Recentemente tivemos uma séria denúncia de que um companheiro terceirizado que estava sem receber seus direitos e, por reivindicar seus direitos fazendo greve de fome, foi reprimido por membros da guarda universitária que são funcionários da USP como eu, e disso eu me envergonho. Por isso, junto com nossa luta contra a repressão a gente tem que batalhar o máximo para acabar com a terceirização nas universidades públicas e nos órgãos públicos, porque a terceirização só escraviza, sub-emprega, humilha e divide os trabalhadores. Então depois dessa denuncia está na ordem do dia nós intensificarmos ainda mais a denúncia contra a terceirização e massificarmos a luta contra a terceirização. O Pão e Rosas pode contribuir muito, nós já estamos iniciando uma campanha na universidade contra a super exploração e depois pretendemos expandir para fora, mas aqui já estamos dando um exemplo combatendo diariamente esta situação.
Dinizete, trabalhadora da USP e delegada do comando de greve
Desde a formação do Pão e Rosas na PUC-SP, discutimos as condições de trabalho das mulheres, dando sempre um enfoque especial às trabalhadoras precarizadas, como as terceirizadas da limpeza. Nesse último mês a luta pela efetivação dessas funcionárias ganhou uma nova dimensão depois de uma denúncia feita por elas ao jornal “PUCviva” da semana passada, onde relataram as péssimas condições de trabalho: a cesta básica e o vale transporte de miséria não são pagos no dia, a empresa não aceita atestado médico como justificativa para as faltas, e chega ao absurdo de servir pão mofado e café sujo num refeitório cheio de baratas. Diante disso, soltamos uma nota no mesmo dia repudiando esse descaso por parte da PUC e da empresa terceirizadora e defendendo a efetivação imediata de todos os trabalhadores terceirizados da PUC.
Na edição desta semana do “PUCviva” a AFAPUC se pronunciou, solidarizando-se com as terceirizadas e defendendo a efetivação de todos os funcionários precários da PUC, mas além de palavras da associação de funcionários da PUC, queremos uma atitude concreta, que se dê uma luta pelo fim dessas condições de trabalhos subumanas (como a própria AFAPUC colocou), entendemos que para avançarmos nessa luta é necessária uma aliança entre os estudantes, funcionários e professores da PUC, para termos uma força real contra os descasos da Fundação São Paulo, do Reitor Dirceu de Mello e da Higilimp, pela efetivação desse trabalhadores e trabalhadoras.
Débora, estudante de Ciências Sociais da PUC-SP e Fernanda Figueira, assistente social formada pela PUC-SP
Em Franca, as terceirizadas da limpeza além das péssimas condições de trabalho, não tiveram nenhum dos seus direitos trabalhalistas garantidos pela empresa que as contratou ou por parte da universidade. Hoje, o campus novos da UNESP, que para elas significa uma brutal exploração de suas jornadas, tem nova licitação e não sabemos se elas terão seus empregos mantidos. Enquanto burocratas acadêmicos gastam rios de dinheiros, elas sobrevivem com salários de miséria. Por isso nós do Pão e Rosas Franca exigimos a efetivação dessas trabalhadoras e salários iguais aos trabalhadores já efetivos!
Livia e Tassia, estudates da UNESP Franca e militantes da LER-QI
Nenhum comentário:
Postar um comentário