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domingo, 10 de março de 2013

É preciso uma grande mobilização contra a repressão que derrote as punições de Rodas e a denúncia do Ministério Público!

por Diana Assunção, Diretora do Sintusp e da Secretaria de Mulheres, punida pela ocupação da reitoria
 
No fim de janeiro, Rodas puniu estudantes e trabalhadores que lutavam em 2011 contra a polícia militar na USP e por uma universidade verdadeiramente pública e de qualidade. As punições indicadas pelas Comissões, “abrandadas” por Rodas, foram de 5 a 15 dias de suspensões com caráter “pedagógico”, mas que na realidade tem a intenção de “limpar sua cara” frente ao rechaço que conquistou entre a Comunidade Acadêmica no  último ano como REItor da USP. Mas ficou claro que as penas supostamente “brandas” estavam articuladas com o governo do Estado/PSDB, que tomou à frente da repressão mais dura, pois, apenas alguns dias depois, a promotora Elliana Passarelli denunciou no Ministério Público os mesmos 72 estudantes e trabalhadores por formação de quadrilha (!) e depredação ao patrimônio público, que indica o mínimo de 8 anos de prisão. Esta denuncia absurda evidencia a divisão de tarefas entre Rodas e o MP: enquanto o REItor não suja ainda mais suas mãos com novas demissões e eliminações e tenta aparecer “como do diálogo”, o MP ataca frontalmente o movimento estudantil e os trabalhadores.
 
Desde o início nos posicionamos: não aceitaremos nenhuma punição! Hoje, em meio ao período de suspensão, estaremos em nossos locais de trabalho e de estudo ao lado de nossos colegas durante a semana de calourada na USP, para levar estes debates políticos de grande importância aos novos ingressantes e mostrar que não aceitam nenhum tipo de punição. Mas a repressão não pára por aí! 
 
Isto se dá em uma época em que vários ataques à lutadores sociais vem à tona, com assassinatos de líderes do MST, ameaça de despejo ao assentamento Milton Santos, e os vários assassinatos da juventude pobre e negra que se deu no fim do ano passado, com envolvimento de policiais. Onde está o Ministério Público para apurar estas questões? Onde está a lei? Fica claro que a lei está contra os trabalhadores e a juventude que luta! São fatos que demonstram que a luta dos estudantes da USP de 2011 são não só legítimas, como atuais! É necessário massificar a luta contra a repressão na USP, organizando uma ampla frente única para fazer a campanha chegar nas dezenas de milhares que compõem a comunidade universitária. Também é fundamental a unificação com os outros movimentos sociais de fora da USP numa grande campanha nacional contra a repressão e a criminalização dos lutadores sociais!
 
Já se manifestaram sobre o absurdo político e jurídico desta medida os mais distintos setores de intelectuais, professores, jornalistas, juízes, trabalhadores, movimentos sindicais e de direitos humanos, para além do DCE da USP, diversos Centros Acadêmicos, coletivos juvenis e partidos políticos. Isso mostra que este movimento só está começando, tende a crescer e tem todas as condições para barrar este ataque histórico que tentam perpetrar contra os estudantes e trabalhadores da USP, com o objetivo de disciplinar o movimento estudantil na USP e nacionalmente, bem como tentar calar o Sintusp, um exemplo de sindicato combativo que vem sendo sistematicamente atacado, tendo o caso mais emblemático na demissão inconstitucional de Claudionor Brandão, mas que é somente um dos vários diretores do Sintusp processados.
 
É necessária uma forte campanha democrática que mostre que os que lutam pelo fim da repressão dentro e fora da universidade e por uma universidade verdadeitamenre pública, democrática e de qualidade não estao isolados e prepare uma grande mobilização capaz de derrotar a denúncia do MP, as suspensões de Rodas, integrar os 8 estudantes eliminados e Brandão!

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