

A greve dos trabalhadores da Usp teve início em 05/05 e logo nesse dia o interventor de Serra na universidade, o REItor Grandino Rodas desfere os primeiros ataques ao direito de greve ameaçando no dia 04/05 antes mesmo da greve começar que haverá desconto salarial dos grevistas pelos dias parados e a cobrança de R$ 1.000,00 de multa para cada dia de piquete, bloqueios, e outros instrumentos de greve. O Sindicato dos trabalhadores da USP (SINTUSP) há anos vem dando exemplo nas lutas pela democratização da universidade, pela qualidade da educação pública, gratuita e presencial para todos, pelos direitos do(a)s trabalhadore(a)s terceirizado(a)s na USP... A combatividade desse sindicato arrepia a reitoria, a burocracia universitária e também o governo levando-os a assumir uma postura mais repressiva com multas ao Sintusp, transferências de funcionários para desarticular a mobilização, diversas perseguições políticas, coerções e demissões. Essa violência contra as lutadoras e lutadores do SINTUSP não está descolada das várias expressões cotidianas da violência contra as mulheres e na USP a Coordenadoria de Assistência Social (COSEAS) vem sendo, como representante da Reitoria, responsável direta ou indiretamente por esta situação dentro da universidade. Por isso, nos manifestamos contra a conivência da COSEAS em relação a violência as mulheres e ao conjunto dos estudantes e trabalhadores. Apoiamos as estudantes que lutam contra o assédio e casos de estupro dentro da moradia, contra a violência da Guarda Universitária e que lutam junto aos estudantes por suas reivindicações de permanência e moradia estudantil com a Ocupação da COSEAS. E também apoiamos as trabalhadoras dos restaurantes que sofrem cotidianamente com a dupla jornada de trabalho, com péssimas condições de trabalho e jornadas extenuantes, expostas a todos os tipos de humilhação e acidentes de trabalho, e que agora junto aos trabalhadores iniciam uma greve se enfrentando com todos os ataques da Reitoria e do governo Serra. Chamamos todas as mulheres a estarem juntas nessa greve, pois esta é uma ferramenta de luta do conjunto da classe trabalhadora onde poderemos fazer ouvir as nossas vozes. Basta de violência contra as mulheres e viva a greve dos trabalhadores e trabalhadoras da USP!

Diante de todas essas formas de violência lançadas contra as mulheres na COSEAS, contra os lutadores e lutadoras, contra @s homossexuais (como o caso da faculdade de farmácia na USP), contra as mulheres negras, contra as trabalhadoras terceirizadas e também as efetivas da Escola de Aplicação que sofrem assedio moral e as trabalhadoras do Bandejão que estão ficando com sérios problemas de saúde, é que nos colocamos a perspectiva de lançar uma forte campanha contra a violência às mulheres na USP.
Hoje, 11/05, houve uma negociação com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Trabalhadoras, trabalhadores e estudantes das universidades estaduais paulistas compuseram um ato na Rua Itapeva, para exigir suas reivindicações. É urgente que nós mulheres, estudantes e trabalhadoras, nos coloquemos à frente da luta pelo direito à organização e mobilização, pois se sabemos por sofrer todos os dias com a dificuldade de nos organizarmos devido à dupla jornada e ao machismo, sabemos também que este sindicato se coloca como um importante instrumento para a organização e a luta das mulheres trabalhadoras. Muitas dessas trabalhadoras durante a greve de 2009 construíram a Secretaria de Mulheres do SINTUSP, do qual o Pão e Rosas tem orgulho de participar, pois luta pelos direitos das terceirizadas, contra a violência e assédio moral. É por isso que nós do grupo de mulheres Pão e Rosas, estudantes e trabalhadoras, estamos lado a lado à tod@s lutador@s nessa greve.
E é por tudo isso que chamamos todas e todos a saírem às ruas em defesa do direito de greve e manifestação exigindo que não haja nenhuma punição aos lutadores e lutadoras da USP, começando pela retirada de todos os processos administrativos e judiciais contra estudantes e funcionários e a readmissão imediata de Claudionor Brandão!
Por fim, chamamos também os coletivos e movimento de mulheres que fazem parte da Conlutas e da Intersindical a se solidarizar e apoiar ativamente greve da USP dando exemplo que a unificação entre as Centrais que se dará daqui a menos de um mês será também para unificar sua ação nas lutas e para defender e lutar pelos setores mais oprimidos e explorados da classe trabalhadora, os precarizados e terceirizados.

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