(Argentina, 15/09/2010) As mulheres trabalhadoras e estudantes da agrupação Pan y Rosas nos solidarizamos com todas as trabalhadoras/es de Kraft Terrabusi que neste momento se encontram paralisados em repúdio a morte de uma trabalhadora, falecida no consultório médico da própria empresa.
Marcela Ortega tinha apenas 32 anos e três crianças pequenas. Sua morte, por parada cardíaca, escancara os maus-tratos que recebiam diariamente as/os trabalhadoras/es dessa empresa multinacional e de seu serviço médico, que omitem sistematicamente as reclamações que têm sido feitas pela Comissão Interna sobre as centenas de denúncias de maus-tratos médicos, desconhecimento de certificado médico e falta de tratamento às enfermidades, muitas delas patologias laborais, produto do alto ritmo da produção que vem realizando principalmente as trabalhadoras da fábrica. Cabe recordar a negligência desta empresa durante a pandemia da gripe A, em julho de 2009, que foi enfrentada heroicamente por milhares de trabalhadoras da Kraft que se negaram a expor sua saúde e de seus filhos por conta da sede de lucro desta multinacional norte-americana que não tomou nenhuma medida preventiva.
A morte de Marcela mostra nitidamente que é preciso, de uma vez por todas, deter todas estas patronais: NÃO PODEM CONTINUAR EXPLORANDO NOSSOS CORPOS E NOSSAS VIDAS!
Desde o Pan y Rosas nos colocamos a disposição de todas as medidas que as/os trabalhadoras/es decidam tomar em repúdio a esta morte e em busca de melhores condições de trabalho, higiene e saúde. Porque sabemos que com sua disposição de luta independente da patronal, do governo e do sindicato, amplamente demonstrada em seu conflito e com o triunfo de suas demandas, é possível impedir que haja mais mortes laborais, deter as patronais e os terríveis ritmos da produção que mutilam nossos corpos e nos deixam seqüelas irreversíveis, é possível alcançar todas as nossas demandas e direitos.
Agrupação de Mulheres PAN Y ROSAS
General Pacheco, 15/09/2010
“Não aceitem o habitual como coisa natural, pois em tempos de desordem, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar...” Bertold Brecht
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