Gritamos por Ana Cristina Costa, Lúcia, Alana Ezequiel, e tantos outros mortos pela polícia assassina!
Por Lívia Barbosa
Desde o dia 17 de outubro, com a queda do helicóptero no Morro dos Macacos, a mídia burguesa tem nos bombardeado com notícias sobre a “violência nos morros cariocas”. Porém, escondem a verdadeira face dessa violência, ocultando quem são as 47 pessoas já mortas desde o início do confronto na zona Norte do Rio, e
No último domingo (25), Ana Cristina Costa do Nascimento, acompanhada de sua família e com uma filha de apenas 11 meses nos braços, foi brutalmente assassinada por uma suposta “bala perdida” quando deixava a comunidade da favela Kelsons, na Penha. Ana Cristina, assim como tantos outros moradores já mortos nas favelas, não teve sequer tempo de se virar, sendo covardemente alvejada pelas costas quando os policias entraram atirando a esmo na favela. Já a criança, gravemente ferida, corre o risco de ter seu pequeno braço amputado. E ainda assim, os verdadeiros assassinos seguem sendo tratados como heróis.
A verdade é que a política do governo Lula, assim como do governador do RJ Sérgio Cabral, segue sendo uma verdadeira limpeza social, com a sistemática criminalização da pobreza e um verdadeiro massacre à população pobre e negra no Rio e em todo o país. E a polícia, que não passa de uma instituição burguesa, defende a propriedade privada e os interesses dos capitalistas, derrubando a classe trabalhadora e a população negra e pobre com seus assassinatos, repressão, estupros e torturas.
Mãe de Alana Ezequiel
Como já foi anunciado na última semana, nos próximos seis meses a guerra promovida pela polícia assassina com o aval dos governos, só será intensificada. E as mulheres, homens, jovens e crianças moradores dos morros e favelas continuarão sendo seu alvo! E esse curso só tende a se intensificar com a crise capitalista, além da “necessidade” que os distintos governos têm em “limpar” a paisagem carioca da pobreza e desigualdade que salta aos olhos para os próximos eventos internacionais nesta cidade, a Copa e as Olimpíadas. Enquanto o governo Lula repassa milhões para a (in)segurança pública, o investimento em moradia, saúde pública e educação é minguante.
Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas não podemos nos calar diante dessa barbaridade! Gritamos por Ana Cristina e sua filha, assim como por Lúcia e Alana Ezequiel de apenas 13 anos e por todos os outros mortos pela sanguinária polícia brasileira, mortos que tem nome, classe e também tem raça/etnia !!!
Por isso chamamos todas entidades estudantis (DCEs, DAs, CAs), grupos que atuam na universidades, grupos e organizações feministas, bem como partidos de esquerda, organizações de direitos humanos, centrais sindicais e sindicatos a gritarmos juntos:
Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas não podemos nos calar diante dessa barbaridade! Gritamos por Ana Cristina e sua filha, assim como por Lúcia e Alana Ezequiel de apenas 13 anos e por todos os outros mortos pela sanguinária polícia brasileira, mortos que tem nome, classe e também tem raça/etnia !!!
Por isso chamamos todas entidades estudantis (DCEs, DAs, CAs), grupos que atuam na universidades, grupos e organizações feministas, bem como partidos de esquerda, organizações de direitos humanos, centrais sindicais e sindicatos a gritarmos juntos:
Pelo fim da repressão policial nos morros e favelas!!!
Basta de assassinatos de mulheres, de seus filhos e de toda a juventude pobre!!!
Basta de assassinato ao povo negro!
*O marido de Ana Cristina, Anilton César Matos revoltado com a realidade posta à sua família e à de toda a população pobre brasileira, após citar um trecho da música “12 de Outubro” do grupo de Rap Facção Central a um jornalista, também deu um forte depoimento, que reproduzimos a seguir:
"Incompetência desses governantes. Fala bem só na televisão. Fala bonito, come bem, forte, gordo, viaja bastante. E nós que moramos na comunidade vivemos essa guerra. Hoje em dia foi minha esposa, quase foi minha filha e a família inteira. Quero saber quando isso vai acabar e qual resposta eles vão me dar".
*Lívia Barbosa é Assistente Social, integrante do Pão e Rosas e militante da LER-QI
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