segunda-feira, 10 de maio de 2010

Em apoio aos lutadores da USP: ... por que não lutamos sozinhos. Se atacam um, atacam todos!

Publicamos abaixo nota dos estudantes e entidades da Unesp de Rio Claro manifestando seu apoio à greve dos trabalhadores da USP.

No dia 15/04, nós estudantes da UNESP de Rio Claro, fizemos um forte ato em frente às diretorias do campus para entregarmos nossa pauta de reivindicação aos diretores e exigir que se posicionassem publicamente. Eles simplesmente se omitiram. A força desse ato foi fruto, dentre outras coisas, da revolta dos estudantes com o autoritarismo das diretorias, da expressão clara da falta de democracia da estrutura de poder na universidade e da falta de políticas de permanência que garantam que todos os estudantes possam estudar. Tudo isso combinado com as resoluções do CEEUF (Conselho de Entidade Estudantis da Unesp e Fatec) que, junto com uma pauta específica dos estudantes de todos os campi da Unesp chamou à incorporação a paralisação do dia 15 dos trabalhadores da Unesp por melhores condições de trabalho. Assim, marcharam juntos cerca de 90 estudantes e 20 funcionários rumo às diretorias.

Os trabalhadores da USP, em assembléia dia 29/04, aprovaram por unanimidade a construção da greve que se iniciou ontem, 05/05. A pauta de reivindicações além de expressar as necessidades específicas dos trabalhadores, muito se assemelha às demandas dos estudantes das Universidades Públicas pela democratização da universidade. Esse sindicato vem dando exemplos de como defender a Universidade contra os ataques do governo Serra e seus capachos reitores, ontem Suely, hoje Rodas. Assim foi desde 2007, quando se somaram à ocupação da reitoria da USP e as greves e ocupações estudantis por todo o estado para combatermos juntos os decretos que rompiam com a autonomia didático-pedagó gica e financeira das universidades, aprofundando o processo de mercantilizaçã o do ensino. Foram um exemplo também na luta em 2009, em que ao mesmo tempo que iam por suas demandas, defendiam o sindicato e Brandão dos ataques da reitoria e do governo, faziam também um chamado a que todos os estudantes se mobilizassem por vagas presenciais e de qualidade para todos na luta contra a Univesp, rompendo com o corporativismo sindical que estamos acostumados em nosso país.

Neste ano, quando moradores do Crusp ocuparam a sede da Coseas, a assembléia de trabalhadores deu a primeira manifestação pública de apoio. Hoje, mais uma vez, esses trabalhadores se colocam à frente da nossa luta, por melhores condições de trabalho e pela democratização da universidade, e por isso, mais uma vez, são atacados . Após a inconstitucional demissão de Claudionor Brandão (diretor do Sintusp), no final de 2008, Serra resolveu indicar a dedo seu preferido para a reitoria, João Grandino Rodas, como não acontecia desde a ditadura. Após o anúncio da greve, Rodas soltou um comunicado em que pretendia já desarmar a mobilização antes dela começar. Ameaçando descontar todos os dias parados, cobrar R$ 1.000,00 de multa para cada dia de piquete e na liminar entregue ao sindicato no piquete de hoje, vinha mais uma ameaça que caracteriza de forma explícita a política de Rodas ao ameaçar os trabalhadores dizendo que o próximo piquete pode ser interrompido com força física. Ou seja, o aparato repressivo do governo, já utilizado contra os professores da rede, poderá mais uma vez entrar em ação em menos de dois meses. O direito de greve é uma conquista histórica dos trabalhadores em todo o mundo e é garantido pela constituição brasileira. Este tipo de ataque caracteriza a linha adotada por Serra contra os movimentos sociais e as mobilizações populares. O desfecho da greve de professores da rede pública caracteriza bem essa situação, quando vemos policiais infiltrados e outros de farda atacando com bombas e porretes os docentes. Neste momento de crise internacional, com milhares de estudantes tomando as ruas na Grécia ao lado dos trabalhadores em uma forte greve geral em que dizem que quem deve pagar os custos da crise são os ricos, ganha mais relevância uma luta como essa, sendo que a linha dos governos deve ser conter ao máximo as mobilizações populares.

Em nosso estado junto aos trabalhadores da USP, trabalhadores da Unesp, do Judiciário e da Sabesp se mobilizam. É preciso cercar de solidariedade essas lutas; é hora do movimento estudantil dizer de que lado está num momento em que Serra fará de tudo para impor uma derrota e ter mais um exemplo para sua candidatura à presidência.

Por isso chamamos a todos os estudantes da Unesp, mas também aos estudantes e entidades da USP e demais universidades, a nos solidarizarmos à greve dos trabalhadores da USP, manifestando nosso apoio público e exigindo que sejam imediatamente retiradas as ameaças contra seu direito de luta.

Saudações de luta e força aos trabalhadores da USP!
Rio Claro, 6 de maio de 2010
D.A. Unesp Rio Claro
Gestão Por uma questão de Classe

Centro Acadêmico da Geografia Unesp Rio Claro

Assembléia dos Estudantes da Geografia

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