Publicamos abaixo o boletim específico de mulheres
do Sindicato dos Trabalhadores da USP - SINTUSPgestão "Sempre na Luta! Piqueteiros e Lutadores",
do dia 13/09/2010 e o Cartaz de divulgação do Encontro.
Iº Encontro será no dia 24 de setembro, uma sexta-feira, a partir das 8 horas na USP no Clube dos Funcionários da USP, aberto à todas trabalhadoras, efetivas e terceirizadas e às estudantes.
PROGRAMAÇÃO
8h – Café da Manhã
9h – Abertura do encontro e discussão. Violência e opressão da mulher e a crise capitalista com Andrea D’Atri, psicóloga, especialista em estudos sobre a mulher e integrante do grupo Pão e Rosas da Argentina.
12h – Almoço
13h – A saúde da mulher e a saúde da mulher negra
16h – Fechamento do encontro com propostas e resoluçõesÉ muito importante que todas as trabalhadoras se organizem em seu local de trabalho para participar desse importante encontro. Chamamos todas as trabalhadoras, efetivas, terceirizadas também fundacionais a participar deste importante momento. O Encontro é aberto para mulheresque não são da universidade. Participem!
Se inscreva no Sindicato, através do e-mail: sintusp@sintusp.org.br ou pelos telefones 3091-4380, 3091-4381 e 3814-5789 O SINTUSP irá solicitar o pedido de liberação para todas ascompanheiras que queiram participar
DE QUEM É A CULPA PELA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES?
Acompanhamos todos os dias as notícias aterrorizantes de violência contra as mulheres. Mais do que isso, sabemos que essa violência está mais próxima do que muitos imaginam. Está em nossos bairros, nos locais de trabalho e até mesmo em nossas casas. Quando a mulher não aparece com um roxo enorme no rosto, ou diretamente assassinada, passa até despercebido por muitos. Também, nem sempre os agressores são punidos.
Muitas vezes as mulheres têm medo de lutar contra esta violência, porque se sentem sozinhas. Mas é preciso entender que a violência não é um problema individual. Se no Brasil existe a estatística de que 1 mulher é assassinada a cada duas horas, como é possível lutar sozinha contra isso? Não é possível. Ao mesmo tempo, é preciso entender que a própria classe dominante e os governos não querem colocar fim à violência às mulheres porque lhes é conveniente manter as coisas como estão. Essa violência contribui para que as mulheres continuem sendo um grupo social subordinado, contribui para a divisão entre homens e mulheres de uma mesma classe, contribui para manter a opressão. Quando acontece um caso chocante de violência, como foi o da Eliza Samudio, todas as revistas e jornais da burguesia fazem um grande alarde pra demonstrar que o assassino é o grande vilão de toda a história, porem se esquecem de dizer que a própria justiça burguesa contribui para o aumento da violência, permitindo que a maioria dos crimes cometidos contra as mulheres permaneçam impunes.
Tem mais. E as atrocidades e humilhações que a classe dominante com seus governos fazem contra a população pobre e os trabalhadores? Disso eles não falam. Não falam que ao mesmo tempo em que sustentam toda a violência contra as mulheres, fazem grandes escândalos em torno dos casos famosos pra pousarem de indignados e “se fazerem passar por bonzinhos”.
Por tudo isso, a luta contra a violência às mulheres deve ser tomada pelo conjunto dos explorados e oprimidos, e não de forma individual por cada mulher. Deve também ir em enfrentamento com o Estado e os governos, que sustentam e legitimam esta violência a benefício próprio. Chamamos todas as mulheres a participar do 1º Encontro de Mulheres Trabalhadoras da USP, onde a violência e o combate a ela, será um tema importante de debate.
BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES!
ABAIXO À REPRESSÃO NA USP! Pela revogação da suspensão da companheira Patrícia!
Retirada de todos os processos e ou inquéritos contra Neli, Magno, Aníbal, Zelito, Solange e Rosana!
Retirada dos processos contra os estudantes e reintegração imediata do companheiro Brandão!
ABAIXO À POLÍTICA DE TERCEIRIZAÇÃO!
A política de terceirização é um meio de privilegiar empresas privadas que lucram à custa da verba pública, além de escravizar as trabalhadoras, pois com a política de desemprego elas precisam seguir trabalhando e acabam se submetendo a trocar sua mão de obra por salário mínimo do governo em jornada de 44 horas semanais e aceitando política de humilhação como perder a cesta básica se precisar faltar mesmo que atestada pelo médico, ou assinar contrato descartando o recebimento do vale transporte e muitas vezes encaminhadas para prestar serviço em locais distantes de sua moradia. A HIGILIMP está entre as empresas que escravizam e humilham as trabalhadoras. Por exemplo, as funcionarias (os) que prestavam serviço no Centro de Saúde não recebiam o adicional de insalubridade, e a desculpa é que eles limpam setor administrativo, porém qualquer um sabe que aquele setor de saúde não está isento de risco biológico. Outro abuso dessa empresa é não pagar vale transporte alegando que as trabalhadoras estão dentro do campus e ainda obriga as trabalhadoras a assinarem no próprio holerite que receberam vale transporte. Notem se não é escravização mesmo. O Centro de Saúde está fora do campus, e mais, se consta na folha de pagamento que está sendo pago o vale transporte, mas não repassado para a funcionária, então para quem está ficando? E a humilhação que a dona dessa empresa fez com uma de suas trabalhadoras gritando e tratando-a como se fosse qualquer coisa e não uma pessoa, “situação presenciada por servidora da USP que se indignou”. É calamitoso o resultado da terceirização, produzir lucro para os donos e escravizar quem precisa
trabalhar. Recebem por metro quadrado e deixam um número inferior de trabalhadoras que tem de dar conta de todo o serviço. Está na ordem do dia continuar a luta contra a terceirização, está mais do que provado que é política de destruição dos serviços públicos e desperdício do erário público além do não comprimento dos direitos trabalhistas.
É muito importante que todos se organizem para combater e que as mulheres, por ser maioria, contratadas e submetidas estejam na linha de frente dessa luta árdua.
Fim da terceirização! Incorporação de todas e todos terceirizados sem concurso público considerando sua experiência.
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