quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Diana Assunção: “Na Faculdade de Medicina da USP há métodos profissionalizados de estupro”

Esta matéria contribui muito para quebrar o silêncio de anos nesta instituição. Os casos relatados são revoltantes. Estamos falando de pessoas que estão se formando como médicos e utilizam entorpecentes e inclusive outros produtos para facilitar um abuso sexual. Os relatos mostram que já há um método profissionalizado de estupro.

Esta semana o site ponte.org publicou uma completa e detalhada matéria com o título“Violência sexual, castigos físicos e preconceito na Faculdade de Medicina”(http://ponte.org/violencia-sexual-castigos-fisicos-e-preconceito-na-faculdade-de-medicina-da-usp/) que escancara os atos aberrantes de violência que permeiam esta renomada Faculdade. Sobre esta matéria e suas denúncias, Diana Assunção, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP e responsável pela Secretaria de Mulheres do Sintusp declarou que “Esta matéria contribui muito para quebrar o silêncio de anos nesta instituição. Os casos relatados são revoltantes. Estamos falando de pessoas que estão se formando como médicos e utilizam entorpecentes e inclusive outros produtos para facilitar um abuso sexual. Os relatos mostram que já há um método profissionalizado de estupro. Que médicos estão se formando? E quando se escancara esta situação a preocupação de muitos é com a imagem da Faculdade de Medicina. Alguém está preocupado com a vida de talvez centenas de jovens que vão viver com o trauma de um estupro e um abuso? Ou que simplesmente tem que aguentar uma humilhação pelo simples fato de ser mulher?”
Diana Assunção também responsabiliza a Universidade de São Paulo pela situação “A Faculdade de Medicina simplesmente não toma nenhuma atitude em relação a situação, portanto encoberta esses casos. Inclusive o deputado Adriano Diogo (PT) que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa declarou que foi pressionado pelo próprio diretor da Faculdade, o professor José Otávio Costa Auler Junior, para não realizar a Audiência ocorrida no último dia 11. O Reitor Zago, também médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, simplesmente não se pronuncia sobre esta situação. Além disso, é um fato que o campus da USP hoje é palco para um número de estupros que desconhecemos a quantidade porque a Reitoria não divulga os números”.
Frente a esta situação e à proximidade do dia 25 de novembro, dia internacional contra a violência às mulheres, Diana considera necessária uma grande campanha e medidas de frente-única que reúnam sindicatos, movimentos feministas, de direitos humanos. “É fundamental neste momento a mais ampla unidade pra enfrentar este pacto do silêncio na Faculdade de Medicina, pois irá mexer com a burocracia universitária que fica calada pra não manchar a considerada melhor Faculdade de Medicina do país. Devemos fazer atos, manifestações, videos, cartazes, tudo o que for necessário para enfrentar estes burocratas e também os futuros médicos que praticam o estupro nesta Faculdade. Se trata de uma luta necessária que pode se tornar um exemplo no combate ao assédio sexual e aos estupros. Exigimos que a Reitoria da USP se posicione sobre este caso, bem como sobre o caso de machismo e racismo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e divulgue de uma vez por todas os números de denúncias de estupro dentro da USP”. Para finalizar, Diana completou dizendo que “Em nossa greve buscamos colocar com força a luta das mulheres e contra o machismo, a homofobia, a transfobia. No próximo mês teremos o V Encontro das Mulheres Trabalhadoras da USP que queremos que ajude na organização das mulheres trabalhadoras e que também possamos levantar com força a luta contra todas as formas de violência às mulheres”.


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