O
machismo mata! Mata centenas de mulheres todos os dias. Suzanne quase
foi uma delas. A estudante Suzanne, do 5º ano de historia da USP foi
arremessada pela janela do 4º andar de apartamento da Vila Mariana,
após chamar um cara de machista! Ela sofreu uma tentativa de
assassinato e ainda assim a mídia e alguns setores da sociedade
tentam atribuir a culpa a ela, sempre colando em dúvida seus
depoimentos, questionando sua atitude e seu estado mental na noite do
crime. Ouvimos recorrentemente frases como: “o que ela fez para ele
fazer isso?”, “Você tem certeza que não fez nada?” ou “estava
bêbada, né?”, mas sempre algo que remeta a dúvida quanto a
veracidade de suas declarações. Quantas Suzanes não existem por
aí? Da periferia de Diadema ao norte da Índia. Suzane não é um
caso pontual, é mais uma nas estatísticas de mulheres agredidas e
violentadas por homens, que na maioria das vezes, são seus
conhecidos. É mais uma mulher sendo acusada, julgada e desacreditada
depois de passar por uma tentativa de feminicídio. São milhões de
mulheres, trabalhadoras, estudantes, moradoras das periferias, negras
que mais sofrem com violência do machismo, de seus companheiros, de
desconhecidos, da polícia, do patriarcado. São centenas de mulheres
mortas todos os dias e ainda há quem diga que a culpa é nossa! E
por muitas vezes essa culpa é incorporada por nós, dificultando
mais ainda o processo de superação de uma violência. E quando
somos agredidas, a quem procuramos? A polícia que mata, reprime e
forja crimes todos os dias nas periferias? A polícia que não leva
em conta o depoimento de Suzane na hora de abrir o inquérito? Não
precisamos de mais delegacias que só servem para reproduzir a lógica
machista, racista e higienista de nossa sociedade.
A
violência contra a mulher não é individual e somente através de
nossa organização e acreditando na união com todos os
trabalhadores é que podemos ter perspectiva de emancipação. Menos
polícia e mais casas abrigos para mulheres e seus filhos, formação
de comissão de mulheres em sindicatos, organizações de bairro e
entidades estudantis para combater efetivamente a violência de
nossos dias.
Estamos com você Suzanne! . Que o seu agressor não saia
impune da violência cometida, assim como tantos outros! Você não
se calou e nós também não nos calaremos! Força!
Que
as outras Suzanes que existem por ai, também se levantem. Utilizando
das palavras da própria Suzanne: “-
Não esperem que te lancem em queda livre, mas caso aconteça,
aproveite a brisa e aprenda a voar!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário