Por Sheila, trabalhadora do Tribunal de Justiça de SP e Patrícia, trabalhadora terceirizada da limpeza
Depois de um dia inteiro de trabalho chegamos em casa e encontramos... mais trabalho. Lavar, passar, cozinhar, cuidado com os filhos, idosos e doentes... O trabalho que realizamos no lar, após a nossa jornada de trabalho são tarefas pertinentes a reprodução da vida, ou seja, nada mais do que satisfazer as necessidades da família, para que no dia seguinte, todos os integrantes sigam em condições de serem explorados. A naturalização do lar como espaço da mulher por excelência, nos faz crer que somos obrigadas a realizar todo esse trabalho sem nos questionarmos a que realmente serve, quando na verdade, representa 50% do PIB nacional, contribuindo para aumentar os lucros dos capitalistas.
O trabalho doméstico, que nos obriga a trabalhar em média 60 horas semanais, exime os capitalistas de pagar aos trabalhadores pela preparação de sua comida, pela limpeza de sua casa, pela lavagem de sua roupa, garantindo desta forma, maiores lucros. Como parte dessa realidade, muitas vezes nos vemos numa situação em que não contamos com creches que se destinem ao cuidado e educação de nossos filhos enquanto trabalhamos, o que representa horas diárias de preocupação e também a impossibilidade das mulheres participarem ativamente da vida política em seus locais de trabalho. Por isso, exigimos a construção de creches 24 horas, lavanderias e restaurantes comunitários em cada bairro e local de trabalho, garantidos pelo Estado e pela patronal!
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