Já é absurdo que, em um ambiente
majoritariamente feminino, como é o curso de Pedagogia, sejam os homens que
mais ocupem e se manifestem em espaços de discussões políticas e em salas de
aula. E, na última quarta feira (09/10), pudemos observar que até mesmo quando
as mulheres tentam se colocar e disputar esses espaços são impedidas e até
agredidas (verbal, física ou psicologicamente).
Não podemos nos abster de
conquistar esses ambientes, sendo esse episódio de agressão apenas mais um
dentre muitos, reforçando a importância de nos unirmos, não apenas para
combater esses episódios tão disseminados e comuns em nossas universidades e
sociedade, mas também para mostrar que esses espaços são nossos e que sem as
mulheres, nenhuma luta pode ir à frente!
Evidencia-se também que na
própria universidade (assim como em toda a sociedade) existem mulheres, que
apesar de serem também oprimidas pela sociedade, cumprem outro papel nestas
situações, como foi a absurda reação da professora que estava dentro da sala de
aula e negou que houveram agressões verbais machistas contra as estudantes,
chegando a dizer que a agressão machista foi apenas uma reação à “agressiva”
tentativa de diálogo para incorporação dos estudantes em aula para a atividade
da greve, organizada pelo comando de greve. Não estamos ao lado de toda e
qualquer mulher abstratamente, por uma mera composição biológica e anatômica,
mas sim ao lado de todas as mulheres que sofrem com a opressão e a exploração
e, nesse sentido, também estamos ao lado dos trabalhadores e dos estudantes
homens que entendam a necessidade da luta contra a opressão para o avanço de
todas as lutas.
Para isso, é urgente que um
debate profundo seja feito por todxs nós estudantes da Faculdade de Educação,
para compreender à que e a quem serve as opressões, que dividem o movimento,
fazendo o jogo da reitoria, e enfraquecem a mobilização por tentar tirar da
linha de frente as mulheres. Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, nos
colocamos em defesa de todas as trabalhadoras e estudantes mobilizadas que
foram oprimidas e estaremos levando este debate a frente em todos os lugares
onde estamos na USP e chamamos a todas e todos os companheiros da FEUSP para
tornar a questão sobre as opressões um debate vivo e contínuo que não seja
discutido apenas diante de casos de agressão!
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