Recentemente veio à tona em Pernambuco mais um caso de uma menina de 9 anos estuprada por seu padrasto. Grávida de gêmeos, o caso foi descoberto porque ela se queixava de dor e foi levada à Casa de Saúde São José. A mãe entrou com pedido para interromper a gravidez considerada de alto risco e fruto de uma brutal violência que é o estupro, caso permitido por lei.
O procedimento de interrupção da gravidez foi realizado enquanto escrevíamos esta nota, na manhã do dia 04/03/09. A Igreja se apressou em meter o bedelho onde não foi chamada e antes mesmo que o aborto fosse realizado disse que faria uma denuncia da família no Ministério Público, apesar do caso se enquadrar duplamente nas situações de aborto permitidas por lei no Brasil, pois ela foi estuprada e corria risco de vida. Mas para o arcebispo de Olinda e do Recife, a violência sofrida pela menina não justificaria o aborto, pois “A menina engravidou de maneira totalmente injusta, mas devemos salvar vidas”. Salvar vidas para a Igreja significa que uma menina de 9 anos que é violentada desde o 6 anos de idade tenha que parir filhos fruto dessa violência sofrida, correndo o risco de morte.
O fato de somente esses dois casos de aborto serem permitidos no Brasil, faz com que as complicações de abortos inseguros e clandestinos constituam a quarta causa de morte materna no país com cerca de 400 mulheres mortas todos os anos.
A Igreja está contra as mulheres com esse falso discurso de salvar vidas. Ao contrário, quer impor seus preceitos sobre nossos corpos e nossas mentes, já que somente nós mulheres podemos compreender o que é carregar um filho fruto de estupro, a difícil decisão de realizar um aborto clandestino e suas possíveis conseqüências (hemorragias, infecções, mortes), as conseqüências psicológicas de ser vítima de uma atroz violência. Sob este mesmo argumento de salvar vidas, um padre entrou com uma ação judicial contrária ao pedido de uma mulher grávida de um feto anencéfalo, o que atrasou a autorização de seu requerimento e ela acabou dando a luz a um bebê sem cérebro.
Precisamos combater a violência sexual e as mortes por abortos clandestinos que vitimam milhares de meninas e mulheres em todo o mundo através de um amplo movimento de mulheres que se organize de forma independente dos governos, das instituições religiosas, dos patrões, das instituições estatais que sequer cumprem suas próprias leis ou criam milhares de mecanismos burocráticos para não cumpri-las. Para levar essa luta adiante precisamos enfrentar com nossas idéias as direções da Marcha Mundial de Mulheres, que em função de seu atrelamento com o PT, se mostram incapazes de lutar conseqüentemente pelos direitos das mulheres, pelo direito de decidirmos sobre nosso próprio corpo, pelo nosso direito à vida.
Chamamos todas as mulheres a se organizarem para lutar pelos nossos direitos! Venha marchar com o bloco Pão e Rosas neste 8 de março!
Tirem seus rosários de nossos ovários!
Chega de mulheres mortas por abortos clandestinos!
Que o Estado garanta educação sexual para decidir, contraceptivos seguros e gratuitos para não engravidar, e aborto legal na rede pública de saúde com qualidade para que milhares de mulheres vivam!
O procedimento de interrupção da gravidez foi realizado enquanto escrevíamos esta nota, na manhã do dia 04/03/09. A Igreja se apressou em meter o bedelho onde não foi chamada e antes mesmo que o aborto fosse realizado disse que faria uma denuncia da família no Ministério Público, apesar do caso se enquadrar duplamente nas situações de aborto permitidas por lei no Brasil, pois ela foi estuprada e corria risco de vida. Mas para o arcebispo de Olinda e do Recife, a violência sofrida pela menina não justificaria o aborto, pois “A menina engravidou de maneira totalmente injusta, mas devemos salvar vidas”. Salvar vidas para a Igreja significa que uma menina de 9 anos que é violentada desde o 6 anos de idade tenha que parir filhos fruto dessa violência sofrida, correndo o risco de morte.
O fato de somente esses dois casos de aborto serem permitidos no Brasil, faz com que as complicações de abortos inseguros e clandestinos constituam a quarta causa de morte materna no país com cerca de 400 mulheres mortas todos os anos.
A Igreja está contra as mulheres com esse falso discurso de salvar vidas. Ao contrário, quer impor seus preceitos sobre nossos corpos e nossas mentes, já que somente nós mulheres podemos compreender o que é carregar um filho fruto de estupro, a difícil decisão de realizar um aborto clandestino e suas possíveis conseqüências (hemorragias, infecções, mortes), as conseqüências psicológicas de ser vítima de uma atroz violência. Sob este mesmo argumento de salvar vidas, um padre entrou com uma ação judicial contrária ao pedido de uma mulher grávida de um feto anencéfalo, o que atrasou a autorização de seu requerimento e ela acabou dando a luz a um bebê sem cérebro.
Precisamos combater a violência sexual e as mortes por abortos clandestinos que vitimam milhares de meninas e mulheres em todo o mundo através de um amplo movimento de mulheres que se organize de forma independente dos governos, das instituições religiosas, dos patrões, das instituições estatais que sequer cumprem suas próprias leis ou criam milhares de mecanismos burocráticos para não cumpri-las. Para levar essa luta adiante precisamos enfrentar com nossas idéias as direções da Marcha Mundial de Mulheres, que em função de seu atrelamento com o PT, se mostram incapazes de lutar conseqüentemente pelos direitos das mulheres, pelo direito de decidirmos sobre nosso próprio corpo, pelo nosso direito à vida.
Chamamos todas as mulheres a se organizarem para lutar pelos nossos direitos! Venha marchar com o bloco Pão e Rosas neste 8 de março!
Tirem seus rosários de nossos ovários!
Chega de mulheres mortas por abortos clandestinos!
Que o Estado garanta educação sexual para decidir, contraceptivos seguros e gratuitos para não engravidar, e aborto legal na rede pública de saúde com qualidade para que milhares de mulheres vivam!
Pão e Rosas, 5 de março de 2009.
No Dia Internacional da Mulher marcharemos no ato da Conlutas. Venha marchar com Pão e Rosas. Concentração dia 08 de março, às 11h no MASP.
*ilustração de Maitê Fanchini
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