quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mais um caso de homofobia contra um jovem negro: Não podemos aceitar de braços cruzados qualquer demonstração de racismo, homofobia ou machismo!

Por Pão e Rosas - Rio de Janeiro
Na madrugada do dia 16 de junho, mais uma vez a cidade do Rio de Janeiro foi palco de um caso explícito de racismo e homofobia contra um jovem estudante que se encontrava em um bar localizado no bairro da Lapa.

O jovem Rodrigo Reduzino, estudante da UERJ, além de agredido verbalmente, foi brutalmente atacado e agredido por outro homem que estava no mesmo local (Bar das Kengas, freqüentando por LGBTTs) e enquanto golpeava Rodrigo com socos e pancadas na cabeça, gritava “Veado, safado!”. Como se não bastasse ser violentado uma vez, em seguida Rodrigo ainda foi vítima do total descaso e discriminação por parte da polícia que se omitiu em ajudar quando o jovem parou uma viatura que passava pelo local. Mesmo vendo o agressor que continuava a gritar, e além disso berrava: “Bati mesmo e bato mais”, os policiais se negaram a levar o estudante para a delegacia registrar o ocorrido. Essa é a mesma polícia que violenta e assassina a população negra nas favelas e morros.

Num momento em que o debate de cotas sociais e raciais estão em pauta nas universidades públicas, e é pauta dos debates entre as chapas para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRJ – o qual participamos apoiando a chapa 4, “Revida, Minerva!” –, sabemos que em nossa sociedade existem cotas com a porcentagem muito mais elevada do que os 5% ou 10% que quer dar o governo e as reitorias para @s negr@os na universidade: os corpos caídos no chão após as invasões policiais nas favelas são em sua maior parte jovens negros; a(o)s trabalhadora(e)s precarizada(o)s e terceirizada(o)s da universidade que recebem baixos salários e não possuem os mesmos direitos são negra(o)s e compõem a maioria da(o)s prestadora(e)s de serviço na universidade e essa(e)s mesma(o)s trabalhadora(e)s que com seu salário pagam os impostos que fazem essa universidade funcionar nela não poderão estudar, e seus filhos e filhas provavelmente também não poderão estudar, pois existe um filtro social chamado vestibular (ainda que possa mudar de nome).

O caso de Rodrigo, longe de ser um caso isolado, mostra as diferentes formas de opressão e violência a que estão submetidos a população negra, os homossexuais e as mulheres na sociedade capitalista. Enquanto são negados os mais elementares direitos, desde se divertir com os amigos em um bar sem sermos espancad@s e humilhad@s, ter iguais direitos e condições, como na procura de um emprego ou no acesso à universidade, ter o direito de unir-se diante das mesmas normas legais estabelecidas para os casais heterossexuais, ter o direito de andar pelas ruas sem ser abordado, humilhado e assassinado pela polícia, ter o direito de manifestar publicamente seu afeto sem correr o risco de morrer por isso.
Não podemos aceitar de braços cruzados qualquer demonstração de racismo, homofobia ou machismo! Basta de opressão sexual! Abaixo o racismo e a homofobia! Plenos direitos para as pessoas não heterossexuais! Punição aos culpados: do agressor e daqueles que se omitiram e negaram socorro!

Um comentário:

Julia Mauro disse...

NÃO AO FECHAMENTO DAS OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO, POR FAVOR SE PUDER AJUDAR, FICARIA MUITO GRATA!
http://navozdenos.blogspot.com/2010/06/nao-ao-fechamento-das-oficinas.html missel