(Tegucigalpa, 26/11/09) O dia de Violência contra as mulheres, foi vivido de maneira especial em Tegucigalpa, sob o regime golpista de Micheletti, e a poucos dias de realizar-se as eleições fraudulentas convocadas pelo regime, que são repudiadas pela resitência. A comemoração começou com uma conferência à imprensa da plataforma de Direitos Humanos, que inclui diversos organismos da região, onde denunciaram o processo eleitoral e a repressão sistemática e generalizada, como também as capturas e detenções ilegais por parte da polícia e exército, contra as pessoas que em seguida foram assassinadas ou apresentam sinais de tortura.
Gilda Rivera, Del Centro de Derechos de Mujeres, encerrou a conferência convocando as mulheres ali presentes a marchar até a “Plaza de la Merced” (Praça de Mercedes), onde se encontra a sede parlamentar, para comemorar o Dia da luta contra a violência às mulheres, sob a consigna que já fizeram mundialmente conhecida as Feministas em Resistência: “ Nem golpe de Estado, nem golpe às mulheres!”
Centena de mulheres, marcharam desde a sede da conferência, pelas ruas centrais de Tegucigalpa cantando consignas contra o regime golpista e a favor da assembléia constituinte, enquanto recebiam o apoio das vizinhas, comerciantes e pedestres que as acompanhavam com aplausos, saudações e bozinaços. Adelay Carias, do Centro de Direitos da Mulher (CDM), nos falou sobre o informe que deram as Feministas em Resistência, sobre as violações dos direitos humanos das mulheres, perpetuada pelas forças repressivas do regime. Elas denunciaram que muitas mulheres durante as detenções, sofreram abusos e violações sexuais. “Na confusão me perdi do grupo... Somente eu fiquei diante da patrulha. Não sei que rumo tomaram. (...) Me violentaram quatro policiais, logo me ultrajaram, me estupraram com a coisa negra que a polícia utiliza.” Disse uma das mulheres que testemunhou sobre a repressão e manifestção de Choloma de 14 de agosto. Uma professora de El Durazno denunciou: “ Me cuspiam, e atiravam terra e pedras com o sapato, me bateram com o cacetete nos braços e em todo corpo. Caí na sargeta de tanta pancada, e fraturei o pé esquerdo. Enquanto me batiam, gritavam: “ Filha da puta, vamos te deixar aleijada para que deixeis de nos foder.”
Jessica Islã, feminista independente, enviou uma saudação em solidariedade às trabalhadoras de Kraft-Terrabusi da Argentina que seguem exigindo a reincorporação de seus companheiros despedidos e para as trabalhadoras do Sindicato Mexicano de Eletricistas que iniciaram recentemente uma greve de fome em luta pela reincorporação dos mais de quarenta mil trabalhadores e trabalhadoras demitidas.
Faltando somente quatro dias para as eleições convocadas pelo regime golpista sob a astúcia do imperialismo norte americano, as feministas seguem em resistência, denunciando os crimes cometidos pela ditadura. Junto a elas, e em toda América Latina as mulheres lutam para que caiam os golpistas e denunciamos as negociações que serviram somente para fortalecer Micheletti, dizemos: Wendy Carolina, presente! Todas e todos os lutadores assassinados presentes hoje e sempre! Abaixo ao golpe! Não às eleições! Por uma greve geral até que caiam os golpistas. Que as organizações operárias, campesinas e populares da resistência convoquem uma assembléia constituinte revolucionária para refundar o país sob as necessidades das maiorias exploradas e oprimidas do povo hondurenho.
Traduzido por Bruna Bastos, do Pão e Rosas - Franca
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