quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Basta de escravidão! Exigimos o pagamento integral aos trabalhadores da Personal!

No dia 11 de janeiro do presente ano, trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da USP, contratados pela empresa Personal de vigilância, paralisaram em resposta ao não pagamento de seus salários. Além disso, vários deles tinham pendentes outros direitos, como horas extras, vale-transporte, adicional noturno, etc. Paralisaram para dizer um basta ao completo desrespeito da empresa e a negligência da reitoria.
Mas o que a reitoria tem a ver com isso? É isso o que a burocracia universitária tem a dizer sobre os trabalhadores terceirizados: “o que temos a ver com eles? Eles são pessoas alheias à universidade.” Pois é, como se pode dizer que a/os trabalhadora/es que limpam, fazem a vigilância e servem em bandejões, como o da Química, são “pessoas alheias à universidade?
O que a reitoria não diz é que recorre à terceirização para cada vez mais dividir a nós trabalhadores em diversas “categorias” para que não nos unamos, nem para reivindicarmos nossos direitos mais elementares, nem muito menos para nos juntarmos aos estudantes em defesa de uma universidade mais democrática em todos os aspectos. O que ela não diz também é que a terceirização é a instauração de um trabalho semiescravo na USP, no qual a/os trabalhadora/es ganham salários de miséria, que chegam às vezes a ¼ do salário de um funcionário efetivo que realiza o mesmo serviço. Ela não diz também que, sem um sindicato que de fato represente essa/es funcionária/os, ela/es ficam bastante isolada/os, abrindo mais espaço para que recebam ameaças de demissão, sejam brutalmente assediada/os moral e/ou sexualmente, não tendo direito nem mesmo de ir ao banheiro durante o turno ou tendo de comer em banheiros... e na maioria das vezes ficam sem voz para conseguirem se colocar contra tudo isso, tendo que aceitar calados. E, na maioria dos casos, os que ocupam esses cargos de trabalho são mulheres e negros.
E como se não bastasse tudo isso, essas empresas ainda se dão o direito de não pagarem os salários que devem, com o consentimento silencioso da reitoria.
Por tudo isso, nós trabalhadoras e estudantes do grupo de mulheres Pão e Rosas, frente a essa importantíssima mobilização da/os trabalhadora/es da Personal, nos colocamos lado a lado dela/es na sua brava luta em defesa de seus direitos! E exigimos que a reitoria, que tem responsabilidade cúmplice pelo que a Personal está fazendo com trabalhadores, que pague integralmente tudo o que está pendente se a empresa não pagar.
E além disso, acreditamos que essa luta não é só dos terceirizados, mas de todos os trabalhadores que lutam contra a sua exploração, já que perde o efetivo que é demitido e perde o terceirizado que entra em seu lugar trabalhando em condições sub-humanas. Por isso chamamos toda/os a/os efetiva/os a se somarem nessa luta e levantarmos juntos a campanha “A terceirização escraviza, humilha e divide”, defendendo o fim da terceirização em todos os locais de trabalho, com a incorporação de todas as trabalhadoras e trabalhadores sem concurso público, uma vez que já provam na prática a sua capacidade de ocuparem tais cargos.

Pelo pagamento de todos direitos da/os trabalhadora/es da Personal sem mais um dia de atraso!

Nenhuma punição a nenhuma das companheiras e companheiros em luta pelos seus direitos!

Que a reitoria pague integralmente todos os direitos da/os trabalhadora/es caso a Personal não cumpra com suas obrigações trabalhistas!

A terceirização escraviza, humilha e divide! Abaixo a terceirização! Incorporação de toda/os a/os trabalhadora/es sem concurso público! Igual trabalho, igual salário!


Trabalhadoras e Estudantes integrantes do grupo de mulheres Pão e Rosas

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