O Movimento Nossa Classe impulsionado por
militantes da LER-QI, do grupo de mulheres Pão e Rosas e independentes, e
apoiado pela Juventude Às Ruas, chama a construir um Bloco Classista e
Combativo neste 1º de maio! Participaremos do ato na Praça da Sé lutando por
uma política anti-governista e anti-burocrática, buscando tirar as lições das
principais lutas operárias que vimos em nosso país este ano e retomando as
demandas de junho. Basta de um 1º de maio rotineiro, organizemos um grande
bloco classista e combativo! Venha com o Movimento Nossa Classe! Concentração
às 10h no Páteo do Colégio.
Nossa classe viu que não pode esperar mudanças de
cima
Está surgindo um novo movimento operário em todo o
Brasil
O povo elegeu Lula e Dilma com grande expectativa
de mudança. Em anos de crescimento econômico, quem mais ganhou foram os
empresários e banqueiros. Foi por isso que milhões saíram às ruas em todo o
país em junho de 2013. Os governantes recuaram nos aumentos das passagens, mas
já estão aumentando novamente e ignoraram as demandas de serviços públicos de
qualidade. Seguimos sofrendo no transporte público, nas filas dos hospitais,
com racionamento de água, educação precária e os baixos salários (segundo um órgão
do governo, o DIEESE, o salário mínimo deveria ser R$ 2992,19). Enquanto isso,
o governo e os capitalistas só se preocupam com a Copa, reprimem o povo pobre e
negro nas periferias e morros, os políticos seguem roubando descaradamente e
42% do orçamento público é destinado para grandes banqueiros (através do
pagamento da dívida interna e externa). A oposição burguesa, encabeçada pelo
PSDB (mas que agora lança também Eduardo Campos do PSB), faz discurso contra o
governo, mas não é nenhuma alternativa, ao contrário, são representantes ainda
mais diretos dos empresários.
Disseram que o gigante tinha dormido depois que
retrocederam as manifestações de junho. Mas o gigante mais forte de todos, a
nossa classe trabalhadora, que faz tudo nesse país se mover, é quem está
acordando. Quando houve as manifestações de junho de 2013, muitos trabalhadores
em todo o país quiseram lutar, mas foram impedidos pelas burocracias sindicais.
Centrais sindicais como CUT, UGT, CTB e Força Sindical só querem saber de
proteger os seus privilégios e o de seus parceiros nos partidos do governo ou
da oposição burguesa.
Mas o número de greves não para de crescer ano a
ano, a organização dos trabalhadores pela base avança e surge uma nova
militância de trabalhadores em várias categorias, começando a fazer grandes
greves e manifestações contra a vontade dos burocratas sindicais, deixando os
patrões e os governos de cabelo em pé. O maior exemplo foi os garis do Rio de
Janeiro, mas também foi o que ocorreu em greves de garis de vários outros estados
e principalmente no ABC paulista. Rodoviários de Porto Alegre também fizeram
uma grande luta. Professores do Rio de Janeiro conseguiram no ano passado um
apoio popular para sua greve que não ocorria há décadas. Nesse momento, há uma
onda de greves no país que há anos não se via. Professores e servidores em
vários estados. Garis de várias cidades. Estaleiros de Niterói (RJ). E muitas
outras categorias pelo país. O ramo da metalurgia começa a organizar greves e
outras medidas de luta como operações tartaruga contra as demissões, o lay-off,
as férias coletivas, entre outros ataques. Infelizmente, ainda não como
necessitamos para barrar os ataques devido ao controle da burocracia sindical,
que seguem nos dividindo e fazem do 1º de maio um dia de festa e não de luta.
Sofremos com os mesmos problemas. Se unificamos as lutas teremos muito mais
força.
Propostas do Movimento Nossa Classe para avançar a
luta dos trabalhadores em todo o país:
1 – Avançar na organização dos trabalhadores pela
base
Não podemos esperar que a luta venha das direções
sindicais burocráticas. Precisamos nos organizar pela base em cada local de
trabalho. Onde for necessário, como nas fábricas, clandestinamente, evitando a
repressão da patronal e os dedo-duro. Temos que ter confiança de que alguns que
assumem essa tarefa fazem toda diferença, foi assim que fizeram os garis do RJ,
alguns mais ativos começaram, depois suas gerências pararam e a partir de
algumas gerências influenciaram toda a categoria.
2 – Unir as greves e campanhas salariais em uma
jornada de paralisações e atos
Nas categorias que estão em greve agora ou em
campanha salarial, temos que fazer como os garis, aproveitando a Copa do Mundo
(como eles fizeram com o carnaval) para arrancar nossas demandas mais
importantes. Tem que ser convocadas grandes assembleias e votar a unificação
das campanhas salariais com as greves em curso, exigindo de cada sindicato que
lute efetivamente e que convoque encontros regionais dessas categorias, onde
tenhamos representantes eleitos pela base, para coordenar as lutas. A partir
dessas categorias, e dos sindicatos onde a esquerda dirige, temos força para
exigir das centrais sindicais que convoquem uma paralisação nacional (com
piquetes, bloqueios de avenidas e rodovias) para arrancar as reivindicações dos
patrões e governos. Podemos obrigar a CUT, Força Sindical, UGT e outras a
convocar ações como essa se a pressão da base aumenta, que foi o que aconteceu
na Argentina (ver artigo nesse jornal).
3 – Lutemos unificados pelas demandas dos trabalhadores
e do povo
Sobram motivos para uma luta nacional como essa,
além das demandas de cada categoria, seria uma oportunidade para lutar: a)
contra a precarização do trabalho e a terceirização, defendendo a efetivação
sem necessidade de concurso público ou processo seletivo; b) pelo salário
mínimo do DIEESE (R$ 2992,19) e gatilho automático de acordo com o aumento do
custo de vida; c) além de re-colocar as demandas que surgiram nas manifestações
em junho do ano passado, como a retirada de todos os aumentos das passagens, a
melhoria dos serviços públicos e do transporte (que para nós só pode melhorar
efetivamente com a estatização sob controle dos trabalhadores e usuários) e a
luta contra a repressão; d) punição e confisco dos bens de todos os corruptos e
que todos os deputados e funcionários públicos de alto escalão (do executivo,
legislativo, juízes, etc) ganhem o mesmo salário que uma professora efetiva.
4 – Lutemos para tirar as burocracias dos
sindicatos e recuperá-los para a luta
Todos percebem como a maioria dos dirigentes
sindicais não estão do lado do trabalhador. Há aqueles que, em resposta a isso,
se desfiliam ou acham que os sindicatos não podem mais servir para a luta. Com
as direções de hoje não vão servir mesmo. Mas se avançamos na nossa organização
pela base (usando as bancadas eleitas pelos trabalhadores nas CIPAs, delegados
sindicais e todos os espaços que pudermos), podemos e devemos tirar esses
burocratas dos sindicatos e coloca-los a serviço da luta.
Quando: 01/05/2014 (quinta-feira)
Horário: 10h
Onde: Largo Páteo do Colégio.
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