quinta-feira, 30 de abril de 2009

Que os capitalistas paguem pela crise!

Declaração do grupo de mulheres Pao e Rosas (LER-QI + independentes) diante do 1º de maio, onde conformamos o Bloco Classista no ato da Praça da Sé.

Neste 1º de maio, nós do grupo Pão e Rosas saímos às ruas, dando continuidade à luta pelos direitos das mulheres. Assim como declaramos no 8 de março, nada temos a comemorar! Há quase um século atrás, trabalhadoras de Massachusetts, Estados Unidos, numa greve que enfrentou dura repressão da patronal e da polícia, já disseram: “Não pedimos, exigimos nosso direito ao pão, mas também às rosas”.

O capitalismo tem reservado às mulheres trabalhadoras as mais brutais condições de opressão e exploração. Seguimos enfrentando a dupla jornada de trabalho, enquanto o Estado e as empresas não garantem creches, restaurantes e lavanderias gratuitamente. Nossa média salarial segue sendo inferior, mesmo quando exercemos a mesma função – e quando falamos da mulher negra, essa situação é ainda mais gritante. Somos grande parte dos trabalhadores com empregos precários e terceirizados, com salários de miséria, péssimas condições de trabalho e persistente assédio moral. Além de tudo isso, com o desenvolvimento da crise capitalista, muitos lares já vivenciam o desemprego, gerado pelos ataques que os patrões nos lançam para que não tenham que pagar pela crise que eles mesmos geraram. Nós viemos dizer o contrário, que são eles quem tem que pagar essa crise.

Enquanto isso, o governo Lula segue destinando muito dinheiro aos empresários, os mesmos que reduzem nossos salários e nos demitem. A existência de uma secretaria de políticas para as mulheres no governo não muda em nada a nossa realidade. Na verdade, o PT demonstra que governando o Estado burguês só pode atacar ainda mais os direitos das mulheres. Um exemplo gritante está no estado do Pará, governado por Ana Julia Carepa, onde meninas são violentadas brutalmente, como o caso da menina de 14 anos que ficou presa por quase um mês numa cela com homens, sendo estuprada sistematicamente. Casos de estupro também ocorrem dentro de campus universitários e precisam urgentemente ser denunciados.

A Igreja, por sua vez, vem despejando seu discurso reacionário, condenando as mulheres que se vêem na necessidade de praticar um aborto. Em Pernambuco a Igreja chegou ao absurdo de dizer que o aborto é um crime pior que o estupro! Portanto, participamos criticamente do ato convocado pela esquerda que chama os trabalhadores, trabalhadoras e a juventude a assistirem uma missa e não ficaremos caladas diante de um ato com setores da Igreja. É por isso também que neste 1º de maio, como parte do Bloco Classista, saímos às ruas em defesa das mulheres condenadas a morrer por complicações de abortos feitos clandestinamente e exigimos o direito a decidir sobre os nossos corpos!

Que a crise seja paga pelos capitalistas! Nenhuma demissão!
Efetivação de todas as trabalhadoras e trabalhadores terceirizados!
Abaixo a dupla jornada, por creches, lavanderias e restaurantes comunitários! Trabalho igual, salário igual! Por assistência estudantil, moradia e creches para as jovens trabalhadoras e universitárias!


Direito ao aborto legal, seguro e gratuito!
Basta de mulheres mortas por abortos clandestinos em toda a América Latina! Basta de intervenção da Igreja em nossos corpos!


Basta de violência contra as mulheres!
Fora as Tropas do governo Lula do Haiti que reprimem em especial as mulheres negras!
Pelo fim da violência sexual a estudantes dentro de campus universitários! Contra a mercantilização do corpo feminino!

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