segunda-feira, 29 de julho de 2013

PÃO E ROSAS NA MARCHA DAS VADIAS - RJ


Aconteceu, no último sábado, dia 27/07 a Marcha das Vadias do Rio de Janeiro e o grupo Pão e Rosas participou formando um bloco denominado Pink Bloc. Organizamos esse bloco em homenagem ao Gulagi Gang (gangue de rosa) - grupo de mulheres na Índia que auto-organizam para combater a violência contra as mulheres e meninas. 
Além do impacto visual de dezenas de pessoas usando acessórios rosas, nosso objetivo também de expressar a auto-organização das mulheres na luta pelos seus direitos, mas não só enquanto marxistas achamos que nossa luta deve ir contra esse sistema que cotidianamente nos explora, humilha e nos divide. A faixa que levávamos denunciava a intervenção da Igreja nos direitos das mulheres e LGBTTI’s através do Estatuto do Nascituro e do incentivo à homofobia, além de exigir o direito ao aborto e questionar o desaparecimento de Amarildo, morador da Rocinha, desaparecido após ser levado à uma UPP por policiais no dia 16/07.
Durante a caminhada levantamos palavras de ordem como: “A verdade é dura, papa Francisco apoiou a ditadura”, “Não é mole não, a Igreja apoiou a escravidão”, “Não tá manero, o papa vem pro Rio e quem paga é o meu dinheiro”, “Pode rezar contra a pobreza, mas é melhor dividir sua riqueza”, "Nesse dia se escuta um só grito, aborto legal, seguro e gratuito","Eu sou mulher, sou radical, não sou capacho do papa e do Cabral" entre outros que criticavam diretamente o papel opressor que a Igreja  Católica cumpre historicamente, denunciavam a vinda do papa e os gastos públicos com a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) e o descontentamento geral em relação ao governo de Cabral.  Além disso, denunciamos o papel que cumpre o PT e o governo Dilma com alianças à igreja católica e evangélica nesses 10 anos de governo não garantindo que o Estado seja laico.
 A marcha aconteceu em Copacabana, simultaneamente à programação da JMJ que foi transferida devido a fatores climáticos para esse local. Isso contribuiu para que as críticas realizadas a igreja tivessem uma maior repercussão, entre elas a polêmica gerada pela quebra de imagens religiosas numa performance teatral em meio a marcha. Não achamos esse o melhor método para denunciar a instituição, visto que grande parte da classe trabalhadora têm crença na igreja católica, porém denunciamos a perseguição e nos colocamos em defesa da livre expressão artística. Por isso, nos colocamos ao lado das companheiras da marcha que estão sofrendo ameaças por essa intervenção, não aceitaremos nenhum tipo de agressão a nenhuma companheiras da marcha!!!

Apesar de vermos algumas limitações na Marcha das Vadias por não fazer um questionamento à sociedade capitalista, à divisão de classes e a exploração que impõe às mulheres trabalhadoras, achamos que esse é um importante espaço para fortalecermos bandeiras  já levantadas pelas mulheres e pelos setores LGBTTI`s que compõe a marcha. Como por exemplo o direito ao aborto, fim da violência contra as mulheres e homossexuais, auto-determinação  dos corpos e além dessas reivindicações achamos imprescindível colocarmos as demandas das mulheres trabalhadoras, como a precarização do trabalho e da vida e a necessidade de lutarmos contra esse sistema de exploração e opressão.

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