Boletim Especial Calourada 2010
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Ao contrário do que muitos pensam, o machismo, a homofobia e o racismo também se expressam nas universidades. Estas, tidas como espaço privilegiado de reflexão e pensamento crítico, são muitas vezes palco de casos absurdos de preconceito, opressão e violência. São inúmeros os casos de violência que vivenciamos cotidianamente, como assédios sexuais dentro das moradias estudantis, estupros dentro dos campi, além dos casos de assédio moral contra trabalhadoras, estudantes e professoras. Como se não bastasse, sabemos das distintas formas de violência e opressão contidas nos trotes com as estudantes recém chegadas, desde desfiles e concursos, até chantagens ou violência física, moral ou sexual.
Acreditamos que todas essa formas de opressão que sofrem as mulheres hoje, são sustentadas por um sistema que tem como principais alicerces a exploração e o lucro, o que se expressa por exemplo, na entrada de fundações privadas nas universidades federais e estaduais, determinando as pesquisas a serem feitas, voltadas aos seus próprios interesses mercadológicos e não aos interesses da população. E embora seja essa mesma população quem pague pela universidade com seus impostos, sabemos que ela não está dentro delas. Tamanho são o elitismo e o racismo existentes nas universidades públicas, que só são permitidos que negras/os e pobres entrem para limpar o chão, fazer vigilâncias, e servir em bandejões, com salários rebaixadíssimos e nenhum direito garantido, seja trabalhista, seja de liberdade de se organizar e fazer greve. A terceirização na universidade, como
diz a campanha que hoje impulsionamos, escraviza, humilha e divide os trabalhadores.

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É preciso lutarmos contra essa estrutura nada democrática da universidade, de modo que saibamos compreender as origens históricas dos problemas da universidade, enquanto reflexos das contradições mais gerais de nossa sociedade, dividida em classes! Se partirmos desse entendimento, a conseqüência política direta é que a luta do movimento estudantil em geral, não pode se fechar em si mesma. Ela deve necessariamente saltar os muros das universidades e ganhar as ruas, onde encontraremos nossos principais aliados: a classe trabalhadora, o povo pobre e seus setores mais explorados e oprimidos. Além disso, esses setores, para serem conseqüentes com suas próprias lutas, têm que se enfrentar com os projetos dos governos municipais, estaduais e federal, no que tange tanto à saúde, quanto à moradia, ao transporte, aos direitos trabalhistas, à educação, etc.

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É por tudo isso que nós, mulheres do Pão e Rosas, queremos lutar contra todas essas formas de opressão, de modo que tenhamos em mente quem são nossos verdadeiros inimigos! Para isso, nossas forças necessitam ser multiplicadas, e as estudantes recém chegadas no espaço universitário têm um grande papel a cumprir nesse processo. Venha conhecer o Pão e Rosas!
Venha repudiar conosco contra todas as formas de violência contra as mulheres!!! No dia 6 de março, em referência ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, daremos o primeiro passo das inúmeras lutas que teremos durante o ano de 2010, e precisamos de você, mulher estudante, trabalhadora, oprimida e explorada!!! Nesse dia, venha fazer parte do bloco classista e anti-imperialista do Pão e Rosas e da LER-QI no ato da Conlutas, gritando “Basta de violência contra as mulheres!!! Fora as tropas de Lula, dos EUA e da ONU no Haiti!!! Que o povo haitiano possa decidir o rumo de seu país!!!”
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