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sábado, 29 de novembro de 2014

Todo apoio às trabalhadoras terceirizadas da FCL-Unesp!

Não é novidade que a precarização do trabalho é uma dura realidade no país, os contratos terceirizados de trabalho agudizam a precarização quando, com ausência de direitos trabalhistas imprescindíveis, os trabalhadores ficam muito mais vulneráveis à ganância dos patrões. Recentemente tivemos mais uma notícia que merece todo nosso repúdio. A S&S empresa terceirizada responsável pela limpeza na FCL-UNESP de Assis não pagou o salário das trabalhadoras no quinto dia útil. As trabalhadoras resolveram não se calar, e, indignadas, se organizaram e paralisaram o trabalho do dia 11 ao dia 14 de novembro, o que gerou uma pressão da direção do campus à empresa.

No dia 14/11 enfim o pagamento caiu, deixando vitoriosa a mobilização das trabalhadoras. No entanto, não se concretizou a promessa de uma suposta reunião de esclarecimento da empresa às trabalhadoras e pagamento das cestas básicas atrasadas no dia 20. Portanto, as cestas básicas seguem atrasadas. Exigimos que caiam imediatamente!

Na Unesp, diversas funções antes desempenhadas por trabalhadores efetivos hoje são terceirizadas! Desta forma, é de total responsabilidade não apenas da empresa, mas também da instituição, que terceiriza o serviço, criando péssimas condições de trabalho, além deste tipo de situação! Não é possível que uma instituição queira se alçar como uma das mais bem colocadas nos rankings internacionais, enquanto funciona com trabalho semiescravo!

Enquanto brotam os escândalos dos super-salários dos reitores, e de professores das estaduais paulistas, despejam sobre os trabalhadores efetivos e terceirizados as piores condições, aumentando cursos e prédios sem aumentar o número de trabalhadores, crescendo através do sangue, suor, das dores nas costas e da insegurança no trabalho.

Sabemos que a precarização do trabalho, chamada de terceirização, atinge toda a classe trabalhadora, porém, é a mulher trabalhadora a que mais sente o peso de toda a precarização e exploração vigente. A opressão e exploração às mulheres, tem sua funcionalidade para os governos e patrões para manter as mulheres trabalhadoras submetidas a superexploração capitalista, com os salários mais baixos, trabalhos mais precarizados, além das duplas e triplas jornadas de trabalho. Isto porque a mão-de-obra feminina, sendo considerada pela sociedade capitalista como inferior à masculina, recebe salários menores, e este fato serve como pretexto para que o salário de toda a classe trabalhadora seja rebaixado.  São, portanto, as mulheres, em sua maioria negras, que ocupam os postos de trabalho mais precarizados, com menor remuneração e com serviços que são, em sua maioria, extensão do serviço doméstico.

Nós, trabalhadores e estudantes, devemos tomar com centralidade a luta contra a terceirização, pois está é parte fundamental da luta contra a precarização do trabalho, dos serviços públicos, da privatização e pela unidade dos trabalhadores. Lutar sem ver a terceirização como um poderoso inimigo e os trabalhadores terceirizados como fundamentais aliados, seria ceder a uma pressão corporativista e não responder a altura os ataques que sofremos.

As trabalhadoras de Assis dão um exemplo, e tem toda solidariedade de nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, no apoio às companheiras!

Pelo imediato pagamento das Cestas Básicas!
Pela efetivação imediata das trabalhadoras terceirizadas, sem concurso público!

Pela unidade dxs trabalhadorxs! Igual trabalho, igual salário! Pelos direitos da mulher trabalhadora!


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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Basta de violência contra as mulheres



Dia 25/11- dia internacional de luta contra a violência contra as mulheres

Rita Frau, professora, militante do Pão e Rosas e da Executiva Nacional do MML

Os casos mais recentes que ganharam a mídia como o caso de Jandira, morta pela máfia do aborto clandestino no Rio de Janeiro e os estupros na Faculdade de Medicina na USP ecoaram o grito entalado na garganta de milhares que sofrem com a realidade da violência contra as mulheres no Brasil. Todos os dias em cada canto do país milhares de mulheres são vítimas de abortos clandestinos  que levam à morte, femicídios, mutilações, estupros, assédio moral e sexual, estupros corretivos, violência policial, exploração e precarização do trabalho.

Á cada 2 dias uma mulher morre por aborto clandestino, a cada 12 segundos uma mulher sofre violência. São ao menos 50 mil mulheres estupradas por ano, sem contar os casos que não chegam à ser denunciados.

As alianças e os lucros são mais importantes que a vida das mulheres



Mais uma eleição se passou e o que vimos foram alianças espúrias com setores reacionários que são coniventes com as milhares de mortes de mulheres por abortos clandestinos. Dilma Rouseff mais uma vez se negou a defender a legalização do aborto em detrimento de suas alianças com setores como Eduardo Cunha do PMDB e da Igreja católica e evangélica que formam a bancada “pró-vida” e mantém a tentativa de passar projetos de leis como o “Estatuto do Nascituro”.

No Rio de Janeiro, a Operação Herodes, conhecida como a maior operação contra a máfia das clínicas clandestinas, arma o palco para a impunidade dos que matam e lucram bilhões a partir do sofrimento de mulheres e sequelas de abortos. A polícia tentou indiciar o ex-marido de Jandira e uma amiga por apoiarem a decisão de Jandira pelo aborto, mas foi negado pelo Ministério Público. Mais uma demonstração da grande hipocrisia das instituições estatais que estão envolvidas nas diversas formas de violência contra as mulheres, como o envolvimento de policiais no crime de estado contra Jandira.

Não esqueceremos jamais dos assassinatos dos filhos e maridos das mulheres negras e pobres das periferias e favelas, como os casos de DG e Amarildo no Rio de Janeiro. E  Claudia, trabalhadora precária negra, pobre e arrastada como um objeto pela polícia nas ruas da Zona Norte do Rio.

No Haiti, o governo do Brasil segue servindo à dominação imperialista norte-americana e beneficiando os lucros das multinacionais que sugam o suor dos trabalhadores haitianos, com a manutenção das tropas brasileiras no Haiti que são recorrentemente acusadas de estupros contra as mulheres haitinas.

A  burocracia acadêmica para abafar os casos de estupros na faculdade de Medicina da USP, finge que nada acontece mesmo diante do sofrimento de jovens estudantes que viviam no silêncio e com medo, comprovando que os privilégios e interesses de uma casta de professores são mais importantes do que o combate à violência que sofriam as estudantes.

A violência contra as mulheres também se expressa na precarização do trabalho quando as mulheres ocupam os postos de trabalho mais precários, na maioria das vezes recebendo salários mais baixos do que os homens, e no caso das mulheres negras mais  ainda. Trabalhos tercerizados, temporários e precários que levam as mulheres a adoecerem e não terem dirireitos trabalhistas garantidos.

A violência à serviço da exploração capitalista

Os assassinatos são o último elo da cadeia de violência que sofrem as mulheres. Toda as outras formas atingem diretamente a forma como nos constituímos como sujeito. Sofremos agressões verbais com o machismo dentro e fora de casa, na escola somos subjugadas e condicionadas à um comportamento, somos vítimas de um padrão de beleza que nos adoece,  nos leva a competição com outras mulheres e nossos corpos são vistos como mercadorias e propriedade que podem ser usados, descartados e violentados.

Esta ideologia surge no desenvolvimento da propriedade privada, que também se expressa nas relações sociais à serviço da dominação da burguesia e manutenção do sistema capitalista que reproduz e se sustenta através da exploração e opressão.  Quando essa ideologia é reproduzida no seio da classe trabalhadora através de preconceitos, machismo, homofobia, racismo, fortalece a exploração da burguesia. Dizemos que quando uma trabalhadora é violentada por um trabalhador, é um passo atrás na luta contra este sistema de opressão e exploração. 

A recente campanha dos trabalhadores da USP contra os estupros na faculdade de Medicina mostram um grande exemplo de como deve ser tomada a luta contra a violência contra as mulheres pelas organizações e a base dos trabalhadores.  A luta contra a exploração e pelos direitos da classe trabalhadora não é separada da luta contra toda a forma de opressão e violência contra as mulheres. 

Esta campanha nos mostra que cada passo da classe trabalhadora em luta contra a violência é um passo para o fortalecimento dos trabalhadores contra a divisão da classe tomando para si a luta contra toda forma de opressão e contra a exploração e deve ser tomada de exemplo por todas as organizações de trabalhadores.

Sejamos milhares de mariposas lutando por nossos direitos

O dia 25 de novembro surgiu em homenagem as irmãs Mirabal, conhecidas como Mariposas, no I Encontro Feminista Latino Americano e Caribenho realizado em Bogotá, contra a Violência contra as mulheres. Patria, Minerva e Maria Teresa Mirabal foram assassinadas dia 25 de novembro de 1960 pela ditadura de Rafale Trujillo. Elas se auto-identificavam como Mariposa 1, Mariposa 2 e Mariposa 3 militando em resitência contra o regime militar e foram assassinadas por serem  valentes lutadoras contra a ditadura. O repúdio ao assassinatos delas abriu o caminho para a caída do ditador Trujillo.

É com espírito e o exemplo dessas lutadoras encaramos mais um dia 25/11. A experiência de 12 anos do governo do PT e a reeleição de uma mulher já mostraram que para as mulheres,  leis como a Lei Maria da Penha e programas sociais, seguem sendo papel molhado,  e que tentativas de responder os setores oprimidos com política reformistas e paliativas não apagam a realidade do trabalho precário, assédios, mortes e sequelas por abortos clandestinos.

Precisamos de um forte movimento de mulheres que não alimente ilusões no governo Dilma pois este só governará para mulheres como Katia Abreu (PMDB) e outras que se beneficiam da miséria e exploração da classe trabalhadora e do povo pobre das cidades e do campo.

Apenas um movimento de mulheres com milhares de Mariposas independentes dos governos, patrões, Igreja e burocracias sindicais e aliando à classe trabalhadora que organize a luta contra a violência as mulheres nos locais de trabalho e de estudos para ganharmos as ruas, será capaz de arrancarmos nossos direitos.

Neste 25 de novembro o grupo de mulheres Pão e Rosas participará em várias cidades da América Latina e Caribe das atividades para exigir um basta de violência contra as mulheres! Pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito! Contra os estupros, feminicidios, a redes de tráfico de mulheres! Por todos os direitos das mulheres trabalhadoras!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

“Temos um lema “mexeu com um, mexeu com todos”, e ela era nossa companheira”

À poucos dias da Marcha do Orgulho em Buenos Aires, o La Izquierda Diário conversou com Nando, trabalhador de MadyGraf (ex Donnelley), fábrica gráfica ocupada sob controle dos trabalhadores na Zona Norte de Buenos Aires, Argentina. Ele contou como defenderam uma companheira da fábrica, diante da patronal, quando ela decidiu assumir sua identidade de mulher trans que havia escondido para preservar seu emprego.

Publicado originalmente em: http://www.laizquierdadiario.com/Tenemos-el-lema-Si-tocan-a-uno-tocan-a-todos-y-ella-era-nuestra-companera  


Conte-nos como se deu a discussão com a companheira trans na fábrica


Começamos a discutir sobre a discriminação contra os setores gays, LGBT´S. Começamos a discutir que são companheiros e companheiras que podem decidir sobre sua identidade, e também fazer isso dentro da fábrica, dizendo que ninguém podia dizer nada. Assim fomos forjando a consciência dos companheiros para que nossa companheira trans pouco a pouco fosse assumindo sua identidade.

Ela começou a trabalhar com identidade masculina?

Sim, depois pouco a pouco foi se assumindo, viu que não ia ser discriminada, que a patronal não ia demití-la. Quando viu que a organização que havia dentro da fábrica defendia os direitos da comunidade LGBT e todos os que são discriminados por esta sociedade, e com a ajuda de um companheiro gay, ela foi se assumindo. As vezes perguntava se “se podia usar os seios”, e eu dizia a ela “você faz o que quiser, aqui ninguém vai te tocar, vamos manter seu posto de trabalho da forma que você quiser se manifestar”

Como os companheiros de trabalho encararam este processo de mudança?

O processo foi se dando, a princípio não entendiam muito, mas depois foi se naturalizando e se transformou na companheira, parte de todos.

E como atuou a patronal?

A empresa fez alguns comentários discriminatórios mas nunca se atreveram fazer nada com ela porque sabiam que se fizessem algo nós íamos defendê-la. Nós temos o lema “mexeu com um, mexeu com todos” e ela era nossa companheira. Nós, a partir da comissão interna, garantimos que a companheira tivesse seu espaço, seu banheiro e lugar aonde trocar-se. E a empresa teve que cumprir com isso para que ela pudesse estar cômoda.

Discutiu-se o matrimônio igualitário e a Lei de Identidade de Gênero na fábrica?

Sim, se discutiu, alguns estavam contra, outros à favor. O que mais se discutiu foi o tema da adoção, se uma travesti ou um casal de pessoas do mesmo sexo podiam adotar.
Os que estavam contra por preconceitos diziam: “O que vão dizer quando levarem as crianças à escola?”. “Quando vejam que pais são dois homens ou uma travesti?”. Nós lhes dizíamos que não tem nada a ver, que a educação passa mais por uma questão de respeito. Que o fato de que sejam filhos de casais com pessoas do mesmo sexo não significa que os vão maltratar ou algo assim. Que de fato, existem casais heterossexuais onde onde o homem bate na esposa, nos filhos, e por isso não tem nada a ver a identidade sexual com a educação e a crianção dos filhos.

Depois da aprovação de duas leis que mencionamos antes, existe um grande setor da comunidade LGBT que disse que vivemos em um país mais igualitário. Você que vem desta experiência dentro da fábrica, acredita que estas leis mudam profundamente as condições materiais deste setor?

Profundamente não, mas desde já é muito progressivo que existam estas leis. Mas o problema da discriminação, o problema social, é muito mais profundo.

Acredita que a luta da comunidade LGBT tem relação com a luta que vocês estão dando agora?

Sim, caminham juntas, porque acredito que a luta que estamos dando serve como uma experiência para uma nova sociedade. Nós acreditamos que se existe uma nova sociedade, aonde os meios de produção estejam à serviço de toda a população, onde não exista discriminação, a comunidade LGBT vai ter acesso ao trabalho como qualquer um tem. Muitas travestis se prostituem porque não têm trabalho. Por isso, neste sentido, caminham juntas para uma sociedade melhor, porque a luta dos trabalhadores é a luta da comunidade LGBT e vice-versa, a luta dos estudantes é nossa luta, a das mulheres também. Não vejo uma separação, porque para mim somos uma mesma classe que tem que brigar por todas nossas reivindicações, os estudantes, os aposentados, os professores, é uma batalha de todos juntos para construir uma nova sociedade para que todas as pessoas vivam melhor.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Mais uma vez prepara-se a impunidade dos “peixes grandes” da máfia do aborto clandestino

Por: Rita Frau, professora e da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta


Seguem ocorrendo prisões da quadrilha do aborto realizada pela Operação Herodes no Rio de Janeiro. Chega ao número de 63 presos envolvidos na quadrilha (...) 

Seguem ocorrendo prisões da quadrilha do aborto realizada pela Operação Herodes no Rio de Janeiro. Chega ao número de 63 presos envolvidos na quadrilha. A Polícia Civil expediu 75 mandados de prisão através da Operação Herodes e ainda faltam 12 a serem cumpridos. Entre os membros da quadrilha que já foram presos estavam policiais civis, militares, bombeiros e médicos. A máfia chegava a lucrar milhões por mês.
Numa escuta telefônica, o médico Aloísio Soares Guimarães, considerado um dos chefes da quadrilha, quem realizava abortos desde 1972 no bairro de Copacabana e foi preso em sua casa com R$ 532 mil em dólares, dizia para seu neto que pagava de propina para a polícia “no máximo 20 mil reais”, e ganhava “300 mil por mês”. Além disso, tinha 5 milhões de reais numa conta na Suíça.
A advogada que sempre defendeu os integrantes da máfia do aborto em situações anteriores está foragida, pois também ajudava no contato com as mulheres que buscavam o procedimento do aborto clandestino. E muito provavelmente não será punida, pois tem as “costas quentes”. Ela também era advogada de membros da máfia do bicho, e muito provavelmente havia uma relação entre a máfia do aborto e a máfia do bicho no Rio de Janeiro.
Todos esses médicos já têm algum processo por várias infrações desde a década de 60. Outros têm condenações, mas continuavam lucrando com a indústria do aborto e nunca tiveram os registros no CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) caçados, sem o qual não poderiam exercer a profissão.
É vergonhoso que o CREMERJ, que se diz favorável à legalização do aborto, tenha mantido os registros desses médicos gananciosos que moravam nos bairros mais caros do Rio Janeiro às custas do desespero, angústia e mutilações de mulheres que recorriam ao aborto clandestino que custava em média R$ 3 mil reais. Os peixes-grandes da máfia do aborto são os médicos, oficias e autoridades que sempre conseguem se livrar das condenações, seguindo com seus negócios.
O médico Evangelista Pinto segue foragido e a Operação Herodes usa a desculpa esfarrapada que está em contato com a Interpol em busca do médico que deve ter propriedades em condomínios luxuosos, fácil de ser encontrado em Miami.
Este ano foi divulgado o valor do procedimento de aborto pelo SUS em R$ 443, pela portaria 415, que estabelecia que o procedimento nos casos previstos em lei passassem a fazer parte na tabela do SUS. O aborto nas clínicas clandestinas custavam no mínimo sete vezes a mais do que o procedimento feito pelo sistema público de saúde, mostrando que os médicos da quadrilha só estavam preocupados no quanto ganhariam com cada aborto, mesmo que isso custasse a vida de mulheres, como aconteceu com Jandira.
Apesar de em 2013 o Conselho Nacional de Medicina ter apresentado à comissão do Congresso Nacional que analisa a reforma do código penal a proposta favorável à interrupção voluntária da gravidez até a 12 semanas, passa longe a possibilidade da mudança na legislação do aborto que seja favorável às mulheres.
O Ministério de Saúde revogou a portaria 415 este ano devido a pressão dos setores reacionários da bancada conservadora “pró-vida”, que nega o direito da aborto.
A luta por este direito deve ser organizada o quanto antes através da unidade do movimento feminista com as organizações da classe trabalhadora. Nós do pão e Rosas chamamos o Movimento Mulheres em Luta da Conlutas e as mulheres feministas do PSOL a organizarmos nos locais de trabalho e estudos debates entre trabalhadores e jovens para levarem adiante uma campanha real pela legalização do aborto no Brasil.
A Marcha Mundial de Mulheres deve romper sua submissão ao governo Dilma, que nos 12 anos do governo do PT não foi capaz de liderar e conceder este direito básico e privilegiou a aliança com a Igreja e setores reacionários das bancadas evangélicas e católicas do Congresso. Só a partir dessa ruptura poderá participar seriamente de uma campanha nacional que unifique os diversos movimentos feministas para romper o cerco dos setores conservadores e reacionários e levar até o final a luta para aprovação de um projeto de lei que garanta a interrupção voluntária da gravidez da forma mais segura, garantida pelo Estado.
Muitos eleitores votaram contra os candidatos que se declararam contrários a este direito democrático. Esta é a base social desta grande campanha que propomos.
No dia 25 de novembro, dia internacional de luta contra à violência às mulheres, a denúncia das mortes, mutilações e sofrimentos por abortos clandestinos devem ser encaradas como a violência do Estado contra as mulheres.
A Operação Herodes escancara a hipocrisia das instituições deste Estado que criminaliza o aborto. São as mesmas instituições que estão envolvidas na indústria das clínicas clandestinas e que mantém a impunidade dos “peixe-grandes” desta máfia.
Mesmo com uma série de condenações, foram soltos seguindo com a fonte de ganância enquanto centenas de mulheres que recorrem ao procedimento são criminalizadas no país, carregando o sentimento de culpa e a marca de um aborto mal feito. Tendo que pagar fianças e muitas vezes obrigadas a cumprir penas com trabalho em creches, estabelecidas por juízes, como forma de “reconciliação com a maternidade que um dia elas negaram”, encaradas como verdadeira criminosas.
Não podemos confiar nas instituições do Estado. O movimento feminista deve ser parte das investigações desta máfia, para que os verdadeiros culpados sejam punidos. Precisamos lutar para que nenhuma mulher que tenha realizado aborto nestas clínicas seja criminalizada.
Por isso, o movimento feminista deve ser organizar independente dos governos e instituições capitalistas para lutar sem trégua pelos direitos democráticos das mulheres.


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Diana Assunção: “Na Faculdade de Medicina da USP há métodos profissionalizados de estupro”

Esta matéria contribui muito para quebrar o silêncio de anos nesta instituição. Os casos relatados são revoltantes. Estamos falando de pessoas que estão se formando como médicos e utilizam entorpecentes e inclusive outros produtos para facilitar um abuso sexual. Os relatos mostram que já há um método profissionalizado de estupro.

Esta semana o site ponte.org publicou uma completa e detalhada matéria com o título“Violência sexual, castigos físicos e preconceito na Faculdade de Medicina”(http://ponte.org/violencia-sexual-castigos-fisicos-e-preconceito-na-faculdade-de-medicina-da-usp/) que escancara os atos aberrantes de violência que permeiam esta renomada Faculdade. Sobre esta matéria e suas denúncias, Diana Assunção, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP e responsável pela Secretaria de Mulheres do Sintusp declarou que “Esta matéria contribui muito para quebrar o silêncio de anos nesta instituição. Os casos relatados são revoltantes. Estamos falando de pessoas que estão se formando como médicos e utilizam entorpecentes e inclusive outros produtos para facilitar um abuso sexual. Os relatos mostram que já há um método profissionalizado de estupro. Que médicos estão se formando? E quando se escancara esta situação a preocupação de muitos é com a imagem da Faculdade de Medicina. Alguém está preocupado com a vida de talvez centenas de jovens que vão viver com o trauma de um estupro e um abuso? Ou que simplesmente tem que aguentar uma humilhação pelo simples fato de ser mulher?”
Diana Assunção também responsabiliza a Universidade de São Paulo pela situação “A Faculdade de Medicina simplesmente não toma nenhuma atitude em relação a situação, portanto encoberta esses casos. Inclusive o deputado Adriano Diogo (PT) que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa declarou que foi pressionado pelo próprio diretor da Faculdade, o professor José Otávio Costa Auler Junior, para não realizar a Audiência ocorrida no último dia 11. O Reitor Zago, também médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, simplesmente não se pronuncia sobre esta situação. Além disso, é um fato que o campus da USP hoje é palco para um número de estupros que desconhecemos a quantidade porque a Reitoria não divulga os números”.
Frente a esta situação e à proximidade do dia 25 de novembro, dia internacional contra a violência às mulheres, Diana considera necessária uma grande campanha e medidas de frente-única que reúnam sindicatos, movimentos feministas, de direitos humanos. “É fundamental neste momento a mais ampla unidade pra enfrentar este pacto do silêncio na Faculdade de Medicina, pois irá mexer com a burocracia universitária que fica calada pra não manchar a considerada melhor Faculdade de Medicina do país. Devemos fazer atos, manifestações, videos, cartazes, tudo o que for necessário para enfrentar estes burocratas e também os futuros médicos que praticam o estupro nesta Faculdade. Se trata de uma luta necessária que pode se tornar um exemplo no combate ao assédio sexual e aos estupros. Exigimos que a Reitoria da USP se posicione sobre este caso, bem como sobre o caso de machismo e racismo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e divulgue de uma vez por todas os números de denúncias de estupro dentro da USP”. Para finalizar, Diana completou dizendo que “Em nossa greve buscamos colocar com força a luta das mulheres e contra o machismo, a homofobia, a transfobia. No próximo mês teremos o V Encontro das Mulheres Trabalhadoras da USP que queremos que ajude na organização das mulheres trabalhadoras e que também possamos levantar com força a luta contra todas as formas de violência às mulheres”.


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O exame Papanicolau, a decadência da saúde pública e a luta pelos nossos direitos

Nos marcos da vergonhosa crise de assistência médica e frente a todo o descaso do governo para com as condições de vida da população pobre e, em especial da mulher, e levando em consideração a importante campanha da Secretaria de Mulheres do Sintusp para colocar fim à fila de mais de 1.000 mulheres aguardando para ter acesso ao exame do papanicolau na USP o site Palavra Operária entrevistou Gilson Dantas, médico, setentista e doutor em sociologia pela Universidade de Brasília, e procuramos levantar questões sobre a importância de exames como o Papanicolau para a saúde da mulher e também sobre o descaso do Estado burguês sobre a assistência básica à saúde e os processos de saúde e doença. 




Qual a importância do exame de colo de útero, o Papanicolau, para a saúde da mulher?
Gilson Dantas: Para a mulher de vida sexualmente ativa e também na faixa aproximada dos 25 aos 65 anos, este exame, que é simples, rápido e barato, é o mais indicado para surpreender uma inflamação, uma infecção ou até uma doença sexualmente transmissível no início; também pode descobrir algum foco no colo uterino onde está se iniciando um processo pré-cancerígeno ou mesmo um câncer inicial. Pode descobrir uma verruga vaginal, uma candidíase, enfim é um bom exame de rotina, para ser feito anualmente, no caso de mulheres mais sadias, ou de 3 em 3 anos em outros casos, e que pode surpreender no início uma enfermidade ou até uma inflamação que não está dando, por exemplo, sintomas ainda. Uma doença que não é “visível” passa a ser visível com esse exame de citologia do colo do útero. Essa é sua importância. Em outras palavras, este exame elementar, que integra a chamada “atenção à saúde básica”, é um direito mais do que óbvio e natural de toda mulher que dele necessita. Jamais poderia ser negado ou dificultado. Ele pode, vale sempre repetir, dentre outras coisas, descobrir um câncer de colo uterino (chamado de câncer cervical) quando ele está mal começando. Como é um câncer que demora dez anos para se desenvolver, sua descoberta quando ele ainda é pré-câncer, permite mudar estilo de vida, alimentação, higiene e, dessa forma, fazer com que em dois anos, aquele foco que poderia se desenvolver como câncer, seja completamente curado. E lembremos, só para dar um número, que segundo dados do próprio governo (do INCA, Instituto Nacional do Câncer), em 2011 tivemos 15 mil casos de câncer uterino, com 5 mil mortes; e este câncer é o 4º que mais mata mulheres com câncer no Brasil; em ordem de frequência, ele é o 3º mais frequente (os outros dois são mama e intestino). Ora, todos nós sabemos que a mulher rica tem total acesso a qualquer tipo de exame e à qualidade de vida; a conclusão portanto é que negar o Papanicolau é escolher QUEM vai morrer de câncer uterino. É simples assim. E cruel assim: tanto que um estudioso do assunto procurou traçar o perfil de qual é o tipo de mulher que morre desse tipo de câncer e o que foi que ele descobriu? Que quem mais morre dele é a mulher não-branca, de menos escolaridade, mais pobre, e também a mais cheia de filhos, com ênfase na mulher da zona rural. É claro que esses estudiosos, de resto bem pagos, não vão se indignar com esse apartheid organizado, com essa crônica de um crime anunciado – executado contra as mulheres pobres, negras e de periferia – mas penso que é nosso dever nos indignarmos e organizarmos a luta contra isso, no sentido de mudar esse “destino” que os diferentes governos burgueses organizam contra nós, cotidianamente.
Então o Papanicolau vem a ser um exame preventivo, a mais importante medida de prevenção do câncer de colo de útero?
Gilson Dantas: Em primeiro lugar é uma brutal irresponsabilidade do governo não oferecer este exame para toda mulher, com rapidez, gratuito e em todo bairro. Ele dá uma ideia de como está a saúde da parede vaginal e uterina, se tem inflamação ou alguma alteração de qualquer tipo, verruga, candidíase etc. Mas prevenção mesma, mais profunda, tem que ser entendida de outra forma. Pense comigo: se uma população é obrigada a morar no meio do esgoto e pega muita verminose, qual é a verdadeira prevenção: o exame de fezes, para descobrir que você tem a parasitose ou eliminar o esgoto? Você vai fazer o exame, vai tomar o medicamento e vai voltar a pegar o verme ao pisar de novo no esgoto. Esse é o xis da questão. Portanto, é certo que o Papanicolau é aquela coisa imediata, um direito natural, como tantos outros, e que são sistematicamente negados ao povo pobre. Essa é a primeira coisa. A outra é que nem toda mulher desenvolve câncer uterino. Ele não é um problema de “qualquer mulher”. Compare aquelas que moram no Morumbi ou Jardins com aquelas que vivem em Carapicuíba. A taxa de câncer é brutalmente diferente. A verdadeira prevenção tem a ver com as condições do bairro, transformar as condições de vida e de trabalho que o governo degrada ou deixa degradar todos os dias enquanto suga nosso sangue, nosso suor para gerar sua riqueza e ainda por cima arranca impostos e tarifas públicas caras sem retribuir em serviços. Grandes epidemias e doenças foram vencidas no século XIX através da urbanização, da coleta de esgoto, da oferta de água e outros meios de vida, muito mais por essa via do que pela medicina em si mesma. Portanto cuidado com o discurso do governo: ele adora vender vacinas, tratamentos caros e NUNCA discutir como se origina o câncer e outras doenças. Por exemplo, por que 90% das mulheres têm contato alguma vez na vida com o HPV – um vírus comum – e apenas algumas delas desenvolvem câncer? O vírus está ali, passa por ali, mas somente algumas irão adoecer por conta dele. A resposta é que a causa do câncer uterino nunca foi e nem é o vírus mas sim falta de boa alimentação, a conquista de menos horas de trabalho, melhor higiene, melhores condições de vida, mais lazer. No caso do povo pobre: o fim da exploração do trabalho. O controle da própria atenção médica e da vida, escola, creches públicas e urbanização do bairro, que tem que ser obra dos próprios trabalhadores e suas famílias. Por isso junto com o Papanicolau temos que arrancar todos os nossos direitos à vida. Total proteção à saúde da mulher para sua vida sexual, reprodutiva e saúde em geral terá que ser conquista dos próprios trabalhadores.
Nós temos uma presidente mulher, governos que se sucedem e nunca a saúde da mulher e nem da classe trabalhadora pobre é prioridade. Como você vê essa questão?
Gilson Dantas: Veja que nós estamos diante de um problema de classe. Ter ou não ter acesso ao Papanicolau, no Brasil, é um problema de classe. Antes de ser presidente mulher, ou presidente petista, tucano, peemedebista, todos eles são governos que defendem os interesses da classe que vive do nosso trabalho. Sua prioridade são os grandes banqueiros e o empresariado. São eles que financiam as campanhas daqueles. A nossa resposta também tem que ser de classe. Temos que tomar nosso destino nas nossas mãos. De novo vamos ao exemplo do Papanicolau: é um exame muito necessário já que antes da mulher ter os sintomas de um câncer instalado, que são sangramento, dor após o sexo, o Papanicolau permite descobrir a doença; pois bem, trata-se de um exame pouco invasivo, barato, custaria menos de 50, 70 reais, portanto de baixa tecnologia; o governo poderia contratar pessoas do próprio bairro, em massa, treiná-las para aprender a colher a amostra (aprender o jeito de colher, de preparar a lâmina, reconhecer as células no microscópio, montar equipes, estruturas e pronto, em um mês nenhuma mulher em nenhum bairro, ficaria sem o seu exame. E perto de casa, não é necessário estrutura de hospital. Treinamento, microscópios, iodo e vinagre, espátulas, uniforme, luvas algumas coisas mais e não tem mistério, estaria tudo resolvido e barato. Por que não é? Porque não é prioridade de governo. Mas e as 15 mil mortes em 2011? Ué, e quem disse que o governo vai se importar se forem 20 ou 40 mil? São mulheres pobres! A madame rica se cuida e se trata. Quanto ao governo, dos ricos, só está preocupado com as aparências, o ministério da saúde é aparência, os postos de saúde são aparência, o INCA é aparência (aliás, o INCA outro dia fazia campanha de coleta de chinelos e arroz para doar para as pacientes com câncer, imagine só onde anda a prioridade!!). O ministério da Saúde tem um orçamento que não chega a meio bilhão de reais, mas esse mesmo governo paga juros todo dia de uma dívida do tamanho do PIB, isto é, assumiu dívida de 2,2 trilhões de reais com os banqueiros. Para os banqueiros, trilhões, para a saúde nem meio bilhão... Compare os números e avalie você mesmo se saúde é prioridade. Os leitos do SUS, que por si mesmos já são horrorosos, crescem menos que a população. Mas não é só leitos e nem apenas falta de Papanicolau: quem disse que água, transportes, mobilidade urbana, emprego, qualidade de vida para o povo pobre é prioridade para Dilma ou para Alckmin? Ou para Aécio? Alckmin deixou a água entrar em colapso em São Paulo, enganou a opinião pública o quanto pôde, apenas preocupado com sua reeleição! Dilma é mulher e onde está o Papanicolau para a mulher brasileira? São governos do blábláblá, de jogo de cena com programas do tipo “minha mulher minha vida”, mas a verdade definitiva é que temos que tomar nosso destino nas nossas mãos e levantar um movimento a partir do bairro, dos trabalhadores da saúde, da aliança combativa bairro-juventude trabalhadora e estudantil para impor nossos direitos mais elementares e naturais – como o da água, da assistência básica de saúde – arrebatados por governos de classe cujos interesse jamais será o Papanicolau, nem creches e nem atenção integral à saúde da mulher pobre e trabalhadora.


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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Silvana conta sobre a aula que foi convidada a dar na Faculdade de Direito da USP

O site Palavra Operária ouviu Silvana Ramos, linha de frente da luta dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da USP e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas que nesta última quinta-feira esteve na Faculdade de Direito da USP a convite do professor Jorge Luiz Souto Maior


O site Palavra Operária ouviu Silvana Ramos, linha de frente da luta dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da USP e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas que nesta última quinta-feira esteve na Faculdade de Direito da USP a convite do professor Jorge Luiz Souto Maior: "Fui convidada pelo Professor Jorge Luis Souto Maior, da Faculdade de Direito, a participar de uma aula sua sobre o direito do trabalho no capitalismo, contando sobre as condições de trabalho dos trabalhadores terceirizados. Os alunos disseram que isso era importante, porque na faculdade ficam estudando as leis, mas não conhecem a situação das pessoas que estão por trás dos casos que elas tratam. Contei sobre as condições de trabalho que tive como trabalhadora da limpeza na USP, com um trabalho muito pesado e sem descanso, por um salário muito baixo, sendo obrigada a fazer as refeições no banheiro, e vendo situações como a de uma colega ficando doente, e não podendo ir no médico, se não levava falta e perdia parte do salário e a cesta básica que sustentavam o filho, e adoeceu até passar muito mal no trabalho e ser levada para o hospital, onde descobriu que tinha um câncer avançado, que em pouco tempo matou ela. Contei também sobre a greve da Dima em 2005, e sobre as greves das terceirizadas da USP nos anos de lá pra cá, que são a única forma de enfrentar essas condições, se unindo. Apresentei o livro ’A precarização tem rosto de mulher’ que conta a história dessas lutas".
Silvana conclui dizendo que: "Falei também de como os trabalhadores não tem garantidos seus direitos trabalhistas, e situações que eu mesma passei, em que sabia que meus direitos estavam sendo desrespeitados, mas sabia que a justiça, mesmo se desse razão para mim, demoraria dez anos pra me dar meus direitos, pelos quais não dá pra esperar vivendo com o salário de terceirizada. É muito importante que tenham aulas assim, e professores que buscam formar advogados, e estudantes de todos os cursos da universidade, que entendam a realidade dos trabalhadores, e usem o que aprenderam como profissionais que defendam os trabalhadores."
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Diana Assunção: "Já são mais de 950 mulheres na fila do papanicolau, não podemos aceitar"

Neste mês de novembro será organizado o V Encontro das Mulheres Trabalhadoras da USP, organizado pela Secretaria de Mulheres do Sintusp. Uma das campanhas que a Secretaria vem levando adiante este ano diz respeito ao exame do papanicolau. Sobre esta campanha, Diana Assunção, diretora do Sintusp e responsável pela Secretaria de Mulheres declarou que: "Além das inúmeras demandas das mulheres trabalhadoras da USP por creches, melhores condições de trabalho e contra o assédio moral, este ano também estamos levantando uma bandeira que diz respeito ao conjunto das mulheres que é o direito de fazer o elementar exame de papanicolau, que previne doenças como o câncer do colo de útero. Trabalhadoras do Centro de Saúde Escola Butantã, como Dinizete Xavier, também da Secretaria de Mulheres do Sintusp, vêm denunciando há meses esta grave situação exigindo a contratação imediata de profissionais para atendar a demanda e acabar com esta desumana fila".
Em relação à posição da Reitoria, Diana declarou que: "Uma das primeiras medidas do Reitor Zago neste ano foi o congelamento de contratações o que leva a não haver reposição dos quadros. A contratação imediata de poucas enfermeiras poderia terminar com a fila, mas a Reitoria mostra com esta atitude que não tem nenhuma preocupação com a saúde das mulheres. Estamos falando das mulheres que vivem na São Remo, Vila Indiana, São Domingos, Morro do Querosene e alguns bairros do Jardim Bonfiglioli, as trabalhadoras que nos atendem nas padarias, supermercados e lojas da região, as operárias das fábricas, as estudantes das universidades privadas. Ao mesmo tempo, devemos exigir por exemplo que para as trabalhadoras da USP o papanicolau seja parte do próprio exame periódico dos trabalhadores".
Diana finalizou dizendo: "Neste V Encontro das Mulheres Trabalhadoras da USP, que contará com a presença da professora Renata Gonçalves, da Unifesp da Baixada Santista, queremos levar esta campanha com força junto a vários outros temas que foram discutidos em reuniões de mulheres durante a greve de 116 dias, no combate à opressão as mulheres. Continuaremos exigindo a contratação imediata de profissionais e buscando estas mulheres da região para colocar de pé uma grande campanha".
Neste mês de novembro será organizado o V Encontro das Mulheres Trabalhadoras da USP, organizado pela Secretaria de Mulheres do Sintusp. Uma das campanhas que a Secretaria vem levando adiante este ano diz respeito ao exame do papanicolau.

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