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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Boletim Pão e Rosas especial 8 de março!

Leia e difunda o novo boletim especial 8 de março!


EDITORIAL: Da Copa eu abro mão! Pelos direitos das mulheres, contra Dilma e o Patrão!


         O Brasil com as “jornadas de junho” de 2013 foi palco de grandes manifestações políticas históricas, não apenas pelo número de pessoas que saíram as ruas mas também pelo conteúdo político profundo determinado pelas demandas sociais mais sentidas pelo conjunto da população. Foi um movimento que se enfrentou diretamente com os governos federal, estaduais e municipais e fez uma importante experiência com a política e repressão depois de décadas de estabilidade social e ofensiva neoliberal. Não é à toa que todos dizem que o país não é mais o mesmo, pois o país realmente mudou! O governo Dilma e os governos estaduais recuaram no aumento das tarifas, o que significou uma vitória da mobilização de massa.
Porém, todas as demandas sociais que surgiram em junho permanecem sem solução. Um dos principais catalisadores da repulsa social foram os exorbitantes gastos da Copa do mundo - 38 bilhões de reais, a copa mais cara da história - enquanto as necessárias obras sociais como moradia, saneamente básico, creches, hospitais, escolas e transporte são deixadas de lado. Milhares de mulheres saíram às ruas em junho reivindicando melhoria dos serviços públicos, pois são as que mais sofrem, cotidianamente, com as péssimas condições dos mesmos. São as mulheres também que seguem sendo violentadas todos os dias, que morrem por abortos clandestinos e por não terem acesso a um sistema público, gratuito e de qualidade, e vivem do trabalho precário como a terceirização, que “tem rosto de mulher”!
Essa Copa está sendo feita através de corrupção, superfaturamento e privatização. Várias famílias nas proximidades dos estádios estão sendo removidas, deixando avós, mães e filhos sem moradia. Essa Copa também é baseada no trabalho precário onde vários trabalhadores foram mortos nas obras sem segurança e feitas “a toque de caixa”. Quando chegar mais próximo da copa veremos que, na realidade, as cidades serão montadas apenas para receber os turistas, enquanto para os trabalhadores e lutadores mais repressão e exploração! Para as mulheres mais violência, tráfico de mulheres e redes de prostituição para alimentar o turismo sexual! E ainda contamos com deputados que se dizem de esquerda, como Jean Wyllis do PSOL, que defende um projeto de lei que permite a cafetinagem.
O governo de Dilma, apesar de ser uma mulher, não responde aos interesses das mulheres, menos ainda das mulheres trabalhadoras. Por isso as mulheres trabalhadoras e jovens têm que se organizar de maneira independente dos patrões e dos governos! Também não podemos confiar na burocracia sindical que vende nossos direitos! Devemos nos organizar em nossos locais de trabalho e estudos para sair às ruas como saímos em junho, e sermos milhões lutando por nossos direitos! Por um 8 de março classista e anti-governista!
           
Da Copa eu abro mão! Basta de assédio e violência! Pela estatização dos transportes com gestão de trabalhadores e controle dos usuários!

A demanda que motorizou as mobilizações de junho foi justamente o transporte. O direito ao transporte não se trata apenas de mobilidade urbana como querem dizer, mas de desigualdade social profunda. Quem mais sofre com os elevados preços e péssimas condições de transporte são os trabalhadores, principalmente os de serviço precarizados, como as mulheres e os negros, que chegam ao absurdo de gastar até seis horas por dia para chegar ao trabalho e voltar para casa. Essas horas, obviamente, não são remuneradas pelos patrões, siginificando uma superexploração dos trabalhadores e, neste contexto, as mulheres, com sua tripla jornada e com essas horas perdidas, têm suas vidas cada vez mais degradadas. Agora, os governos descaradamente retornam com os aumentos das tarifas, como no Rio de Janeiro que Paes aumentou para R$ 3,00, o que significa um roubo direto dos trabalhadores! Para as mulheres, o transporte superlotado ainda significa dar espaço para assédio sexual e violência, como as trabalhadoras e jovens vivem todos os dias!
Temos que dar um basta! Nas mãos dos capitalistas e de seus governantes as demandas sociais de junho não terão solução. Por isso, através dos seus sindicatos, organizações e movimentos, os trabalhadores e as trabalhadoras, junto com a juventude, podem reorganizar o movimento nacional verdadeiramente em defesa de um transporte de qualidade, seguro e com tarifa reduzida! Para nós, mulheres do Pão e Rosas, o problema transporte só pode ser resolvido atacando os interesses capitalistas através da estatização de todo sistema de transporte sem indenização, pois assim, o transporte poderá funcionar de acordo com as necessidades da população e não dos lucros de um punhado de parasitas! Porém não basta ser estatal, pois os governos já mostraram que não governam para a população e todos seguem a política de privatização, terceirização e corrupção. Em São Paulo, onde o Metrô é estatal, temos a comprovação disso, com cada vez mais falhas, acidentes, panes, e violência para as mulheres! Por isso defendemos que os transportes sejam geridos pelos trabalhadores e que tenha um controle dos usuários, através de alianças com organizações de bairro, outros sindicatos e organizações!

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Da Copa eu abro mão! Basta de violência contra as mulheres! Organizar a luta a partir dos sindicatos e locais de trabalho e estudo!

O Brasil é reconhecidamente um país com altos índices de violência contra a mulher: a cada 15 segundos uma mulher é espancada, a cada 2 horas uma é assassinada e em 2012 dados oficiais registraram 50.617 estupros (que foram notificados!). Esse ano, os números aumentarão com a Copa, intensificando o turismo e exploração sexuais.  As diversas violências extremas que sofremos, física e psicológica – estupros, feminicídio, mortes por aborto clandestino - expressam a violência cotidiana em nossas casas e trabalho: o assédio moral e sexual, a mercantilização do nosso corpo e a imposição dos padrões de beleza.
O governo Dilma lançou ano passado o programa “Mulher, viver sem violência”, de combate à violência contra a mulher. Contudo, no governo da primeira mulher presidente, a violência foi cotidiana para a maioria das mulheres nos trabalhos precários; para as mulheres que pegam transportes lotados para ir trabalhar e as que deixam suas vidas nas filas e hospitais cheios.
Somos tratadas como propriedade dos outros, submissas, e não temos o poder de sermos sujeitos de nossas vidas.  O controle de nossos corpos serve para que quando voltemos do trabalho (precário, maioria dos casos), façamos todo o serviço doméstico, cuidemos dos filhos e familiares, reproduzindo a força de trabalho sem recebermos por esse serviço que o Estado deveria garantir. Essa dominação serve para que fiquemos restritas à vida “privada”, que nos consome e impossibilita nosso convívio social e político. O controle do corpo da mulher pelo Estado, pelo marido e pelo patrão é funcional para que a burguesia siga nos explorando.
A Lei Maria da Penha, aprovada em 2006 no governo Lula, que criminaliza a violência doméstica contra a mulher, foi um avanço no nosso arcaico código penal. Porém, dados de 2013 mostram que a lei não foi suficiente para diminuir o número de mulheres assassinadas. Tal combate à violência deve estar ligado à luta contra o sistema opressor em que vivemos. Além disso, a gritante violência policial nos afeta diretamente. Somos violentadas e estupradas pela polícia, vemos nossos maridos e filhos serem assassinados ou “desaparecem”, como foi o caso de Amarildo, no RJ. Por isso não devemos ter nenhuma confiança no Estado, na polícia e nem nos governos, que são aliados dos empresários e dos setores mais conservadores das Igrejas. As saídas institucionais não vão contra o capitalismo que legitima a opressão. Diferente do que defendem outros movimentos de mulheres, como o setor majoritário do Movimento Mulheres em Luta – o qual integramos –, sabemos qual o papel da polícia e somos contra a defesa de mais delegacias de mulheres, pois significaria mais violência e repressão. Devemos organizar saídas independentes, exigir estruturas para o atendimento às vítimas de violência que não estejam subordinadas à polícia, como casas abrigo sob o controle das vítimas e profissionais.
A violência que sofremos não é individual! Deve ser discutida junto aos trabalhadores e os setores oprimidos da sociedade para acabarmos com o sistema de exploração, passando pelos organismos de auto-organização nos locais de trabalho e estudo: sindicatos, centrais sindicais e centros acadêmicos, com criação de comissões independentes que discutam essa questão e apurem os casos de violência contra a mulher.

Basta de violência contra os LGBTTs!

O Brasil é também um dos campeões mundiais de violência e assassinatos aos LGBTTs, sendo que em 2013 foram quase 10 mil violações e mais de 300 assassinatos, considerando somente os dados oficiais. Além disso, as travestis e transexuais serão as mais atingidas pelo aumento do turismo e exploração sexual durante a Copa. Enquanto isso se mantém os Bolsonaros, Felicianos e toda corja de homofóbicos nos governos! Basta já!

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Da Copa eu abro mão! Pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito! Por um SUS 100% estatal sob controle dos trabalhadores e usuários!

           O direito ao aborto é uma demanda histórica urgente. Infelizmente, essa importante bandeira tem sido secundarizada por diversos movimentos de mulheres.
            No Brasil, há uma mulher no poder – reivindicada por várias feministas como uma vitória –, o que não representa avanços para as mulheres. Dilma, do PT, escreve em meio a sua campanha eleitoral, a “carta ao Povo de Deus”, em que retira seu projeto de legalização do aborto para tranquilizar setores religiosos, em um país pretensamente laico. Tais acordos implicam em ataques aos nossos direitos, pois fortalecem as bancadas religiosas e atuação de parlamentares como Marco Feliciano (PSC) e Jair Bolsonaro (PP), claramente machistas, racistas e homofóbicos. Junto a isso, há o retrocesso representado pelo avanço do Estatuto do Nascituro (“Bolsa Estupro”), um projeto que dá direitos plenos ao feto ainda no corpo da mulher, secundarizando os direitos e a saúde da própria mulher, mesmo que essa gravidez seja fruto de um estupro. Pelo arquivamento do Estatuto do Nascituro! Pela separação entre a Igreja e o Estado e fim do acordo Brasil-Vaticano!
          Nesse contexto de legitimação da violência e negação de demandas básicas, o direito da mulher sobre o próprio corpo é vetado, lhe restando apenas a clandestinidade. Na ilegalidade, a maioria das mulheres abortam de maneira insegura: a cada ano, cerca de um milhão de mulheres realizam abortos clandestinos no Brasil, sendo que 250 mil tem complicações, levando à morte de 1 mulher a cada dois dias. É a quinta causa de morte materna, se consideramos os dados oficiais, mas na verdade é muito mais, já que muitas morrem desapercebidas. Majoritariamente, são as mulheres trabalhadoras e negras que morrem, por não poderem arcar com os custos de um aborto seguro. A luta pela legalização do aborto, além de ser a luta por decidir pelo próprio corpo, é uma questão de saúde pública, a qual a precariedade dos serviços afeta diretamente as mulheres.
           Em 2013, nas Jornadas de Junho, uma das reivindicações foi a qualidade da saúde pública. O SUS tem sua administração cada vez mais concentrada nas mãos de empresas privadas, o que agrava mais a situação precária de trabalhadores e usuários: longas filas, infraestrutura ruim, falta de materiais, e poucos profissionais para atender com qualidade os trabalhadores e o povo pobre. As poucas mulheres que recebem tratamento não dispõem do tempo necessário para se recuperar, e acabam voltando aos postos de trabalho. A negligência ocorre também no atendimento a nossos filhos. Por isso é necessário lutar por um SUS de qualidade, 100% estatal, controlado pelos trabalhadores e usuários, que na sua maioria são mulheres. Somente um sistema de saúde que leve em conta a saúde integral da mulher pode garantir seus direitos com segurança, ou seja, um aborto legal, livre, seguro e gratuito.
         Por outro lado, a mesma precariedade dos serviços públicos não dá às mulheres o pleno direito à maternidade, pois quando decidem ter o filho não possuem estrutura, o que intensifica a dupla jornada de trabalho para a mulher que trabalha e cuida dos filhos. Por isso lutamos também por creches, hospitais, restaurantes e lavanderias públicas para as mulheres que decidirem ser mães!
           Desde criança aprendemos que não somos donas dos nossos corpos e não pertence a nós a decisão de sermos mães e de como vivenciar nossa sexualidade. A educação sexual e as políticas de prevenção à gravidez são falhas e pouco consideram as individualidades de cada mulher. É importante que nossa luta seja também por educação sexual livre nas escolas, e contraceptivos gratuitos e de qualidade nos postos de saúde!
           
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Da Copa eu abro mão! Por igual trabalho, igual salário, iguais direitos! Efetivação de todas terceirizadas sem concurso público!

            A precarização do trabalho é uma realidade que atinge – escraviza e humilha – milhões de brasileiros e que se expressa fortemente através da terceirização. Há, hoje, cerca de 12 milhões de terceirizados no Brasil, sendo que a maioria são mulheres negras. A burguesia, para garantir a ofensiva dos países imperialistas, criou mais essa divisão da classe trabalhadora, dividindo-a em efetivos e autônomos, o que aumentou, ainda mais, a precarização generalizada do mercado de trabalho, pois é resultado da perda dos direitos trabalhistas, conquistados durante anos de lutas.
            Umas das formas mais antigas da divisão da classe trabalhadora, e que evidencia a apropriação pelo sistema das formas de opressão, é a divisão entre homens e mulheres. As mulheres entraram no mercado de trabalho, mas não participam em condições de igualdade com relação aos homens. Elas recebem salários inferiores e enfrentam duplas, as vezes triplas jornadas de trabalho, ao terem que chegar em casa e ainda arcar com as tarefas domésticas e cuidados com os filhos.
            O trabalho realizado em empresas terceirizadas da área de limpeza pode demonstrar, de forma mais clara, as situações de exploração, segregação, machismo e racismo. A grande maioria de trabalhadores destas empresas são mulheres – pois se institui que este tipo de trabalho é feminino –, em sua maioria negras, que possuem jornadas de trabalhos extenuantes e salários minúsculos. Além disso, sofrem uma enorme repressão por parte das chefias, são as mais suscetíveis ao assédio moral e sexual, além da violência física.
           Durante os anos de governo do PT houve um aumento massivo do trabalho informal, da terceirização e da rotatividade dos cargos. É sob esse mesmo governo que se vangloria de ter criados vários postos de trabalho – precários – que vem sendo discutido, no Senado, o projeto de lei conhecido como lei Mabel (PL 4330), que liberará a terceirização de todas as atividades produtivas de uma empresa. Isso mostra que o governo não leva em conta as condições precárias que os trabalhadores vêm enfrentando e que, mesmo sendo uma mulher, a presidente não representou avanços para as demandas das mesmas, mostrando que governa para os ricos, para a FIFA, banqueiros e empresários. Pelo imediato arquivamento da PL 4330!
            Nós temos orgulho de ter apoiado e participado, lado a lado, da luta de trabalhadoras terceirizadas contra as condições precárias de trabalho. Apoiamos, nos anos de 2005 e 2011, as trabalhadoras das empresas Dima e União (terceirizadas contratadas pela USP) que se auto organizaram e reivindicavam seus direitos e salários, aos patrões e à burocracia da Universidade, após estas empresas decretarem falência e as deixarem à míngua. Silvana, militante linha de frente do nosso grupo e grande protagonista dessa luta, disse que foi após essa greve que ela percebeu que não poderia ter patrão dentro de sua casa, se libertando das amarras do patriarcado. Também participamos da luta dos trabalhadores terceirizados da empresa Façon do Metrô de São Paulo, e recentemente fizemos uma grande batalha por melhores condições de trabalho e saúde a partir da morte da companheira Regina, terceirizada da empresa de limpeza Higilimp no Metrô de São Paulo.
           Propomos uma campanha nacional contra a terceirização e precarização do trabalho, através da efetivação de todos os terceirizados sem a necessidade de concurso público! Também lutamos pela igualdade dos salários, pois, independentemente do sexo e da classificação do trabalho (efetivo ou terceirizado), os trabalhos são iguais!

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Que 8 de Março precisamos?

         Como já dissemos neste boletim, a mulheres seguem sofrendo com a opressão, exploração capitalista e todas as formas de violência. Mas a história mostra que a participação das mulheres sempre foi determinante para que os processos revolucionários fossem vitoriosos, pois como diria o grande dirigente da Revolução Russa Leon Trotsky, “aqueles que lutam com mais energia pelo novo são os que mais sofreram com o velho”. Nesse 8 de março, numa situação nacional onde as jornadas de junho mudaram o país, as mulheres jovens e trabalhadoras unidas ao conjunto da classe trabalhadora e da juventude devem confiar em suas próprias forças para arrancar seus direitos. 
           Como  resposta às mobilizações  de  Junho,  o governo Dilma  (PT) anunciou medidas  para atender  “a voz das  ruas”,  entre  elas  a  reforma  política.  Uma  tentativa  de  desvio das  manifestações  de  rua  contra  as  péssimas  condições  de  vida  para  uma  saída  que  busca  aperfeiçoar a  democracia  dos ricos.  Mas  2014  nem  bem  começou  e  já  se  percebe  a  crescente  disposição  de mobilização nas ruas contra a violência policial, a homofobia e com greves fortes como a dos rodoviários de Porto Alegre. Cada vez mais se desfaz a ilusão que o PT e outros partidos da ordem  poderiam se desvencilhar das grandes empresas para investir e realizar melhorias nos serviços públicos e nas condições de vida da população.
           Em  coro  as  ruas  apontam  suas  prioridades: “Se  não  tiver  direitos,  não  vai  ter  Copa!”.  A  reforma política não é o grande anseio colocado. Ainda assim, a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) defende a Reforma Política e um plebiscito como principal pauta na luta pela emancipação da mulher nesse 8 de março, pois seria “passos na despatriarcalização do Estado” e na garantia dos direitos das mulheres. Ao mesmo tempo que também não querem se confrontar contra a Copa do mundo preparada através do suor dos trabalhadores, repressão e mais violência contra as mulheres, pois seria questionar o governo Dilma e sua aliança com os empresários e corruptos da FIFA. As feministas governistas chegam a dizer que a reforma política é a forma de avançar na luta contra o patriarcado e o Estado que legitima o machismo e  violência contra as mulheres. Como se uma reforma fosse capaz de muda o caráter de classe do Estado, que é o Estado dos ricos, da burguesia, e avançar na luta pela emancipação das mulheres. Para isso defendem maior participação das mulheres nos meios institucionais através da disputa eleitoral, como se a participação das mulheres já bastasse para avançar em nossos direitos. Mas omitem que Dilma, uma mulher no poder, governa para os ricos e em aliança com os setores mais reacionários que criminalizam as mulheres e o aborto. Na década petista, Lula e Dilma também se utilizaram da opressão às mulheres para aumentar a exploração, precarizando as condições de trabalho, sendo as mulheres as mais precarizadas e seguimos responsáveis pela dupla e tripla jornada de trabalho, enquanto os patrões se utilizam desse trabalho doméstico não pago para garantir seus lucros. 
        Nós mulheres combativas, classistas e revolucionárias dizemos basta! Precisamos retomar as mobilizações de rua através de nossa organização nos locais de trabalho e estudo com independência dos patrões, governos e burocracias dos sindicatos, para seguirmos na luta por nossas demandas como saúde, educação, moradia e transporte contra a reforma política Dilma que para nada avançará em nossos direitos. Neste 8 de março devemos sair as ruas com uma política antigovernista e contra os patrões para lutarmos contra a exploração, toda forma de opressão e contra a violência do estado, física e psicológica contra as mulheres. Por isso nós, do grupo de mulhere Pão e Rosas faremos ouvir nas ruas e nos locais de trabalho e estudo: “Da copa eu abro mão, pelos direitos das mulheres contra a Dilma e o patrão!”
          É neste sentido que nós, que também integramos o Movimento Mulheres em Luta (MML), debatemos com as militantes do PSTU, setor majoritário do MML, para  construirmos um 8 de março classista, anti governista e anti capitalista. Pois corretamente colocam a denúncia da copa do mundo e as conseqüências na vida das mulheres, mas a principal política que levam à frente é a exigência de investimentos para o combate à violência contra as mulheres e para direitos sociais, sem denunciar o governo Dilma e defender um programa que responda de fato os anseios das mulheres e população, atacando os lucros dos patrões e governos que só nos oferecem violência e exploração. Tudo isso em nome de uma unidade para disputar a consciência das mulheres que ainda têm ilusões no governo Dilma. Mas achamos que esta política está equivocada pois está para trás do significou as mobilizações de junho, com as massas nas ruas questionando os governo, e também está para trás da potencialidade que mostrou o Encontro do MML em outubro de 2013, com mais de 2 mil mulheres, confirmando que podemos organizar milhares de mulheres nas bases dos locais de trabalho e estudo com uma política antigovernista e classista, sendo esta a maneira mais correta de disputar mentes e corações das mulheres para uma política verdadeira na luta pela emancipação das mulheres! Por isso chamamos a todas as mulheres que simpatizam com a MMM a romper com o governo Dilma e forjarmos uma verdadeira unidade classista e de luta pelos direitos das mulheres, contra os governos e em defesa das demandas de junho! E chamamos as militantes do MML a que em cada cidade e estado que impulsionemos atos por um oito de março classista, anticapitalistas, antigovernista e contra Dilma e o patrão!





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