Companheiros e companheiras,
Desde o mês de março, nós do grupo de mulheres Pão e Rosas (Brasil, Chile e Argentina) estamos impulsionando a Campanha Latino-Americana Pelo Direito ao Aborto, onde fazemos um chamado às organizações políticas, grupos de mulheres, entre outros, a colocar de pé uma grande frente única que possa fortalecer a luta por esse importante direito.
Me surpreendeu que no dia 15/04 tenha sido publicado no site do PCO o artigo entitulado "Em toda a América Latina denunciar a frente-popular com a Igreja e defender a legalização do aborto" (http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=13677), cujo conteúdo é, indubitavelmente, retirado de nossa declaração latino-americana "Basta de mulheres mortas por abortos clandestinos", publicada em 02/04, como vocês podem ver no blog da campanha http://derechoalabortoenamericalatina.blogspot.com/. Além disso, toda a parte do final, que vocês chamam de "Atual legislação do aborto nos principais países da América Latina" é, em quase todos os trechos, diretamente copiado de nossa declaração.
Envio esse email, porque não compartilho desse método. Acredito que se os companheiros vêem referência nessa discussão que fazemos, isso poderia se expressar com a publicação na íntegra de nossa declaração no site do PCO, como fizeram os companheiros da Conlutas em seu site, onde o texto foi publicado com a devida assinatura. E, mais ainda, considero que se há acordo com o conteúdo de nossa declaração, isso poderia se expressar rompendo com qualquer sectarismo, por exemplo, com a adesão do PCO à campanha que estamos impulsionando, assinando devidamente uma declaração que tem como autoria o Pão e Rosas Brasil, Argentina e Chile. Esse seria o método que utilizariamos para publicar materiais, por exemplo, do Coletivo Rosa Luxemburgo, composto por militantes do PCO e independentes, colocando sua devida assinatura e buscando políticas em comum.
O chamado à campanha pelo direito ao aborto está feito ao PCO e ao Coletivo Rosa Luxemburgo, aguardamos uma resposta. De qualquer maneira é indiscutível que o método antidemocrático de se utilizar de materiais de outras organizações políticas para fazer um aparentemente "novo material", sem nenhuma menção ao Pão e Rosas, é no mínimo alheia às tradiçoes das correntes que se reivindicam do trotskismo e também desrespeitoso com todas as companheiras do grupo de mulheres Pão e Rosas.
Sem mais,
Diana Assunção
Dirigente da LER-QI e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas
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