Boletim Pão e Rosas Campinas distribuído no último ato do(a)s trabalhadore(a)s e estudantes das universidades estaduais paulistas, dia 26/05 na UNICAMP/SP.
Apoiamos ativamente a luta dos funcionários da USP, UNESP e UNICAMP, aos quais se somam agora os estudantes das Ciências sociais da UNESP de Marília. Somos um grupo de mulheres militantes, formado por trabalhadoras e estudantes, e em nossos locais de trabalho e estudo também estamos construindo e nos solidarizando a esta greve. Em primeiro lugar porque consideramos legítimas as reivindicações dos trabalhadores. A política dos reitores, como Rodas na USP, que concedeu aumento de 6% apenas aos professores, quebrando a isonomia que vigora há anos e buscando assim dividir professores e funcionários desde o início, deve ser combatida por todos que lutam em defesa de uma universidade pública, gratuita, de qualidade, democrática e a serviço dos trabalhadores. É preciso lutar pela unidade da classe trabalhadora, e considerar que toda divisão imposta pelo governo e pelos reitores é uma forma de ataque e enfraquecimento da luta.
Além disso, nesse momento talvez a demanda mais elementar que se coloca para o conjunto dos trabalhadores é a própria defesa do direito democrático de greve. Um dia antes de ter início a greve na USP, a reitoria já ameaçou com multas e cortes de ponto, como forma de acuá-los e dissuadi-los de lutar, dando continuidade a mesma política repressiva que levou a demissão de Brandão, diretor do SINTUSP, e à entrada da polícia na USP no ano passado. De forma exemplar, os trabalhadores não se deixaram abater e a greve somente cresceu desde então. Nós do Pão e Rosas achamos que a luta pelo direito democrático de greve deve ser travada com toda a força, pois quando se deixa passar um ataque como este, não é somente contra uma categoria em greve, mas contra toda a classe.
E é por tudo isso que chamamos todas e todos a saírem às ruas e realizar a mais ampla campanha em defesa do direito de greve e manifestação exigindo que não haja nenhuma punição aos lutadores e lutadoras das estaduais paulistas, começando pela retirada de todos os processos administrativos e judiciais contra estudantes e funcionários e a readmissão imediata de Claudionor Brandão!
Para resistir contra a precarização,
precisamos nos unir!
Pela efetivação imediata da(o)s trabalhadora(e)s tercerizada(o)s!
Pela efetivação imediata da(o)s trabalhadora(e)s tercerizada(o)s!
Por Thais Martin - C. Sociais 08
Não é de hoje que o discurso de diminuição dos gastos públicos é utilizado pelo neoliberalismo como forma de intensificar a exploração da classe trabalhadora. Dentro da universidade uma destas formas de exploração, a terceirização vem ganhando cada vez mais espaço e com isto, dividindo os funcionários em efetivos e terceirizados, enfraquecendo a luta pelos seus direitos.
A terceirização nada mais é do que uma forma de contratar trabalhadores, em sua maioria mulheres, de forma precarizada, com contratos temporários, salários rebaixados, sofrendo assédio moral, atrasos nos salários, etc. e ainda "separados" do conjunto dos trabalhadores, e da comunidade acadêmica. As mulheres são mais afetadas pela terceirização porque são historicamente oprimidas, e por isso são consideradas mão de obra de menor valor. E como os serviços de limpeza e asseio são naturalizados como sendo tipicamente feminino, eles também são desvalorizados, e é nesse setor que a terceirização é mais comum, em especial nas universidades. Por isso também é importante lutar contra a terceirização e pela efetivação dos funcionários terceirizados, e incorporar essa bandeira na luta das estaduais, como tem feito o SINTUSP.
Diante disto e frente a greve das estaduais, faz-se necessária uma ampla discussão sobre como a terceirização afeta a unidade da classe trabalhadora e de como incorporar na pauta das reivindicações dos efetivos as demandas dos trabalhadores terceirizados.
Assim, nos do pão e rosas defendemos a efetivação imediata dos terceirizados sem concurso publico e unidade entre estudantes, professores e funcionários na luta por uma universidade gratuita, com ensino de qualidade e a serviço da classe trabalhadora
“Podemos ser as rainhas do lar, mas não temos o direito de moradia para estudar”
Por creches e moradias para que todas mulheres trabalhadoras possam estudar!
Por Fernanda S. – C.Sociais 09 e Flávia - Economia 09
A estrutura de poder antidemocrática das universidades públicas legitima o processo de privatização da Universidade, por meio do financiamento das pesquisas pelo capital privado, direcionando todo conhecimento produzido a serviço das empresas e favorecendo uma pequena elite dominante. Existe ainda o caráter excludente e elitista das universidades: começando pelo vestibular, que na verdade é um filtro social, que legitima a exclusão social de milhares de pessoas que não tem condições de pagar escolas e cursinhos preparatórios para o vestibular. E ainda, depois de passado o martírio interminável das provas, é preciso encarar a falta de uma estrutura que garanta aos estudantes de origem pobre e da classe trabalhadora, condições de vida para seguirem nos cursos.
Nesta Universidade também se reproduz o machismo, o racismo e homofobia, e a luta pela permanência estudantil é fundamental, com especial atenção as mulheres, pois nos educam dizendo que o sentido de nossas vidas é a maternidade, mas a situação das estudantes mães solteiras da Unicamp é lastimável. Mães de filhos maiores de 7 anos estão tendo que deixar a moradia, pois é proibida a permanência de crianças com o falso argumento de que o ambiente não seria seguro para os pequenos. E ainda, apenas as estudantes que possuem uma relação estável com os pais de seus filhos, constituindo um núcleo familiar tradicional, tem acesso aos estúdios (apartamentos um pouco maiores que os normais nas moradias estudantis), enquanto as mães solteiras enfrentam a excessiva burocracia e o preconceito para garantirem seu direito à moradia, deixando claro o caráter moralista machista da universidade. Além da falta de moradia, não proporcionam sequer creches para que as mães, estudantes e trabalhadoras, deixem seus filhos. Por isso, temos que reivindicar creches e moradias estudantis que garantam que as mulheres trabalhadoras e pobres possam estudar!
Além disso, estudantes e trabalhadoras são vítimas de assédio moral e de estupros e assédio sexual na universidade e moradia. Não podemos aceitar caladas este tipo de violência e deixar nas mãos da burocracia acadêmica a sentença desses crimes!Basta de violência às mulheres dentro e fora da Universidade!
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