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domingo, 13 de outubro de 2013

Nota de repúdio do grupo de mulheres Pão e Rosas ao caso de machismo ocorrido na Faculdade de Educação da USP durante passagem em sala para discutir a Greve.

Já é absurdo que, em um ambiente majoritariamente feminino, como é o curso de Pedagogia, sejam os homens que mais ocupem e se manifestem em espaços de discussões políticas e em salas de aula. E, na última quarta feira (09/10), pudemos observar que até mesmo quando as mulheres tentam se colocar e disputar esses espaços são impedidas e até agredidas (verbal, física ou psicologicamente).
Não podemos nos abster de conquistar esses ambientes, sendo esse episódio de agressão apenas mais um dentre muitos, reforçando a importância de nos unirmos, não apenas para combater esses episódios tão disseminados e comuns em nossas universidades e sociedade, mas também para mostrar que esses espaços são nossos e que sem as mulheres, nenhuma luta pode ir à frente!
Evidencia-se também que na própria universidade (assim como em toda a sociedade) existem mulheres, que apesar de serem também oprimidas pela sociedade, cumprem outro papel nestas situações, como foi a absurda reação da professora que estava dentro da sala de aula e negou que houveram agressões verbais machistas contra as estudantes, chegando a dizer que a agressão machista foi apenas uma reação à “agressiva” tentativa de diálogo para incorporação dos estudantes em aula para a atividade da greve, organizada pelo comando de greve. Não estamos ao lado de toda e qualquer mulher abstratamente, por uma mera composição biológica e anatômica, mas sim ao lado de todas as mulheres que sofrem com a opressão e a exploração e, nesse sentido, também estamos ao lado dos trabalhadores e dos estudantes homens que entendam a necessidade da luta contra a opressão para o avanço de todas as lutas.
Para isso, é urgente que um debate profundo seja feito por todxs nós estudantes da Faculdade de Educação, para compreender à que e a quem serve as opressões, que dividem o movimento, fazendo o jogo da reitoria, e enfraquecem a mobilização por tentar tirar da linha de frente as mulheres. Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, nos colocamos em defesa de todas as trabalhadoras e estudantes mobilizadas que foram oprimidas e estaremos levando este debate a frente em todos os lugares onde estamos na USP e chamamos a todas e todos os companheiros da FEUSP para tornar a questão sobre as opressões um debate vivo e contínuo que não seja discutido apenas diante de casos de agressão!

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