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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

SOMOS TODAS SUZANE! NÃO NOS CALAREMOS!


O machismo mata! Mata centenas de mulheres todos os dias. Suzanne quase foi uma delas. A estudante Suzanne, do 5º ano de historia da USP foi arremessada pela janela do 4º andar de apartamento da Vila Mariana, após chamar um cara de machista! Ela sofreu uma tentativa de assassinato e ainda assim a mídia e alguns setores da sociedade tentam atribuir a culpa a ela, sempre colando em dúvida seus depoimentos, questionando sua atitude e seu estado mental na noite do crime. Ouvimos recorrentemente frases como: “o que ela fez para ele fazer isso?”, “Você tem certeza que não fez nada?” ou “estava bêbada, né?”, mas sempre algo que remeta a dúvida quanto a veracidade de suas declarações. Quantas Suzanes não existem por aí? Da periferia de Diadema ao norte da Índia. Suzane não é um caso pontual, é mais uma nas estatísticas de mulheres agredidas e violentadas por homens, que na maioria das vezes, são seus conhecidos. É mais uma mulher sendo acusada, julgada e desacreditada depois de passar por uma tentativa de feminicídio. São milhões de mulheres, trabalhadoras, estudantes, moradoras das periferias, negras que mais sofrem com violência do machismo, de seus companheiros, de desconhecidos, da polícia, do patriarcado. São centenas de mulheres mortas todos os dias e ainda há quem diga que a culpa é nossa! E por muitas vezes essa culpa é incorporada por nós, dificultando mais ainda o processo de superação de uma violência. E quando somos agredidas, a quem procuramos? A polícia que mata, reprime e forja crimes todos os dias nas periferias? A polícia que não leva em conta o depoimento de Suzane na hora de abrir o inquérito? Não precisamos de mais delegacias que só servem para reproduzir a lógica machista, racista e higienista de nossa sociedade.

A violência contra a mulher não é individual e somente através de nossa organização e acreditando na união com todos os trabalhadores é que podemos ter perspectiva de emancipação. Menos polícia e mais casas abrigos para mulheres e seus filhos, formação de comissão de mulheres em sindicatos, organizações de bairro e entidades estudantis para combater efetivamente a violência de nossos dias.

Estamos com você Suzanne! . Que o seu agressor não saia impune da violência cometida, assim como tantos outros! Você não se calou e nós também não nos calaremos! Força!

Que as outras Suzanes que existem por ai, também se levantem. Utilizando das palavras da própria Suzanne: “- Não esperem que te lancem em queda livre, mas caso aconteça, aproveite a brisa e aprenda a voar!

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