Por: Elida Costa, Campinas - SP
No último final de semana presenciamos mais um triste
episódio homofóbico, o qual foi protagonizado pelo veterano prol-homofobia, o
Deputado Marco Feliciano, que bradou palavras de ordem contra 2 ativistas que
se beijavam durante o evento “Glorifica Litoral”, realizado em São Sebastião,
litoral norte de São Paulo. Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20,
foram detidas, agredidas (física e moralmente) e algemadas por agentes da GCM
que, posteriormente, as levaram ao 1.º Distrito Policial de São Sebastião, onde
foram realizados exames de corpo de delito. Exames os quais constataram, em
Joana, hematomas nos braços e pernas. Vale ressaltar que o evento religioso em
questão, ocorreu em área pública, logo, tanto a atitude do Deputado, quanto a
atitude da GCM, caracterizou afronta aos direitos humanos e liberdade de
expressão.
A ação da GCM foi legitimada pela prefeitura de São Sebastião
que em nota justificou a ação da guarda como “necessária” mediante ao que foi
alegado pela delegacia local, que classificou o beijo como "perturbação de
cerimônia religiosa". Porém, aos casais héteros presentes que também se
beijavam durante o culto, nada foi feito, afinal, o beijo entre 2 pessoas de
sexos opostos trata-se apenas da celebração do amor, enquanto o beijo entre 2
pessoas do mesmo sexo, é tratado como ato abusivo e de zombaria contra
determinadas crenças. Esse tipo de repressão só demonstra o quanto as
instituições religiosas e o Estado atuam em comum acordo, já que a própria
polícia foi a responsável de legitimar os discursos homofóbicos realizados pelo
pastor, por isso lutamos contra a violência, coerção e discriminação em razão
de orientação sexual, identidade de gênero e raça. Por um estado laico que
garanta a cidadania e diretos humanos às minorias e contra as bizarras
imposições da bancada evangélica no Congresso Nacional. Não podemos deixar de
citar o papel da policia, sujeitos os quais estão e são situados "na ponta
dos interesses do Estado", treinados para a guerra com táticas delineadas
ainda na ditadura militar, cujos inimigos alvo são os trabalhadores e
principalmente os setores oprimidos como os LGBTs.
A ação da polícia,
quase sempre, violenta e sanguinária, garantirá aos que possuem o poder, sua
constante “manutenção” e como consequência, a expropriação do povo. Qual o
subterfúgio aplicado para justificar tais ações? "Tudo em nome da moral e
dos bons costumes" e é claro que um "pouquinho" de imunidade
parlamentar não faz mal a ninguém, estas são as costumeiras práticas de
sujeitos facínoras.
E assim, o estado consolida, de forma cada vez mais
explicita, o seu poder incontestável sobre a minoria diariamente rechaçada,
afinal, os gays são doentes e os negros amaldiçoados, este é o direcionamento
ideológico receitado pelo sistema às massas. Lutemos contra a democracia
burguesa que diariamente deslegitima nossa luta para que nossos direitos não se
concretizem efetivamente, lutemos contra as alianças com bancadas religiosas
para fortalecimento do governo Dilma em detrimento de nossa dignidade, da
dignidade da pessoa humana, pela separação do Estado da Igreja que são apenas
veículos de propagação de passividade e servidão. Busquemos quebrar os
alicerces do estado, fundados em autoritarismo e imposição, para que sejamos de
fato livres de dogmas, preconceitos e regras, que nos regram, oprimem e matam.Assista aqui os vídeos da agressão: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/16/apos-expulsar-garotas-que-se-beijaram-em-culto-feliciano-diz-que-ato-foi-baderna.htm#fotoNav=199
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