segunda-feira, 8 de março de 2010

Pão e Rosas vai às ruas nesse Dia Internacional da Mulher em diversas cidades da América Latina!

O grupo de mulheres Pão e Rosas se manifestou nesse Dia Internacional da Mulher dizendo que a melhor homenagem que podemos fazer aos 100 anos do 8 de março é defendendo as mulheres e o povo haitiano e exigindo que as tropas brasileiras de Lula saiam imediatamente do Haiti.


Pão e Rosas marca presença neste 8 de março no ato anti-governista da Conlutas em São Paulo

No último dia 06 de março em São Paulo realizou-se o ato anti-governista pelo Dia Internacional da Mulher, impulsionado pela Conlutas. Estiveram presentes cerca de 400 pessoas no vão do MASP, na Av. Paulista. Onde o grupo de mulheres Pão e Rosas (LER-QI e independentes) formou o Bloco Classista e Anti Imperialista, com mais de 80 companheiras e companheiros, que gritavam palavras de ordem que denunciaram as tropas imperialistas dos EUA e a figura de Hillary Clinton, denunciando com ênfase as tropas militares brasileiras enviadas pelo governo Lula que cumprem um destacado papel no comando da ação da ONU no Haiti, exigindo a retirada das tropas que estupram, massacram e assassinam as mulheres e o povo haitiano, impedindo que se organizem para decidir o rumo de seu país.
O bloco do Pão e Rosas também levou ao ato as demandas das mulheres no Brasil, defendendo o direito ao aborto e a efetivação de todas (os) trabalhadoras (es) terceirizadas (os) como parte da campanha que o grupo de mulheres vem desenvolvendo – “A terceirização escraviza, humilha e divide”.

“Somos as negras do Haiti, lutamos juntas contra as tropas”

Mara Onijá, dirigente da LER-QI e integrante do Pão e Rosas, destacou a campanha Somos as negras do Haiti, fazendo um chamado a colocar de pé uma forte mobilização pela retirada das tropas de Lula, da ONU e dos Estados Unidos. Mara lembrou que as mulheres no Haiti seguem submetidas aos estupros por parte das tropas, além da fome e do seqüestro de seus filhos voltados ao tráfico de órgãos e exploração sexual. Ela lembrou também que “no Brasil, nossos filhos seguem sendo mortos pela polícia, que existe pra defender a propriedade privada e os interesses da burguesia”.

Tati Gonçalves, coordenadora do CACH – Centro Acadêmico de Ciências Humanas – da Unicamp também deu destaque à luta pela retirada das tropas. Ressaltou que em Campinas a partir do CACH, onde atuam a LER-QI e o PSTU junto com ativistas independentes, os estudantes já se colocaram nas ruas várias vezes por essa exigência. Como militante da LER-QI, ela reforçou o chamado a juventude do PSTU a unir forças numa campanha comum com que coloque como ponto principal a luta pela retirada das tropas, entendendo todos os limites que tem hoje, por exemplo, a Frente Nacional de Solidariedade ao Povo Haitiano, conformada junto a setores governistas que não estão dispostos a mobilizar contra as tropas, colocando em primeiro lugar a preservação da imagem do governo Lula.

“Trabalho precário, pra nos dividir, as trabalhadoras não vão permitir”

Diana Assunção, uma das fundadoras do Pão e Rosas no Brasil e coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) fez uma saudação às mulheres ali presentes, destacando que o Sintusp coloca como eixo de sua intervenção nesse 8 de março a luta pela retirada das tropas brasileiras de Lula do Haiti e pelo fim da violência contra as mulheres haitianas. Ressaltando a importância desta data de luta e resistência, Diana informou a recente formação da secretaria de mulheres de seu sindicato, que se coloca como uma importante ferramenta de luta das trabalhadoras efetivas, terceirizadas e fundacionais, rompendo a divisão imposta pela patronal e os sindicatos pelegos.

“E fora Hillary daqui, mulher ianque assassina”

Simone Ishibashi, dirigente da LER-QI, resgatou o papel das mulheres em importantes lutas, dando destaque à Revolução Russa, quando em fevereiro de 1917 mulheres iniciaram uma greve que foi a ponta de lança da revolução. Simone falou dos recentes acontecimentos no movimento operário internacional. Lembrou do exemplo da Kraft na Argentina, mostrando ser um exemplo já que os trabalhadores e trabalhadoras se enfrentaram num duro processo de luta contra a patronal e enfrentando uma dura repressão. Ela denunciou que nesse momento os Estados Unidos, com Obama, tem um plano de restabelecer uma ofensiva na América Latina. “E nesta semana Hillary Clinton está no Brasil. Recentemente, esta mulher esteve no Haiti e depois no Chile orientando seus governos a colocar as tropas a reprimir a população faminta e necessitada depois dos terremotos”. Simone enfatizou que em meio ao desenvolvimento da crise, os trabalhadores terão um papel chave a cumprir e as mulheres devem ter grande destaque no enfrentamento aos interesses dos patrões e do imperialismo.

Lutar contra as demissões

Maíra Viscaya, integrante do Comitê contra as demissões da Fundação Santo André, levou o exemplo das trabalhadoras e trabalhadores da Philips Dreux na França, que diante do fechamento da fábrica pelos patrões, não negociaram os termos de suas demissões, ocuparam a fábrica e começaram a produzir, demonstrando que diante da crise é possível barrar as demissões e enfrentar os patrões e os governos. Também destacou a importância da aliança operário-estudantil, dando o exemplo dos estudantes da FSA, da PUC-SP e da USP, que diante do fechamento da fábrica da Philips em Mauá (ABC paulista), estudantes estiveram na porta da fábrica levando sua solidariedade aos trabalhadores e levando o exemplo da classe trabalhadora francesa de como é possível barrar as demissões lutando com os métodos da classe trabalhadora.

As mulheres do Pão e Rosas maracaram presença e com muita energia gritamos:

Somos as negras do Haiti
Lutamos juntas contra as tropas
Que assassinam nosso povo
No Haiti não passarão

E fora Hillary daqui
Mulher ianque e assassina
Junto do Lula e da Dilma
No Haiti não passarão










Pan y Rosas vai às ruas na Argentina
O Pan y Rosas Argentina participou em Buenos Aires com mais de 600 companheiras na marcha unitária no Dia Internacional da Mulher e realizou um grande ato junto às delegadas de base do novo "sindicalismo de base". Também denunciaram Michele Bachelet e a repressão ao povo chileno; denuciaram o governo de seu país, Cristina Fernández, que segue proibindo o direito ao aborto, a manutenção da precarização do trabalho e os baixos salários, e exigiram a dissolução das redes de tráfico e prostituição, além de dizer um basta à violência se pronunciaram em defesa da Comissão Interna da Kraft e das demais comissões internas e os corpos de delegados combativos.
Depois seguiram ao Consulado do Chile onde Andrea D'atri, dirigente nacional do PTS e fundadora do Pan y Rosas, encerra o ato dizendo “Enquanto o governo nacional e a oposição patrona e clerical nos negam o direito ao não morrer por aborto clandestino, a presença de centenas de trabalhadoras neste ato mostra a profundidade da mudança que começa a emergir em nosso país: um novo sindicalismo de base percorre o movimento operário e tem as mulheres não somente como protagonistas, mas também como ativas impulsionadoras da luta por nossos direitos, como mostra a Comissão de Mulheres impulsionada pelas operárias da Kraft”.

Pan y Rosas "Teresa Flores"
vai às ruas no Chile
O Pan y Rosas “Teresa Flores” participou durante os meses do verão, da coalizão “8 de março”, onde diversas agrupações confluíram para preparar esta jornada de luta, sem adivinhar que, no Dia da Mulher, estaríamos atravessando esta catástrofe tão dolorosa. Nas semanas prévias ao 8 de março, realizamos uma intensa atividade em solidariedade com as vítimas e denunciando a militarização do pais que foi imposta pelo governo de Bachelet. Finalmente, na marcha que foi realizada em Santiago, com 500 pessoas, nossa coluna de cem mulheres levou uma bandeira que dizia “Mulheres de pé, solidariedade operária e popular”, com as vítimas do terremoto.


Pan y Rosas nas ruas do México






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