Por Diana Assunção, dirigente da LER-QI e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas
As organizações revolucionárias e combativas não podem assinar manifestos que expressem um programa comum com os partidos políticos patronais, porque os programas que apresentam são programas inconciliáveis entre si. Por isso não é possível assinar o manifesto da “Frente pela legalização do aborto e contra a criminalização das mulheres”, impulsionado majoritariamente por setores ligados ao governo do PT. Ao mesmo tempo, é possível nos mobilizarmos junto com elas por pontos restritos e precisos, como por exemplo, pela defesa da legalização do aborto. Poderíamos, portanto, marchar juntos por essa reivindicação com nossas próprias bandeiras e fundamentos, que passa por denunciar o papel que o PT vem cumprindo contra o nosso direito ao aborto, exigir que o Estado garanta o direito ao aborto e denunciar o sistema capitalista em que vivemos. Se isso é uma medida precisa que podemos levar adiante dando nossos próprios fundamentos, não é possível assinar o manifesto da “Frente...”, pois querem nos enganar fazendo-nos reivindicar o seu regime de miséria e opressão, em nome de “defender a democracia”. Lutamos pelo direito ao aborto, mas não defendemos essa democracia dos ricos.
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