A escola pública atende a(o)s jovens trabalhadora(e)s e filha(o)s da classe trabalhadora, cuja realidade é de desemprego, pobreza, precarização do trabalho e violência na periferia. A escola é hoje instrumento do Estado para a manutenção da ordem capitalista, enquanto professoras, temos que recuperar a história da classe trabalhadora e do povo oprimido para combater a ideologia desse projeto de ensino.
Nós compomos 80% da categoria de docentes do Estado de SP. Nossas condições são precárias: trabalhamos em média 55 horas (sendo 20 não remuneradas corrigindo trabalhos e preparando aulas), lecionamos em salas superlotadas, convivemos com a falta de material didático, e não por acaso 51% somos vítimas de doenças psíquicas e físicas como estresse, depressão, problemas com a voz e tendinite. Além disso, temos as tarefas domésticas, sendo vítimas da dupla jornada, e sofremos com a herança da origem histórica da professora enquanto “segunda mãe”.
Nós mulheres, precisamos nos colocar à frente da luta pela transformação radical da escola, lutar por melhores condições de ensino e trabalho, questionar o que se ensina e se aprende, e isso passa por construir a unidade entre professores efetivos e temporários, funcionários e estudantes. É necessário lutar contra o machismo, a violência moral e sexual, a homofobia e o racismo, valores burgueses disseminados nas salas de aula, nos organizando contra o sistema capitalista que explora milhares de trabalhadores, se utilizando da histórica opressão da mulher. Professoras, funcionárias e estudantes das escolas, construam conosco o grupo de mulheres Pão e Rosas!
Rita Frau, professora da E. E. Salvador Bove de Campinas
e Inaya Modler, professora da E. E. Pereira Barreto de São Paulo
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