Um ato contra a manifestação homofóbica do jornal O Parasita em frente à Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo reuniu uma multidão de cerca de 200 estudantes, que vieram inclusive de fora da USP. Chamado de "pré-beijaço", o protesto teve mais gritos de ordem ao microfone do que beijos.
O estudante de economia da PUC-SP, Lucas Lulli Pio, 20 anos, soube hoje do evento e conseguiu, mesmo assim, produzir 400 flyers que foram distribuídos entre os colegas e no centro acadêmico de sua universidade. Apesar disso, apareceu sozinho em frente à Faculdade de Farmácia, sendo acolhido pelos colegas da universidade pública. "Sou estudante, sou gay e não admito ser discriminado", disse ao microfone.
O protesto atraiu também o movimento feminista formado por mulheres jovens, Pão & Rosas. Segundo a integrante do coletivo Ana Luiza Serrão, a intenção é alertar para as más condições dos trabalhadores da USP, em especial as mulheres.
Em meio ao grupo de estudantes, um casal de jovens lésbicas se destacou e ficou posando em frente aos cartazes, a pedido dos fotógrafos presentes no protesto. Bárbara Coelho, 20 anos, disse enfrentar a oposição da família ao seu relacionamento com Gabriela de Freitas, 18 anos, mas não se importava de aparecer diante das câmeras.
"Uma hora ou outra minha mãe teria que me ver em uma situação assim", disse. Ela afirma que a discriminação contra homossexuais é uma constante no campus da USP.
O protesto pegou de surpresa o estudante do 5º ano de Farmácia Heitor Leite, 23 anos. Segundo ele, O Parasita é um veículo distribuído por e-mail em frequência bimestral e a repercussão da declaração homofóbica é, a seu ver, um exagero. "Ele é escrito por veteranossauros, alguns nem moram mais no Brasil", disse. O termo veteranossauro é usado na USP para estudantes que estão há muito tempo matriculados ou já se formaram.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Pão e Rosas na MÍDIA: "Protesto contra homofobia reúne 200 estudantes em frente à USP"
Publicamos abaixo matéria do O Dia online (04/05/10) sobre ato realizado na USP em repúdio à homofobia, onde entrevistam uma militante do Pão e Rosas.
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