velho”. Nesse 8 de março, numa situação nacional onde as jornadas de junho mudaram o país, as mulheres jovens e trabalhadoras unidas ao conjunto da classe trabalhadora e da juventude devem confiar em suas próprias forças para arrancar seus direitos. 
           Como  resposta às mobilizações  de  Junho,  o governo Dilma  (PT) anunciou medidas  para atender  “a voz das  ruas”,  entre  elas  a  reforma  política.  Uma  tentativa  de  desvio das  manifestações  de  rua  contra  as  péssimas  condições  de  vida  para  uma  saída  que  busca  aperfeiçoar a  democracia  dos ricos.  Mas  2014  nem  bem  começou  e  já  se  percebe  a  crescente  disposição  de mobilização nas ruas contra a violência policial, a homofobia e com greves fortes como a dos rodoviários de Porto Alegre. Cada vez mais se desfaz a ilusão que o PT e outros partidos da ordem  poderiam se desvencilhar das grandes empresas para investir e realizar melhorias nos serviços públicos e nas condições de vida da população.
           Em  coro  as  ruas  apontam  suas  prioridades: “Se  não  tiver  direitos,  não  vai  ter  Copa!”.  A  reforma política não é o grande anseio colocado. Ainda assim, a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) defende a Reforma Política e um plebiscito como principal pauta na luta pela emancipação da mulher nesse 8 de março, pois seria “passos na despatriarcalização do Estado” e na garantia dos direitos das mulheres. Ao mesmo tempo que também não querem se confrontar contra a Copa do mundo preparada através do suor dos trabalhadores, repressão e mais violência contra as mulheres, pois seria questionar o governo Dilma e sua aliança com os empresários e corruptos da FIFA. As feministas governistas chegam a dizer que a reforma política é a forma de avançar na luta contra o patriarcado e o Estado que legitima o machismo e  violência contra as mulheres. Como se uma reforma fosse capaz de muda o caráter de classe do Estado, que é o Estado dos ricos, da burguesia, e avançar na luta pela emancipação das mulheres. Para isso defendem maior participação das mulheres nos meios institucionais através da disputa eleitoral, como se a participação das mulheres já bastasse para avançar em nossos direitos. Mas omitem que Dilma, uma mulher no poder, governa para os ricos e em aliança com os setores mais reacionários que criminalizam as mulheres e o aborto. Na década petista, Lula e Dilma também se utilizaram da opressão às mulheres para aumentar a exploração, precarizando as condições de trabalho, sendo as mulheres as mais precarizadas e seguimos responsáveis pela dupla e tripla jornada de trabalho, enquanto os patrões se utilizam desse trabalho doméstico não pago para garantir seus lucros. 
        Nós mulheres combativas, classistas e revolucionárias dizemos basta! Precisamos retomar as mobilizações de rua através de nossa organização nos locais de trabalho e estudo com independência dos patrões, governos e burocracias dos sindicatos, para seguirmos na luta por nossas demandas como saúde, educação, moradia e transporte contra a reforma política Dilma que para nada avançará em nossos direitos. Neste 8 de março devemos sair as ruas com uma política antigovernista e contra os patrões para lutarmos contra a exploração, toda forma de opressão e contra a violência do estado, física e psicológica contra as mulheres. Por isso nós, do grupo de mulhere Pão e Rosas faremos ouvir nas ruas e nos locais de trabalho e estudo: “Da copa eu abro mão, pelos direitos das mulheres contra a Dilma e o patrão!”
          É neste sentido que nós, que também integramos o Movimento Mulheres em Luta (MML), debatemos com as militantes do PSTU, setor majoritário do MML, para  construirmos um 8 de março classista, anti governista e anti capitalista. Pois corretamente colocam a denúncia da copa do mundo e as conseqüências na vida das mulheres, mas a principal política que levam à frente é a exigência de investimentos para o combate à violência contra as mulheres e para direitos sociais, sem denunciar o governo Dilma e defender um programa que responda de fato os anseios das mulheres e população, atacando os lucros dos patrões e governos que só nos oferecem violência e exploração. Tudo isso em nome de uma unidade para disputar a consciência das mulheres que ainda têm ilusões no governo Dilma. Mas achamos que esta política está equivocada pois está para trás do significou as mobilizações de junho, com as massas nas ruas questionando os governo, e também está para trás da potencialidade que mostrou o Encontro do MML em outubro de 2013, com mais de 2 mil mulheres, confirmando que podemos organizar milhares de mulheres nas bases dos locais de trabalho e estudo com uma política antigovernista e classista, sendo esta a maneira mais correta de disputar mentes e corações das mulheres para uma política verdadeira na luta pela emancipação das mulheres! Por isso chamamos a todas as mulheres que simpatizam com a MMM a romper com o governo Dilma e forjarmos uma verdadeira unidade classista e de luta pelos direitos das mulheres, contra os governos e em defesa das demandas de junho! E chamamos as militantes do MML a que em cada cidade e estado que impulsionemos atos por um oito de março classista, anticapitalistas, antigovernista e contra Dilma e o patrão!





terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Todo apoio à Profa. Beatriz Abramides! Contra a perseguição política na PUC!



A Profa. Maria Beatriz Costa Abramides acaba de ser condenada em processo disciplinar e punida com uma advertência pela reitoria da PUC. O processo foi aberto devido a sua participação em uma manifestação de caráter político, durante reunião do Conselho Universitário, contra a posse da reitora Ana Cintra, eleita de forma antidemocrática. A companheira Beatriz Abramides tem uma reconhecida trajetória na defesa da universidade, da educação e dos direitos sociais e essa punição é uma clara medida de perseguição política. Sua participação na manifestação foi deliberada em assembleia da Associação dos Professores da PUC-SP, da qual a professora é vice-presidente, sendo portanto este um ataque também a essa entidade, e à organização sindical e política na universidade como um todo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Pão e Rosas se soma à indignação contra o cruel assassinato de Sandra Fernandes, militante do PSTU e do MML de Recife


É com muita indignação que recebemos a triste notícia da morte da companheira Sandra, militante do PSTU e do MML de Recife, e seu filho Cauã, de 10 anos, cruelmente assassinados pelo namorado de Sandra, sendo mais um entre os milhares de casos de feminicídios no Brasil.
Esta violência perpetrada pelo sistema capitalista que só tem a oferecer opressão, exploração e violência contra as mulheres legitima uma ideologia patriarcal onde o papel das mulheres é serem reprodutoras e propriedade privada dos homens. A luta contra esta ideologia e contra a violência às mulheres é a mesma luta contra este sistema!
É fundamental que todos os sindicatos e entidades estudantis estejam na linha de frente no combate contra a violência às mulheres e que possamos juntos, homens e mulheres, lutarmos contra esta cruel realidade de violência contra as mulheres e contra o capitalismo.
Nós do grupos de mulheres Pão e Rosas, que integra o MML, nos solidarizamos com a família e os amigos de Sandra e seu filho, com todos os seus companheiros de luta do PSTU e MML de Pernambuco e nos colocamos à inteira disposição.

Sandra e Cauã, presentes!

Rita Frau, dirigente do Pão e Rosas e da executiva nacional do MML