Por Diana Assunção
trabalhadora da Faculdade de Educação e
membro da Secretaria de Mulheres do SINTUSP
Enquanto o governo e a Reitoria tentam destruir nosso Sindicato e a organização independente dos trabalhadores, inicia-se o processo de eleições para o SINTUSP. Trata-se de um momento importantíssimo, onde devemos buscar organizar os setores mais combativos que se expressaram durante as últimas greves para avançar em seu classismo, ou seja, para a compreensão profunda de que mesmo divididos em diferentes funções, categorias, regimes de trabalho (efetivos, temporários, terceirizados) e até em diferentes países os trabalhadores são uma só classe que têm em comum a exploração que lhes impõem os patrões e o governo. Devemos a partir desta ótica avançar na construção de um sindicalismo diferente do que temos visto nacionalmente – em especial os que já são diretamente dirigidos pela burocracia sindical, mas também os que se contentam em fazer um sindicalismo de esquerda que não se coloca no enfrentamento direto com a burguesia e o governo.
Para nós, revolucionários, as organizações operárias e seus partidos devem intervir nos Sindicatos para construir frações revolucionárias, que, como dizia Trotsky, lutem inicialmente por dois pontos essenciais: a independência do Sindicato em relação aos patrões e ao Estado Burguês; e a democracia sindical. Desde este ponto de vista que nos últimos anos viemos intervindo como uma ala minoritária na Diretoria do Sintusp, buscando aportar para avançar nos elementos classistas de programa e prática sindical, por uma verdadeira democracia operária. Ao mesmo tempo, buscamos profundamente unir, em primeiro lugar, programaticamente os setores de trabalhadores de nossa categoria com todos os setores explorados e oprimidos da sociedade, começando pelos trabalhadores terceirizados e temporários da própria universidade, pois partimos de que os sindicatos ainda representam setores minoritários da classe operária e para chegar em setores mais amplos precisam romper com o corporativismo.
Nós, que estamos construindo uma corrente político-sindical nas três universidades estaduais paulistas, fizemos um chamado ao Coletivo Piqueteiros e Lutadores, que hoje compõe a direção majoritária do Sintusp, a organizar uma chapa unificada dos setores combativos nestas eleições, pois consideramos que, apesar de nossas diferenças, seria um erro gravíssimo nos dividir neste momento. Propusemos este chamado, a partir de uma discussão programática que leve em consideração tudo que até hoje aprovamos em nossos Congressos e Assembléias, que já expressam uma base importante para um programa de classe. Diante da resposta positiva dos companheiros – que infelizmente se negaram a organizar uma convenção aberta para discutir o programa com os setores combativos de maneira mais ampla e democrática – nós vamos organizar reuniões em diversas unidades com outros ativistas e trabalhadores, buscando novos companheiros para fazer parte deste processo tendo como tarefa nº 1 a defesa dos lutadores e lutadoras.
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