Estamos acompanhando, desde a Argentina, com muito entusiasmo a notícia de que no Brasil um grupo de companheiras começa a colocar de pé a agrupação
Pão e Rosas. Alegrou-nos muitíssimo que tenham traduzido o livro Pão e Rosas para o português, e agora estejam lançando o livro
Lutadoras. Histórias de mulheres que fizeram história. Nossa agrupação na Argentina vem participando ativamente das primeiras respostas que estão dando os trabalhadores e as trabalhadoras frente à crise. As empresas da província de Córdoba vêm aplicando ativamente um plano de demissões e suspensões a trabalhadores contratados. Estes ataques contam com a cumplicidade das burocracias sindicais das centrais operárias e com os bons olhos do governo de Cristina Kirchner. Mas as mulheres de Córdoba e suas famílias têm mostrado qual é o caminho para enfrentar a crise. Participando da luta e dando um grande exemplo de organização, colocando de pé a Comissão de Mulheres em Luta. Também na província de Santa Fé, as mulheres dos trabalhadores da fábrica Parana Metal organizaram-se na Comissão de Mulheres para lutar contra as 1200 demissões que a patronal queria aplicar. Desde o
Pan y Rosas, somos parte destes primeiros passos e da vontade das mulheres de lutar para que os capitalistas paguem por esta crise. Desde a Zona Norte de Buenos Aires, onde se encontram um dos mais importantes cordões industriais do país, as patronais vêm demitindo ativistas e delegados. Nós, mulheres do
Pan y Rosas, estamos apoiando e nos solidarizando com os demitidos e impulsionando para que seja colocada de pé a comissão de mulheres em luta da Zona Norte. Estamos lançando desde a província de Mendonza uma campanha de denúncias contra a violência às mulheres que leva centenas de mulheres às redes de tráfico e prostituição. Um verdadeiro negócio que conta com o amparo de juízes, policiais e funcionários.
Lutamos contra a hipócrita campanha da Igreja que fala sobre o direito à vida, enquanto as meninas de Mendonza estupradas não contam com o mínimo direito a não perder suas vidas pela clandestinidade dos abortos, como ocorre com mais de 6000 mulheres por ano que perdem a vida na América Latina. Por sabermos que não há saída individual em nossa luta contra a opressão e por nossa emancipação é que devemos nos unir com nossos companheiros para acabar com este sistema capitalista de exploração.
Esta crise capitalista que se avizinha e que ainda não chegou com toda sua magnitude tem que ser enfrentada com toda nossa força. Somos as mulheres quem estamos convocadas a ocupar um lugar na luta por nossos direitos e para que nossas famílias não sejam as que sofram as conseqüências. Desde a Argentina, a agrupação
Pan y Rosas luta por colocar de pé um movimento incontrolável de milhares de mulheres trabalhadoras, donas de casa e estudantes para conseguir impor nas ruas nossos direitos. Para que esta catástrofe que se avizinha seja paga pelos capitalistas.
Porque não pedimos! Exigimos nosso direito ao pão, mas também às rosas.Agrupação de mulheres Pan y Rosas - Argentina
março de 2009
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