por Lívia Barbosa e Bruna Bastos – Pão e Rosas Franca
Após pouco mais de um mês de intensa luta em Pacheco, Argentina, as trabalhadoras e trabalhadores da maior fábrica alimentícia do país seguem resistindo à crescente repressão patronal e policial, assim como a intensa campanha midiática contra seu elementar direito de organização.
A Kraft- Terrabusi, gigante multinacional e principal monopólio alimentício americano que conta com a exploração de 2.600 operários e operárias nessa unidade argentina, tem atacado brutalmente nossos companheiros desde a demissão de 160 trabalhadores, dos quais em sua maioria eram delegados e representantes sindicais. Essa repugnante atitude da patronal americana, que deixa claro o seu objetivo de acabar com a organização sindical dos trabalhadores, tem sido amplamente apoiada pelos setores que defendem com unhas e dentes a propriedade privada e a exploração capitalista, como o governo local, a polícia e a mídia burguesa. Além da militarização que se acirra dentro da fábrica, ordenada pelo governo, os lutadores da Kraft-Terrabusi tem tido ainda que enfrentar a ampla campanha da mídia reacionária fazendo coro com o empresariado argentino, que chega a condenar a greve e mobilização dos trabalhadores como “ilegal” e “ameaçadora à paz social”.
Mas o movimento operário respondeu à altura! Há aproximadamente 40 dias, trabalhadoras e trabalhadores demitidos e não demitidos se unificaram na luta, e foram capazes de parar a fábrica durante todo esse período, cortando as principais avenidas, com o amplo apoio de estudantes e principalmente da Comissão de Mulheres criada no interior da fábrica. A comissão de Mulheres, composta por trabalhadores, familiares e mulheres da comunidade, tem sido um dos principais alicerces dessa heróica batalha, mostrando que nós mulheres temos um imenso potencial e enorme responsabilidade na luta contra essa ordem capitalista que nos é colocada!
Por isso, nós do grupo de mulheres Pão e Rosa Brasil redobramos nossa solidariedade aos nossos companheiros e companheiras argentinos, e exigimos a imediata retirada da forças policiais do interior da fábrica!!! Pelo direito elementar de organização sindical e mobilização dos operários e pelo fim da repressão patronal!!! Saudações de luta às mulheres, trabalhadoras, trabalhadores e familiares da Kraft- Terrabusi!!!
Sobre a luta em Terrabussi-Kraft
Gostaria de compartilhar minha preocupação pelas trabalhadoras e trabalhadores que estão neste momento dentro da fábrica, invadida pela polícia. Em dezembro de 2008 entrevistei María Tereza Rosario, liderança sindical da fábrica Terrabussi-Kraft, conheci sua luta pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras e sua história é um capítulo de minha tese de doutorado, defendida há apenas duas semanas. Hoje cedo recebi uma ligação da Argentina, minha irmã queria que soubesse que nestas horas María Tereza está dentro da fábrica, que foram reprimidos, e a família está com medo do que possa acontecer. Considero que deveríamos fazer algum tipo de ação conjunta, aqui a Kraft Foods também comprou empresas nacionais, também explora. Deveríamos atingi-la onde mais sente, boicotar a compra de produtos, na Argentina, no Brasil, onde Pão e Rosas existir, no mundo! Antes que ela passe a decidir quem come, o que, como, quando, e onde.
Adriana Bogado (Dra em Sociologia, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar e Pesquisadora do grupo “Terra, Trabalho, Memória e Migrações” - Diretório CNPq)
Sobre a luta em Terrabussi-Kraft
Gostaria de compartilhar minha preocupação pelas trabalhadoras e trabalhadores que estão neste momento dentro da fábrica, invadida pela polícia. Em dezembro de 2008 entrevistei María Tereza Rosario, liderança sindical da fábrica Terrabussi-Kraft, conheci sua luta pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras e sua história é um capítulo de minha tese de doutorado, defendida há apenas duas semanas. Hoje cedo recebi uma ligação da Argentina, minha irmã queria que soubesse que nestas horas María Tereza está dentro da fábrica, que foram reprimidos, e a família está com medo do que possa acontecer. Considero que deveríamos fazer algum tipo de ação conjunta, aqui a Kraft Foods também comprou empresas nacionais, também explora. Deveríamos atingi-la onde mais sente, boicotar a compra de produtos, na Argentina, no Brasil, onde Pão e Rosas existir, no mundo! Antes que ela passe a decidir quem come, o que, como, quando, e onde.
Adriana Bogado (Dra em Sociologia, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar e Pesquisadora do grupo “Terra, Trabalho, Memória e Migrações” - Diretório CNPq)
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