“ A maioria dos postos de trabalho precários são ocupados por mulheres. Nossa luta contra a precarização do trabalho é por isso também uma luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras. Exigimos iguais direitos e iguais salários. Efetivação de todos os terceirizados! E abaixo a dupla jornada que nos escraviza! Por creches, lavanderias e restaurantes comunitários nos locais de trabalho! Temos que tomar a linha de frente dessa luta todas juntas, pois sozinha é muito difícil!”
Silvana Ramos, dirigente da luta das trabalhadoras terceirizadas da empresa Dima – USP
“Nós, mulheres negras, representamos o contingente de mulheres que trabalharam durante séculos como escravas nas lavouras e nas ruas. Hoje padecemos com a precarização do trabalho que cotidianamente nos aflige com os baixos salários, a mortalidade durante as tentativas de aborto clandestino, a alta taxa de violência doméstica, os estupros e uma série de outras consequências da política do estado e do governo. Sobre nós, mulheres negras, recaem os estigmas da mulata exportação designada para o prazer do outro e triplamente subjugadas em uma sociedade classista, etnocêntrica e machista!”
Tassia Nascimento e Ana Carolina Souza, professoras da Rede Estadual de SP na Zona Norte da Capital e da corrente Professores Pela Base
“Frente aos ataques dos governos a APEOESP deveria organizar os trabalhadores na base, resgatar no professor a confiança em sua capacidade de luta e realizar esforços reais para não permitir que existam professores como os da ‘categoria O’. Eles realizam o mesmo trabalho que um efetivo e não possuem os mesmos direitos. Tal situação não será revertida com a política da direção governista do sindicato. Nesse sentido, lutar em defesa da educação é LUTAR pela EFETIVAÇÃO desses professores, vale a consigna: ‘IGUAL TRABALHO, IGUAL SALÁRIO E DIREITOS!’”
Adriana Paula e Gabriela Vieira Mesquita, professoras da Rede Estadual de SP na Zona Norte da Capital e da corrente Professores Pela Base
“Dentro da universidade, o machismo se mostra presente cotidianamente, seja nas calouradas, na forma de piadas,violência e estupros. Entretanto, os casos de machismo na universidade não estão isolados de uma sociedade regidapor um sistema capitalista que destina as mulheres uma jornada dupla de trabalho e os postos mais precarizados, sem terem o direito de decisão sobre o próprio corpo, fazendo com que o aborto permaneça ilegal. Frente a isso, componho a comissão de calourada do IFCH – UNICAMP, com o tema “Por um IFCH de todas as cores”, na perspectiva de combater as opressões dentro e fora da universidade, em conjunto com xs trabalhadorxs, contra a Igreja, governo e o Estado.”
Marie Castañeda, estudante do 2 ano de Ciência Sociais da UNICAMP e militante da Juventude às Ruas
“Quanto mais avança o capitalismo, mais as mulheres se escravizam. Capitalismo não é simbolo de modernidade e sim de superexploração em prol do lucro da burguesia. Libertem-se mulheres trabalhadoras!”
Dinizete Xavier, trabalhadora do Centro de Saúde Escola Butantã - USP
“No Metrô, a opressão as mulheres se expressa de distintas formas: desde os abusos sofridos cotidianamente pelas usuárias nos trens e estações lotadas, até os assédios sexual e moral sofridos pelas funcionárias efetivas e principalmente jovens cidadãs e terceirizadas por parte das chefias e até mesmo de alguns funcionários. A terceirização se expressa fortemente, dividindo a categoria de forma brutal, e as mulheres são as que mais sofrem com a superexploração. Para combater essa opressão, é preciso unificar as trabalhadoras efetivas e terceirizadas e as usuárias do metrô, para lutar por melhores condições de trabalho e melhores serviços no transporte público.”
Bia Michel, metroviária da corrente Metroviários pela Base
“Esse ano fui vítima de homofobia ao tentar me cadastrar como professora eventual numa escola em Santo André. Foi preciso muita luta política para garantir minha inscrição, mas nada garante que serei convocada na falta de professores. Infelizmente, a maioria de nós nem ao menos consegue concluir a escola pela homofobia cotidiana que sofremos. Para nós é dada como única alternativa de sustento a prostituição. Todos os dias sofremos com olhares, moralismo e ódio. Por isso, luto cotidianamente contra a opressão, para libertar a humanidade do capitalismo que se utiliza dessa opressão para dividir a classe trabalhadora e intensificar ainda mais sua exploração!”
Virginia Guitzel, travesti, estudante de ciências sociais e militante da Juventude às Ruas
“A reitoria da USP mais uma vez mostrou seu caráter repressor e autoritário. As penas de suspensão aos estudantes e trabalhadores pela ocupação da reitoria de 2011, supostamente ‘’brandas’’ servem para marcar seus nomes e usar a reincidência para expulsar e demitir os que continuarem lutando. À justiça burguesa, coordenada com a reitoria, coube o papel de denunciá-los pelo MP porformação de quadrilha. Essas são medidas para atacar não apenas os estudantes e trabalhadores mobilizados contra Rodas e a PM, mas o próprio Sintusp, que se coloca contra o projeto de privatização e precarização do trabalho que a reitoria quer implementar, baseado na superexploração de centenas de mulheres, principalmente negras, que cumprem as piores funções para manter a Universidade de “excelência”. Lutamos contra esse projeto de universidade baseada na repressão e no trabalho precarizado!”
Letícia Parks, estudantes de Letras da USP e da Juventude às Ruas, processada pela ocupação da reitoria em 2007
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