segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Saiu o novo jornal Pão e Rosas! Nosso direito à vida não se vende, não se troca e não se cala por votos! Basta de mulheres mortas por abortos clandestinos!

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Estamos próximo do dia 28 de setembro, Dia Latino Americano e Caribenho pela Legalização do Aborto, e enquanto as candidatas e candidatos fazem mil e uma promessas nos programas eleitorais, as mulheres morrem ensangüentadas pela ausência de um direito. Não podemos deixar que as falsas promessas de um Brasil cuja situação de vida da maioria da população melhoraria, promessa de um Brasil “desenvolvido”, ofusque a realidade de milhares de mulheres mortas por abortos clandestinos. Mulheres que tem cor e classe, são negras, trabalhadoras e pobres! Mulheres trabalhadoras que vivem em condição de miséria, super-exploração e que não possuem dinheiro para bancar o alto custo dos abortos nas clínicas clandestinas. Não podemos confiar nos governantes e candidatos à presidência que aliados à burguesia vêm demonstrando que só tem a oferecer mais miséria, precarização e mortes para as mulheres. Os governos são culpados pela mortes das mulheres! É por isso que precisamos lutar para conquistar o direito ao aborto livre, legal, seguro e gratuito, porque se depender delas e deles, as mulheres continuarão morrendo. Arranquemos com a força de nossa mobilização, nos organizando independente dos patrões, dos governos e da Igreja, pelo nosso direito à vida lutando pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito!

BASTA DE MULHERES MORTAS POR ABORTOS CLANDESTINOS!

Nosso direito à vida não se vende,
não se troca e não se cala por votos!

Venha marchar junto do Pão e Rosas no bloco classista no ato pela legalização do aborto no dia 28/09, em São Paulo, às 17h na Praça Patriarca, Centro.
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 Dilma, Serra, Marina e Lula:
elas e eles não estão nem aí pras nossas mortes!

Diante das eleições querem que apertemos o botão verde e fiquemos de braços cruzados, esperando que os governos façam algo por nós enquanto tentam enganar a classe trabalhadora e a população com seus discursos, pois na verdade governam e querem governar para os capitalistas. Mas não podemos aceitar ser telespectadoras de nosso destino. É preciso que as mulheres sejam protagonistas, lutando pelo seu direito à vida e dizer um basta de mulheres mortas por abortos clandestino! As mulheres trabalhadoras, pobres e negras de nosso país não podem confiar suas vidas nos governantes e capitalistas!

Isso por que é no Brasil de Lula onde 12 mulheres são assassinadas por dia, onde mais de 1 milhão de mulheres abortam clandestinamente e são perseguidas e condenadas à morte pela ausência do direito ao aborto. Mais de 50% destes abortos são inseguros, realizados pelas próprias mulheres em seus lares sem condições de higiene inadequadas, por não terem condições de pagar altos valores em clínicas privadas. O Estado brasileiro é quem condena milhares de mulheres, sobretudo as mulheres negras, pobres e trabalhadoras, à morte e humilhações por não garantir o direito elementar de decidir sobre sua vida e corpo. Na Bahia e em Pernambuco, o aborto ocupa a 1ª causa de morte materna, sendo que o risco de morte de mulheres negras é 2,5 vezes maior do que o de mulheres brancas.

Este mesmo Brasil de Lula que criminaliza as mulheres que são obrigadas a recorrer ao aborto, não garante o direito à maternidade. Seja em nossos trabalhos onde somos perseguidas pelos patrões para que não engravidemos, seja pela ineficácia do sistema público de saúde que deixa as mulheres à mercê de sua própria sorte na espera por um atendimento, em que já vimos noticias de mulheres que perderam seu filho no trajeto de um hospital ao outro.

Numa situação como essa, Dilma escreve sua “Carta Aberta ao povo de Deus”, que mostra uma continuidade ao atrelamento do Estado com a Igreja. Acreditamos que assim como não é possível um governo que governe para ricos e pobres, tampouco é viável uma luta contra o massacre de mulheres mortas por conseqüências de abortos inseguros sem que nos enfrentemos com um governo que coloca-se descaradamente junto à Igreja para angariar votos de seus fiéis. Ainda nessa carta, a candidata petista afirma que a desigualdade social e as violências nas favelas “tem o dedo imperfeito do homem e não o desígnio de um Deus perfeito”, responsabilizando o povo pobre e negro, e não a burguesia e os governos (inclusive o de Lula!), aumentando o aparato militar, utilizando o RJ como exemplo. Não bastasse os 6 anos da ocupação do Haiti pelas tropas brasileiras enviadas por Lula, que levam a “paz” da ONU às mulheres haitianas, com estupro, morte e dor.

José Serra, do PSDB, também mostra que está disposto a avançar sobre os corpos das mulheres. Este senhor que já foi Ministro da Saúde foi categórico em dizer que o direito ao aborto seria uma “carnificina”, declara: “Vai (ter) gravidez para todo o lado porque (a mulher) vai para o SUS e faz o aborto’”. Enquanto isso Marina Silva (PV), candidata mulher de origem pobre, declara ser contra o direito ao aborto e faz demagogia dizendo ser a favor de um plebiscito sobre o tema. O PV de Marina é o mesmo partido para onde migrou o principal idealizador do Projeto de Lei “Estatuto do Nascituro” (conhecido como “bolsa estupro”) o Luis Bassuma, após ter sido expulso do PT por liderar a bancada parlamentar dos “pró-vida” e ser ativo na luta contra o direito das mulheres tentando instaurar uma CPI do Aborto para perseguir as mulheres.

O Estado capitalista, seus governos, instituições, quer nos fazer acreditar que nossa realização máxima na vida é a maternidade, mas é este mesmo Estado que nos nega o direito à maternidade plena, sem um sistema de saúde público de qualidade, fazendo com que as mulheres que dependem dos sistema público de saúde morram nas filas dos hospitais, não garante anticoncepcionais gratuito e de qualidade e educação sexual nas escolas, e por isso a criminalização do aborto é mais uma forma de violência contra as mulheres. É este mesmo Estado que utiliza de seus aparatos como a polícia, para reprimir a classe trabalhadora e criminaliza e condena à morte as mulheres pobres que sofrem com os abortos clandestinos. Portanto, nossa luta por este direito democrático não se faz com os métodos desta democracia burguesa pressionando os parlamentares para que decidam ou não, nessa democracia dos ricos que só tem a oferecer as mulheres miséria, precarização do trabalho e morte.

Acreditamos que devemos nos unir em frente-única para lutar por este direito elementar que é o aborto, e que deva ser garantido para todas as mulheres, mas nossa luta se faz desde as perspectivas das mulheres trabalhadoras, com independência de classe, lado a lado às mulheres são massacradas todos os dias pela clandestinidade do aborto. Diferentemente de como a Marcha Mundial de Mulheres e setores do PSOL se colocam na defesa do direito ao aborto, através da disputa meramente parlamentar, não nos iludimos com a democracia burguesa. Nós do Pão e Rosas, achamos que este direito só será garantido se for arrancado pelas mulheres auto-organizadas e aliadas a toda a juventude e classe trabalhadora.


Nosso direito à vida, de não morrer por abortos clandestinos, só conquistaremos com nossa luta!

Chamamos a todas as mulheres, estudantes, trabalhadora(e)s, o Movimento Mulheres em Luta, a Anel e a CSP-Conlutas, a formarmos um bloco classista e anti-governista no ato do dia 28 de setembro, para lutar por:

Abaixo o acordo Brasil-Vaticano firmado por Lula em 2008! Basta da intervenção da Igreja sobre nossos corpos! Arquivamento imediato do projeto de lei “Estatuto do Nascituro”!

Educação sexual nas escolas públicas e privadas para decidir!
Contraceptivos gratuitos e de qualidade para não engravidar!
Pelo direito ao aborto livre, legal, seguro e gratuito, garantido pelo Estado para não morrer!

Contra a privatização da saúde! Por um sistema de saúde 100% estatal que possa atender todas as necessidades das mulheres e de toda população, sob controle das/os trabalhadoras/es e usuários!

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