"Nós mulheres do Pão e Rosas nos colocamos na luta contra esta sociedade que nos diz que somos iguais, mas que a todo momento nos prova de que vivemos numa sociedade que nos oprime, nos explora, nos humilha. Nos incumbimos da tarefa de sermos um grupo que não pense a questão de gênero isolada da realidade a qual vivemos e de todo sistema de exploração a que somos submetidas, deste modo nos colocamos numa perspectiva de classe e de luta para rompermos com os grilhões que a nós é imposto. Para tanto vemos a necessidade de construirmos um grupo que se coloque ao lado das mulheres trabalhadoras, que lutemos por elas e com elas, levantando uma bandeira feminina e classista, e é neste sentido que o Pão e Rosas-Marília está se forjando, como um grupo que nasceu neste ano de 2009, mas que vê claramente a necessidade de ser um grupo combativo e de luta anticapitalista."
Sheila Lima, estudante da Unesp-Marília
"Eu achei a plenária interessante porque é um grupo de mulheres que estão lutando pelos seus direitos, porque no mundo em que a gente está hoje ainda tem muito preconceito contra a mulher, com a plenária do Pão e Rosas estamos tentando tirar um barreira da própria sociedade, acabar o machismo. Discutimos sobre a precarização do trabalho feminino, por exemplo, no trabalho terceirizado existem mais mulheres do que homem... e quantas supervisoras existem? Entre vinte supervisores, uma é supervisora, isso mostra machismo até dentro do trabalho mais precarizados. Por isso é importante nós nos organizarmos e nos unirmos contra as injustiças causadas dentro do sistema capitalista, entre elas o machismo. "
"1ª Impressão: Pão e Rosas. Ao ver todos aqueles rostos muito jovens, senti-me lisonjeada por compartilhar com mulheres com capacidade de inovação! Nosso futuro não está assegurado, isto é um fato, contudo é imperativo trabalhar de modo estratégico para que ele aconteça, amenizando situações negativas, contraditórias e conflitos."
Selma Cristina B. Nogueira, contadora, trabalha na área da educação
"Não basta irmos as ruas no 8 de março gritar palavras bonitas e depois voltarmos as nossas vidas normais. É preciso organizar a luta no ano todo, e para isso temos que buscar discutir e enfrentar a exploração, opressão e humilhações que nos mulheres sofremos no dia-a-dia em nossa casa, no trabalho, na escola e universidade. Para isso, temos que entender o funcionamento do capitalismo e seus mecanismos de dominação para que possamos nos armarmos contra nosso principal inimigo (a burguesia), que é quem mais se aproveita da nossa opressão. Logo, é fundamental resgatar a história da classe operária e das mulheres que deram suas vidas na luta contra o capitalismo, história que o inimigo tenta, não por acaso, esconder ou modificar. Mas essa luta não da pra ser feita sozinha, temos que nos unir e construir o Pão e Rosas, que hoje é o grupo que cumpre esse papel. Temos feito campanhas, atos e reuniões importantes frente aos últimos acontecimentos e as demandas da nossa classe e por isso estamos vendo o grupo amadurecer e crescer."
Celeste, professora municipal no ABC Paulista
Patrícia, trabalhadora terceirizada da limpeza de uma EMEI de São Paulo
"Nós do Pão e Rosas, queremos forjar uma nova tradição na esquerda, no movimento estudantil e nos movimentos sindicais, que muitas vezes tratam da questão da mulher e da sua opressão de forma superficial ou menos importante. Queremos romper com essa tradição e sair do abstrato e irmos para o concreto. No dia 1º de agosto, na plenária do Pão e Rosas com várias companheiras presentes, de diversos locais, entre trabalhadoras, donas de casa e estudantes discutimos os nossos projetos, e trabalhos que já estamos realizando e que queremos avançar muito mais, como a campanha pelo fim da terceirização e incorporação imediata das/os trabalhadoras/es, pelo direito ao aborto legal e gratuito, abaixo ao golpe em Honduras...Mas ainda temos muito que avançar, e somos muito poucas, portanto, desejamos que todas as mulheres que assim como nós sentem a necessidade de romper com a lógica na qual estamos inseridas, que querem lutar pelos direitos das mulheres, entendendo que nossa opressão é o alimento desse sistema capitalista, e que portanto, lutar pelos nossos direitos é lutar pelo fim desse sistema, se somem a nós e nos ajudem a crescer, e sermos uma grande agrupação de mulheres que não se calam!"
Ariane Mendonça, estudante da Unesp-Marilia
Ariane Mendonça, estudante da Unesp-Marilia
"A plenária foi muito importante, principalmente pela participação das companheiras trabalhadoras, que tem o desafio de driblar a dupla jornada para militar todos os dias. Isso me motiva muito e é para nós estudantes, uma grande lição, demonstrando a importância de se ligar as trabalhadoras e que só junto a elas poderemos lutar contra o sistema capitalista que significa para nós mulheres: opressão e exploração."
Ana Carolina B. Nogueira
Ana Carolina B. Nogueira
integrante do Diretório Acadêmico da Unesp-Rio Claro – gestão “Por uma questão de classe”
"Não imaginava que tanta gente viria à Plenária. Mulheres de todos os lugares, classes sociais e sotaques se reuniram para discutir problemas com que todas convivemos diariamente, como homofobia, terceirização, aborto clandestino e, em um tópico mais recente, a Gripe A. As diversas opiniões e pontos de vista enriqueceram o encontro e abriram espaço para debates e questionamentos. O depoimento das trabalhadoras terceirizadas emocionou a todos e confirmou que precisamos de mudanças. A festa de encerramento foi muito divertida e era possível perceber que muitos assuntos ainda estavam sendo discutidos, mesmo que em meio à música e à comida. O agradecimento das companheiras argentinas incentivou mais ainda nosso trabalho aqui no Brasil que, com certeza, vai continuar crescendo e representando a cada dia a força e a luta de cada mulher."
Maju, estudante da PUC-SP
Maju, estudante da PUC-SP
"1ª Impressão: Pão e Rosas. Ao ver todos aqueles rostos muito jovens, senti-me lisonjeada por compartilhar com mulheres com capacidade de inovação! Nosso futuro não está assegurado, isto é um fato, contudo é imperativo trabalhar de modo estratégico para que ele aconteça, amenizando situações negativas, contraditórias e conflitos."
Selma Cristina B. Nogueira, contadora, trabalha na área da educação
"Vejo o grupo Pão e Rosas como uma oportunidade não só de expressão, mas também de ação, para todas aquelas mulheres que se indignam frente à opressão a que estamos submetidas e acreditam ser necessário dizer um alto e belo basta! E neste sentido o grupo surge como forma de unir as nossas vozes e mostrar para a sociedade que não aceitaremos caladas que mulheres sejam criminalizadas por praticarem aborto, que milhares de mulheres continuem morrendo devido a conseqüências de abortos praticados em condições insalubres, que nossos corpos sejam vistos como mercadoria, que continuemos a ser vítimas de violência doméstica, exploradas pela dupla jornada e ocupando os piores e mais precários postos de trabalho. São por essas e outras questões que acredito ser de fundamental importância impulsionar o grupo de mulheres Pão e Rosas que, a meu ver, tem um forte potencial para tornar-se um amplo movimento de mulheres. Afinal, se nós mulheres não nos unirmos para lutar contra a opressão e exploração que esta sociedade nos submete, quem o fará por nós?"
Camila Loures, estudante de pedagogia da Unicastelo-Itaquera e trabalhadora da educação no município de São Paulo
Camila Loures, estudante de pedagogia da Unicastelo-Itaquera e trabalhadora da educação no município de São Paulo
“O Capitalismo nos dá uma sensação de emancipação feminina, de direitos iguais, porém essa sensação é falsa, pois as mulheres ainda sofrem uma grande opressão social, como: a mercantilização do corpo feminino, os salários inferiores ao do homem, além de que a grande maioria das mulheres tem uma dupla ou tripla jornada de trabalho tendo que cuidar da casa, dos filhos e manter um emprego.
Assim, o grupo Pão e Rosas me agrada, pois chama para o debate questões políticas, não só pelo ponto de vista do machismo unicamente, mas com uma visão classista, criticando todo o sistema econômico, pegando o problema pela raiz. Sendo assim, creio que a questão não é unicamente a luta por direitos iguais para ambos os sexos, e sim a mudança do sistema econômico atual, e, por conseguinte, com um novo sistema produtivo todas as relações sociais vão se transformar, e entre outras, a questão da mulher.”
Fernanda M. M. Sarmento, estudante de Ciências Sociais da Unicamp
Assim, o grupo Pão e Rosas me agrada, pois chama para o debate questões políticas, não só pelo ponto de vista do machismo unicamente, mas com uma visão classista, criticando todo o sistema econômico, pegando o problema pela raiz. Sendo assim, creio que a questão não é unicamente a luta por direitos iguais para ambos os sexos, e sim a mudança do sistema econômico atual, e, por conseguinte, com um novo sistema produtivo todas as relações sociais vão se transformar, e entre outras, a questão da mulher.”
Fernanda M. M. Sarmento, estudante de Ciências Sociais da Unicamp
"Não basta irmos as ruas no 8 de março gritar palavras bonitas e depois voltarmos as nossas vidas normais. É preciso organizar a luta no ano todo, e para isso temos que buscar discutir e enfrentar a exploração, opressão e humilhações que nos mulheres sofremos no dia-a-dia em nossa casa, no trabalho, na escola e universidade. Para isso, temos que entender o funcionamento do capitalismo e seus mecanismos de dominação para que possamos nos armarmos contra nosso principal inimigo (a burguesia), que é quem mais se aproveita da nossa opressão. Logo, é fundamental resgatar a história da classe operária e das mulheres que deram suas vidas na luta contra o capitalismo, história que o inimigo tenta, não por acaso, esconder ou modificar. Mas essa luta não da pra ser feita sozinha, temos que nos unir e construir o Pão e Rosas, que hoje é o grupo que cumpre esse papel. Temos feito campanhas, atos e reuniões importantes frente aos últimos acontecimentos e as demandas da nossa classe e por isso estamos vendo o grupo amadurecer e crescer."
Celeste, professora municipal no ABC Paulista
"Decidimos fazer parte do grupo de mulheres Pão e Rosas por tantos motivos quantos podem ser englobados na ideia de uma abordagem do feminismo por uma perspectiva militante e classista. Temos uma identificação com o Pão e Rosas que não se deu com nenhum outro grupo de mulheres que se reivindica feminista. Nesse mote, podemos exemplificar o que (pra nós) diferencia o feminismo Pão e Rosas do feminismo burguês – que ora vê a mulher como a futura substituta na opressão de gênero, outra toma a questão feminista destacada do painel social. A diferença fundamental reside no que diz respeito à diversidade das questões que compõem as discussões, e que delimitam os contornos do contexto histórico no qual a opressão contra a mulher se inclui. Os debates são sempre muito abrangentes, mas sem perder o foco das demandas específicas das mulheres.
Em cada encontro há sempre uma troca de ideias muito profícua, o que nos traz o aporte teórico mais que fundamental à luta política organizada e militante. Além desse aspecto, também nos ajuda à trazer aqueles valores que nos são tão intrínsecos (como o repúdio ao preconceito) e, por isso, tão complicados de se discutir (por nos parecerem óbvios, não necessitando de quaisquer explicações) para um plano de argumentação fortalecida e persuasiva.
Na última plenária – realizada dia 1º de agosto – tivemos a oportunidade de entrar em contato com mulheres com as quais cruzamos todos os dias, mas – dessa vez – em um espaço dedicado somente a nós. Esse encontro nos comunicou com realidades muito diversas, naqueles detalhes e miudezas que fazem tanta diferença pra nós e que nos tornam tão semelhantes nas nossas diferenças.
A questão hondurenha, o aborto e a terceirização foram algumas das diretrizes das intervenções na plenária. Outro aspecto de muita importância pra nós, foi o contato com as trabalhadoras, que ajuda a fortalecer a tão quista aliança operário-estudantil. Além dessas bandeiras mais gerais do Pão e Rosas, foram discutidas demandas individuais dos diferentes núcleos que configuram o corpo do grupo, colaborando – assim – para a formação de uma visão concreta das nossas necessidades, qualidades e deficiências. Em cada uma dessas vivências aumenta a voz e a força para continuar a luta de nós, que somos tantas, e das mulheres que nos antecederam. Somos muitíssimo gratas às lutadoras Laís e Bianca que nos indicaram a possibilidade desse caminho, e reiteramos nossa apresentação com um detalhe que agora toma um espaço enorme em todas nós: nós somos todas Pão e Rosas."
Ane, estudante de Ciências Sociais da UNESP de Araraquara; Aline e Elenir, estudantes de Letras do mesmo campus; e Iaci, estudante pré-vestibular.
Em cada encontro há sempre uma troca de ideias muito profícua, o que nos traz o aporte teórico mais que fundamental à luta política organizada e militante. Além desse aspecto, também nos ajuda à trazer aqueles valores que nos são tão intrínsecos (como o repúdio ao preconceito) e, por isso, tão complicados de se discutir (por nos parecerem óbvios, não necessitando de quaisquer explicações) para um plano de argumentação fortalecida e persuasiva.
Na última plenária – realizada dia 1º de agosto – tivemos a oportunidade de entrar em contato com mulheres com as quais cruzamos todos os dias, mas – dessa vez – em um espaço dedicado somente a nós. Esse encontro nos comunicou com realidades muito diversas, naqueles detalhes e miudezas que fazem tanta diferença pra nós e que nos tornam tão semelhantes nas nossas diferenças.
A questão hondurenha, o aborto e a terceirização foram algumas das diretrizes das intervenções na plenária. Outro aspecto de muita importância pra nós, foi o contato com as trabalhadoras, que ajuda a fortalecer a tão quista aliança operário-estudantil. Além dessas bandeiras mais gerais do Pão e Rosas, foram discutidas demandas individuais dos diferentes núcleos que configuram o corpo do grupo, colaborando – assim – para a formação de uma visão concreta das nossas necessidades, qualidades e deficiências. Em cada uma dessas vivências aumenta a voz e a força para continuar a luta de nós, que somos tantas, e das mulheres que nos antecederam. Somos muitíssimo gratas às lutadoras Laís e Bianca que nos indicaram a possibilidade desse caminho, e reiteramos nossa apresentação com um detalhe que agora toma um espaço enorme em todas nós: nós somos todas Pão e Rosas."
Ane, estudante de Ciências Sociais da UNESP de Araraquara; Aline e Elenir, estudantes de Letras do mesmo campus; e Iaci, estudante pré-vestibular.
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