Nos dias 28, 29 e 30 desse mês se realizará o I
Encontro Nacional LGBT organizado pela CSP-CONLUTAS. Será um encontro
extremamente importante para organização dos trabalhadores e setores LGTTBIs
(Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais, Bissexuais e Intersex) por um viés
classista com independência dos governos, patrões e da burocracia sindical, que
a partir de uma visão marxista, permita colocar as demandas democráticas como
bandeiras dos trabalhadores para que estes possam avançar numa luta
anti-capitalista e anti-burguesia aliados
estratégicos como a Juventude, os setores e povos oprimidos, pobres urbanos,
etc.
Por isso, neste sábado (07.06), realizou-se na
subsede da APEOESP de Santo André, o II
Encontro de Professores LGBT, organizado pela Oposição, onde a segunda mesa
de atividades estava direcionada a preparação deste encontro Nacional. Essa
mesa estava composta Everaldo Becker (Membro da executiva estadual da CSP- Conlutas
e militante do PSTU) e Tarcísio Ramos (Professor de Santo André e militante do
Renovar pela luta). Nós desde o Pão e Rosas participamos dessa atividade como
uma primeira reflexão sobre o Encontro Nacional LGBT, seus objetivos e buscando
apontar quais eram as tarefas de deveríamos sair deste encontro para avançarmos
na organização e na luta para combater a opressão as Lésbicas, Gays, Travestis,
Transexuais, Bissexuais e Intersex (LGTTBI).
O
debate passou por diversos pontos importantes. Das dificuldades que os
trabalhadores da educação encontram para lidar com a homofobia dentro da sala
de aula, mas também na sala dos professores e nos corredores da escola. Da
ligação da homofobia com valores religiosos que estavam cada vez mais
legitimados pelos acordos do governo Dilma com as instituições religiosas com expressão
em Feliciano e na vinda do Papa Francisco ao Brasil, o que reforça a
necessidade de um Estado verdadeiramente laico. O índice de assassinatos a
homossexuais que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos e a
importância que tinha de levar para o conjunto dos trabalhadores essas demandas
para que sejam incorporadas como demandas da emancipação humana.
Em
outro momento o debate ficou bastante em torno da preparação do Encontro, do
papel que essa central sindical poderia cumprir para a auto-organização dos
trabalhadores LGTTBIs e no incentivo de solidariedade do conjunto da classe com
os setores oprimidos. Discutiu-se a importância de “quem está comprometido com
a classe, independente de ser LGTTBI ou não, de ir ao Encontro seja pra
formação ou propostas concretas”. Também sobre a necessidade de lutarmos contra
a departamentalização das opressões e das tarefas da revolução socialista.
Partindo das mãos de quem está o movimento LGTTBI hoje, muito expresso na
parada gay e nos grandes donos das boates gays, dos lucros exorbitantes do Pink
Money[1]
como forma cooptação de um atraso que a esquerda tem com esse debate especifico
de sexualidade.
Nós
do Pão e Rosas intervimos na atividade saudando a importe iniciativa que a
CSP-Conlutas estava dando e da própria Subsede em organizar esse pré-encontro.
Retomamos a problemática apontada pela mesa sobre a dificuldade da esquerda na
luta contra as opressões, que para nós, estava diretamente ligada ao papel que
cumpriu o stalinismo, que nos últimos trinta anos foi fortemente propagandeado
pela burguesia internacional como “socialismo real”. De como era preciso nos
organizarmos como uma alternativa aos LGTTBIs evitando que sejam dirigidos por
direções reacionários ou reformistas. Apontando como o governo do PT que se
apresenta como “governo para todos”, é o governo onde os assassinatos de
homossexuais aumentaram 117%, nos últimos 7 anos. E denunciamos a política
reformista do PSOL desde o deputado do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, que próximo
a Copa do Mundo (e diversas noticias do governo incentivando as prostitutas a
aprenderem outras línguas) apresenta um projeto de lei de regulamentação da
prostituição legalizando a cafetinagem. Nos colocamos contrárias a
prostituição, em defesa das prostitutas que em sua maioria hoje são travestis e
transexuais excluídas do mercado de trabalho transfobico. Por fim, apontamos
quais eram dois eixos fundamentais que achávamos que esse congresso precisava
discutir e sair com uma resposta concreta:
- A necessidade de colocarmos de pé uma ampla
campanha contra a precarização do trabalho! Combater a terceirização,
defendendo a efetivação de todos os terceirizados sem a necessidade de concurso
público, com o salário mínimo do DIESSE!
- E a urgência de nos colocarmos
contra a regulamentação da prostituição e a legalização da cafetinagem (com direito de até 50% da exploração sobre os corpos das
mulheres, travestis e transexuais). Assim apontando uma saída revolucionária
para as prostitutas, levantando a bandeira de repartição da jornada de
trabalho para garantir emprego para todas! Como primeiro passo para ao combate
a transfobia!
Convidamos
a todos a se somarem esse I Encontro LGBT!
TOD@S AO ATO dia 28 de Junho, no Arouche
ás 20hrs, recuperando os 44 anos da revolta STONE WALL Inn.
[1]
Pink Money ou Dinheiro Rosa (no português) é uma expressão utilizada para o
mercado gay construído como forma de lucrar através de um consumismo
direcionado aos setores LGTTBIs. Uma saída que a burguesia garante aos LGTTBIs
pequeno-burgueses para viverem com relativa aceitação.
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