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domingo, 3 de agosto de 2014

Pão e Rosas MG construindo o Bloco Stonewall!


Nos dias 3 e 10 de agosto acontecerão as Paradas do Orgulho LGBT de Contagem e Belo Horizonte, respectivamente. Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, estaremos presentes e construindo o Bloco Stonewall, para retomar a combatividade da revolta de Stonewall, quando em 1969 os LGBT de Nova Iorque – com as travestis a frente – se rebelaram contra a constante repressão policial que servia para os manter na ilegalidade da sociedade.

 


Hoje, 35 anos depois, o que vemos é que as demandas dos LGBT estão longe de serem alcançadas e claramente não podem ser garantidas até o fim por dentro desse sistema de opressão e exploração. Mesmo as mínimas leis de reforma que conseguem algum avanço são feitas e controladas por políticos que trocam nossos direitos por votos. Lula, sob seu governo, assinou o acordo Brasil-Vaticano, que dá privilégios à Igreja Católica. Em continuidade, hoje vivemos sob o governo Dilma, um governo de uma mulher que entregou os direitos dxs LGBT e das mulheres – como a retirada da legalização do aborto de seu programa e o posterior veto ao kit anti-homofobia – e legitima as bancadas religiosas e o avanço de projetos como o Estatuto do Nascituro e o “Cura-gay”. Basta de alianças reacionárias com as Igrejas e os setores conservadores! Pelo fim do acordo Brasil-Vaticano!
Foi também nos últimos 12 anos de governo PT que houve um salto na criação de postos de trabalho precário e terceirizado, que se utilizam das opressões para aumentar a exploração. Os LGBT, principalmente xs trans* são os que mais ocupam esses postos, quando conseguem fugir da prostituição. Basta de trabalho precário! Pela efetivação de todxs trabalhadorxs terceirizadoxs, sem necessidade de concurso público!
          Além disso, os setores trans* são mais invisibilizados até mesmo dentro do movimento LGBT, como vem denunciando o Bloco Stonewall. A transexualidade ainda é considerada uma patologia e para conseguir fazer a transição é preciso passar por um longo processo. É preciso lutar pela despatologização trans* e que a transição seja garantida pelo SUS. Porém o sistema de saúde que temos não pode garantir isso e o SUS segue sendo cada vez mais privatizado. Uma assistência à saúde LGBT de qualidade só poderá ser garantida através de um sistema de saúde 100% público, gratuito, que seja gerido pelos trabalhadores e usuários, única maneira de garantir que a saúde seja prioridade, e não o lucro.
         O índice de assassinatos aos LGBT também vem aumentando e, mais uma vez, xs trans* são xs mais atingidos. Não podemos ter nenhuma confiança que a polícia pode garantir a segurança dxs LGBT! Entre tantos exemplos, lembremos que o assassinato de Kaique, jovem homossexual de São Paulo, em janeiro deste ano, foi dado como suicídio pela polícia, mesmo com claros indícios de tortura. Além da direta violência policial, que também colabora para o aumento desse alto índice. Que sejam criadas comissões independentes dos governos para investigação e punição de cada caso de violência aos LGBT! Pela imediata criminalização da lesbo/homo/bi e transfobia! Desde junho passado, cada dia mais a polícia mostra a que veio e a serviço de quem está. É preciso acabar com essa instituição assassina, que mata jovens, LGBT, negrxs e reprime trabalhadores e a juventude. Pelo fim da polícia e de todo aparato repressivo do Estado!
         Junho de 2013 nos mostrou que a força da juventude nas ruas pode conseguir algumas conquistas. Por meio da mobilização de massas de juventude foi possível barrar os projetos “Cura-gay” e o Estatuto do Nascituro. Mas é preciso ir por mais! Para acabar com todas as opressões, é necessário travar um luta independente dos governos contra esse sistema de exploração que necessita das opressões para seguir lucrando. Façamos como os trabalhadores da USP, que hoje protagonizam uma importante greve contra os ataques do governo e da reitoria, mas também estão na linha de frente da defesa de uma saúde e educação públicas, gratuitas e de qualidade, se aliando à população e transformando a greve em uma importante batalha de classes. É necessário que xs LGBT estejam junto aos trabalhadores para juntos golpearem governos e patrões, para arrancar a demandas dos trabalhadores e de todos os setores oprimidos da sociedade!


Convidamos todxs a construir o Bloco Stonewall nessa Parada e a conhecer as ideias do grupo de mulheres Pão e Rosas!

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