Enquanto o governo de Cristina Kirchner segue fazendo gestos para a Igreja, mais de 500 mulheres morrem todos os anos por abortos clandestinos na Argentina. Neste 28 de maio vamos impulsionar debates, agitações e outras atividades para denunciar esta situação e lutar para que sejamos milhares nas ruas para arrancar nosso direito!
Sofía Quaglia, estudante de Psicologia da Universidade de Buenos Aires
É importante lutar pela defesa das mulheres que praticam o aborto porque cada pessoa tem que ter o direito de decidir sobre seu próprio corpo. Nós sabemos que não é só a questão da prevenção da gravidez, existem outras formas que acabam levando a uma gravidez indesejada, como o estupro, que ocorre inclusive no seio familiar, onde as mulheres não se sentem a vontade de denunciar os estupradores, sendo obrigadas a levar esta gestação até o final. Por isso, é muito importante a campanha do Pão e Rosas, e mesmo assim, na minha opinião o manifesto da ‘Frente pela legalização do aborto e pelo fim da criminalização das mulheres’ é um avanço pois coloca que a saúde da mulher deve ser um serviço público, garantindo o atendimento ao aborto legal e seguro no sistema público de saúde. Considero que fazer parte desta frente significa focar num objetivo que é a descriminalização das mulheres.
Simone, trabalhadora da USP
Nós mulheres somos oprimidas desde nossos nascimentos. Crescemos envoltas de dogmas, muitas vezes religiosos, que não nos dão liberdade de pensar e agir. Somos aquelas pessoas sensíveis, capazes de superar e perdoar tudo, temos que nos vestir bem, não podemos erguer a voz, nem mesmo falar palavrão. Somos as donas de casa, as mães, em nossos ombros estão as responsabilidades da gravidez, do parto, da criação; somos "por natureza" a estrutura fundamental dos lares. Infelizmente, de acordo com os dogmas que estruturam a nossa sociedade não podemos escolher ter ou não essas responsabilidades. Engravidamos, parimos e criamos! Essa é a lei natural não leva em conta a escolha da mulher. Responsabilidade não é termos filhos, e sim tê-los quando estivermos prontas. Por isso me posiciono plenamente a favor da campanha pelo direito ao aborto. Chega de mulheres mortas por abortos ilegais! Chega de adolescentes tendo filhos sem uma estrutura adequada para criar essas crianças! Que as mulheres possam escolher o que fazer com seus corpos! Que filhos sejam uma opção e não uma mera consequência!
Laís, estudante da UNESP de Araraquara
Hoje sentimos o forte peso da Igreja sobre nossos corpos, que aliada aos governos, fazem coro pela criminalização do aborto. E como consequência direta concordam com a morte de milhares de mulheres e absolvem estupradores e pedófilos. Frente a esses ataques aos direitos das mulheres vejo como essencial a construção de uma campanha Latino-Americana pelo Direito ao Aborto, como uma ferramenta fundamental no combate a essas instituições opressoras e na construção de um movimento forte de conscientização e luta e que responda, principalmente, as necessidades reais de todas as mulheres que sofrem com essa realidade e não estão sozinhas.
Veridiana, estudante de História da PUC-SP
Construir uma forte e ampla campanha a favor da legalização do aborto, significa não só lutar pela vida de milhares de mulheres pobres e negras, que morrem cotidianamente devido a abortos realizados clandestinamente, mas como também questionar e denunciar o Estado e a Igreja Católica que ao mesmo tempo dizem se colocar a "favor da vida", criminalizam e matam as mulheres lhes negando o direito de decidir sobre o seu próprio corpo. Essas instituições, ao legitimarem um sistema que tem como ícone da exploração as mulheres, que ocupam os piores postos de trabalho, com os piores salários, submetidas a dupla (quando não tripla) jornada de trabalho, também não garantem às ‘mães’ as mínimas condições para criarem seus filhos, mostrando assim toda a hipocrisia dessas instituições e contradições desse sistema.
Bruna, estudante de Serviço Social da UNESP Franca
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