No último dia 21, nós do Pão e Rosas juntamente com as Mulheres do Barricadas realizamos um debate na PUC-SP sobre o direito ao aborto. A atividade aconteceu no Museu da Cultura com a participação de Gabriela pelo Barricadas e Mara Onijá pelo Pão e Rosas.
Gabriela deu início à atividade enfatizando que a luta pelo direito ao aborto é uma luta para que as mulheres decidam sobre seus próprios corpos que deve ser entendida como uma questão de saúde publica. Ela lembrou também que na PUC SP a luta das/os estudantes hoje deve passar pelo combate a toda intervenção da Igreja sobre o conhecimento produzido nessa universidade, mencionando fatos absurdos como a obrigatoriedade de disciplinas relacionadas à religião e o peso que tem a Igreja na aprovação ou reprovação dos temas de pesquisa científica nesta universidade.
Mara Onijá começou falando sobre a contradição do discurso dos setores que se dizem em defesa da vida, mas que tentam ocultar que milhares de mulheres morrem todos os anos por abortos clandestinos. Afirmou ainda que a defesa do direito ao aborto está acompanhada da luta por educação sexual e acesso gratuito a contraceptivos, ao mesmo tempo em que defendemos o direito à maternidade a todas as mulheres que desejam ser mães. Ela lembrou que o mesmo Estado que não garante o direito ao aborto, também nos priva do direito pleno à maternidade, quando as mulheres seguem morrendo nas filas dos hospitais por falta de leito, quando mulheres grávidas passam semanas com um bebê morto dentro de sua barriga sem conseguir atendimento médico, entre tantos outros casos que poderiam ser citados.
O debate trouxe à tona muitas polêmicas, já que estavam presentes membros de um grupo de jovens católicos (Misericórdia) que se colocaram abertamente contra o direito ao aborto, chegando a dizer que todos os métodos contraceptivos têm chances de falhar e já que todos sabem disso, a mulher já faz sua decisão no momento do ato sexual. Apesar de afirmarem que não queriam fazer um debate religioso, os membros do grupo católico insistiram em colocar suas posições baseadas em dogmas propagados historicamente pela Igreja Católica.
Em resposta, muitos companheiros, homens e mulheres, colocaram-se ativamente no debate argumentando a partir da realidade e da defesa incondicional de que as mulheres tenham o direito a decidir sobre seus corpos, independente das posições que a Igreja defenda.
Sem dúvida, foi uma atividade muito importante: dentro de uma universidade dominada pela Igreja, demos eco ao nosso grito: Basta de mulheres mortas por abortos clandestinos! Basta de intervenção da Igreja em nossos corpos e na universidade!
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